Às 12:15, dia 4 de Agosto, 1965 eu nasci. André Fodor, filho de Rosa e George. A primeira, uma professora de música, família ítalo-brasileira, guiada por emoções, amante do esotérico, mulher de muitas religiões. O segundo, George, um economista nascido na Hungria, escapou para a América durante a segunda guerra por causa de problemas políticos e antissemitismo. Mais tarde ele veio para o Brasil para se reunir com sua família, também foragida da pátria mãe. Eu acho que posso dizer que nasci em berço de ouro. Meu pai era executivo em um banco internacional; amante da boa música, cultura, ópera e gastronomia. Ele era motivado por lógica e fatos, mas sempre manteve uma abertura para a vida que o fazia uma pessoa flexível. Minha mãe era pura emoção. A escultora do meu lado meigo, terno. Foi ela que permitiu, que criou a minha liberdade para percorrer o mundo das experiências. O casamento dos meus pais não durou muito tempo; existiam muitas diferenças entre os dois. Em breve, eu me tornei filho de divorciados; finais de semana com papai e o resto do tempo com mamãe. Durante minha infância, duas características específicas prevaleciam. A primeira era o meu entusiasmo por aviação e eletrônica. Eu me tornei radio amador fanático e também construí vários aeromodelos. Minha mãe morria de medo que eu caísse do telhado toda vez que instalava mais uma antena para o meu radio amador. Eu era um terror. Por medo que meu irmãozinho morresse eletrocutado, minha mãe o removeu do quarto que dividíamos; eram fios, válvulas e transformadores por todos os cantos A segunda característica era a minha adoração pela química da cozinha. Misturar ingredientes diferentes e deles criar pratos exóticos era fascinante para mim. Meu pai ajudava a melhorar meus dotes culinários. Ele me levava a bons restaurantes, me fazia experimentar pratos diferentes e explicava os básicos dos vinhos, musica clássica e opera. Eu tive outros bons professores, nossas...
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Às 12:15, dia 4 de Agosto, 1965 eu nasci. André Fodor, filho de Rosa e George. A primeira, uma professora de música, família ítalo-brasileira, guiada por emoções, amante do esotérico, mulher de muitas religiões. O segundo, George, um economista nascido na Hungria, escapou para a América durante a segunda guerra por causa de problemas políticos e antissemitismo. Mais tarde ele veio para o Brasil para se reunir com sua família, também foragida da pátria mãe. Eu acho que posso dizer que nasci em berço de ouro. Meu pai era executivo em um banco internacional; amante da boa música, cultura, ópera e gastronomia. Ele era motivado por lógica e fatos, mas sempre manteve uma abertura para a vida que o fazia uma pessoa flexível. Minha mãe era pura emoção. A escultora do meu lado meigo, terno. Foi ela que permitiu, que criou a minha liberdade para percorrer o mundo das experiências. O casamento dos meus pais não durou muito tempo; existiam muitas diferenças entre os dois. Em breve, eu me tornei filho de divorciados; finais de semana com papai e o resto do tempo com mamãe. Durante minha infância, duas características específicas prevaleciam. A primeira era o meu entusiasmo por aviação e eletrônica. Eu me tornei radio amador fanático e também construí vários aeromodelos. Minha mãe morria de medo que eu caísse do telhado toda vez que instalava mais uma antena para o meu radio amador. Eu era um terror. Por medo que meu irmãozinho morresse eletrocutado, minha mãe o removeu do quarto que dividíamos; eram fios, válvulas e transformadores por todos os cantos A segunda característica era a minha adoração pela química da cozinha. Misturar ingredientes diferentes e deles criar pratos exóticos era fascinante para mim. Meu pai ajudava a melhorar meus dotes culinários. Ele me levava a bons restaurantes, me fazia experimentar pratos diferentes e explicava os básicos dos vinhos, musica clássica e opera. Eu tive outros bons professores, nossas empregadas tinham prazer em me ensinar a arte da culinária. Cida, a empregada de mamãe, me ensinou o básico da cozinha brasileira; arroz e feijão. Jurassi, a empregada do papai, me ensinou os pratos clássicos. Sob a supervisão atenta do George, ela preparava pratos sofisticados, com cremes e molhos saborosos, acompanhados de deliciosos suflês e sopas. Comer na casa do papai sempre foi uma aventura sensorial para este menino gorducho. Eu não tenho muito a falar sobre meus anos escolares. Eu fui um aluno fraco e o colégio não conseguiu cativar a minha atenção. Aos 18 anos eu troquei o Brasil pelos Estados Unidos, procurava algo para fazer com o restante de minha vida e lá achei. Eu fui para a universidade e me formei em informática. Depois, me matriculei em uma academia aeronáutica como aspirante a piloto. Eu não era um piloto natural, mas estudei com muito afinco para ser o melhor. Formei-me em primeiro lugar em minha turma e ao final de um ano me tornei instrutor de voo. Eu gostava muito de ensinar às pessoas a arte e técnicas de como fazer uma aeronove sair do chão. Eu conheci minha esposa, Robyn, na piscina do condomínio onde eu morava. Ela era universitária, interessada em aviação e queria ser radioamadora; foi amor imediato Logo estávamos morando juntos e um ano depois estávamos casados. A Robyn logo aproveitou o fácil acesso às aeronaves e começou a saltar de paraquedas. Um jornal de nossa cidade decidiu fazer uma matéria a respeito deste jovem casal; no artigo eles diziam que eu era um homem de sorte, pois podia jogar minha esposa pela porta de um avião e não acabar na cadeia Após um mês de casado, consegui um emprego como piloto da ONU e fui despachado em minha primeira missão; fui para Angola aonde fazia voos de caráter humanitário. Mais tarde, já como comandante, meu trabalho me levou a lugares como Namíbia, África do Sul, Iraque e Kuwait. Experimentei muita comida diferente nestes lugares Enquanto isso, no Brasil, meu pai havia trocado o mundo bancário por sua grande paixão; cozinhar. Ele fundou a Farinha Mágica, uma confeitaria de altíssima qualidade e me convidou para entrar como sócio. Alguns anos mais tarde eu aceitei a oferta dele. Morria de medo de voltar para o Brasil. Ouvíamos tantas estórias de horror a respeito da economia brasileira que quase não tive coragem de vir. A Robyn insistiu, ela queria a experiência brasileira. Viemos em Janeiro, eu, a Robyn e nossa gata Mefa. Nossa primeira experiência com São Paulo foi o tempo de viagem do aeroporto a nossa casa; 5 horas Um caminhão decidiu tombar em nossa homenagem fechando a principal via de acesso à cidade. Isso foi ontem, hoje temos duas fábricas, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo. Nossa especialidade é uma linha de mini tortas que criamos; uma torta individual para uma pessoa que produzimos em 17 sabores diferentes; de maracujá ao tricolor - uma torta feita com três chocolates. Todos os cremes, molhos e geleias são feitas em nossa fabrica sob minha supervisão; como sempre digo, eu continuo a ser o comandante, mas agora piloto uma cozinha A paixão pelo voo também continua. Agora voamos de parapente, um tipo de planador de asa não rígida que cabe dentro de uma mochila. Viajamos sempre à procura de novas montanhas pelo Brasil afora; o nosso estilo de vida mudou muito; da vida estável dos EUA para a intensidade sem precedentes da vida em São Paulo. Para o futuro estou trabalhando com afinco e criatividade para ser conhecido como um nome da confeitaria brasileira. Meu sonho é virar a escolha predileta do consumidor que quer alta qualidade, bom preço e serviço de primeira classe Enquanto isso, vou voando por ai; de parapente e em sonhos de sucesso.
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