O nome dela é Maria José Bezerra, conhecida por todos do bairro como Zita, apelido que recebeu, quando criança, de uma tia já falecida e de quem ela gostava muito. Zita como todos a chamam nasceu no dia 15 de janeiro de 1955, o parto aconteceu dentro da casa da sua avó paterna, localizada no próprio Alto José do Pinho, onde Zita mora até hoje. Ela tem 64 anos, não teve filhos, nunca se casou, e por isso mora com seus familiares na casa que foi de seus pais. A família de Zita é grande, ela tem seis irmãos, sendo cinco homens e apenas uma mulher. Zita é a filha mais velha do casal Severino Antônio Bezerra e Maria do Carmo Bezerra, que já são falecidos. A mãe de Zita era uma grande dona de casa, cuidava dos filhos, do marido e dos afazeres de casa, e só saía da sua residência para visitar parentes, ir à igreja e levar os filhos para passear na praia, praças e parques da cidade, nos finais de semana. O pai de Zita era um homem bastante admirado e respeitado no Alto José do Pinho, e isso era motivo de orgulho para a sua família, principalmente para Zita que era muito apegada ao seu pai, conhecido em todo o bairro e também nas comunidades vizinhas como “Bio Guarda”. Ele ganhou esse apelido do povo do bairro porque trabalhava em delegacia e era comissário de polícia, e justamente por esse motivo todos da comunidade procuravam por ele para pedir conselhos, orientações ou ajudas, quando acontecia algum conflito no bairro, como o de umas vizinhas que brigaram por conta de um muro que dividia a casa delas, aí Bio Guarda foi lá e resolveu a situação. Também resolvia casos de confusões em festas, e de outras brigas e ameaças a perturbação da comunidade do bairro. Zita teve uma infância muito feliz, não dava trabalho aos pais, ajudava a mãe nos afazeres de casa, e também por ser a filha mais velha, ajudava a cuidar dos irmãos menores. Ela sempre gostou muito de estudar, o único defeito era que conversava...
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O nome dela é Maria José Bezerra, conhecida por todos do bairro como Zita, apelido que recebeu, quando criança, de uma tia já falecida e de quem ela gostava muito. Zita como todos a chamam nasceu no dia 15 de janeiro de 1955, o parto aconteceu dentro da casa da sua avó paterna, localizada no próprio Alto José do Pinho, onde Zita mora até hoje. Ela tem 64 anos, não teve filhos, nunca se casou, e por isso mora com seus familiares na casa que foi de seus pais. A família de Zita é grande, ela tem seis irmãos, sendo cinco homens e apenas uma mulher. Zita é a filha mais velha do casal Severino Antônio Bezerra e Maria do Carmo Bezerra, que já são falecidos. A mãe de Zita era uma grande dona de casa, cuidava dos filhos, do marido e dos afazeres de casa, e só saía da sua residência para visitar parentes, ir à igreja e levar os filhos para passear na praia, praças e parques da cidade, nos finais de semana. O pai de Zita era um homem bastante admirado e respeitado no Alto José do Pinho, e isso era motivo de orgulho para a sua família, principalmente para Zita que era muito apegada ao seu pai, conhecido em todo o bairro e também nas comunidades vizinhas como “Bio Guarda”. Ele ganhou esse apelido do povo do bairro porque trabalhava em delegacia e era comissário de polícia, e justamente por esse motivo todos da comunidade procuravam por ele para pedir conselhos, orientações ou ajudas, quando acontecia algum conflito no bairro, como o de umas vizinhas que brigaram por conta de um muro que dividia a casa delas, aí Bio Guarda foi lá e resolveu a situação. Também resolvia casos de confusões em festas, e de outras brigas e ameaças a perturbação da comunidade do bairro. Zita teve uma infância muito feliz, não dava trabalho aos pais, ajudava a mãe nos afazeres de casa, e também por ser a filha mais velha, ajudava a cuidar dos irmãos menores. Ela sempre gostou muito de estudar, o único defeito era que conversava muito, às vezes durante a aula, e por esse motivo uma vez foi chamada a atenção e os pais tiveram que comparecer a escola e ela aprendeu a lição depois do ocorrido. No Alto José do Pinho, Zita sempre teve muitos amigos e pessoas queridas, ela brincava muito com seus irmãos e vizinhos, num beco que existia no terreno da casa, a brincadeira era fazer comidinhas de verdade, com os amigos preparava sopas e saladas com verduras que a mãe a deixava usar na brincadeira. Ao falar desse momento da sua infância, Zita se lembrou de que uma amiga da época, Marinete, que hoje é sua comadre, confessou a ela que adorava ir na sua casa brincar de fazer comidinhas porque na época a sua família era muito carente e às vezes faltava comida em casa, e brincar de preparar essas sopas era a salvação dela. E Zita ficou muito feliz em saber que desde a sua infância, já fazia o bem ao próximo. Outra lembrança de Zita foi de uma vizinha que em alguns finais de tarde, juntava todas as crianças da vizinhança, sentava numa calçada bem alta na frente de uma casa e começava a contar histórias. Todos adoravam e curtiam muito esse momento. Outro fato relembrado da sua infância foi sobre as idas a Feira de Casa Amarela e os cafés da manhã na casa da avó paterna que também morava no Alto José do Pinho (os avós maternos moravam distante). Ela contou que todos os sábados pela manhã o pai dela levava ela e os irmãos para a Feira pra comprar frutas e verduras para a casa, mas que sempre passavam antes na casa da sua avó para tomar café, e ela adorava o ovo frito que ela preparava. Depois iam para a Feira ajudar o pai a comprar e carregar as compras para a casa. Ela compartilhou também que seu primeiro brinquedo foi um jogo de mobílias de madeira que seu pai comprou na Feira, de um homem que vendia seus produtos dentro de um Balaio (cesto grande). Ela também falou que nunca teve uma boneca de verdade, suas bonecas eram feitas de retalho de forma bem simples, pois seu pai não tinha condições de comprar nenhum brinquedo caro por ter muitos filhos. Zita também relembrou com muita saudade a época em que ela, seus pais e irmãos saíam para passear. Contou sobre um Tobogã que existia na Rua da Aurora e que era a alegria da garotada, e também sobre uma Festa de rua, que acontecia todos os finais de semana, chamada Fecin, ocorria onde é hoje o parque da Jaqueira, e todos do bairro adoravam ir a esse lugar para brincar, e também vê os refrigerantes da fábrica da Coca-cola, que ficava em frente, sendo fabricados (de lá conseguiam visualizar as garrafas de refrigerantes sendo cheias). O seu sonho de criança era se tornar Aeromoça quando chegasse à idade adulta, mas por circunstâncias da vida, acabou trilhando seus caminhos na direção do Magistério, contra a vontade dos pais que desejavam que a filha fosse Médica, porém Zita contou que sempre teve pavor a ver sangue, e por isso não teve como satisfazer a vontade dos pais, que a amavam e confiavam muito nela. Entre os filhos de seu Severino e D. Maria, apenas a filha mais velha, Zita se formou professora, trabalhando toda a sua vida nessa profissão. Começou a trabalhar na Prefeitura da Cidade do Recife em 1978, no mesmo ano em que iniciou sem curso de Pedagogia, na Universidade Católica de Pernambuco. Trabalhou em várias escolas da Rede Municipal, ensinando em turmas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e EJA. Seu maior desafio como professora foi trabalhar com turmas de 1º ano, pois para ela alfabetizar é uma tarefa difícil. Após passar por algumas escolas, Zita chegou a Escola Municipal Santa Maria. Ela se lembrou desse dia com muita saudade. Falou que estavam todas as professoras reunidas numa sala junto com as Irmãs Denise, Leonarda e Valéria, que eram as freiras que cuidavam da escola na época, e que foi muito bem recebida por todos. Depois de um bom tempo como professora, foi convidada para ser vice gestora na escola que amava trabalhar, aceitou o convite e passou 10 anos no cargo. Em janeiro deste ano (2019) se aposentou, após 40 anos de dedicação ao Magistério. Durante todo esse tempo de trabalho aprendeu muito, principalmente a se relacionar com as pessoas, e o maior desafio era lhe dar com os pais que não aceitavam quando eram chamados na escola por conta de mau comportamento dos seus filhos. E fica feliz ao se lembrar de alguns alunos que ela foi professora e que seguiram por um bom caminho e hoje estão trabalhando ou se formaram na faculdade. Mas também fica triste quando sabe que algum ex-aluno morreu ainda jovem, por conta de ter se envolvido com o crime ou com as drogas. Não está mais trabalhando e sua vida agora é descansar, e na escola só aparece para visitar as amigas que fez e trazer um Munguzá delicioso que só Zita sabe fazer e que todos adoram. Sua vida agora segue, sem mais tantas preocupações com o tempo e o trabalho. Viaja com mais tranquilidade sem ter o compromisso de voltar logo. Têm familiares no Rio de Janeiro pra onde já foi duas vezes esse ano; além de outros lugares maravilhosos que só agora está com tempo para conhecer. Está curtindo mais a família, os amigos e sua vida, fazendo o que mais gosta que é viajar. Mas o seu local favorito sempre continuará sendo a Escola Municipal Santa Maria, onde Zita aprendeu bastante e conheceu gente da comunidade toda do Alto José do Pinho, onde ela vive até hoje desde o dia que nasceu, e que não troca por nenhum lugar do mundo.
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