Eu era de Assis, interior do estado de São Paulo, e aos 21 anos eu vim para São Paulo, para a cidade aqui.
Um dia fui passear na Zona Norte, porque eu conheci minha esposa e fui namorar. Na hora de ir embora, eu estava junto com o meu compadre e a gente foi tomar um táxi no Tucuruvi.
Naquela época tudo era tranquilo em relação a hoje, você descia na Júlio Prestes atravessava tudo aquilo e nada acontecia. Então nós tomamos um táxi de rua, porque não tinha outras coisas e, logo que a gente entrou no táxi, o táxi não foi para o lado que a gente queria ir.
Do Tucuruvi ele foi para aquelas ladeira do Jardim São Paulo, onde ele subia e descia aquilo. Então depois nós descobrimos que ele estava fugindo da polícia. Isso faz 43 anos, eu não conhecia a região e nem conhecia perigo. Então aquele negócio subia... descia... e nada.
De repente, quando a gente estava do outro lado, via a polícia na parte de cá do morro. Quando a gente chegou em uma viradinha do Jardim São Paulo, numa virada de esquina, o taxista diminuiu a velocidade e falou: “Pula!” e nós dois pulamos.
Nós fomos socorridos por uma casa em que tinha alguém acordado, devia ser uma meia-noite... Uma hora da manhã. Deram água para o meu compadre, que é daqui de São Paulo, mas não conseguia nem falar. Conversou com o motorista o tempo todo para acalmá-lo, mas depois não conseguia nem falar. Eu, como não entendia do perigo, estava tudo bem. Deram água pra ele, passou um tempão e ele conseguiu contar a história.
No fim, aquela rua que a gente virou era uma rua sem saída e ia dar na delegacia. Então o bandido deve ter sido preso, né?