Começarei pela minha vida escolar. Lembro-me como se fosse hoje meu professor do primeiro ano, Célio. Acho por ser um bom aluno, ele pediu à minha mãe que deixasse passar uns dias com dois colegas na sua residência em São Paulo - Capital. Foi assim que viajei de trem pela primeira vez, cheguei em São Paulo na bela Estação da Luz.
Sua casa tinha um enorme quintal. Lembro de um carramanchão e de muitos folhetos comemorativos do 4º Centenário de São Paulo. Um deles era uma espécie de proteção para os olhos, preso à cabeça com um elástico. Em sua casa tive o primeiro contato com a televisão. Colocou-me para dormir num quarto amplo com um colchão no chão. Ali ligava uma televisão, cuja nitidez do branco e preto me fascinava. Até hoje sou fascinado pelo preto e branco da TV. Tanto que há pouco comprei um pequeno aparelho preto e branco.
Da TV naquele quarto do meu querido professor Célio lembro-me até hoje de uma apresentação de luta de boxe que ajudava a embalar meu sono. Meu primeiro contato com o rio foi com o professor Célio. No fundo do Grupo Escolar A. Soares tinha um braço do Rio Juquery. Ali entre golfadas de água o professor me ensinou as primeiras braçadas.