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Personagem: Gregória Roman
Por: Museu da Pessoa, 26 de outubro de 2012

Uma infância entre brincadeira e trabalho

Esta história contém:

Uma infância entre brincadeira e trabalho

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Olha, eu não sei porque, mas acho assim que tem coisas na vida da gente, que parece que a gente faz questão de passar um mata borrão em cima e apagar. Eu não me lembro. Eu tenho minha irmã mais velha do que eu, e irmãos também, que têm essa história assim na mente como se fosse um filme passado hoje. Eu pra mim, eu não me lembro dessa parte ali da minha infância, também quando eles saíram ali de Birigui, eu deveria ser, até estes dias comentando com meu irmão, muito pequena. Acho que eu deveria ter uns dois anos, dois anos e pouco. Então o que eu sei, por exemplo, que minha mãe passava muito a historia pra gente. A minha mãe disse que quando eu estava amamentando ainda, e minha mãe ficou grávida do meu irmão, mais novo do que eu, e disse que eu quase morri, porque eu fui acometida por uma diarreia e naquela época não existia médicos ali na região. Então essas coisas. E a pobreza deles era muito grande, porque veja bem, eu sou a sexta dos nascidos, e minha mãe ainda tinha um outro filho adotado e estava grávida já do sétimo filho. Então quer dizer, meu pai trabalhava, nesta região ali. Esse meu irmão que mora ali em Birigui,ele fez questão que eu fosse lá neste lugar, porque pra ele se eu não fosse lá nesse lugar, ia ficar faltando alguma coisa pra ele. Então ali, meu pai tinha um alambique de pinga. De cachaça. Mas era uma pobreza muito grande porque não se tinha recursos pra contratar pessoas pra esse corte de cana, então eu ouvia muito minha mãe contar das dificuldades que eles passavam nesse período aí, de muita pobreza. A aí dali fomos pra região de São José do Rio Preto. Assim, o período que eu mais me lembro, nós moramos em uma fazenda, que o dono está vivo até hoje. È, essa minha irmã, que é louca pra voltar ao passado, eles foram visitar. Este fazendeiro está vivo. Então eu me lembro muito dessa fazenda que a gente morou,por dois motivos. Um que era prazeroso morar na sede desta fazenda. Meu...

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Dados de acervo

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P/1 – A senhora diz seu nome, a data de nascimento, o local, um pouco da sua história.

R –Meu nome é Gregória Roman Oliva, eu sou nascida no dia quatro de janeiro de 1947, logo após a guerra, e meu pai fez questão de me registrar no mesmo dia que eu nasci, porque cada filho que nascia na família, na época, valia cota de açúcar e sal. Então eu nasci nessa época.

P/1 – Nasceu em são Paulo?

R – Nasci em Bilac, região que fica a dez minutos de Araçatuba, interior de São Paulo. Hoje é uma cidade famosa na produção de calçados, inclusive eu tenho parentes lá que vivem exclusivamente dessa mão de obra.

P/1 – Seus pais são de lá?

R – Meu pai é da região da alta araraquarense, você vê que coincidência que certa fase da minha vida, eu fui transferida pra trabalhar em Dobrada, depois em Guariba, e eu fui descobrir que meu pai era nascido naquela região, em Franca. Você já pensou. Então parece que é um voltar à história. E da parte materna, eles se localizaram ali na região de Birigui mesmo, inclusive tenho meus avós, tios e tias enterrados ali no cemitério de Birigui. Vieram diretamente da Espanha, meu pai veio e se localizou em Franca, e a família da minha mãe se localizou em Birigui.

P/1 – Seus pais é que eram de descendência espanhola?

R – De pai e de mãe, os dois da região de Murcia na Espanha.

P/1 – Eles vieram pequenos? Eles se conheceram aqui?

R –Não, a minha mãe foi a primeira filha nascida aqui no Brasil, e meu pai já veio crescidinho da Espanha.

P/1 –Como eles se conheceram, a senhora sabe?

R –Olha, com certeza a família do meu pai veio da região de Franca, residia ali na região. Que é interessante,é uma região que até eu visitei ainda esses dias, chamada Indé. Indé é um cipó, é uma planta. E eles se conheceram ali naquela região e casaram ali, e a maioria, inclusive eu e meu irmão mais novo nascemos ali naquela região. Só que assim, é tão próximo ali de Birigui e...

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