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Personagem: Ulisses Grasseschi
Por: Museu da Pessoa,

Um recado aos mestres-cervejeiros

Esta história contém:

Um recado aos mestres-cervejeiros

P/1 – Seu Ulisses, vamos começar? Muito obrigada pelo senhor ter vindo e nos dar seu depoimento. Eu gostaria que o senhor falasse o seu nome completo, o local que o senhor nasceu e a data.R – Bom, meu nome é Ulisses Grasseschi, eu nasci na Rua Formosa, naquele tempo era Rua Seis, porque o bairro era o Sobrado, perto da Praça do Correio e quase na esquina da Avenida São João.P/1 – Nossa, e que ano foi isso? R – 1914.P/1 – 1914?R – Sim, 13 de agosto de 1914.P/1 – E os seus pais, eles moravam já em São Paulo?R – Sim, eu e duas irmãs, uma já faleceu e a outra está na Argentina né? Então, nós éramos três irmãos e tinha o bar lá eu era moleque e ficava passeando, como eu era muito bem-comportado [risos]. A minha mãe me deixava de mulher para que eu não saísse na rua.P/1 – Deixou o senhor de mulher para o senhor não sair na rua? R – Porque eu era pequeno e só fugia para rua. Naquele tempo podia-se fugir, não tinha perigo, não tinha essas conversas.P/1 – Então o senhor nasceu no centro da cidade?R – Sim, mas naquele tempo ainda não tinha um centro, ainda não existia o correio, o correio veio depois. O correio foi inaugurado em 1922, depois do Epitácio Pessoa.P/1 – Então o senhor lembra daquela época, o centro mudou muito?R – Sim, o prédio lá do correio, tinha um prédio alto, grande, com quatro andares e tinha uma pensão, a pensão da Dona Ida, todo mundo ia comer na pensão da Dona Ida.P/1 – Então o senhor brincava por lá, quando o senhor estudou?R – Sim, brincava por lá. Em frente da minha casa tinha um prédio, que era de propriedade da Antarctica, mas a Antarctica, quando veio a guerra, os alemães mandaram todo o dinheiro para a Alemanha e não terminou o prédio e as chaves estavam com o meu pai. Eu ia de vez em quando pegar a chave e passear lá. Esse prédio aí foi comprado da Antarctica, pelo governo a troco de selo, primeiro a...

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Dados de acervo

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P/1 – Seu Ulisses, vamos começar? Muito obrigada pelo senhor ter vindo e nos dar seu depoimento. Eu gostaria que o senhor falasse o seu nome completo, o local que o senhor nasceu e a data.

R – Bom, meu nome é Ulisses Grasseschi, eu nasci na Rua Formosa, naquele tempo era Rua Seis, porque o bairro era o Sobrado, perto da Praça do Correio e quase na esquina da Avenida São João.

P/1 – Nossa, e que ano foi isso?

R – 1914.

P/1 – 1914?

R – Sim, 13 de agosto de 1914.

P/1 – E os seus pais, eles moravam já em São Paulo?

R – Sim, eu e duas irmãs, uma já faleceu e a outra está na Argentina né? Então, nós éramos três irmãos e tinha o bar lá eu era moleque e ficava passeando, como eu era muito bem-comportado [risos]. A minha mãe me deixava de mulher para que eu não saísse na rua.

P/1 – Deixou o senhor de mulher para o senhor não sair na rua?

R – Porque eu era pequeno e só fugia para rua. Naquele tempo podia-se fugir, não tinha perigo, não tinha essas conversas.

P/1 – Então o senhor nasceu no centro da cidade?

R – Sim, mas naquele tempo ainda não tinha um centro, ainda não existia o correio, o correio veio depois. O correio foi inaugurado em 1922, depois do Epitácio Pessoa.

P/1 – Então o senhor lembra daquela época, o centro mudou muito?

R – Sim, o prédio lá do correio, tinha um prédio alto, grande, com quatro andares e tinha uma pensão, a pensão da Dona Ida, todo mundo ia comer na pensão da Dona Ida.

P/1 – Então o senhor brincava por lá, quando o senhor estudou?

R – Sim, brincava por lá. Em frente da minha casa tinha um prédio, que era de propriedade da Antarctica, mas a Antarctica, quando veio a guerra, os alemães mandaram todo o dinheiro para a Alemanha e não terminou o prédio e as chaves estavam com o meu pai. Eu ia de vez em quando pegar a chave e passear lá. Esse prédio aí foi comprado da Antarctica, pelo governo a troco de selo, primeiro a cerveja tinha que pôr o selo, então...

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