Hoje, Sexta-feira 07 de Agosto de l.998, fui assistir a colação de grau do curso Técnico Têxtil de meu neto mais velho, Dirceu Cardoso Neto (o nome é do avô paterno). Ele está com dezenove anos e já está cursando a Faculdade de Química do Mackenzie. Foi um evento maravilhoso quando são abordados a esperança e a fé que depositamos nos jovens para que venhamos a alcançar um mundo melhor onde todos tenham condições de vida digna. Parece-nos que esse sonho está cada vez distanciando-se mais da realidade do dia-a-dia, em razão das transformações que se operam no mundo que já não busca a felicidade do homem e sim o acúmulo de riqueza eliminando as classes intermediárias para que só prevaleçam ricos ou miseráveis. Mas em certa escala o mundo sempre foi assim, pois lembro-me que desde o tempo de criança ouço falar as mesmas coisas de sempre, sobre as dificuldades econômicas e financeiras que não nos proporcionariam esperanças para o futuro, no entanto, já estou com quase setenta anos e as coisas nesse tempo decorrido continuaram a acontecer: pessoas se casaram, tiveram filhos, outros estabeleceram-se em diversos ramos do comércio ou da indústria, sendo que alguns progrediram, outros fracassaram, mas isso ocorreu não pela situação em si, e sim pela capacidade que cada um tem de realização. A própria Bíblia nos revela, através de uma das parábolas de Jesus, que existem capacidades diferentes, e que, os bens deverão ser distribuídos cabendo a maior parte para aqueles que tem maior capacidade e assim através dos meios que lhes são disponíveis poderão proporcionar trabalho aos menos capazes. É assim que a dinâmica social funciona.
Mas nesse evento em que meu neto alcança uma etapa maravilhosa que é a capacitação para exercer condignamente uma profissão, vêm-me a lembrança a época que tinha os meus filhos pequenos e a minha oração a Deus para que eles pudesse alcançar, ao menos, o que eu alcancei que foi um diploma...
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Hoje, Sexta-feira 07 de Agosto de l.998, fui assistir a colação de grau do curso Técnico Têxtil de meu neto mais velho, Dirceu Cardoso Neto (o nome é do avô paterno). Ele está com dezenove anos e já está cursando a Faculdade de Química do Mackenzie. Foi um evento maravilhoso quando são abordados a esperança e a fé que depositamos nos jovens para que venhamos a alcançar um mundo melhor onde todos tenham condições de vida digna. Parece-nos que esse sonho está cada vez distanciando-se mais da realidade do dia-a-dia, em razão das transformações que se operam no mundo que já não busca a felicidade do homem e sim o acúmulo de riqueza eliminando as classes intermediárias para que só prevaleçam ricos ou miseráveis. Mas em certa escala o mundo sempre foi assim, pois lembro-me que desde o tempo de criança ouço falar as mesmas coisas de sempre, sobre as dificuldades econômicas e financeiras que não nos proporcionariam esperanças para o futuro, no entanto, já estou com quase setenta anos e as coisas nesse tempo decorrido continuaram a acontecer: pessoas se casaram, tiveram filhos, outros estabeleceram-se em diversos ramos do comércio ou da indústria, sendo que alguns progrediram, outros fracassaram, mas isso ocorreu não pela situação em si, e sim pela capacidade que cada um tem de realização. A própria Bíblia nos revela, através de uma das parábolas de Jesus, que existem capacidades diferentes, e que, os bens deverão ser distribuídos cabendo a maior parte para aqueles que tem maior capacidade e assim através dos meios que lhes são disponíveis poderão proporcionar trabalho aos menos capazes. É assim que a dinâmica social funciona.
Mas nesse evento em que meu neto alcança uma etapa maravilhosa que é a capacitação para exercer condignamente uma profissão, vêm-me a lembrança a época que tinha os meus filhos pequenos e a minha oração a Deus para que eles pudesse alcançar, ao menos, o que eu alcancei que foi um diploma da quarta série do primeiro grau. Quando minha esposa esperava o nosso primeiro filho, invadiu-me uma profunda preocupação pelo destino dos filhos que haveriam de vir; em conversa com um senhor, companheiro de trabalho, pessoa já bastante vivida, externava essa minha apreensão, ele me dizia: "Seu Klein, educação de filhos, é pedir à Deus" Eu que não tive a oportunidade de estudar, não pedia mais para meus filhos, e sim apenas aquilo que ele havia dado a mim. Pois Deus foi muito mais fiel do que a minha solicitação, dando-lhes pelo menos, um curso técnico nas mãos para que pudessem desenvolver as suas vidas dentro dos princípios da honradez.
Existe uma grandiosidade na transferência de gerações pelos conflitos que geralmente estão latentes entre elas, mas a realidade é que os que já caminharam por um longo período vencendo as barreiras que lhes foram impostas, o fazem pensando nas novas gerações, no desejo de deixar aos seus descendentes algo com o qual possam dar continuidade a uma obra que não pode ser apenas de uma geração. A sociedade é um todo, independente de tempo e espaço e será sempre a soma do esforço de todos os seus participantes que redundará em bem estar para todos. O Rei Davi foi um dos maiores monarcas de todos os tempos, pela sua tenacidade e espírito de luta para alcançar os seus objetivos, preparando uma base segura para que seu filho Salomão o sucedesse no trono, ao ver aproximar-se o seu fim chamou Salomão dizendo-lhe: "Eu vou pelo caminho de toda a terra; esforça-te, pois, e sê homem." E Salomão usando os conselhos ouvidos de seu pai, transformou-se em um dos maiores sábios de todos os tempos, somando os conhecimentos de sua época aos que recebeu como herança da sociedade que o precedeu. Esse será sempre o segredo do sucesso, transformar-se em homem A criança evolui, recebe os conhecimentos de seus ancestrais engajando-se em novas tecnologias para ultrapassar os que os precederam para no devido tempo assumir a responsabilidade como homens que sabem o que desejam e onde querem chegar; e lá chegarão
Agora, quando essa nova geração, à qual demos origem, já habilita-se para exercer uma profissão, vêm-nos à mente lembranças de momentos que vivemos juntos, enchendo o nosso coração de uma doce saudade acompanhada de muita esperança no futuro, pois aquela criança que há alguns anos atrás conduzíamos para aprender as primeiras letras já transformou-se em homem, avança, transpondo as barreiras do conhecimento para nos ultrapassar, graças à Deus. Sentimos orgulho de vermos que cada geração avança mais para conquistar o seu lugar, transpondo obstáculos, vencendo dificuldades para serem melhores e maiores do que pudemos ser; mais uma vez elevamos o nosso pensamento a Deus louvando o seu nome pela graça e misericórdia que nos concedeu, de assistirmos acontecimentos tão gratos.
(José Wladimir Klein enviou seu depoimento para o Museu da Pessoa em 06 de julho de 1998 pela página na internet, atualizada em 29 de janeiro de 1999.)
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