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Por: Angelo Brás Fernandes Callou, 1 de fevereiro de 2019

Tinha que ser Nelson Rodrigues

Esta história contém:

Tinha que ser Nelson Rodrigues

Tinha Que Ser Nelson Rodrigues

Por Angelo Brás Fernandes Callou

O Beijo no Asfalto, na sua terceira versão cinematográfica (2018), estreia do ator Murilo Benício na direção, veio para interpelar a caretice, a violência e a sordidez na polícia e na imprensa do Brasil atual. Tinha que ser o teatro do pernambucano Nelson Rodrigues (1912-1980), refletido na tela do cinema, para espelhar o que somos em matéria de preconceito, de ética e de costumes (vide trailer nas referências).

O Beijo no Asfalto de Benício é um convite à perda da ingenuidade, ou se quiserem da virgindade cognitiva. Impossível sair ileso do filme, como não se sai ileso de nenhuma leitura da obra de Nelson Rodrigues, ou da representação dela pelos atores na carne viva do teatro.

Quando li, por exemplo, Álbum de Família, ainda muito jovem, em virtude de a peça ter sido censurada em 1945 e só encenada em 1967, fui tomado de espanto. As diferentes facetas da sexualidade humana e, sobretudo, as diversas e contraditórias personas que este humano assume na família e na sociedade, são fio condutor de Álbum de Família e, talvez, de toda a dramaturgia rodriguiniana. Entre a censura da peça e o espanto, fiquei com o espanto, conselheiro por excelência da superação da ignorância e do preconceito. O espanto educa, pois suscita a dúvida, a curiosidade, como já se referiu o também pernambucano, Paulo Freire.

Daí pra frente, Último Tango em Paris (Bernardo Bertolucci, 1972), Garganta Profunda (Gerard Damiano, 1972), Império dos Sentidos (Nagisa Oshima, 1976), Je Vous Salue, Marie (Jean-Luc Godard, 1985) e tantos outros filmes que polemizaram a sociedade brasileira pós-64, tiveram um impacto mais estético do que moral em mim. É de se perguntar: a polêmica foi um sinal de que o grande público desconhecia o teatro de Nelson Rodrigues? Muitas peças do dramaturgo foram censuradas, mas, também, recorrentemente encenadas país afora, ou adaptadas para o cinema e para a...

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Ilustração Angelo Brás Fernandes Callou para o texto Tinha que ser Nelson Rodrigues

Dados da imagem Ilustração Angelo Brás Fernandes Callou para o texto Tinha que ser Nelson Rodrigues

Período:
Ano 2018

Imagem de:
Angelo Brás Fernandes Callou

História:
Tinha que ser Nelson Rodrigues

Crédito:
Angelo Brás Fernandes Callou

Tipo:
Ilustração

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