Sonhei que eu era sequestrada por um cara e mantida por meses, talvez anos, em cativeiro como escrava sexual. No início o Marujo (meu cachorro) tava comigo, mas por eu ter tentado fugir tantas vezes, sequestrador tirou ele de mim. Ao invés de fugir, o Marujo se escondeu na lavanderia do lugar e eu podia ver ele quando eu descia pra lavar roupa. Ele se escondia no meio de muitos lençóis e saia quando eu aparecia. Nem sei como ele sobrevivia, como se alimentava e nem nada. Eu sabia que a gente tava em algum lugar grande. Pq tinham várias enfermeiras e outras pessoas sequestradas. Uma vez até testemunhei um motim de muitas pessoas que tentaram rebentar as correntes de uma porta. Eu sabia que devia ter passado muito tempo do meu sequestro, pois o Marujo foi ficando branco. Eu me sentia envelhecendo e me perguntava se meus pais ainda estariam vivos quando eu conseguisse fugir. Mas o sequestrador não envelhecia nunca. Às vezes entravam transmissões em telas de computadores ou tvs onde eu via meu ex, meus amigos e família me procurando. Mas eu nunca conseguia responder. Aí lá pelas tantas ele sequestrou um outro cara também que ficava preso perto de mim. Eu achava ele meio asqueroso... e o cara pediu pra o sequestrador deixar ele me estuprar também. O sequestrador permitiu e me trancou com o cara no meu cativeiro. E nos deixou um monte de camisinhas abertas e cheias de um líquido vermelho que parecia sangue. Mas antes disso, quando o sequestrador foi me deixar presa com o outro sequestrado, ele entrou no meu ""quarto""para garantir que a janela estava fechada, mas no meu quarto não tinha janela nenhuma. Foi só nesse momento que eu soube que uma das paredes era falsa e que ali sempre tinha tido uma janela sim. Eu sabia que talvez o outro sequestrado não quisesse me estuprar, mas sim tentar bolar um plano de fuga, então eu não sabia se ele era um agressor ou um aliado. Ao mesmo tempo, eu achava que, se ele fosse me estuprar, eu precisava manter o...
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Sonhei que eu era sequestrada por um cara e mantida por meses, talvez anos, em cativeiro como escrava sexual. No início o Marujo (meu cachorro) tava comigo, mas por eu ter tentado fugir tantas vezes, sequestrador tirou ele de mim. Ao invés de fugir, o Marujo se escondeu na lavanderia do lugar e eu podia ver ele quando eu descia pra lavar roupa. Ele se escondia no meio de muitos lençóis e saia quando eu aparecia. Nem sei como ele sobrevivia, como se alimentava e nem nada. Eu sabia que a gente tava em algum lugar grande. Pq tinham várias enfermeiras e outras pessoas sequestradas. Uma vez até testemunhei um motim de muitas pessoas que tentaram rebentar as correntes de uma porta. Eu sabia que devia ter passado muito tempo do meu sequestro, pois o Marujo foi ficando branco. Eu me sentia envelhecendo e me perguntava se meus pais ainda estariam vivos quando eu conseguisse fugir. Mas o sequestrador não envelhecia nunca. Às vezes entravam transmissões em telas de computadores ou tvs onde eu via meu ex, meus amigos e família me procurando. Mas eu nunca conseguia responder. Aí lá pelas tantas ele sequestrou um outro cara também que ficava preso perto de mim. Eu achava ele meio asqueroso... e o cara pediu pra o sequestrador deixar ele me estuprar também. O sequestrador permitiu e me trancou com o cara no meu cativeiro. E nos deixou um monte de camisinhas abertas e cheias de um líquido vermelho que parecia sangue. Mas antes disso, quando o sequestrador foi me deixar presa com o outro sequestrado, ele entrou no meu ""quarto""para garantir que a janela estava fechada, mas no meu quarto não tinha janela nenhuma. Foi só nesse momento que eu soube que uma das paredes era falsa e que ali sempre tinha tido uma janela sim. Eu sabia que talvez o outro sequestrado não quisesse me estuprar, mas sim tentar bolar um plano de fuga, então eu não sabia se ele era um agressor ou um aliado. Ao mesmo tempo, eu achava que, se ele fosse me estuprar, eu precisava manter o sequestrador perto o suficiente para tentar pedir a ajuda dele, se fosse o caso. Só que eu desenvolvi uma espécie de síndrome de Estocolmo, eu não achava mais necessariamente ruim ter relações com o sequestrador. Então, antes de ficar trancada com o outro cara, eu corri para o corredor para dar um beijo no sequestrador e pedir para ele ficar próximo, pois eu avisaria caso o cara tentasse fugir. (O que era mentira, eu ainda queria fugir, mas já via no próprio sequestrador também um possível aliado. Caso o outro realmente quisesse me estuprar, eu poderia fazer o sequestrador nos interromper dizendo que o cara tava tentando escapar.) No final, consegui evitar o estupro do outro cara convencendo ele de que o líquido nas camisinhas que o sequestrador tinha fornecido era uma espécie de veneno. Nesse dia entrou a transmissão pela tv das pessoas tentando me resgatar, mas eram imagens que pareciam antigas e com muitas falhas. Não dava pra saber há quantos anos tinham sido gravadas, ou se ainda estavam procurando por mim. Eu comecei a olhar o meu ""quarto""e vi que tinham detalhes que eu nunca tinha visto antes, e que talvez eu conseguisse fugir. Eu vi que uma porta que ficava fechada por correntes na verdade era dividida em 4 portas, duas em cima e duas em baixo, mas só as de baixo eram fechadas com correntes. Se eu empurrasse, eu conseguia escapar pelas de cima. Aí quando eu pude, eu fiz isso. Eu escapei para um salão que parecia uma recepção. Percebi que tava caminhando por um hospital estranho, de inseminação artificial. Tinham muitas mulheres em macas recebendo hormônios por todos os lados, até penduradas em macas suspensas nas paredes. Era difícil caminhar, pois tinha que praticamente pular por cima das macas. Eu comecei a tentar achar uma saída. Tava ficando aflita com a ideia que iam me recapturar. Eu não me olhava no espelho há muito tempo, mas sabia que eu devia estar suja e desgrenhada, e que eu chamava demais a atenção pra conseguir passar despercebida por muito tempo. Eu pensava na minha família e no quão horrível deveria ser ter passado todos esses meses, possivelmente anos, sem nem saber se eu tava viva ou não. Eu não sabia mais nem a minha idade. Eu queria ir buscar o Marujo na lavanderia, mas tive muito medo de ser sequestrada de novo, então decidi primeiro fugir e depois tentar voltar para resgatar ele. Quando eu já tava num andar baixo, consegui saltar por uma janela e escorregar até a rua. Eu nem acreditava que eu tava livre, e corri para uma estrada. As únicas pessoas que encontrei que poderiam me ajudar eram dois entregadores de água que tavam de bicicleta. E eu implorei para eles me tirarem dali. Um deles disse que se lembrava de ter me visto por ali há muitos e muitos anos (eu lembrei que vi ele no dia do meu sequestro, o que confirmou que eu realmente tinha ficado muitos anos sequestrada). O outro concordou em me dar uma carona, mas só até o meio da estrada. Ninguém tava muito disposto a ajudar e desconfiavam muito que eu estivesse mentindo. Mas pensei que o meio da estrada ou qualquer centímetro mais longe do meu cativeiro seria melhor do que nada. E aceitei a carona. Aí eu acordei.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
A questão da clausura, a incerteza sobre o tempo, o fato de que qualquer um pode ser um aliado (falta de carinho humano, companhia) vs qualquer um pode ser um agressor (pois qualquer um pode estar contaminado). A incerteza se meus pais ainda estarão vivos quando eu conseguir sair, o sequestrador que nunca envelhece (ou seja, invencível, como o vírus), o fato de sair em um hospital super lotado, a inseminação artificial (talvez isso esteja asociado ao fato de que, na minha idade, se quisesse ser mãe talvez eu esteja nos últimos anos em que isso ainda é possível, biologicamente falando. Embora isso não esteja nos meus planos conscientemente). Até mesmo o fato de eu ter tido que deixar o cachorro com minha família, pois eles vivem em uma casa, enquanto eu vivo em um apartamento e não posso sair com ele tanto quanto o necessário. Por fim, para além do covid talvez seja válido dizer que fui vítima de abuso sexual na infância, embora eu ache que isso também está bem claro no sonho.
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