SÓ QUEM É DA ROÇA SABE!
Oi meu amigo guru, qual é a pedida de hoje?
“Hoje eu quero saber como era a vida no sítio!”
Hoje é domingo, dia de missa, você já escutou o sino.. é ir a missa e depois do almoço dar uma pescadinha no tanque da Marisa, lá no poço da mineirona! Uma vez que o tamoio vai jogar la no itaquerê, não temos outra opção, ok? O sitio onde a gente morava era uma dadiva de Deus! Vejam vocês, tudo em abundância... para água, o cano não tinha torneira nem hidrômetro, jorrava 24h por dia; as fruteiras eram plantadas numa área de mais ou menos 4 quarteirões, as mais diversas plantas; laranja que em um só pé tinham 4 qualidades diferentes.
Meu pai se orgulhava dos enxertos que fazia! As galinhas também sempre em grandes quantidades, o galo carijó era nosso despertador e quando as vezes minha mãe achava um ninho com a galinha já querendo chocar, ela pegava um carvão e fazia uma cruz em cada ovo, para diferenciar de novos ovos que aparecessem no ninho.
Certo dia apareceu uma onda de raposas. Numa noite meu pai escutou um barulho, passou a mão num farolete e na cartucheira, e foi lá no rancho. E aí ele se assustou: Gente do céu, deu um tiro e matou a choca, ficaram todos os pintinhos piando, foi muito cruel!!
No sítio tinham as coisas boas, mas a vida era difícil e árdua: cortar cana, carpir cana, carregar vagão, e uma das piores coisas era esparramar adubo.. aquele cheiro horrível. Outro fato curioso que lá se passou foi quando um amigo foi operado e fomos visita-lo na santa casa, e na volta perguntaram: Vamos passar na serra d’água, tomar uma caipirinha? Na volta meu amigo Simão falou: “passe no posto morada do sol, quero comprar um garrafão de vinho para dar p meu sogro de presente de natal!” Mas quando chegou na serra d’água, um gaiato falou: “seu Júlio, o Sr não sabe o q viemos fazer aqui”. “Não tenho ideia”, falou meu pai! “Viemos trazer um garrafão de vinho para o Senhor!”...
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SÓ QUEM É DA ROÇA SABE!
Oi meu amigo guru, qual é a pedida de hoje?
“Hoje eu quero saber como era a vida no sítio!”
Hoje é domingo, dia de missa, você já escutou o sino.. é ir a missa e depois do almoço dar uma pescadinha no tanque da Marisa, lá no poço da mineirona! Uma vez que o tamoio vai jogar la no itaquerê, não temos outra opção, ok? O sitio onde a gente morava era uma dadiva de Deus! Vejam vocês, tudo em abundância... para água, o cano não tinha torneira nem hidrômetro, jorrava 24h por dia; as fruteiras eram plantadas numa área de mais ou menos 4 quarteirões, as mais diversas plantas; laranja que em um só pé tinham 4 qualidades diferentes.
Meu pai se orgulhava dos enxertos que fazia! As galinhas também sempre em grandes quantidades, o galo carijó era nosso despertador e quando as vezes minha mãe achava um ninho com a galinha já querendo chocar, ela pegava um carvão e fazia uma cruz em cada ovo, para diferenciar de novos ovos que aparecessem no ninho.
Certo dia apareceu uma onda de raposas. Numa noite meu pai escutou um barulho, passou a mão num farolete e na cartucheira, e foi lá no rancho. E aí ele se assustou: Gente do céu, deu um tiro e matou a choca, ficaram todos os pintinhos piando, foi muito cruel!!
No sítio tinham as coisas boas, mas a vida era difícil e árdua: cortar cana, carpir cana, carregar vagão, e uma das piores coisas era esparramar adubo.. aquele cheiro horrível. Outro fato curioso que lá se passou foi quando um amigo foi operado e fomos visita-lo na santa casa, e na volta perguntaram: Vamos passar na serra d’água, tomar uma caipirinha? Na volta meu amigo Simão falou: “passe no posto morada do sol, quero comprar um garrafão de vinho para dar p meu sogro de presente de natal!” Mas quando chegou na serra d’água, um gaiato falou: “seu Júlio, o Sr não sabe o q viemos fazer aqui”. “Não tenho ideia”, falou meu pai! “Viemos trazer um garrafão de vinho para o Senhor!” Oo muito obrigado!
Gente, hoje senti saudade do grupo escolar, do monumento que ficava em frente ao grupo escolar, senti o cheirinho da biblioteca, mas numa nova oportunidade eu falo! Hoje fui mais pelo lado do sitio. Onde gravei meu nome num pé de ameixa, que ficava do lado de uma frondosa mangueira que por sinal nunca deu frutos.
Como esse é o mês das festas juninas vou apenas comentar: Tem gente que pensa que um sertanejo é feito de camisa xadrez e calça com remendo e palha de milho no bolso, está completamente enganado, é muito mais do que isso!! É dignidade, é honestidade, é se doar ao próximo.. enfim é muita coisa.
E VIVA O SERTANEJO!!
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