Geraldo é professor de instrumentos dedilhados, especialista em violão e viola caipira. Referência de luta, trabalho e dignidade. Quando criança cursou até a 4a série na zona rural. Ainda lembra que havia aulas de segunda a sábado e não faltava por nada. Ao meio dia quando chegava da escola, já almoçava e ia pra roça encontrar e ajudar seu pai Nicola e seus irmãos, que também aguardavam a marmita que sua mãe Guilhermina já deixava pronto. Depois de um longo dia de trabalho, chegava em casa quase escurecendo, acendia uma lamparina para poder fazer a lição da escola no caderno que conservava limpo e sem orelhas. Depois de casado e com seus filhos, volta a estudar, faz supletivo e consegue concluir seus estudos até o Ensino Médio. Apesar das dificuldades vividas na infância, plantar milho, amendoim, arroz, feijão e colher, tudo era bom. Tornou-se uma pessoa realizada e muito feliz, ao lado de sua esposa, ao qual está casado há 36 anos. Tiveram dois filhos, o Lucas e a Janaína e cada qual o presenteou com um neto. Gosta de estar sempre na companhia de seu violão, que aprendeu sozinho a tocar. Quando um belo dia uma pessoa disse a ele que tocava bem e se já havia estudado música. Com um pouco mais de 30 anos decide entrar para escola de música e lá chegando encontra-se com Maria José Marotti onde pôde se aperfeiçoar, ao qual é grato por tudo que lhe ensinou. Em suas aulas, sente gratidão e orgulho por ter a oportunidade de ensinar além dos instrumentos os valores que aprendeu em sua infância. A importância de plantar, cuidar e colher bons frutos, desta forma Geraldo encanta seus alunos com suas histórias de vida.

Entrevistado no dia