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Por: Museu da Pessoa,

Lilian, a educadora infantil

Esta história contém:

Lilian, a educadora infantil

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“De toda a história da família mesmo, tio, primo, parentes todos, eu vou ser a primeira pessoa que vai ter um diploma universitário. É um sentimento aqui dentro que eu não sei descrever. Minha mãe é doméstica e meu pai, ajudante de mecânico. Eu sempre sonhei com isso: quis ser enfermeira, estilista, e hoje vou ser formada em Psicologia.

A casa de infância era simples, de madeira, mas lá dentro nós éramos muito felizes. Hoje tem água à vontade no morro, mas antes faltava água pelo menos duas vezes por semana. Então enchíamos os latões, balde, panela e meu pai havia ganhado uma banheira. Funcionava como tanque pra mãe lavar roupa, mas pra nós aquilo, quando enchia, era a nossa piscina. Na minha juventude a minha mãe abandonou a casa. Não aguentou o peso. Como filha mais velha, segurei a barra. Fiquei muito triste, abandonei minhas coisas.

Eu estava na metade do curso de Enfermagem com bolsa e não consegui terminar. O diretor da escola me humilhou, falou que eu não era nada, que eu não ia ser nada. Passei a pensar assim, que eu não ia ser nada. Fiquei sem estudar, batalhei no trabalho. Foram umas amigas que me convenceram a enfrentar o medo do preconceito que eu sofrer na faculdade. E logo que entrei, numa aula uma aluna disse que mulheres da comunidade gostavam de homens com fuzil. Eu me apresente “Meu nome é Lilian, moro na comunidade do Borel. Nunca namorei nenhum tipo de traficante, nunca gostei de nenhum fuzil, nunca gostei da realidade de onde eu vivo. Mas eu vivo lá, eu nasci lá e eu sobrevivo lá”.

Hoje trabalho no meu miniempreendimento, o Celebrando Festas*, que organiza eventos infantis. Nós levamos o garçom, nós contratamos alguém pra fazer bolo, salgadinho, contratamos som, fumaça, tudo o que o cliente quiser nós contratamos e levamos. Mas trabalhar com criança é algo que eu faço há tempos, foi meu primeiro emprego de carteira assinada. Faz mais de dez anos que trabalho na...

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Dados de acervo

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Projeto Mulheres Empreendedoras Chevron

Depoimento de Lilian Maria da Conceição

Entrevistada por Raul Varela

Local: Rio de Janeiro

Data: 21/05/2012

Realização: Museu da Pessoa

Código do depoimento: MEC_HV027

Transcrito por Adriana Rinaldi / MW Transcrições (Mariana Wolff)

Revisado por Grazielle Pellicel

P - Raul Varela

R - Lilian Maria da Conceição

P – Bom, em nome do Museu da Pessoa e do projeto Mulheres empreendedoras da Chevron, muito obrigada, Lilian, pelo seu depoimento. E vamos iniciar. Qual é seu nome, local e data de nascimento?

R – Meu nome é Lilian Maria da Conceição Valentim, porque casei, adquiri o nome do meu esposo. É, eu nasci mesmo no Rio de Janeiro (RJ) e no dia 13 de novembro de 1981.

P – E o nome dos seus pais?

R – O nome do meu pai é Josué Borges da Conceição. O da minha mãe é Maria Elisa dos Santos da Conceição.

P – O que é que seus pais faziam?

R – A minha mãe é doméstica e o meu pai é ajudante de mecânico.

P – Como é que você poderia descrever o seu pai e a sua mãe?

R – Meu pai e a minha mãe, é... Eu acredito que são uma das coisas mais importante pra mim, em minha vida. Meu pai, eu posso descrever que é uma pessoa simples. Nasceu aqui no Borel e tudo mais, mas ele é um homem muito trabalhador. Meu pai não tem medo de trabalho. Qualquer tipo de trabalho, se ele estiver com saúde, ele sempre pegou qualquer, sempre exerceu qualquer tipo de atividade. Atividade braçal, porque ele tem pouco estudo. Mas, eu descrevo meu pai assim, um homem muito trabalhador. E a minha mãe, uma pessoa humilde também e muito esforçada, muito trabalhadora também.

P – Você tem alguma memória dos dois? Algum dia que foi marcante, que seu pai te disse alguma coisa, sua mãe?

R – Assim, apesar de eles serem muito simples, não terem tido oportunidade de estudar e tudo mais, eles sempre me incentivaram muito a estudar. Sempre me incentivaram; e essa é a lembrança que eu tenho do meu pai e da...

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