Fui para escola desde a barriga de minha mãe. Ela era faxineira de uma pequena escola rural no interior de Minas Gerais no ano de 19984. Tenho muitas boas lembranças dessa época, minha alegria era usar o material que por vezes era descartado pelos professores - atividades, desenhos, textos. Levá...Continuar leitura
Fui para escola desde a barriga de minha mãe. Ela era faxineira de uma pequena escola rural no interior de Minas Gerais no ano de 19984. Tenho muitas boas lembranças dessa época, minha alegria era usar o material que por vezes era descartado pelos professores - atividades, desenhos, textos. Levá-os para minha casa e passava horas tentando aprender e inventando histórias.
Já na idade escolar em 1991, era uma alegria ir para escola. Um dia me disseram que eu escrevia bem e recomendaram que eu continuasse a ler, pois ler era pra mim era coisa mais espetacular dos meus dias, de minha vida.
Esta escola era fundamental I e logo fui estudar na cidade, Andradas, na antiga 5º série. Lá tinha biblioteca! Parecia ser tão grande! Mais uma vez me vi feliz entre os livros e assutada com a nova escola.
Como eu estudava em escola pública,, nunca pensei até a coclusão do ensino médio cursar uma faculdade. Minha familia muito simples não dispunha do dinheiro para as mensalidades, mas o tempo passou e u sentia um a vazio muito grande, não entendia bem o que era, mas continuar eu não poderia.
Lembre-me que na eópoca lía "A Hora da Estrela"
de Clarice Lispector e me senti a verdadeira Macabéa, e logo pensei que não precisava terminar como ela, foi então que em 2006 contra tudo e todos me matriculei no curso de Letras Licenciatura, sem ter a menor ideia de como iria arcar com as mensalidades.
A cada aula minha paixão por literatura aumentava, ficava boaquiaberta com o tanto de livros que eu ainda tinha que ler e queria todos pra mim e pensava;"como uma pessoa vive sem ler?". A leitura alimentava minha alma.
No ultimo ano de faculdade fui trabalhar em uma biblioteca em Santo Antonio do Jardim/SP, divisa com Minas. A biblioteca era minha casa, contar histórias era minha vida.
Em 2013, grávida do Arthur passei no Concurso da Secretária de Educação do Estado de São Paulo e em 2014 assumi meu cargo em Campo Limpo Paulista.
Além da escola publica também trabalhei na rede particular, não foi fácil, pois é um caminho cheio de pedras e descaso, porém sempre tive muito prazer em ensinar e aprender com meus alunos.
Há algum tempo atras, eu até me questionava o porquê da Licenciatua, mas compreendi que sempre estive neste caminho, que sempre foi um prazer trilhar por ele.
Já com meu segundo filho e o Arthur recém diagnosticado com Autismo, com muitos problemas financeiros, onde passamos por muitos acontecimetos desagrádaveis, não tive outra escolha a não ser deixar minha carreia acadêmica e ser mãe, mãe de uma criança especial que dependia completamente de mim, e com certeza foi a decisão mais dificl que tomei, pois sentia que nasci professora e meu melhores amigos eram os livros.
Não era o fim. Era uma pausa.
Em 2017
em meio ao turbilhão de terapias e acões judiciais e a falta de tudo, comecei a pensar em cursar pedagogia para ajudar o próprio Arthur.
Mas não tinhamos grana pra nada, nem pro básico do básico, isso ficaria para um dia.
No Natal de 2017 o pai do Arthur e da Isis teve um infarto fulminate. Eu tinha que recomeçar. Mais uma vez a educação me salvou, me acalentou e me deu uma nova perspectiva para o futuro.Recolher