P2 – Oi, Arnaldo!
R – Oi, Vanessa!
P2 – Vou pedir para você repetir o seu nome de novo e o seu local e data de nascimento.
R – Meu nome é Arnaldo Nunes Giannini. Eu nasci em Santo André, em 26 de dezembro de 1945.
P2 – O nome dos seus pais?
R – Meu pai, Santi Gino Giannini, minha mãe, Albertina Nunes Giannini.
P2 – Seus avós?
R – Meus avós paternos, Olímpio Giannini e Zelinda Giannini. Maternos, João Nunes e Isolina Nunes.
P2 – Você pode falar um pouco da origem do seu sobrenome, da sua família?
R – Claro, com muito prazer. Nossa, com muito prazer! Meu pai é natural de uma cidadezinha chamada Foiano della Chiana, que fica na região da Toscana, na Itália. É uma cidade medieval, data de 1470 e alguma coisa – não me lembro exatamente – eu vi a placa lá no muro da cidadela, mas não me lembro mais. Estive lá agora, há pouco tempo, pela terceira vez. É um doce de lugar, uma gracinha. A primeira vez que eu estive lá faz aproximadamente uns vinte anos. Eu, com uma certa resistência e uma pequena dose de coragem, abordei duas senhoras que estavam dentro de uma loja se existia ainda naquela cidade família Giannini. Elas me disseram que existiam duas famílias Giannini, mas eu não tive coragem de procurar, não! Porque a gente tinha perdido contato desde que a minha avó, a mãe do meu pai, faleceu – que era ela quem se correspondia com a Itália, e ela faleceu –, eu era adolescente ainda. A gente perdeu o contato, então não me senti à vontade para procurar essas pessoas. Talvez devesse tê-lo feito, mas não o fiz. Mas tenho sim grande orgulho da minha origem.
P2 – Você tem irmãos?
R – Tenho uma irmã mais velha, Edna Giannini, que vive hoje em Natal, no Rio Grande do Norte – casada também, com filhos –, e tenho um irmão mais novo, Eduardo Nunes Giannini, que mora em Santo André, está lá até hoje.
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Continuar leituraP2 – Oi, Arnaldo!
R – Oi, Vanessa!
P2 – Vou pedir para você repetir o seu nome de novo e o seu local e data de nascimento.
R – Meu nome é Arnaldo Nunes Giannini. Eu nasci em Santo André, em 26 de dezembro de 1945.
P2 – O nome dos seus pais?
R – Meu pai, Santi Gino Giannini, minha mãe, Albertina Nunes Giannini.
P2 – Seus avós?
R – Meus avós paternos, Olímpio Giannini e Zelinda Giannini. Maternos, João Nunes e Isolina Nunes.
P2 – Você pode falar um pouco da origem do seu sobrenome, da sua família?
R – Claro, com muito prazer. Nossa, com muito prazer! Meu pai é natural de uma cidadezinha chamada Foiano della Chiana, que fica na região da Toscana, na Itália. É uma cidade medieval, data de 1470 e alguma coisa – não me lembro exatamente – eu vi a placa lá no muro da cidadela, mas não me lembro mais. Estive lá agora, há pouco tempo, pela terceira vez. É um doce de lugar, uma gracinha. A primeira vez que eu estive lá faz aproximadamente uns vinte anos. Eu, com uma certa resistência e uma pequena dose de coragem, abordei duas senhoras que estavam dentro de uma loja se existia ainda naquela cidade família Giannini. Elas me disseram que existiam duas famílias Giannini, mas eu não tive coragem de procurar, não! Porque a gente tinha perdido contato desde que a minha avó, a mãe do meu pai, faleceu – que era ela quem se correspondia com a Itália, e ela faleceu –, eu era adolescente ainda. A gente perdeu o contato, então não me senti à vontade para procurar essas pessoas. Talvez devesse tê-lo feito, mas não o fiz. Mas tenho sim grande orgulho da minha origem.
P2 – Você tem irmãos?
R – Tenho uma irmã mais velha, Edna Giannini, que vive hoje em Natal, no Rio Grande do Norte – casada também, com filhos –, e tenho um irmão mais novo, Eduardo Nunes Giannini, que mora em Santo André, está lá até hoje.
P2 – Arnaldo, você pode falar um pouco para a gente da sua infância?
R – Puxa vida! Vamos fazer uma regressão aqui. Eu tive uma infância muito simples, mas certamente muito feliz. Nós éramos uma família muito simples, morávamos em uma casa no centro de Santo André, uma casa daquelas casas antigas, casas vazadas que você vai passando dentro de um cômodo para entrar no outro. Morávamos meus pais, os três irmãos e a minha avó paterna, avó por parte de pai, até que ela faleceu. Era um terreno muito comprido, muito longo, a gente tinha um quintal imenso com árvores frutíferas e aproveitava muito aquilo. Eu sou do tempo em que a gente jogava futebol na rua e as crianças tinham uma liberdade muito grande, empinava papagaio, jogava pião, fubeca, bola, corria, carrinho de rolimã, essas coisas todas. Foi uma infância muito gostosa, embora muito simples, mas muito agradável. Eu cresci entre amigos no bairro e fui na escola desde o primeiro momento – acho que comecei a escola com cinco anos, um ano antes do pré-primário. Mas foi muito gostoso, me lembro ainda de alguns amigos. Não tenho mais nenhum amigo da minha época de infância – até porque a vida nos leva para caminhos diferentes –, mas me lembro de alguns poucos ainda daquela época, que foi uma época muito gostosa.
P2 – Qual era a atividade dos seus pais?
R – Meu pai era operário na General Motors, operário na área de produção, e minha mãe cuidava da casa. Ela não tinha atividade profissional fora da casa, era só dona de casa mesmo.
P1 – Você disse que entrou na escola aos cinco anos, você se lembra da sua primeira escola?
R – Lembro, lembro.
P1 – Como era?
R – Era uma escola de freiras. É engraçado que o nome da escola... A gente chamava de creche, como é até hoje. Eu não me lembro o nome da escola porque eu ia na creche, então eu fui nessa escola de freiras, um ano no jardim da infância, um ano no pré-primário e a primeira e a segunda-série, na época, do curso primário. Depois eu me mudei para a escola pública, porque essa escola era paga e nós não tínhamos mais condições de pagar escola particular, então eu fui para o grupo escolar que tinha também próximo de casa, que era uma escola pública. E eu me lembro o nome, viu? Professor José Augusto de Azevedo Antunes, grupo escolar que também ficava no Centro de Santo André.
P1 – O que mais você lembra dessa escola além do nome? Algum fato interessante, alguma coisa que tenha te marcado esse período?
R – Na minha infância do primário? Não me lembro de nenhum fato relevante. Lembro vagamente de uma professora, dona Penha, que era um terror (risos) para todas as crianças; mas engraçado, eu me lembro dela. Na fase das freiras eu me lembro da irmã Rosali, que era um doce de pessoa. Eram os opostos, mas acho que são bem vagas essas lembranças do meu tempo de infância, bem vagas para essa questão da educação, questão da escola.
P1 – Depois, a partir disso, você foi para o ginásio?
R – Em 1956, quando eu terminei o quarto ano primário, você tinha – em São Paulo, em Santo André – um negócio que chamava exame de admissão ao ginásio; era um vestibulinho, digamos assim. Eu tinha uma tia professora que tinha duas amigas que tinham recém montado um cursinho de admissão, então enquanto eu fiz o quarto ano primário, no segundo semestre eu fui fazer o preparatório para entrar no ginásio com essas amigas da minha tia. Estudava de manhã e de tarde já naquela época, criança ainda, com dez anos. E foi muito bom porque eu passei no exame de admissão ao ginásio, consegui classificação porque, como o vestibular, os primeiros classificados conseguiam as vagas; eu consegui entrar e esse curso, do qual eu fui da primeira turma, ficou muito famoso em Santo André e existe, acho eu, até hoje, que é o Curso Estoco. Não sei se você já ouviu falar. É um curso muito famoso. Depois de anos cresceu muito, se tornou ensino médio, fundamental e curso superior. Uma escola que cresceu muito e ficou muito bem quista na região, mas como uma escola de ponta. Muito interessante esse fato.
P1 – Por quê? Tinha uma pedagogia inovadora?
R – Acho que sim. Eu não acompanhei. Meus filhos, inclusive, não estudaram nessa escola, mas era tida como uma das melhores escolas da região, o Curso Estoco.
P1 – E a partir daí você fez?
R – A partir daí foi muita malandragem, porque eu não gostava da escola, não gostava de estudar. Eu levei oito anos para fazer o ginásio – todo mundo leva quatro, eu levei exatamente o dobro – e só despertei novamente para a necessidade de estudar... Eu queria ser jogador de futebol, meu sonho era ser jogador de futebol. Não era dos piores, até que dava minhas marretadas, mas evidentemente isso não deu certo. Fui trabalhar aos catorze anos para ajudar na renda familiar, e acho que só criei juízo mesmo aos dezessete – foi quando comecei a estudar novamente –, e então terminei o ginásio com dezoito anos. Fui fazer o colegial, na época era Clássico e Científico, eu fui fazer o científico porque meu sonho era fazer Medicina, então eu fui fazer o científico na área. O científico já era dividido em Exatas e Biológicas, eu fui fazer o científico para Biológicas. Fiz os três anos de científico, mas não tinha dinheiro para fazer um curso de medicina porque precisava trabalhar e não existia curso de Medicina noturno. Quando eu terminei o colegial eu não tinha a menor idéia do que eu ia fazer da minha vida. Um dos amigos que tinha feito colegial comigo passou em casa, um dia, e disse assim: “Olha, em São Caetano estão montando uma faculdade de Administração. Vamos lá fazer vestibular?” “Vamos, não tenho nada para fazer mesmo.” Fomos lá e nos inscrevemos, era a Escola Superior de Administração de Negócios daqui da Liberdade, a ESAN, que estava montando uma filial –
se é que pode chamar assim – São Caetano. Nós fomos, fizemos o vestibular e passamos os dois, entramos. Eu virei estudante de Administração pelo mais absoluto acaso. Essa escola foi incorporada, no ano seguinte, pela Prefeitura de São Caetano, virou Instituto Municipal de Ensino Superior, que hoje é conhecido na região – é o IMES –, hoje é uma universidade. Cursei os quatro anos de Administração, me tornei um profissional da área de Administração e absolutamente com nenhuma frustração. Quer dizer, embora não tenha cursado Medicina, acabei me dando bem. Por acaso, mas acabei me dando bem. Já trabalhava muito tempo, desde os catorze anos, e me formei na faculdade com 25, por causa do meu atraso.
P1 – Esse primeiro trabalho seu, aos catorze anos. O que você fazia?
R – Então, estava contando ali para a Vanessa: eu comecei como aprendiz de eletricista na General Motors do Brasil, em um convênio com o SENAI. Eu fazia seis meses na escola, seis meses na fábrica, durante três anos. Eu sou eletricista formado pelo SENAI.
P1 – Mas essa escolha sua foi por que você quis ou foi pressão?
R – Essa escolha foi uma indicação. Na realidade, quando eu fiz o exame na General Motors, a General Motors dava preferência para filhos de empregado. Lá também tinha um número limitado de vagas e você passava por uma prova de seleção. Acontece que naquela época os filhos de operários tinham, no máximo, curso primário, e eu já estava na terceira série do ginásio, então eu passei muito bem na prova de seleção da General Motors. Para falar a verdade, eu fui o primeiro colocado, aí eles me deram o direito de escolher, mas eu não fazia a menor idéia se eu queria ser torneiro mecânico, ajustador mecânico, fresador, eletricista, marceneiro... Não fazia a menor idéia do que eu queria ser. Aliás, não queria ser coisa nenhuma, eu estava lá por pura necessidade. Eu tinha um tio que também trabalhava na General Motors, que era amigo do orientador profissional da General Motors da área de Recursos Humanos, e ele falou: “Então vai conversar lá com o orientador.” O cara me orientou a escolher Eletricidade, falou: “Olha, eu acho que a área de Eletricidade está se desenvolvendo muito, Engenharia Elétrica... Amanhã você pode estudar Engenharia e tal.” Eu falei: “Está bom, então eu vou ser eletricista.” Foi assim que eu virei eletricista, também por acaso. Você vê como as coisas aconteceram por acaso na minha vida? Foi assim que eu virei eletricista, não foi por nenhuma pretensão inicial ou habilidade, foi realmente por acaso.
P1 – Depois, na faculdade de administração... Parece que gostou, né?
R – Eu me identifiquei com o curso, claro. É engraçado, embora eu tivesse feito Biológicas no científico, como eu não queria fazer Engenharia – eu queria fazer Medicina... Eu sempre tive facilidade na área de Exatas, e Administração você estuda Estatística, estuda Matemática, e eu me dei muito bem com essas coisas. Eu achava – pelo menos na época, não posso avaliar hoje – o curso de Administração uma coisa muito vaga, muito genérica. Não é efetivamente um curso que forma, mas como eu já era profissional de empresa... Quer dizer, eu só trabalhei como eletricista enquanto fiquei na General Motors. Em 1963, o Brasil passou pela sua primeira grande crise, que foi pré-revolução, governo do João Goulart e tal. A indústria teve uma queda violentíssima, a General Motors mandou embora trinta porcento dos seus empregados, eu fui demitido naquela leva e nunca mais voltei a trabalhar como eletricista, aí eu enveredei – vocês vão gastar muito tempo ouvindo minha história, hein!
P1 – Nós estamos aqui para isso.
R – Está bom. Naquela época jovem com dezessete anos não arrumava emprego porque era período pré-militar. A minha irmã trabalhava na Pirelli em uma nova atividade, que era o setor de processamento de dados, estava chegando no Brasil a IBM com o setor de processamento de dados. Ela conseguiu que a Pirelli desse uma carta me indicando na IBM para fazer o curso de processamento de dados. Então eu vim fazer aqui em São Paulo, morando em Santo André, sem nunca ter vindo a São Paulo – acho eu, sei lá, nem me lembro direito disso – vim fazer um curso na Barão de Itapetininga. Nunca me esqueço, a escola da IBM era na Barão de Itapetininga. Eu vinha durante três meses todos os dias para São Paulo para fazer um curso na IBM para me tornar um operador-programador de máquinas IBM – que ainda não eram computadores, era chamado sistema convencional. Fiz o curso, me formei pela IBM e, na sequencia do curso, fui trabalhar no Mappin como operador-programador. Trabalhei dois meses no Mappin, porque quando no Mappin chegam as festas de final de ano o volume era tão grande de trabalho – por razões óbvias – e eles trabalham por turno, e o safado do gerente, que acho que não gostava muito de mim, resolveu me colocar no turno que começava às duas da tarde até às dez da noite. Eu estava estudando na época, tinha resolvido voltar a estudar decentemente: “O senhor não pode fazer isso comigo, vão começar as provas, se o senhor fizer isso eu vou perder o ano!” “Problema seu.” “Então passar bem, até logo. Vou embora. Vou terminar o ginásio finalmente, preciso terminar o ginásio.” Era o meu último ano do ginásio, então eu trabalhei apenas dois meses no Mappin nessa área de processamento de dados. Fiquei muitos anos sem trabalhar nisso, fui fazer muitas coisas, mas muitas coisas mesmo. Eu fui trabalhar na Gemmer de São Bernardo do Campo, que era uma indústria metalúrgica que produz auto peças. Trabalhei na Gemmer como auxiliar de administração de produção durante uns seis meses e saí para ir trabalhar na Firestone – que ficava a um quilômetro da minha casa, mais ou menos –, para ir trabalhar pela primeira vez, na minha carreira, na área de administração de pessoal, futura área de Recursos Humanos. Fui ser auxiliar de folha de pagamento, olha que coisa linda! Vocês não chegaram a conhecer aquela maquininha que virava assim, chamava Facit? A gente calculava a folha de pagamento na Facit e depois, no dia do pagamento, vinha o banco e trazia aquela montanha de dinheiro. A gente contava o dinheiro, colocava no envelope, pagava as pessoas em dinheiro e quando você acabava de contar e faltava ou sobrava dez cruzeiros, você tinha que tirar tudo e contar tudo de novo, que não podia sobrar nem faltar um tostão. Você ficava até de madrugada contando dinheiro, era uma festa. Trabalhei na Firestone por menos que um ano, não me lembro exatamente o número de meses, e naquela época emprego era uma coisa farta, uma maravilha. Que inveja daqueles tempos. Saí da Firestone para ir trabalhar nas Tintas Coral, que também ficava em Santo André, como auxiliar do departamento de custos só porque era bom na maquininha, em custos você precisava usar a maquininha o dia inteiro, calculando os componentes químicos das tintas e tal, as fórmulas... O dia inteiro aquele negócio, auxiliar de custos. Lá fui eu para as Tintas Coral, trabalhar nas Tintas Coral. Trabalhei lá menos de um ano também, e saí das Tintas Coral para ir trabalhar na Porcelana Mauá, em administração de pessoal de novo. Começava a pintar a minha vocação, mas a Porcelana Mauá era um desastre total, ô empresinha atrasada, coisa horrorosa! Em Mauá tinha duas fábricas de porcelana, a Porcelana Mauá e a Porcelana Real; a Porcelana Real era famosa, porcelana fina e tal, a Porcelana Mauá era uma coisa mais grosseira, mais de carregação mesmo. Eu também não aguentei muito tempo na Porcelana Mauá, saí da Porcelana Mauá, fui trabalhar na Rhodia. A Rhodia tem uma passagem muito legal. Voltei a trabalhar em processamento de dados na Rhodia e fiquei na Rhodia alguns meses até que chegou o carnaval – aí eu e as minhas rebeldias, têm uma certa presença até hoje na minha vida –, a Rhodia disse: “Bom, quem não trabalhar em área cuja presença é indispensável está liberado no Carnaval, quem trabalha em área vai ter que trabalhar.” Eu disse: “Ah, não. De jeito nenhum. Como assim, uns vão ser dispensados e outros vão ter de trabalhar? Estou fora, não tem hipótese!” E não apareci para trabalhar no Carnaval. Eu adorava Carnaval, queria saber era de folia, não apareci para trabalhar. Claro que quando eu voltei, na quarta-feira de cinzas, fui demitido. Tremendo cara-de-pau! Fiquei uns dois meses desempregado e fui trabalhar na Pirelli como auxiliar de orçamentos, na área de orçamento. Já tinha trabalhado em custos, lidava bem com os números e tal, fui trabalhar em orçamentos e lá fiquei mais alguns meses – todos os meus empregos nessa época foram de menos de um ano. De novo, pelas mãos da minha irmã, que tinha ido trabalhar no bureau da IBM em São Bernardo do Campo... A IBM tinha montado um bureau de serviços para fazer processamento de dados para clientes, surgiu uma vaga de operador-programador e fui para a IBM. Pela primeira vez passei mais de um ano em um emprego – pela segunda, porque eu tinha ficado três anos no início da carreira lá na GM. Fui ser de novo operador-programador de sistema convencional. Ainda não tinha chegado os computadores no Brasil, e lá fiquei quase dois anos. Mas o bureau é uma coisa muito interessante, o bureau tem uma fase do mês, que é mais ou menos do dia vinte ao dia cinco, onde o volume de trabalho é muito grande, porque as empresas todas faziam processamento de folha de pagamento, de controle de estoque, de contabilidade, essas coisas todas que você faz no fechamento do mês, então a gente tinha que trabalhar 24, 36 horas direto, varava a noite, dormia às vezes em cima dos caixotes e continuava trabalhando; nos outros 15 dias você não tinha nada para fazer, era um ciclo muito engraçado da nossa vida. Então, a profissão já era muito bem remunerada e a gente ganhava hora-extra feito louco porque passava noites trabalhando. Naquela época eu ganhava um salário maravilhoso – isso eu estou falando de 1967, 68 –, eu tinha um salário assim esplêndido. Foi quando inclusive eu fiz uma boa poupança, porque eu ganhava muito bem. Só que, ao final de dois anos, a IBM resolveu mudar o bureau – eu não me lembro exatamente o que aconteceu – e eu sobrei nessa história. Eu dei uma guinada, isso foi em 1969, começo de 69, e eu estava noivo dessa jovem senhora que é minha esposa atualmente. Eu tinha então uma poupança para casar e surgiu, meu cunhado me propôs abrir um negócio junto com ele que na época se chamava Agência de Empregos. Nada mais é do que uma empresa hoje de hunting, de colocação de pessoal, de seleção. O modelo na época era muito diferente, o modelo era os empregados que pagavam a conta, não eram as empresas, os empregados é que pagavam para você conseguir uma colocação para eles, isso lá na região... Aqui em São Paulo já começava, várias empresas já faziam o modelo atual, cobrando dos clientes empresas e não dos clientes pessoa física. Nós tentamos implantar esse modelo lá na região e uma dificuldade imensa, porque as empresas: “Por que eu vou pagar? O empregado que pague! Ele quer emprego, problema dele.” A gente foi bem desbravador daquele mercado, implantando essa noção de que era importante que a empresa pagasse pelo serviço porque, assim, a gente podia prestar um serviço de qualidade. A gente montou um negócio e foi uma dificuldade muito grande, eu acabei me endividando e tendo que trabalhar muito para pagar as dívidas. Quando eu consegui pagar as dívidas eu estava quase terminando a faculdade, que foi em 1971, eu entrei para participar de alguns programas de trainee e – mais uma das coincidências da minha vida – eu passei no programa de trainee da General Motors. Eu recomeçava minha carreira na mesma empresa onde eu tinha começado há onze anos atrás, e as duas pode-se dizer como aprendiz: a primeira como aprendiz do SENAI e a segunda como trainee de Administração. Eu vendi meu escritório, entreguei para um rapaz que era um grande amigo que eu tinha trazido para ser meu sócio, mas um sócio que tinha entrado sem nenhum capital porque ele não tinha onde cair morto também. Deixei a empresa para ele, tipo: “Quando você puder você me paga”. Calculamos lá um valor. Na época o meu irmão trabalhava comigo, menino ainda, meu irmão era bem mais novo do que eu, nove anos mais novo: “Você dá uma participação para ele e depois você me paga alguma coisa. Você toca o negócio.” E fui ser trainee na General Motors. Isso em janeiro de 1972. Então 1972, trainee na General Motors em vendas, depois em 1974, Banco Crefisul, Recursos Humanos de novo. Aí a minha carreira deslanchou em Recursos Humanos, o Crefisul foi minha grande escola, passei lá nove anos. De lá fui pro Grupo Accor, fiquei quatro anos já como diretor de Recursos Humanos a partir de 1982. Do Accor eu fui para o Credicard e fiquei mais nove anos no grupo entre Credicard e Citibank, até 1995. Voltei para vendas, passei três anos em vendas na OdontoPrev. Voltei para Recursos Humanos em 98, Banco Bandeirantes e a partir de 2001 na Orbitall, onde estou até agora.
P1 – E o que você faz na Orbitall?
R – Na Orbitall, hoje, além de eu ser responsável pela área de Recursos Humanos, que é a minha área maior, agora eu sou responsável também por Administração Patrimonial e sou também responsável pela área jurídica da empresa. Eu tenho 110 pessoas na minha área, mas a menina dos olhos continua sendo a área de Recursos Humanos. A Orbitall é uma empresa de um modelo muito moderno de gestão, é uma empresa muito aberta, uma empresa muito interessada no desenvolvimento das pessoas. Nós investimos muito no desenvolvimento das pessoas. Nós temos alguns valores importantíssimos que é transparência, que é camaradagem, que é os princípios éticos intransigentes, eu diria, absolutamente intransigentes. A Orbitall é hoje uma empresa de três mil funcionários, uma empresa de tecnologia de informática e é um lugar agradabilíssimo para se trabalhar, agradabilíssimo. Um lugar onde nós temos um ambiente muito agradável, muito camarada, muito amigo e uma empresa com excelentes resultados, o que é importante, é um binômio absolutamente importante, onde você tem qualidade de vida no trabalho e produz os resultados que os acionistas esperam. Acho que hoje a gente consegue com que a empresa tenha esse jeitão, essa cara, o que é muito agradável, o que é muito positivo, muito bom.
P1 – Eu queria saber como é que você se envolveu com esse grupo de estudos, GERH [Grupo de Estudos de Recursos Humanos].
R – Vamos voltar no tempo. Em 1980, um cidadão chamado Hugo Franco Barbieri convocou um grupo de profissionais de Recursos Humanos para uma reunião na SulAmérica Seguros, na Avenida Paulista, e lançou a ideia da gente formar um grupo de profissionais que não era uma coisa incomum. Na época existiam outros grupos de profissionais, mas um grupo de profissionais ligado ao mercado financeiro, como sempre, para troca. O que se chama hoje de benchmarking, na época, era troca de informações, experiências, e assim nasceu o GERHOF, Grupo de Estudos de Recursos Humanos das Organizações Financeiras, e foi assim que eu me envolvi. Em 1982, 83 – eu não tenho essa data precisa, mas outros depoimentos certamente o farão –, esse grupo se fundiu com outro grupo que já se chamava GERH, não tinha o OF no final, era também um grupo de estudos de Recursos Humanos. Então nós tiramos o OF porque essa turma que vinha não era uma turma do mercado financeiro, era uma turma muito mais da área industrial, e o GERH se consolidou com esse outro grupo, e lá estamos com uma convivência agradabilíssima até hoje. Passamos por fases muito interessantes ao longo da nossa vida profissional. A gente começou como um grupo comum, como todos os outros. Um grupo com regulamentos, com estatutos, com regras, com normas: normas de admissão, normas de demissão, normas de comparecimento e normas de coordenação; era um grupo absolutamente normativo e burocrático quando nasceu, e ao longo do tempo esse grupo foi evoluindo e amadurecendo. Eu não sei precisar em que ano, mas acho que é alguma coisa entre dez e quinze anos, um membro do grupo, que é o Fernando Calvet, sugeriu: “Acho que esse grupo tem maturidade suficiente para não precisar mais de um coordenador.” Nós todos nos espantamos: “E como vai ser isso?” “É muito simples, a gente faz um calendário para o ano de reuniões e cada membro do grupo assume uma reunião.” Nós éramos mais de trinta membros, na época: “Vamos passar dois, três anos até voltar a ter que coordenar uma reunião.” A gente faz a nossa reunião mensal até hoje, e foi assim que o grupo passou a abandonar a sua rigidez e se tornou muito mais flexível, tanto para adesão dos novos membros. O grupo buscou a diversidade, buscou trazer muitas mulheres. Era um grupo de homens apenas, então investiu em busca de mulheres para fazer parte do grupo. Investiu em gente mais jovem, porque o grupo sentia que se não houvesse renovação o grupo iria envelhecer muito. E, de fato, eu diria que ele envelheceu, se não muito, pelo menos razoavelmente: hoje a maioria do grupo tem mais de cinquenta anos de idade. Mas a gente conseguiu trazer, atrair gente mais jovem, já temos alguns membros na faixa dos trinta, outros na faixa dos quarenta, então um grupo que se atualizou, eu diria um grupo que abriu mão daquelas premissas e regras: “Não, tem que ser diretor para entrar no grupo. Tem que ser isso, tem que ser aquilo...” Não tem que ser coisa nenhuma. Como eu dizia antes para a Vanessa, é um grupo que não tem vínculo com as empresas onde trabalhamos, nenhum vinculo, é um grupo de pessoas, de amigos, que para entrar a premissa básica é que seja um profissional de Recursos Humanos. Esse paradigma a gente não quebrou ainda, mas eu acho que não tarda muito a quebrar, mas depois disso você é membro vitalício. Não importa o que você vai fazer. Alguns de nós se tornaram empresários e continuam no grupo, outros mudaram de área, são profissionais e continuam no grupo, as pessoas vão fazer assignments fora do país e continuam no grupo, quando voltam para o país são membros do grupo. E assim o grupo foi se expandindo, hoje a gente tem cadastrados aproximadamente sessenta membros. Ativos, aproximadamente cinquenta.
P1 – Para você, quais foram as grandes questões abordadas ao longo desses 25 anos?
R – Olha, o grupo passou por momentos muito interessantes. A gente pode dizer que o GERH foi um grupo de vanguarda. O GERH discutiu, por exemplo, na década de 80, ética e cidadania, que não era uma coisa da moda. Nós fizemos um evento na PUC, em São Paulo, discutindo essa questão de ética e cidadania, montamos um trabalho em cima disso e alguns dos nossos colegas de grupo – mais especificamente Fernando Lima e o João... Ai meu Deus, João do quê?
P1 – João Marcos?
R – Não. Puxa vida, ele está aí. Olha como a gente vai ficando velho e perdendo a...
P1 – João Augusto?
R – Também não é o João Augusto. Eles montaram uma apresentação e saíram divulgando aqueles conceitos de ética e cidadania em escolas, em empresas, em comunidades, fizeram um sem número de palestras discutindo a questão de ética e cidadania. Isto foi acho que um ou dois anos antes do Collor. Olha que coisa interessante, o grupo foi vanguardista nesta questão das experiências que durante alguns anos estiveram na moda – estão até hoje, mas estiveram muito mais em voga –, que foram aquelas experiências de treinamento ao ar livre. Não sei se vocês ouviram falar do Teal. Entre outros, o Teal é um exemplo e o grupo se propôs a fazer a experiência para conhecer. Nós tivemos lá em Embu, no Rancho Silvestre, um grupo de Teal, e foi muito interessante conhecer a experiência de Teal. Deixa eu me lembrar que outras experiências inovadoras que o grupo proporcionou, deixa eu me lembrar... A memória me trai aqui.
P1 – Daqui a pouco volta. Como é feita a gestão desse conhecimento, Arnaldo? Ou seja, como esse conhecimento que vocês produzem, que o grupo produz, de alguma forma é retido, é multiplicado?
R – Não tem forma, é absolutamente sem forma. É assim: o grupo tem uma proposta, a proposta principal é o desenvolvimento dos seus membros. O conhecimento nós acumulamos e nós repassamos, ou não repassamos, levamos para nossas empresas, aprofundamos aquilo depois nas organizações, aquilo que a gente considera que é útil. Mas a verdade, o conhecimento está instalado nas pessoas, não tem registro. Aliás, até o ano passado, nós fizemos uma memória do grupo que está gravada em fita, a gente tinha se proposto e, de novo, o assunto o ano passado foi cidadania. A gente retomou o tema cidadania, mas a gente acabou não trabalhando esse material, esse material está todo escrito, acho que foi uma das poucas vezes que a gente decidiu armazenar, de alguma forma, o trabalho do grupo.
P1 – Isso foi feito como?
R – Nós contratamos uma pessoa especializada que passou o fórum todo gravando, anotando, depois ela produziu – pagamos um profissional para fazer isso –um imenso conjunto de laudas, forneceu para o grupo. Alguns de nós revisaram de alguma forma e tem um documento final.
P1 – Desse conhecimento.
R – Desse fórum, que é o fórum do ano passado, que foi sobre cidadania, mas não é uma prática do grupo. A prática do grupo é realmente assim: todo mês nós nos reunimos, escolhemos um tema, levamos um palestrante, debatemos o tema, trazemos coisas nossas, dificuldades ou soluções, coisas novas que nós implementamos, experiências que nós vivenciamos nas nossas empresas, dividimos com os colegas e quem quiser aprofundar o tema, se é um tema que está dentro do grupo... Por exemplo, eu vi uma apresentação da Dow Química muito interessante, um projeto de integração de empresa. Fui visitar a Dow, eles me mostraram todo o material, tudo que eles produziram, e eu fui lá buscar aquilo para fazer alguma coisa similar na minha organização, e assim a gente troca muito. Assim que o conhecimento se reproduz. Não tem registro de conhecimento formal: quem tiver interesse em se aprofundar nos temas que são discutidos busca os canais, ou através do próprio palestrante – se é uma consultoria, você traz a consultoria para dentro da sua empresa para discutir o assunto –, ou então na troca entre as próprias empresas do grupo. Não há a preocupação de registro das nossas discussões, efetivamente. O grupo é tão informal que eu acho que essa é uma das qualidades do grupo: ele não se prende a nenhuma forma específica a não ser a obrigação, entre aspas, porque ninguém é obrigado a comparecer nas reuniões. Nós temos um calendário de encontros, isso nós temos, são onze encontros por ano – só o mês de janeiro que a gente tira férias –e nós temos as datas marcadas para os encontros, esse é o nosso compromisso. O resto, quem patrocina a reunião é que diz qual é o conteúdo, o que vai acontecer naquela reunião. A gente se comunica agora muito mais facilmente pela internet, temos o nosso site, temos o nosso endereço, o GERH, e a gente troca informações, tem uma turma do grupo que faz o GERH News, um jornalzinho que eles fazem todo mês... É assim que o grupo se relaciona, é muito legal.
P1 – Tem algum episódio, alguma história, algum evento, um causo engraçado ou curioso que você se lembra e gostaria de registrar?
R – Olha, tem um causo meu que não é engraçado e que contei rapidamente para a Vanessa. Há cinco anos atrás, quando o grupo fez vinte anos, eu era o coordenador da comissão do fórum e era uma data importante, vinte anos de grupo. Eu era o coordenador da comissão de organização do fórum e trabalhamos muito, montamos um fórum muito interessante e há coisa de quinze, vinte dias do fórum eu tive uma angina, fui parar no médico e do médico fui parar na mesa de cirurgia, botei uma safena e duas mamárias e não pude participar do fórum para o qual eu tinha trabalhado tanto para organizar. O grupo me fez uma homenagem maravilhosa, o grupo me mandou mensagens, o grupo gravou e me mandou fitas do fórum, o grupo fez fotos especiais para mim, o grupo foi de um carinho muito especial, alguns deles foram me visitar em casa, uma coisa maravilhosa. Um episódio na minha vida assim... Em um momento que eu estava repensando a minha vida, claro, qualquer um que passa por esse pedaço repensa a vida, e o grupo teve muito carinho comigo. Foi um episódio muito marcante para minha vida. Episódios marcantes foram o início do grupo, as dificuldades com que nós lutamos para fazer o primeiro fórum, você imagina, são 25 anos que nós realizamos – na realidade são 25 anos, mas são 24 fóruns – e a gente sempre encontrou empresas que apoiassem nosso evento, sempre. É absolutamente surpreendente que nós tenhamos tido esse apoio durante esses anos todos porque, de novo, o grupo é extremamente ético e o fato de uma empresa estar aqui nos apoiando não significa que ela será beneficiada com contratos e nada disso. Pode até acontecer: se ela tiver um bom produto para vender por um bom preço, não há razão nenhuma para que não se compre, mas ela não tem nenhum privilégio com isso. E o grupo vem assim nesse tempo todo. São essas coisas que eu acho que formam o caldo do grupo, que une as pessoas, quer dizer, são valores que nós comungamos que criam essa aproximação entre as pessoas e fazem com que essa convivência seja extremamente agradável. Eu acho que há uma identificação efetiva, eu dizia que várias pessoas já vieram e já deixaram o grupo porque não se identificam, então você tem gente que está no grupo há muitos anos e tem alguns mais novos que acabaram se integrando ao grupo, mas não é uma coisa fácil você entrar em um grupo formado, que tem o seu jeito de ser, é uma coisa razoavelmente complicada. Precisa ter identificação mesmo e não é fácil, qualquer grupo não é um organismo que aceita novos organismos com facilidade. Não sei se isso é uma espécie de elitização, mas a verdade é que essa coisa acontece, há uma seleção que ocorre entre as pessoas que estão e as pessoas que chegam e essa química não se processa tão facilmente, precisa que haja liga entre as pessoas que estão chegando e as que estão no grupo. Eu acho que o GERH tem esse lado atrativo dele que é um grupo que estuda efetivamente, mas como eu disse para você, cada um guarda para si ou leva e aplica na sua empresa. Quantos de nós já reproduzimos experiências bem sucedidas nas empresas dos nossos colegas? Isso tem um ganho impagável, e quantos de nós já vivenciou aprendizados fantásticos com os nossos colegas de grupo? Coisas que só nós mesmos podemos dizer o quanto isso foi representativo para todos nós. Acho que é isso.
P1 – Para a gente terminar, os desafios do grupo nesse futuro, vamos pensar nos próximos 25 anos. O que você acha?
R – Então, essa é uma outra característica legal. O tema do fórum é isso: e os próximos 25 anos? Se você olhar o que a gente está trabalhando, a gente não está trabalhando nos próximos 25 anos. Eu acho que o grupo vive cada dia, nós não temos um projeto de futuro. Se você disser: “Qual é o projeto de futuro do GERH?” Não temos esse projeto, o nosso projeto é continuar existindo, nós continuarmos sendo o GERH, esse grupo de pessoas que se quer muito bem e que tem prazer em estar juntos. Nós plantamos e colhemos a cada dia, nós temos uma certa segurança da perenidade do grupo – isso é um sentimento que nós temos, nós temos essa confiança. Não tem nenhuma razão para que esse grupo não continue existindo e fazendo o que ele faz porque a gente faz com prazer, a gente gosta disso aqui. Ninguém vem aqui porque é obrigado, ninguém ganha nem paga para isso. Estamos aqui porque temos prazer em estar juntos, e a cada momento a gente constrói alguma coisa nova, não tem o compromisso: “Daqui a cinco anos queremos tal coisa!” Não tem nada disso, queremos estar juntos. Isso é o que nós queremos.
P1 – Que bom, Arnaldo. O que você achou dessa entrevista?
R – Achei legal. Achei que foi muito interessante, muito boa. Se a gente puder... Não sei como a gente vai fazer, mas seria legal se a gente conseguisse montar a história do GERH mesmo. Seria muito bacana.
P1 – Com certeza.
R – Não sei como é que a gente vai fazer isso, mas seria muito legal.
P1 – Está ótimo.
R – Obrigado a vocês pela oportunidade, acho que valeu.
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