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Personagem: Jorge Kagnãn Garcia
Por: Museu da Pessoa, 16 de setembro de 2008

O curandeiro Kagnãn

Esta história contém:

O curandeiro Kagnãn

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Na idade que estou agora, eu tenho que voltar muito no meu pensamento, né? Eu nasci em terra indígena Nonoai. Quando eu me casei, eu tinha 16 anos e a minha patroa tinha 13. Até hoje estamos vivendo junto. Ela é viva e eu sou vivo ainda. E sempre só com ela também, nunca troquei de mulher. Ela se chama Maria Constante, e eu Jorge Kagnãn Garcia. Tenho uma cruzinha com Guarani, a mãe era de origem Guarani com Kagnãn.

Meu povo surgiu assim: o cacique Nonoai fez um toldo indígena. Ele morava ali. Dali passado uns anos, ele faleceu. Ali, então, ficou o nome Nonoai: o nome era do índio velho. Então ele abarcou aquela área indígena Nonoai. Quando crescemos, aquilo ali era puro sertão. Um pinhalão que não tinha fim. Coisa mais linda do mundo que existia. Ali tinha pinhão, ali tinha abelha, ali tinha tudo quanto é espécie de bicho. Tinha o cateto, o porco, o tatu, o quati, o bugio, ou macaco, o papagaio. Só o papagaio é bem raro. Não é como era século passado, bem pouquinho os papagaios. Não, tem uns bandinhos por lá. Não sei se, como é que se some, né? Aquilo fazia nuvem. Aquelas papagaiada! E ali foi terminando, foi indo, foi mudando era na época do SPI [Serviço de Proteção aos Índios e Localização dos Trabalhadores Nacionais], passou para a Funai [Fundação Nacional do Índio].

Foi por ali nossa vivência de vida. Sofrida, mas valeu a pena. Depois veio aquela invasão, invadiram as nossas terras, a gente teve que correr. E ficaram um tempo, invadiram bastante. Derrubaram matas virgens, mata sem pinhal, não tinha pinheiro, mas lá tinha tudo quanto que é espécie de madeira de lei. Mas eles chegavam lá faziam um mutirão de 15, 20, 30, 40, 50 homens, devoravam. Nós avisávamos a polícia, mas ela virava as costas e eles continuavam igual. Nós que era da lei, as autoridades indígenas, a gente tinha muito cuidado de dar um conflito grande lá, de Deus o livre matarem os índios. Mas isso, graças a Deus, não...

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