Lembre-se você é negro! e por causa disso não poderá nunca ficar atras.Estude sempre e o máximo! Estas foram as palavras de uma velha senhora que sempre passava na calçada de casa,todos os dias,enquanto lá estava eu a varrer.Não havia folga nessa árdua tarefa.Era frio. Era na chuva.Era no Sol. Todas as crianças tinham uma obrigação diária.E aquela senhora sempre trazia um sorriso no rosto angelical.Às vezes me dava uma Bala de Hortelã ou um Chiclete.De vez em quando me perguntava como estava indo de estudos.Eram sempre as mesmas pessoas.Umas iam para a Fábrica de Camisas.Outras iam para o Moinho. Outras tantas seguiam para o centro,pois trabalhavam nas lojas.E para testar se eu estava estudando fazia algumas perguntas de História, Geografia ou Ciências. Eu respondia na ponta da lingua. E assim,gradativamente o gosto pelos estudos foi tomando conta e muito principalmente o desejo de não ficar atras dos outros.Por isso tirar primeiro,Segundo ou Terceiro lugar era uma rotina para mim.Neguinho Nota Dez! Era meu apelido.Eu nem ligava. Minha mãe afetiva ficava radiante.E o tempo foi se passando e eu crescendo,todavia,sem deixar de fazer traquinagens na área.De certa feita tinha um garoto da vizinhança,que todos os dias passava enfrente de casa com seus pais.Ele costumava fazer micagens.Trejeitos de macaco. Dava lingua.Fazia caretas.Seus pais não viam.Eu ficava com raiva,Num belo dia ele passou desacompanhado.Pra quê! Pensei,agora chegou a minha vez e dei um tremendo carreirão no moleque louro,filho de um empresário.O pivete se borrou todo.Dois meses depois, passava eu por frente da casa do tal garoto.A mãe dele surgiu de repente e me pega pela orelha,xingando de tudo quanto é nome e eu desesperado tentando escapar da fera.Acredito que foram uns tres minutos de sufoco.Mas conseguir escapar,correndo.Foi um grande susto.Voltei de lingua de fora pra casa.Fiquei uma semana receioso de que a...
Continuar leitura
Lembre-se você é negro! e por causa disso não poderá nunca ficar atras.Estude sempre e o máximo! Estas foram as palavras de uma velha senhora que sempre passava na calçada de casa,todos os dias,enquanto lá estava eu a varrer.Não havia folga nessa árdua tarefa.Era frio. Era na chuva.Era no Sol. Todas as crianças tinham uma obrigação diária.E aquela senhora sempre trazia um sorriso no rosto angelical.Às vezes me dava uma Bala de Hortelã ou um Chiclete.De vez em quando me perguntava como estava indo de estudos.Eram sempre as mesmas pessoas.Umas iam para a Fábrica de Camisas.Outras iam para o Moinho. Outras tantas seguiam para o centro,pois trabalhavam nas lojas.E para testar se eu estava estudando fazia algumas perguntas de História, Geografia ou Ciências. Eu respondia na ponta da lingua. E assim,gradativamente o gosto pelos estudos foi tomando conta e muito principalmente o desejo de não ficar atras dos outros.Por isso tirar primeiro,Segundo ou Terceiro lugar era uma rotina para mim.Neguinho Nota Dez! Era meu apelido.Eu nem ligava. Minha mãe afetiva ficava radiante.E o tempo foi se passando e eu crescendo,todavia,sem deixar de fazer traquinagens na área.De certa feita tinha um garoto da vizinhança,que todos os dias passava enfrente de casa com seus pais.Ele costumava fazer micagens.Trejeitos de macaco. Dava lingua.Fazia caretas.Seus pais não viam.Eu ficava com raiva,Num belo dia ele passou desacompanhado.Pra quê! Pensei,agora chegou a minha vez e dei um tremendo carreirão no moleque louro,filho de um empresário.O pivete se borrou todo.Dois meses depois, passava eu por frente da casa do tal garoto.A mãe dele surgiu de repente e me pega pela orelha,xingando de tudo quanto é nome e eu desesperado tentando escapar da fera.Acredito que foram uns tres minutos de sufoco.Mas conseguir escapar,correndo.Foi um grande susto.Voltei de lingua de fora pra casa.Fiquei uma semana receioso de que a dona Maria viesse dar parte do meu ato contra o seu filho.Mas foi só isso.Ele não mexeu mais comigo.O tempo passou cada moleque seguiu seu caminho,e eu continuei a não descer do pódium.Todavia,me indagava a mim mesmo,o que seria na vida? Alguém já dissera que eu levava jeito para ser Professor.
Recolher