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Por: Museu da Pessoa, 30 de agosto de 2013

Não aos militares, sim ao Brasil

Esta história contém:

Não aos militares, sim ao Brasil

Nasci numa cidade chamada Porto de Mós em Portugal. Todos trabalhavam na agricultura. Como era uma casa rural tinha a cozinha, a sala, três quartos. Bem amplos. Só que as casas lá são diferentes daqui. Como era um lugar bem inóspito, vamos dizer, muita pedra, então as casas eram todas feitas de pedra. Uma parede aí de uns sessenta a setenta centímetros, só que bem aprumadinha, bem feitinha. Depois era rebocada normalmente. Pela parte interna, era feito uma segunda parede afastada da primeira uns dez centímetros por causa do frio. Porque no inverno a temperatura conseguia chegar às vezes até quinze abaixo de zero. Então, aquela antecâmara que a gente fala é justamente pra que a penetração do frio, na hora que ela provocasse a condensação da umidade relativa dentro da casa, ficasse depositada ali e a casa ficasse ambientada. Pra não fazer tanto frio. E a casa era grande. Depois da casa, tinha o lugar onde era o celeiro, que a gente fala, onde guardava cereais, a comida pro gado desidratada, seca pro tempo do inverno, porque não tem pra onde você pegar o gado e colocar no campo porque a neve tá ali com vinte, trinta centímetros, não pode comer nada. Então eles ficavam três, quatro meses confinados ali. E do outro lado também acompanhando como se fosse um “L”, aí tinha a parte dos porcos, das ovelhas, das cabras, os animais menores. E, fechando o círculo, que ali era grande, ali devia ter acho que uns, como eu posso avaliar? Mais ou menos uns dois, três mil metros só a parte ali da casa. Não era rica, era uma casa modesta, mas muito bem feitinha, meu pai era muito caprichoso. E do lado, tinha um tanque onde a gente armazenava água, que lá não tinha captação de água de recurso hídrico no subsolo, então reservávamos toda a água quando chovia. Com doze anos vim pro Brasil. Teve duas razões: uma, foi econômica, ele, nessas andanças dele de negociar pra lá e pra cá, pra lá e pra cá, a coisa cresceu e...

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Dados de acervo

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P/1 – Seu Antônio, o senhor pode falar seu nome completo, local e data de nascimento?

R – Antônio da Piedade Ribeiro, nasci numa cidade chamada Porto de Mós em Portugal no dia 28 de março de 1947.

P/1 – Seus pais também são de Porto de Mós?

R – São.

P/1 – Seu pai e sua mãe?

R – Meu pai, minha mãe, meus avós.

P/1 – Tanto avós maternos quanto paternos?

R – Também.

P/1 – Todos de Porto de Mós?

R – Todos. Não, porque é o seguinte, Porto de Mós é a cidade mais, centralizada que, né, é diferente daqui. É o Conselho. Tem a Vila e o Conselho. Como se fosse aqui o bairro e o distrito. Então, o lugar mesmo de nascimento meu chamava São Bento. O meu avô, os meus avós do meu… paternos, chamava Cabeça das Pombas. Agora, os meus avós maternos era São Bento mesmo.

P/1 – Que que seus avós paternos faziam? Você sabe que o pai do seu pai fazia?

R – Todos na agricultura. Na época lá.

P/1 – E sua vó também ajudava?

R – Todos trabalhavam na agricultura.

P/1 – Tanto de lado de mãe quanto de lado de pai?

R – Tanto do lado de mãe quanto de pai. É porque era área rural.

P/1 – E seu pai também?

R – Também. Meu pai ele trabalhava na agricultura. Durante algum tempo ele exerceu uma atividade que se chama de mascate. Só que ele comerciava como se fosse… como se fosse uma bolsa de cereais. Ele saia pro norte comprava trigo, aveia, batatas, depois ele ia pra outra região, ele vendia e comprava outra coisa e depende da época sazonal ele fazia esse intercâmbio. Comprava, vendia, comprava, vendia. Como que eu posso dizer, como se fosse um coletor.

P/1 – E você nasceu...

R – Ai, desculpa.

P/1 – Tudo bem.

P/1 – Então, senhor Antônio, ai você tava explicando, e aí o senhor nasceu lá em Porto de Mós.

R – Nasci em Porto de Mós.

P/1 – E quantos irmãos o senhor tem?

R – Eu tenho... somos em três irmãos: eu, meu irmão...

P/1 – O senhor é o mais velho?

R – E minha irmã.

P/1 – O senhor é o...

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