O meu nascimento foi um momento ótimo para minha família, a paz reinava com todos. Meu nome, Alexsander, tem grande significado que o carreguei com muita força: "protetor da família". Com onze anos pus meu nome a prova tendo que agir como um jovem de dezoito anos, um ano a mais do que tenho hoje, foi uma de minhas piores vivências, quando tive que confrontar meu, hoje, ex-padrastro para defender a integridade da minha mãe e irmãos. O problema nunca foi idade, faixa preta de Taekwondo, sempre soube me virar, mas a dificuldade, ou diria o meu maior oponente, era o próprio emocional, tão jovem nunca pensaria em passar por isso, ter que afrontar quem botava a comida dentro de casa, mas era uma necessidade.
Com catorze anos, depois de sair de casa e passar de canto em canto com minha mãe e irmã, já trabalhava em restaurantes pra ajudar nas contas em casa. Sempre muito puxado pois nunca deixei de estudar porque sempre soube que estudando daria uma vida melhor a quem lutou comigo. O protetor da família.
2018, um ano atrás, com tantas dificuldades vem as felicidades: oportunidade de emprego com boas promoções, mudança de cidade para estudar em uma escola melhor, grandes amizades. Uma música que até hoje é minha favorita, M.I.N.E - Five Finger Death Punch, há em seu refrão "poderia ser pior, mas deveria ser muito melhor", sempre a carreguei me lamentando sobre minha história, hoje vejo que todas as minhas dificuldades me tornaram a pessoa mais justa, humilde e companheira que alguém pode ter, aliás se nada disso tivesse acontecido eu não seria 10% do que sou hoje, quem garante que eu estaria aqui me "autorrelatando"?
Muitas vezes a opção foi sobreviver ao invés de só viver, minha infância foi pulada, mas a gratificação da superação é impagável e eu estou adorando a obra do viver.
