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Por: Angelo Brás Fernandes Callou, 24 de janeiro de 2019

Mauriceia desvairada

Esta história contém:

Mauriceia desvairada

Mauriceia Desvairada

Por Angelo Brás Fernandes Callou

Quando eu fazia mestrado no Rio Grande do Sul, na abertura dos anos 1980, me perguntavam se eu era descendente de holandeses. Eu?!

No ano seguinte, de volta das férias e das praias do Recife, estava com a cara tostada e os cabelos mais claros pelo sal do mar. Tive de ouvir a pergunta de um professor se eu havia pintado o cabelo. Eu?!

Depois de saberem que minha origem era do sertão do cariri cearense, apesar de ser pernambucano, pensei: agora, para eles, eu deveria ser o falso louro holandês de cabelos “pintados”. Hoje não tenho mais cabelos.

Muitos anos depois, viajando a trabalho pelos sertões da Paraíba, Alagoas e Pernambuco, encontrei muita gente branca, de olhos claros e cabelos de milho. Parecia espécime exótica, no meio da caatinga. Eu me perguntava, assim como me perguntavam no Rio Grande do Sul, se aquelas pessoas eram, de fato, descendentes de holandeses. Fui aos livros.

Até onde pude perceber, essa explicação era improvável, entre outros motivos, devido ao curto período (24 anos) de dominação neerlandesa no Nordeste do Brasil. Por outro lado, poucos foram os homens-soldados que se fixaram por aqui, após a capitulação do domínio holandês, em 1654. Ademais, viver sob a pecha de invasor, não era tão simples assim. Considere, ainda, que um contingente considerável desses homens morreu nos campos de batalha, de fome e de doença, provocadas pela miséria, antes, durante e depois da última luta: a Batalha dos Guararapes, de 1649. Assim se refere, em Tempo dos Flamengos, José Antônio Gonsalves de Mello, citando um documento de 1650: os soldados “Apanham as imundices das ruas, que nem os porcos querem comer, para acalmar a sua grande fome.” (Mello, 1987, p. 159).

Ao mesmo tempo, foi difícil a adaptação desses estrangeiros aos trópicos, sobretudo no item alimentação. Praticamente todos os víveres vinham, quando era possível, dos...

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Palácio de Friburgo

Dados da imagem Aquarela do Palácio de Friburgo, construído por Mauricio de Nassau, no Recife. Foi demolido no Século XVIII.

Período:
Ano 2019

Imagem de:
Angelo Brás Fernandes Callou

História:
Mauriceia desvairada

Crédito:
Angelo Brás Fernandes Callou

Tipo:
Desenho

Aquarela do Palácio de Friburgo, construído por Mauricio de Nassau, no Recife. Foi demolido no Século XVIII.

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