O conceito de maternância surge como uma reflexão profunda sobre a maternidade, desafiando as narrativas tradicionais que, ao longo da história, a reduziram a um processo linear de sacrifício e abnegação. Hoje, proponho uma nova perspectiva, livre de definições rígidas, mas com a força de uma história renovada.
Com os avanços no papel do feminino na sociedade e as novas demandas das últimas décadas, a maternidade vem sendo forçada a se reinventar, adequando-se à realidade moderna. É nesse contexto que surge a \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\"maternância\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\". Originado do espanhol e traduzido como \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\"maternidade\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\", o termo traz a proposta de repensar esse papel, alinhando-o à pluralidade da mulher contemporânea.
É essencial construir a ideia de que mulheres podem estar presentes em seus papéis sociais sem perder sua individualidade. Ir além do ato de cuidar: mais do que alimentar, educar ou proteger, é sentir, intuir e compreender que ser mãe não precisa anular a mulher, mas pode expandi-la. Essa abordagem reconhece que a maternidade pode coexistir com o desejo de liberdade, criação e realização pessoal. Mães podem estar presentes e, ao mesmo tempo, cultivar dinâmicas próprias, onde suas escolhas refletem não apenas o papel social de cuidadoras, mas também seus sonhos, paixões e identidades além da maternidade.
Revisitar a base histórica da maternidade é abrir espaço para uma experiência mais leve, onde o amor não se mede pelo quanto se renuncia, mas pela qualidade da presença. No vasto território da maternância, há espaço para tudo: noites insones, risadas, solidão e aprendizado. Não se trata de perfeição, mas de uma caminhada de dualidades, onde mães e filhos erram e se reinventam...
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O conceito de maternância surge como uma reflexão profunda sobre a maternidade, desafiando as narrativas tradicionais que, ao longo da história, a reduziram a um processo linear de sacrifício e abnegação. Hoje, proponho uma nova perspectiva, livre de definições rígidas, mas com a força de uma história renovada.
Com os avanços no papel do feminino na sociedade e as novas demandas das últimas décadas, a maternidade vem sendo forçada a se reinventar, adequando-se à realidade moderna. É nesse contexto que surge a \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\"maternância\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\". Originado do espanhol e traduzido como \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\"maternidade\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\", o termo traz a proposta de repensar esse papel, alinhando-o à pluralidade da mulher contemporânea.
É essencial construir a ideia de que mulheres podem estar presentes em seus papéis sociais sem perder sua individualidade. Ir além do ato de cuidar: mais do que alimentar, educar ou proteger, é sentir, intuir e compreender que ser mãe não precisa anular a mulher, mas pode expandi-la. Essa abordagem reconhece que a maternidade pode coexistir com o desejo de liberdade, criação e realização pessoal. Mães podem estar presentes e, ao mesmo tempo, cultivar dinâmicas próprias, onde suas escolhas refletem não apenas o papel social de cuidadoras, mas também seus sonhos, paixões e identidades além da maternidade.
Revisitar a base histórica da maternidade é abrir espaço para uma experiência mais leve, onde o amor não se mede pelo quanto se renuncia, mas pela qualidade da presença. No vasto território da maternância, há espaço para tudo: noites insones, risadas, solidão e aprendizado. Não se trata de perfeição, mas de uma caminhada de dualidades, onde mães e filhos erram e se reinventam continuamente.
Parir essa nova narrativa é libertar-se do peso das expectativas externas e abraçar uma forma de cuidado mais conectada à essência de cada mulher. No coração da maternância, reside a amorosidade, a presença e, sobretudo, a integridade.
No meu caso, essa jornada sempre esteve entrelaçada com escolhas que desafiaram normas e olhares alheios. Colocar meu filho na creche aos seis meses para trabalhar não foi fácil. Foi um equilíbrio entre o amor que cuida e a coragem de buscar algo maior, que me permitisse ser mais do que a mãe.
A maternidade nunca foi uma gaiola, embora a sociedade tente nos encaixar nela. Cada escolha — da creche às viagens sozinha — mostrou que o amor materno não está confinado a padrões. Ele é flexível, adaptável e renovável. A maternância também é um silêncio profundo onde habita a intuição: saber quando dar espaço e quando segurar as mãos de meus filhos, compreendendo que o amor cresce no respeito pela autonomia de cada um.
Hoje, entendo que maternar não é apenas o que faço por eles, mas o que faço por mim mesma. Cuidar de mim e preservar meu território interior é também uma forma de cuidar deles. Esse território invisível é onde pulsa a essência da minha jornada.
Ao acolher com amorosidade os processos da minha experiência materna, enfrentei demandas inesperadas. Aprendi a respeitar as escolhas dos meus filhos, mesmo quando isso impacta meu emocional e intensifica a culpa materna. Momentos desafiadores colocaram minhas crenças sobre a maternidade à prova. A dor de vê-los seguir outro caminho ou o medo de não ser suficiente alimentaram as sombras da dúvida. Por vezes, perdi o foco de mim mesma, imersa em reflexões que me afastaram da minha essência.
Mesmo em meio à dor, a maternância se revelou como um caminho de aprendizado. Compreendi que minha maternidade não precisa se ancorar na ideia de permanência, mas reconhecer que os altos e baixos das emoções também são essenciais para construir uma base sólida.
No final, o que é a maternância senão a dança contínua entre ser boa para os filhos e ser ainda melhor para si mesma? Não há espaço para perfeição, mas para humanidade. É onde o amor e a autonomia se encontram, onde mães e filhos caminham juntos, errando e se reinventando. Porque, no fim, o maior presente que podemos dar aos nossos filhos é a coragem de sermos inteiras — para eles e para nós mesmas.
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