Histórias do Natal

Histórias do Natal

Véspera de Natal. Havia um alegre burburinho na casa da vovó, com as crianças correndo animadas de um lado para o outro. Hora de decorar a árvore com enfeites coloridos e de montar o presépio, com todas as personagens bíblicas: Maria, José, o menino Jesus na manjedoura, os três Reis Magos, o Anjo e vários animaizinhos, como o jumento, a vaquinha, os carneirinhos e o galo.

–Vovó, conte para nós a história do Natal, pediram Vini, Bia e Bel, enquanto Beni, o caçula, sorria e acompanhava tudo com seus olhinhos curiosos.

Então a vovó sorriu para as crianças, apagou as luzes da sala, deixando apenas a árvore de Natal iluminada. – Era uma vez dois jovens, Maria e José, que pretendiam se casar. Eles moravam numa cidadezinha bem distante, na Galileia. Um belo dia apareceu um Anjo e disse a Maria que ela seria mãe de um menino chamado Jesus.

–Vovó, perguntaram as crianças, o que é um Anjo? –Anjos são criaturas especiais, mensageiros de Deus, enviados por Ele para cuidar de criancinhas como vocês.

– Isso significa que toda a criança tem um Anjo da Guarda, vovó? – perguntou Vini.

– Sim, todos vocês têm um Anjo. Escolham um para vocês – disse a vovó, mostrando Anjos de feltro que ela mesma havia costurado: Miguel, Daniel, Rafael e Uriel.

– E quem é Deus, vovó? – perguntaram as crianças. A vovó franziu as sobrancelhas e respondeu: – Deus é a força do universo que está em toda a natureza: na terra, nos mares, nas plantas e animais. Todas as coisas bonitas foram criadas por Deus, inclusive nós, homens e mulheres.

Bem, mas voltando à história do nascimento de Jesus... Naquele tempo havia um rei muito poderoso e malvado, chamado Herodes, que havia ouvido falar que estava para nascer um Rei muito mais poderoso do que ele. Este Rei era Jesus, filho de Maria e José, enviado por Deus para salvar o Mundo. O Rei ficou muito furioso com a notícia e mandou que os soldados fossem atrás deles. – Procurem aqueles dois e tragam o menino para mim – disse o malvado.

Então Maria e José juntaram suas coisas e fugiram para um vilarejo chamado Belém da Galileia onde o rei malvado não poderia achá-los. Na estrada eles encontraram um estábulo que servia de abrigo para vários animais e foi numa manjedoura que Maria deu à luz a um menino chamado Jesus. – Oh, como era lindo aquele menino!

A notícia logo se espalhou pelos quatro cantos da terra e vários Reis Magos, de outros países, queriam conhecer aquele que seria o Rei de todos os Reis. E assim foram guiados, por uma estrela, até Belém, onde encontraram o menino Jesus em uma simples e pobre manjedoura que lhe servia de berço. Eles trouxeram, como presentes, ouro – metal precioso – para servir de sustento da família, durante a fuga para o Egito; incenso – para espantar insetos do recém-nascido – e a mirra – um óleo cheiroso para hidratar a pele do bebê.

– Então, crianças – disse a vovó, o que comemorarmos, no Natal, é o nascimento de Jesus que veio ao mundo para nos salvar. E o Pinheiro, essa árvore tão bonita que enfeitamos todos os anos e que aponta para o céu é a árvore do Menino Jesus.

– E o Papai Noel, vovó, como entra na história do Natal? – perguntaram as crianças curiosas. – Ah, crianças, suspirou a vovó, há muitos, mas muitos anos atrás havia um rapaz muito rico que decidiu abandonar a riqueza e se tornar padre. O nome dele era Nicolau. Ele costumava deixar saquinhos com moedas de ouro perto das chaminés das casas onde moravam famílias e crianças pobres. Por ser uma pessoa tão bondosa e caridosa, ele acabou virando Santo: São Nicolau.

São Nicolau inspirou outras pessoas a seguirem o exemplo dele. E assim surgiu o Papai Noel, o velhinho de barbas brancas e roupa e boné vermelhos que recebe cartinhas de todas as crianças do mundo, fabrica os presentes com seus duendes auxiliares e faz a entrega na casa das crianças no Natal. Dizem que ele mora no Polo Norte, tem um trenó puxado por Renas e pode ser visto, à noite, passando ao lado da Lua.

– Mas eu desconfio que existam outros bons velhinhos bem pertinho da gente e talvez eles usem uma motoca vermelha para fazer a entrega dos presentes. Os olhinhos das crianças encheram-se de curiosidade e eles correram até a porta de casa para espiar a lua lá no alto do céu salpicado de estrelas: olhem o Papai Noel e suas renas – gritaram eles, entusiasmados, ao contemplarem uma meia-lua levemente encoberta por uma nuvem!

Então, seguindo a tradição, na casa dos avós, a família reuniu-se em torno do presépio sob o pinheiro iluminado, exalando o peculiar cheiro de pinus, lindamente decorado com “teias de aranha” prateadas, bolas coloridas, anjos de chocolate e uma bela ponteira no topo, para entoar, abraçados, o cântico Noite Feliz. Aquela sempre fora uma noite muito especial pois ali se encontravam reunidas várias gerações da ancestralidade familiar – bisavós, avós, filhos, netos e bisnetos, para celebrar a mais importante data da natividade cristã: o nascimento de Jesus Cristo, filho de Deus que viria ao mundo para redimir a Humanidade.