Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
Por: Museu da Pessoa, 25 de novembro de 2014

Histórias de um líder Xavante

Esta história contém:

Histórias de um líder Xavante

Vídeo

Eu me chamo Paulo Cipassé Xavante, tenho 46 anos, nasci em 25 de abril de 1968. Nasci na aldeia Barreira Amarela, a aldeia fica na beira do Rio das Mortes no Mato Grosso, que fica na terra indígena de Pimentel Barbosa, município de Canarana, Mato Grosso. Meu pai é Waza’é Xavante, minha mãe, ela morreu uns dois anos atrás, o nome dela era Fernanda Wautomoaba Xavante. Hoje não existe mais a aldeia que ela nasceu. A minha mãe na verdade morava na outra aldeia e meu pai na aldeia que ele morava não tinha mulher pra casar.

A minha mãe veio de outra aldeia pra casar com o meu pai. Assim que se conheceram eles se casaram. O meu avô Ahopowê, foi um grande cacique, grande chefe na época dele. Ele que fez contato com o governo federal, na época era SPI hoje é a Funai, e antigamente ele era um chefe de toda a nação xavante. Como ele na época tinha casado quatro vezes, o xavante não pode casar mais de quatro, ele teve mais de 50 filhos. Da minha família somos sete irmãos, quatro homens, três mulheres. Eu saí com os oito anos da aldeia com mais oito jovens da aldeia pra estudar numa cidade do interior de São Paulo que chama Ribeirão Preto. E era um projeto do vovô. Ele tinha uma visão das coisas, o futuro, que depois que ele tinha feito contato com o não índio e o povo dele não ia ter mais espaço, além disso, também em termos de espaço, em termos de território ia diminuir. Chama-se Estratégia Xavante.

Então eu tive 100% da minha infância, brincava, pescava, caçava, andava, ia pro rio, pro córrego aprender a nadar. E depois a gente vai crescendo vendo os adultos fazendo as festas e ao mesmo tempo a gente vai vendo como o mundo xavante, o mundo que a gente faz parte funciona, a gente começa a conhecer como que é o cotidiano assim da vida comunitária numa aldeia. Você começa a participar das festas, já começa a entrar no mundo do seu ritual e do seu povo, você já começa a entrar no Wapté, você já começa a aprender...

Continuar leitura

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF

Museu da Pessoa – Conte sua história

Histórias de Esperança – 29 anos do Projeto Criança Esperança

Depoimento de Paulo Cipassé Xavante

Entrevistado por Tereza Ruiz

São Paulo 25/11/2014

Realização Museu da Pessoa

Entrevista HECE_HV_31

Transcrito por Ana Carolina Ruiz

P/1 – Primeiro, Cipassé, fala pra gente o seu nome completo, a data e o local de nascimento.

R – Eu me chamo Paulo Cipassé Xavante, tenho 46 anos, nasci em 25 de abril de 1968. Nasci na aldeia Barreira Amarela, a aldeia fica na beira do Rio das Mortes no Mato Grosso, que fica na terra indígena de Pimentel Barbosa, fica no município de Canarana, Mato Grosso também.

P/1 – Agora o nome completo do seu pai e da sua mãe e se você souber também data e o local de nascimento.

R – Do meu pai?

P/1 – Do seu pai e da sua mãe. Se não souber pode ser só o nome.

R – Então eu só vou falar o nome. Do meu pai é Waza’é Xavante, da minha mãe, ela morreu uns dois anos atrás, o nome dela era Fernanda Wautomoaba Xavante.

P/1 – Onde que eles nasceram?

R – Eles nasceram... Hoje não existe mais a aldeia, ela nasceu... Sei não. Mas antes do contato, hoje as aldeias nossas que o pessoal morou, hoje algumas já se tornaram município, cidade, até muito tempo, uns 50 anos atrás ou 60 anos atrás, então eu não sei o lugar.

P/1 – Você sabe como é que eles chegaram? Como o seu pai e a sua mãe chegaram até o local em que você nasceu?

R – Na verdade assim, a minha mãe na verdade morava na outra aldeia e meu pai na aldeia que ele morava não tinha mulher pra casar. Aí a minha mãe veio de outra aldeia pra casar com o meu pai. Assim que se conheceram eles se casaram.

P/1 – Você sabe como é que foi? Quem que entrou em contato pra trazê-la de outra aldeia? Como é que foi essa...

R – Na verdade assim, o meu avô foi o Ahopowê, foi um grande cacique, grande chefe na época dele. Ele que fez contato com o governo federal, na época era SPI hoje é a Funai, e...

Continuar leitura

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Histórias que você pode gostar

Uma educação plural para um país plural
Vídeo Texto
“Resistir para existir, desistir jamais!”
Vídeo Texto

Sarlene Moreira da Silva Makuxi

“Resistir para existir, desistir jamais!”
Fazendo o caminho da volta
Vídeo Texto

Cunumi Guyrá Morantin

Fazendo o caminho da volta
fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.