Projeto Aché
Realização Instituto Museu da Pessoa
Entrevista de Marcelo Reis de Oliveira
Entrevistado por Imaculada Lopes
Fortaleza, 02 de julho de 2002
Código: ACHE_CB064
Transcrito por Leandro S. Motta
Revisado por Ana Paula Ferreira Silva
P/1 - Marcelo, pra começar, queria que disse...Continuar leitura
Projeto Aché
Realização Instituto Museu da Pessoa
Entrevista de Marcelo Reis de Oliveira
Entrevistado por Imaculada Lopes
Fortaleza, 02 de julho de 2002
Código: ACHE_CB064
Transcrito por Leandro S. Motta
Revisado por Ana Paula Ferreira Silva
P/1 - Marcelo, pra começar, queria que dissesse seu nome completo, data e local de nascimento.
R - Marcelo Reis de Oliveira, 29 de maio de 1971, São Paulo, capital.
P/1 - Tua família é de São Paulo mesmo?
R - São Paulo, meu pai do interior e minha mãe da capital.
P/1 - Os teus avós?
R - Por parte de mãe, italianos e por parte de pai, brasileiros. Meu avô do Mato Grosso e minha avó do Espírito Santo.
P/1- Atualmente, mora onde?
R - Atualmente, eu? Em Manaus.
P/1 - Como é que tua família foi parar lá?
R - [Risos] É uma história de 15 anos atrás. Meu pai, na época, trabalhava em uma empresa de obstetrícia industrial de São Paulo que tinha uma filial na capital amazonense, Manaus. Foi transferido e a gente acabou indo, a família toda.
P/1 - Quando?
R - Isso foi dia 31 de janeiro de 1987. Costumo dividir minha vida nessa data, antes de Manaus e depois.
P/1 - Mudou muita coisa?
R - Muita coisa, mesmo.
P/1 - Começou o teu trabalho, estudo, todo em Manaus?
R - É, quando cheguei, em Manaus, cursei o segundo e terceiro ano do segundo grau. Parece até que mudou de nome, agora, não é mais segundo grau.
P/1 - Ensino médio.
R - Ensino Médio. E fiz faculdade, terminei e minha experiência profissional, tudo em Manaus.
P/2 - Estudou o quê?
R - Fiz Administração de Empresa.
P/1 - E o teu primeiro trabalho foi o quê?
R - Foi em um banco. Acho que o primeiro emprego de todo mundo é em banco. Na filial de Manaus, acho que de 16 funcionários, uns 13 trabalharam em banco. Aí, fui pra área de Recursos Humanos nas empresas do Distrito, trabalhei... pode falar o nome das empresas?
P/1 - Claro.
R - Primeiro na Multibras, Bosch e Sharp. Da Sharp já vim pro Aché. Numa área totalmente diferente do que fazia.
P/1 - Como é que foi essa entrada no Aché?
R - Tenho um concunhado que trabalha no Aché, a esposa dele é irmã da minha esposa. Então, uma época, em 1998, tiveram umas mudanças no Aché. Criaram linhas de divulgações novas, projeto novo e estavam precisando de cinco pessoas, aliás, sete; cinco pra Manaus e dois pra Boa Vista. Ele me convidou, indicou pra fazer as entrevistas. O Aché não queria ninguém, não costuma admitir pessoas que não tenham experiência na área. "Vou tentar." Interessei pela vaga, fiz os testes _______________ e tô aqui até hoje.
P/1 - Começou quando?
R - Dia 14 de julho de 1998, um dia antes do Dia do Propagandista.
P/1 - E sabia o quê era ser propagandista?
R - Não, não tinha a mínima ideia, tanto é que antes de começar a fazer o teste, fui pra rua com um dos propagandistas, que hoje é Gerente Distrital, conhecer como era o trabalho, a dinâmica, interessei, achei uma coisa bem dinâmica e resolvi fazer os testes, as entrevistas. Acabei passando, tô aí até hoje.
P/1 - O quê te atraiu pra mudar de área?
R - Primeiramente, não queria mudar de área. A empresa que trabalhava acabou fechando no Brasil todo. É chato, não existe mais, tava passando por uma situação difícil, e comecei a procurar novas empresas, novos horizontes. Envio de currículo, aquela maratona, foi, na época que, mais ou menos, apareceu, meu concunhado. Tinha uns quatro meses de Aché, convidou-me, acabei mudando de área, por acaso, mas o interessante de vendas é o dinamismo da atividade, tem que estar sempre ligado a tudo o que acontece ao seu redor, no mundo, nas atividades de relação à venda. O que me chamou a atenção foi ter contato com outros tipos de profissionais, os médicos, que até então, tem uma barreira, o cara é médico, não vou conseguir conversar com ele. Depois, a gente vê, no dia a dia, não é nada disso, são seres humanos que nem a gente e, lidar com pessoas, gosto muito, tanto que trabalhava na área de Recursos Humanos. Sempre fui envolvido com Diretoria de Associação de Grêmio das fábricas que trabalhei, nessa parte social de esportes e festas, organização de festas. Sempre gostei muito de trabalhar com pessoas, acho interessante. Pra trabalhar tem que ser muito versátil, cada um tem um temperamento, um jeito de ser e, nesse ponto, acho que consigo administrar bem o tratamento com as características das pessoas.
P/1 - Como é que foi sua estreia como propagandista?
R - Ah, é aquele... primeiro, passamos duas semanas fazendo propaganda pra parede ou pro espelho ou pro colega, então, é diferente, tá aqui, fazendo treinamento e, na rua, conversando com o médico. Deixa-me ver se lembro o nome da minha primeira propaganda, o nome da doutora, acho que Marjerita, trabalha na indústria, lá, em Manaus. A gente treme mais do que vara de bambú, mas com o tempo, vai perdendo aquele nervosismo mas, na hora, falta palavra, não consegue falar direito, supervisor tem que dar uma ajudinha. Aí o médico acaba compreendendo que tá começando. Mas foi, acho que, como todas as estréias, um pouco nervosa. Na hora, dá um branco, mas depois engrena e vai embora.
P/1 - Começou em qual setor na cidade?
R - Trabalhava no setor, assim os mais...
P/1 - No centro de Manaus, na periferia?
R - Agora, a cidade é dividida em três setores. Antigamente, era em
dois; a central e a parte dos bairros mais periféricos e, hoje, estou trabalhando mais na parte periférica. Comecei nessa área, nunca trabalhei no centro de Manaus. E no Parque Industrial. O parque industrial é muito grande, muitas fábricas.
P/1 - O que são? São pequenos consultórios, são consultórios nas empresas?
R - São os ambulatórios nas empresas, empresas grandes que tem
2 ou 3 mil funcionários e, por lei, passou de 500 funcionários é obrigado a ter um médico no trabalho, então, fazem consultas normais. Os funcionários passam o dia na empresa, às vezes, não tem tempo de sair pra uma consulta, acabam se consultando no ambulatório da empresa mesmo.
P/1 - E, na periferia, qual acha que é o maior desafio nesse trabalho de propagandista?
R - Na periferia?
P/1 - É, nesse trabalho, na cidade, qual é a parte mais difícil do seu trabalho?
R - Roda muito. No centro, o pessoal pára o carro e faz, praticamente, tudo a pé, os locais são muito próximos, na periferia não. Roda muito de carro e, principalmente, nas
últimas semanas de trabalho, quando a gente está pegando só os médicos que ficaram faltando, que estavam de férias, não atenderam, é
obrigado a sair de um ponto a outro, distante. Acho que o maior desafio, realmente, é o trânsito, apesar que Manaus é um pouco mais calma. E adequar o nosso produto à realidade de muitas áreas periféricas em termos de poder aquisitivo. Com o tempo vai sabendo divulgar o produto certo no posto de saúde certo, no consultório certo.
P/1 - Como é essa adaptação?
R - É porque, na região periférica, infelizmente, nosso país tem muita pobreza ainda, tem produtos que não adianta ficarmos divulgando muito. O médico pode até querer te ajudar ____________ mas a população não tem dinheiro pra comprar, então, a gente procura adequar com os produtos mais acessíveis da nossa linha e divulgar nesses locais.
P/1 - Com o tempo, começou a cobrir outras áreas também?
R - Foi. A partir desse ano, comecei a fazer Boa Vista, que é a capital de Roraima e Taquatiara, uma cidade do interior do Amazonas que fiz logo que entrei no Aché. Fiz umas duas vezes, depois fechou aquele setor__________ mais e, a partir do ano passado, reabriu.
P/1 - Visita com qual frequência, Taquatiara?
R - Todo mês.
P/1 - Como é essa viagem?
R - É de carro, saio mais ou menos umas 6 horas da manhã de casa. Paro em Rio Preto da Erva, uma cidade que fica no caminho, pra tomar um café com minha famosa tapioca. Fico uns 20 minutos lá, tomo um café e sigo, de novo, a
estrada.
P/1 - Como é que era__________?
R - De Manaus, leva uma hora e
Taquatiara, uma hora e meia, uma hora e 45 minutos. A estrada é vazia, vai daqui pra lá, se passar por dois carros é muito, a viagem todinha, porque tem muitos sítios, muitas fazendas. Durante a semana, o movimento é muito pequeno.
P/1 - Mas não é uma paisagem de floresta?
R - Não, tem umas partes mais fechadas e partes mais abertas de fazendas, sítios, inclusive, tem um Terminal que fizeram lá agora, que toda a produção que vem de Mato Grosso, de soja, em vez de ir pra Santos e Porto de Vitória, vai pra lá que é mais perto. Segue pra Europa, Estados Unidos, é um porto ____________ foi Grupo Magi.
P/1 - Tá no caminho?
R - Tá no caminho, fica perto de Taquatiara. A cidade têm crescido
muito por causa desse porto ______________ fazendo fábricas de beneficiamento de soja, arroz. A tendência é se desenvolver muito.
P/1 - E Taquatiara é uma cidade que vai visitar, basicamente,
por quê, são postos de saúde, consultórios?
R - Muitos consultórios e postos de saúde. São 17 médicos que a gente visita lá.
P/1 - E como é a receptividade?
R - O povo do interior é muito receptivo. O povo amazonense já é receptivo, no interior, são muito receptivos. A gente não tem problema nenhum, sentem até falta quando demora muito pra voltar. Às vezes, antigamente, eram de dois em dois meses, a partir de agora, vai ser mensal. Quando fica mais ou menos uns 2 anos sem ninguém ir lá visitar, os médicos que ainda continuam, no retorno falam: "Nunca mais vocês vieram!" Sentem falta e por ser uma cidade distante; Manaus já é uma capital distante do centro do país, vamos dizer assim, então lá, por ser no interior do Amazonas, o médico, praticamente, depende da gente pra receber informações de produtos novos, lançamentos de matérias novas, publicações novas. Eles gostam muito, dão muito valor à visita do propagandista.
P/1 - E muitos laboratórios chegam até essa região?
R - Em Taquatiara? Dos laboratórios grandes, só o Aché mesmo. Laboratórios menores têm
uns dois ou três que vão, mas não com a frequência que a gente vai.
P/1 - Em Roraima, por sua vez, como é essa viagem?
R - Em Roraima, já é de avião. A gente vai num domingo à noite, chega lá, segunda de madrugada, passa a semana toda e volta sexta-feira, à noite.
P/1 - Quantos médicos visitam?
R - Lá tem, no nosso cadastro, na faixa de 140 médicos.
P/1 - E é uma visita que faz sozinho?
R - Sozinho, foi como estava até te falando lá fora, às vezes, cai de numa semana ter um feriado, aí o colega que ia naquela semana acaba indo junto, mas, geralmente, é sozinho.
P/1 - São quatro linhas?
R - São quatro linhas e a cada semana, vai um representante de uma linha. Aí, quando cai de ter um feriado prolongado, o rapaz da linha quatro, vamos dizer assim, vai junto comigo ou vai junto com o colega de outra linha.
P/1- E a tua visita, em Boa Vista, como é que ___________? Chega lá sem carro?
R - Não. Lá a empresa tem um carro que fica à disposição. Toda pessoa que chega sexta-feira, deixa o carro, no aeroporto, e quando o outro chega, no domingo, já pra outra semana, pega o carro, já leva todo o material encaixotado de Manaus pra lá, arruma, vai pro hotel, dá uma descansada e começa a correria.
P/1 - Tem alguma diferença comparando essa capital com Manaus?
R - Não, Boa Vista é uma capital... tem o quê? Uns 250 ou 300 mil habitantes. Tem cidades do interior de uns Estados que tem muito mais do que isso, então, é uma cidade estilo ainda interiorano, bem tranquilo e é projetada, planejada, ruas largas, quase não tem sinal de trânsito, tudo são bolas que colocam nos cruzamentos. O fluxo de carro… é muito fácil de andar na cidade, bem arborizada, ventilada, até me surpreendi quando fui lá, quando conheci, muito bem organizada e 80% da população é de fora, se pegar uma pessoa de 40, 50 anos, quase ninguém é nascido em Boa Vista. Muito gaúcho, paranaense e maranhense. Acho que 40% é do Maranhão.
P/1- Tem algum episódio com médico, de viagem que marcou esses anos?
R - Nesses anos... acho que foi logo que entrei, ______________ tava dando depoimento ainda agora, quando entrei na empresa, ele que mostrou o setor, trabalhava no mesmo setor que eu, só que em linhas diferentes e, hoje, acabamos trabalhando na mesma linha, então quando ele tava ensinando, tinha o quê? Nem 20 dias de empresa e, em Manaus, tem o hospital da Base Aérea Militar da Aeronáutica. Tinha visitado todos os médicos, estava quase perto do meio-dia e lá fora do hospital tem uma lanchonete. A gente sentou pra organizar umas fichas, estava meio perdido, começando, falei: "Espera aqui que vou só dar uma solicitação pro médico aqui dentro e já volto." Aí chegou no corredor um cara todo fardado gritou: "Ei! Você aí! Eu olhei: "Eu?" "É você mesmo, aí do Aché! Não é do Aché?" Eu falei: "Vish! Será que fiz alguma besteira?" Porque militar é cheio de regras, será que infringi alguma, entrei num local que não era pra entrar? Já fiquei com medo, tô começando agora, se dei uma __________ aqui. O cara: "É você, vem cá! Eu sou o doutor fulano de tal, o único especialista em medicina aeroespacial no Brasil, tem que me visitar!" Eu falei: "Doutor, mas o senhor é cadastrado… tal?" "Não sei, eles não gostam de me visitar, vem cá que vou te levar lá." Ele me levou dentro do hangar dos aviões, é especialista em… acompanha pilotos da aeronáutica em vôos pra saber se tem uma alteração, sei lá direito, explicou, então, levou-me pra um hangar no meio dos aviões, lá em cima, sei que passou uma hora da tarde, duas horas, não queria me liberar e o Antônio César, naquela época, nem tinha celular ainda, ficou lá desde 15 pra meio dia, na lanchonete, até quase duas, três horas da tarde e eu sem almoçar e ele não queria me liberar, queria me mostrar como é que funcionavam os aviões, o esquema lá, ele era meio assim, o pessoal falava que era doido, fugiam dele, nenhum representante podia falar com ele que prendia o cara, nos hangares, e deixava duas, três horas esperando numa sala e não podia sair, com medo e era novato… estava numa área proibida, militar, acho que foi um dos episódios mais engraçados.
P/1 - Pra ir finalizando, queria perguntar, em relação aos produtos, teve algum que gostou de trabalhar mais, alguma campanha que achou mais criativa?
R - Que gosto muito, desde que entrei, foi o Brondilat, um produto que acho... me identifiquei muito, que hoje, a partir desse ano, não trabalho mais. Tem uma campanha do gênio, muito interessante que despertou um interesse muito grande na classe médica.
P/1 - Como é que era?
R - Campanha do gênio, deixa ver se me lembro ainda… que Brodilat era produto de gênio, tinha três funções em um produto só. Aí tinha todos aqueles desenhos pra pediatra, do gênio mil e uma noites, as figuras do gênio com a lâmpada, bem interessante. E, hoje,
gosto de trabalhar com o... acho que, mais ou menos, há um ano, o Novamox, ______________ um produto que tem crescido muito na empresa, que tem uma ___________ muito boa.
P/1 - Por que gosta dele?
R - Porque, na época, que foi lançado o Novamox; não participei do lançamento, acho que não estava na empresa, um produto inovador, um antibiótico associado com um bloqueador das enzimas metalactamase que, por ser um produto novo, vamos dizer assim, tem um preço um pouco diferenciado, um pouco elevado, então, tem que saber divulgar no local certo, na hora certa, pro médico certo. Na verdade, não está vendendo o produto, está vendendo o conceito que esse produto tem que, hoje em dia, está bem divulgado nas sociedades, principalmente, de pediatria, pneumologia e otorrino. Já estão usando-o como um consenso.
Essa associação do Novamox com ____________, no início, era muito complicado, principalmente, por causa do custo, mas hoje, como está virando um consenso entre algumas especialidades, está um pouco mais fácil de divulgá-lo. Esse desafio de preço, porque muita gente: "Ah é muito caro, não vai dar pra vender." Se for planejando, montar a estratégia para divulgar, acho que consegue ter uma boa venda dele.
P/1 - Para finalizar, gostaria de fazer algum fechamento?
R - Bom, um fechamento que posso falar, trouxe até a bandeira do Brasil aqui, por estar próximo da conquista do Penta.
P/1 - ___________ [ruído] assistiu o jogo do Brasil Penta Campeão aqui?
R - Não, em Manaus, assistimos domingo de manhã, aí, três horas
da tarde, viemos pra Fortaleza.
P/1 - Tá certo.
R - Queria falar que essa união que o brasileiro tem pelo futebol, se transferisse pra cobrar mais dos políticos, pra solidariedade, pra unir mais, cobrar mais da política brasileira. Estava até ouvindo um comentário desses diretores americanos, FMI [Fundo Monetário Internacional], Banco Mundial, não estou me lembrando direito, que o problema do Brasil não é econômico, é político, então, se a gente juntar que nem se faz pra receber a seleção hoje, assistir jogos, fazer aquela união mesmo, confraternização, se juntarem e cobrarem mais dos
políticos, porque acho inadmissível um país tão rico ter gente passando fome.
P/1- _________________o fato do Aché ser uma empresa brasileira, faz diferença pra você?
R - Sim, [tosse] não quero ser hipócrita de falar que sou patriota só porque estou perto da Copa, mas gosto de ser brasileiro, defendo o Brasil e por ser uma empresa brasileira tem um toque diferente, principalmente, nesse nosso ramo que está cheio de multinacionais. A gente sabe que multinacionais, muitas vezes, exploram. O país já foi muito explorado pelos estrangeiros, a história do Brasil diz isso e, hoje em dia, não é diferente. Exploram o Brasil e levam todo o dinheiro pra fora e o Aché, por ser uma empresa 100% nacional, investe todo o capital aqui. Isso, pra quem gosta de ser brasileiro, é um orgulho muito grande.
P/1 - Para finalizar, queria saber [tosse do entrevistado] o que achou de ter contado sua história, um pouquinho da tua entrada no Aché.
R - Até estava conversando com você lá fora, posso chamar você de você [riso]?
P/1 - Claro!
R - Dou muito valor pra história,
coisas antigas e, no início, estava até um pouco receoso, será que vai ser uma entrevista ou tipo Polícia Federal que quer investigar minha vida? Mas não, depois que os meninos me falaram que era pra contar experiência de vida dentro da empresa ou mesmo fora, achei interessante, porque brasileiro tem memória muito curta. Admiro alguns países que nem os Estados Unidos que dão muito valor pra história, memória. Até hoje vivem divulgando a memória, isso é muito patriotismo e dou muito valor pra história de família, de povos, de imigrantes, identifico-me, dou muito valor para museu, historiadores. Gostei muito.
P/1 - Tá certo, obrigada.
R - Obrigada você, eu que agradeço.
P/1 - Mostra mais um pouquinho a bandeira.
R - Tá gravando?
P/1 - Tá [risos].
R - Brasil!
P/1 - Será que ele levanta? Segura a bandeira? Tá bom?
---FIM DA ENTREVISTA---Recolher