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Por: Museu da Pessoa, 12 de abril de 2016

Foi na raça

Esta história contém:

Foi na raça

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Ali aquele polo nosso de trabalho da Santa Rosa era praticamente o que distribuía alimentação pro Brasil inteiro. Vinha gente de tudo quanto é lugar de carro, caminhão, pegar mercadoria pra levar. Sempre foi o grande centro distribuidor, o Brás. Isso que eu me lembro de moleque. Então sempre vi muito comércio, muito comércio Então, comércio, pessoas, cavalo tinha também, charrete tinha lá, tudo. Trem que passava ali, tudo isso. Feirante, muito feirante, antigamente era mais feirante, não tinha supermercado, então o comércio era feirante, era feira livre. Desde que eu comecei a empresa lá que foi muito feirante, a maioria da minha freguesia era feirante. Venda. Assinar caderneta, comprar em venda assim. Você chegava lá, fazia compra, assinava a caderneta, a gente fazia a compra, porque não tinha supermercado, então era isso. Ou então na feira. Eu me lembro bem quando fui até trabalhar com meu pai. Porque quando eu era criança eu queria ser padre, né?

Depois fui crescendo, mais jovem eu queria ser piloto. Piloto pra ir pra Guerra do Vietnã. Se falava muito em Guerra do Vietnã e então eu lia muito sobre guerra. Depois quis ser médico, tentei entrar na faculdade durante dois anos. Terminei o científico, tentei a faculdade e não consegui entrar, no ano seguinte tentei mais uma vez e não consegui entrar. Aí meu pai falou assim: “Você não entrou, vamos trabalhar”. Gozado. E eu não sabia que a minha vocação era comércio, que eu fosse gostar tanto de comércio como eu gosto sem saber, nunca pensei em ser comerciante, nada, então de trabalhar com o meu pai eu gostei. Atender o público, fazer entrega, fazer entrega nesse São Paulo inteirinho aí. Eu já tinha 18 anos então saía com uma caminhonete, com uma Kombi de entrega e trabalhei muito de entrega em todos os bairros de São Paulo, em casas de feirantes, ABC, Santos.

Comecei a trabalhar com ele, gostei, foi aí que eu comecei a gostar mesmo do comércio, atender,...

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Dados de acervo

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Memórias do Comércio da Zona Cerealista

Depoimento de Adilson José Santos Carvalhal

Entrevistado por Lucas Torigoe

São Paulo, 12 de abril de 2016

Realização Museu da Pessoa

MCZC_HV09_Adilson José Santos Carvalhal

Transcrito por Karina Medici Barrella

MW Transcrições

P/1 – Adilson, fala pra mim o seu nome, local e data de nascimento.

R – Adilson José Santos Carvalhal. Nasci em Itamonte, Minas Gerais, dia oito de outubro de 1941.

P/1 – E o seu pai, qual o nome dele?

R – Antônio Pereira Carvalhal.

P/1 – Ele nasceu em Minas também?

R – Nasceu em Minas também.

P/1 – Que cidade?

R – Nasceu em Itamonte também.

P/1 – Em que ano?

R – Papai é de 1920.

P/1 – E a família dele é de lá? Sempre foi de Minas Gerais?

R – Sempre foi dali. Fazendeiros lá em Minas Gerais.

P/1 – Fazendeiros, é?

R – É, fazendeiros.

P/1 – O que eles tinham lá?

R – Gado. Meu avô tinha gado lá. Tem uma fazenda muito linda lá em Itamonte chamada Capelinha, onde minha avó muito católica construiu uma igreja muito linda lá, por isso que chama Capelinha. Um lugar maravilhoso.

P/1 – Como é que é lá?

R – A fazenda tem um belo rio que passa lá. No nosso tempo tinha muito gado, cavalo, ficava distante seis quilômetros de Itamonte e normalmente no final da tarde a gente pegava os cavalos e ia a cavalo pra Itamonte. Ia lá assistir no cinema, acabava a luz na cidade, a gente voltava a cavalo pra fazenda lá, era uma escuridão danada (risos), era engraçado pra caramba.

P/1 – Tudo escuro e vocês andando a cavalo lá.

R – Andando a cavalo lá, no meio do mato. Tinha assombração e a assombração subia na garupa do cavalo e você tinha que levar essa assombração onde ela quisesse, depois te largava lá e te roubava o cavalo (risos). Era umas loucuradas de criança (risos).

P/1 – Ah é, tinha essas coisas de assombração?

R – Era bacana demais. Todo interior tem muita assombração, falam né, mas eu nunca...

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