Experiência com a prática Educacional
Meu primeiro contato com o ensino ao que me recordo, se dá no processo de ensino religioso, na catequese e na Crisma, uma experiência que vivenciei em conjunto com outra amiga, sendo esta uma responsabilidade de enfrentar ...Continuar leitura
Experiência com a prática Educacional
Meu primeiro contato com o ensino ao que me recordo, se dá no processo de ensino religioso, na catequese e na Crisma, uma experiência que vivenciei em conjunto com outra amiga, sendo esta uma responsabilidade de enfrentar uma turma de crianças, levou-me naquele instante a certeza que não sabemos de tudo. Dito isto, um momento relevante em entender, que o conhecimento é um caminho que certificamos como uma necessidade de progressão em evolução como sujeito participativo. Contudo, ao que parece ser, fui encorajado de alguma forma, em busca contínua de aprendizagem de conhecimento cada vez mais, para suprir a necessidade de passar informações daquele processo de ensino religioso. Embora, não saiba quanto tempo levou-me a este caminho, pude perceber que ser encorajado foi um ato introduzido na minha vida, um tanto desafiador impulsionado no caminho de aprendizagem, a ensinar aprendendo e também de alguma forma uma construção linear de saberes constituído de responsabilidade, e o prazer de estar nesse lugar de construção.
Minha trajetória de conhecimento com a arte e aprendizado, tem base nos primeiros anos de contato com a escola infantil. Ao perceber em minhas remotas lembranças, aquelas pequenas linhas que costurava as letras das vogais no caderno de caligrafia, fascinava cobrir cada letrinhas de uma maneira firme, de não escapar o lápis, de não escorregar e sair daquele caminho que conduzia o formato do desenho. As vogais naquele instante eram a maneira de enxergar o desenho, uma forma de controle, de equilíbrio – a necessidade de cobrir cada uma delas, (hipnose).
Sabendo disso, vejo uma relação de continuidade de aprendizagem na prática de ensinar, de maneira mais lúdica, possibilitando o aluno colorir usando o dedo em vez de um pincel e tantas outras formas como arte de apresentar o aprendizado.
Perceber esse processo de aprendizagem em minha trajetória com a arte, tem sido pauta de um caminho contínuo árduo, que estou buscando alcançar.
Atrelado à jornada de minha formação como Arte-educador coloco um ponto inicial como gatilho norteador de minha trajetória, como ascensão da chegada da capoeira, a dança, a cultura no conjunto de aprendizagem. Dito isto, cabe informar que meu aprendizado é contínuo, tendo em vista, cada passo que percorro ou venho a dá, é palco de erros e acertos na busca de metas a serem alcançadas.
Antes, quero ressaltar a importância do quanto é significativo esse meu caminhar com o meio educativo, sem deixar de mencionar o meu Mestre Toinho Pipoca (Antônio Carlos Henrique), Mestre de capoeira, professor de Judô, Arte-educador pela Rede de Educação da Prefeitura de Recife-PE. No ano de 1992, começou a lecionar na Escola M. Octavio de Meira Lins, na comunidade Alto N. Sra. de Fátima, Recife. Nesse mesmo ano ingressei no projeto piloto da escola como atividade extracurricular do plano pedagógico, isso era como reforço de estímulo cultural, dentro da escola e no entorno da comunidade local. Esse projeto transformou tanto a mim, quando deu certo para muitos de meus amigos, que iniciaram e atuaram ainda na arte durante por essas décadas.
Durante as aulas normais, era liberado um tempo de aula para aqueles alunos, que se inscreveram nas oficinas de dança afro-brasileira e a capoeira – particularmente me envolvi em todas as oficinas que foi mencionado. Perante o processo do ensino fundamental, participei de oficinas, excursões, apresentações.
Deste projeto foram escolhidos os alunos de capoeira e dança, para compor um Grupo Cultural criado pela Secretaria de Esporte e Cultura da Prefeitura da Cidade de Recife-PE, chamado de Grupo de Dança Popular Aroeira.
Disto isto, foi preparado durante um ano, esse grupo cultural para fazer uma turnê em todas as escolas da prefeitura, teatros, Centro de Conversões. As apresentações eram realizadas em cena, sem intervalo - cada apresentação ao sair do palco, era ocupado por outra dança; coco, ciranda, capoeira, frevo, maracatu, dança afro, pastoril, dança da boneca, bumba meu boi, lundu, maxixe, xaxado, caboclinho, dentre outros folguedos culturais.
Ao sair do Ensino Fundamental fui estudar na Escola Municipal Pedro Augusto, profissionalizante em Contabilidade. Mesmo não fazendo parte da escola anterior, continuei como integrante do grupo de dança e da capoeira - trabalho foi tal consolidado que ainda hoje as atividades continuam.
Concluo o ensino médio em 1998, nesse período do término do ensino médio, passei o ano de 99 sem contato algum com o estudo – foi perturbador para minha vida, sem condições de entrar em uma universidade, o qual não tinha nem a passagem de transporte, para se locomover. Nesse meado do ensino médio em 1995, minha mãe acaba de falecer, o qual não pude ir ao enterro, nesse momento estava internado (hospitalizado), para fortalecer a tristeza 4 meses depois, meu pai também vem a falecer, por conta da falta da esposa, meu pai cai em depressão, e se ocupa no alcoolismo (cachaça), até o seu último momento de vida.
Em 2002, sou contratado para trabalhar numa adm. de Imóveis, foi uma experiência que levei muito a sério, mesmo assim a arte me acompanhava nessa empresa. Ao sair desta empresa, surge em 2004 a oportunidade de participar do Projeto GAC (Gerência de Animação Cultural), projeto este da Prefeitura da Cidade de Recife-PE. Meu mestre Toinho Pipoca é um dos Coordenadores do projeto: fiz parte deste projeto por 3 anos, cujo objetivo desse projeto, era lecionar o conhecimento da prática da capoeira e suas vertentes para os alunos da escola. Contudo, proporcionar saberes atreladas à cidadania, cultura, esporte e lazer. Portanto, nesse período pude aprender a lidar com a diversidade dos alunos, com suas histórias e vivências de pura realidade sem cogitação, contida de falta de carinho e acolhimento familiar de alguns. Por essas razões e dentre outras significâncias, me vi questionando diversas vezes, sobre o que realmente estava fazendo naquele lugar.
Fiz meu possível para compor meu aprendizado para passar de forma pedagógica, sem esquecer a realidade de cada um dos alunos.
Certo dia numa ocasião, pude conversar com a Diretora da Escola onde eu lecionava, a diretora uma pessoa negra, e com uma integridade forte, que parava para ouvir o outro e buscar soluções até onde podia. Com respeito e autonomia naquela ocasião, questionei sobre a alimentação dos alunos, pelo que sabíamos, as atividades extracurriculares eram feitas também no final de semana em tempo integral (sábado).
E observando a quantidade de alunos crescendo, percebi que a alimentação não estava suficiente para os alunos durante as atividades integral. Era oferecido 6 pacotes de biscoito, tinha que fazer milagres para que aquela alimentação chegasse a todos. Diante disto, a Diretora falou que entendia os fatos e estava ciente e falou um ditado: “Nossas mãos são pequenas e não conseguimos abraçar o mundo, mas unidos podemos alcançar juntos.
Aquilo me fez refletir sobre como lidar com aquela situação. Então conversei com os alunos e alguns pais que frequentavam também as oficinas, que a solução seria para aqueles que poderiam trazer um ingrediente para fazer um almoço, em vez de ficar só se alimentando de biscoito - era o que nos oferecia todas vezes.
Diante disto, a Diretora permitiu usar a cozinha, e também pegar outros mantimentos para fazer a refeição. Isso foi extraordinário a atitude da diretora em depositar confiança para que possamos realizar as atividades no final de semana com mais dignidade.
Em 2006 retornei para Adm. de Condomínio até o ano de 2009. Quando fui convidado para visitar o Rio de Janeiro, nessa visita permaneço até hoje no RJ.
Em 2009, chegando ao Rio de Janeiro, alguns meses dentro de casa por não conhecer a cidade (RJ), por um instante, tive uma curiosidade em querer saber onde ficavam os Arcos da Lapa. Então a caminho ao destino, sair a pé do bairro do Riachuelo, o qual percorri pelas avenidas principais, olhando as placas de sinalização com a descrição (LAPA). Ou seja, queria muito conhecer os Arcos da Lapa, pois só tinha conhecimento por livros de histórias e relatos da vida dos capoeiras malandros (Madame Satã), que andavam e viviam pelo bairro. Enfim, cheguei ao local que tanto almejava, com muito custo e entusiasmo, de conhecer aquele local (Lapa), foi uma loucura mais valeu a pena. Mas não parou por aí, cada vez que estava confiante em andar pela cidade do Rio de Janeiro, pude conhecer e visitar: Museus, parques, praças públicas com teor histórico, igrejas, ou seja, locais com acervo históricos ou não. A cada visita era um achado de conhecimento, acessar a história contada de perto deixava cada vez mais curioso. Algo que só tinha acesso nos livros de histórias, essa busca ainda percorre em mim, cada vez que tenho em mente algo para explorar novos caminhos.
Aqui no Rio de Janeiro busquei atualizar, fazendo exames de Enem, numa tentativa de entrar em uma universidade, foram várias tentativas, estudando sozinho para obter uma pontuação para chegar no meu objetivo. Como era difícil, várias vezes me vi questionando se esse lugar era pra mim, como pagar as mensalidades, sem nenhuma condição de estar nesse lugar de ensino superior, era minhas preocupações. Mas ao mesmo tempo o desejo de obter conhecimento era mais forte, de canalizar informações com as que já tenho, unir o aprendizado e repassar para outras pessoas, com um outro olhar, buscar diferentes caminhos e junto trocar conhecimento. Portanto ao entrar na Universidade a descoberta foi um avanço e se ampliando pelo que tem proporcionado para meu aprendizado.
Essa experiência junto com meu aprendizado cultural adquirido antes da universidade, veio para acrescentar essa conexão.
Sigo dizendo que estou em processo de aprendizagem sempre. Como caminho de conhecimento contínuo pelas antigas e novas descobertas, amplia-se a vontade de aprender.
Recolher