Desde o Início
Começarei pelo pouco que sei de meus avós maternos, pois de meus avós paternos, não tenho tantos conteúdos à colaborar. Meus avós maternos eram do estado do Espirito Santo, lavradores de corpo e alma, lembro-me que certa vez interrogando minha avó, hoje já falecida, esta co...Continuar leitura
Desde o Início
Começarei pelo pouco que sei de meus avós maternos, pois de meus avós paternos, não tenho tantos conteúdos à colaborar. Meus avós maternos eram do estado do Espirito Santo, lavradores de corpo e alma, lembro-me que certa vez interrogando minha avó, hoje já falecida, esta contou-me sobre sua vida a pelo menos uns cinqüenta anos antes de eu nascer.
Dizia ela que a vida era muito dura, começando seu dia de trabalho as 6:00h e findando após o anoitecer, dia após dia. Casou-se aos 19 anos com meu avô, sujeito duro, talvez tenha enrijecido com o tratamento dado aos de poucas condições financeiras (tratamento este que não mudou muito com o passar dos anos), o que não o impedia de trabalhar duro e ao menos lutar contra a fome.
Vieram para o Rio de Janeiro, e não me perguntem a data precisa, pois infelizmente esta informação foi perdida para sempre, infelizmente para mim e para os leitores deste relato. Tiveram uma vida dura, vivendo da maneira que sabiam, da plantação e da colheita, como lavradores assalariados.
Do casamento tiveram nove filhos, a saber: Antonio, Alcidélia, Maria (minha mãe), Adilson, Celi, Marina, Nely, Claudio e Iraci.
Dias houveram, em que nada havia de comer para esta grande família, trabalhava-se mais ainda para sustentar tanta gente, enfim, todos criaram-se.
Minha mãe (Maria) casou-se aos vinte e quatro anos de idade com meu pai (Djalma), seguia-se o mesmo caminho da geração anterior. Com três filhos a saber: Alex (o mais velho), Kleber (este que escreve) e Edmilson (o caçula da casa), muita dificuldade e poucos recursos, mas com uma diminuta diferença, outros tempos chegaram e embora as dificuldades houvessem, não tivemos períodos de fome.
Desde cedo via minha mãe agarrada a um tanque de roupas, tirando dali o complemento ao salário de meu pai, donde sairia o dinheiro para comprar os materiais escolares, meus e de meus irmãos, e graças ao meu bom Deus, que sempre guiou os pensamentos de meus pais, tivemos a oportunidade de estudar, além do básico.
De certa forma, invejo a competência com que meus pais e em especial minha mãe (já que foi quem segurou mais a barra do lar e da nossa educação como pessoas de bem que somos), não criando malícia para a nossa vida, mas sim deixando bem patente a diferença entre o correto e o incorreto.
Represento a terceira geração desta família (conhecida) e graças aos esforços das duas anteriores, hoje estou praticamente formado em uma faculdade, sou parcialmente independente de meus pais (dependo em excesso de afeto)e já possuímos uma quarta geração, que já são os filhos de meu irmão Alex, a saber: Leonardo (4 anos) e Lucas (2 anos), Sou noivo e brevemente terei a minha segunda geração.
Agradeço aos que se interessaram por este relato, pois para mim, ele é extremamente importante.
(Kleber Vieira Pina enviou o seu depoimento para o Museu da Pessoa em 16 de novembro de 1999 através do nosso site na Internet)Recolher