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Por: Museu da Pessoa, 25 de abril de 2014

Do luto à luta

Esta história contém:

Do luto à luta

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Me chamo Francisca Azevedo de Almeida, nasci em Manaus, na Balbina Mestrinho, em dezesseis de setembro de 1963. Mas morava no município do Careiro da Várzea. Meu pai é Luís Sousa de Almeida e minha mãe Marines Azevedo de Almeida. Eles trabalhavam na agricultura e também, meu pai tinha fazenda e a minha mãe tomava conta da casa e dos filhos. Ela teve 18 filhos, mas só tem cinco vivos.

Minha mãe ia colocar o meu nome de Celia e ela veio aqui pra Manaus, e quando foi na hora do parto, foi um dia de domingo que eu nasci. Minha mãe disse que a dor foi se alterando, de repente, ela se sentiu sozinha. Ai, ela fez uma promessa que se nada de mal acontecesse comigo ali, naquele momento, ela ia colocar meu nome de Francisca, que ela fez a promessa com São Francisco, foi por isso que eu tenho o nome de Francisca. Mas me chamam de Celia.

O meu pai era muito cuidadoso com os filhos. A minha mãe também. Eles faziam de tudo para que não faltasse nada pra gente. Naquele tempo, no interior, tinha muita fartura. Quando foi no ano de 1977, meu pai veio aqui pra Manaus, ele tinha fazenda, barcos. Ele veio fazer um frete aqui em Manaus, e quando ele veio pra cá, ele viu a oportunidade de vim do interior e trazer os filhos pra estudar, porque alguém fez uma proposta pra ele de trocar um barco que ele tinha novinho por um terreno já com a casa e um comércio aqui em Manaus. E quando ele voltou pra lá, ele já voltou decidido a vender.

Eu era feliz e não sabia (risos), porque eu queria vim pra Manaus, o sonho era Manaus, e lá [no interior], era muito bom, a gente brincava à noite aquela lua, o céu estrelado era lindo, maravilhoso, aqui em Manaus, o céu não é tão lindo… Tinha muito peixe, bastante peixe. Os vizinhos passavam quase a noite acordado, pegavam a tarrafa pra ir tarrafiar, era peixe, um monte de peixe que eles pegavam: pacu, curimatá, sardinha, vinha bastante peixe. Aquilo era uma festa, a gente amanhecia o dia, vinha todas as...

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Plano Anual de Atividades 2013 Pronac 128976 - Whirlpool

Depoimento de Francisca Azevedo de Almeida

Entrevistada por Eliete Pereira e Marcia Trezza

Manaus, 25/04/2014

WHLP_HV015_Francisca Azevedo de Almeida

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Mariana Wolff

P/1 – Francisca, bom dia!

R – Bom dia.

P/1 – Francisca, pra gente começar, eu gostaria que você dissesse o seu nome completo.

R – Francisca Azevedo de Almeida.

P/1 – Onde você nasceu?

R – Eu nasci aqui em Manaus, na Balbina Mestrinho

P/1 – Qual foi a data?

R – Dezesseis de setembro de 1963.

P/1 – Você falou que nasceu aqui em Manaus, mas você morava em outro município.

R – Morava no município do Careiro da Várzea.

P/1 – Qual o nome dos seus pais, dona Francisca?

R – Meu pai é Luís Sousa de Almeida e Marines Azevedo de Almeida.

P/1 – E como eram os seus pais?

R – O meu pai… eles trabalhavam na agricultura e também, meu pai tinha fazenda e a minha mãe tomava conta da casa e dos filhos.

P/1 – E quantos irmãos a senhora tem?

R – A minha mãe teve 18 filhos, mas só tem cinco vivos.

P/1 – Mas chegaram a crescer, seus irmãos, houve um momento que estavam ali, os 18?

R – Não, não houve, porque na época, era muito difícil no interior. E a minha mãe ficava gravida e depois, às vezes, os meus irmão morria no parto. A minha mãe teve um casal de gêmeos também, que os dois faleceram e alguns filhos que conseguiram sobreviver foram aqueles que ela veio fazer o parto em Manaus.

P/1 – E quanto tempo que era lá do município de vocês, que vocês moravam pra chegar a Manaus?

R – Um barco que não era muito potente, ele durava seis horas pra chegar aqui em Manaus, mas se fosse um bem mais potente, três horas, quatro horas chegaria aqui.

P/1 – Dona Francisca, na roda de historia, a senhora falou do nome assim, da senhora. A senhora pode falar um pouquinho pra gente assim?

R – É porque a minha mãe tinha escolhido o meu nome quando...

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