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Personagem: Selma Soares Xavier
Por: Museu da Pessoa, 13 de dezembro de 2011

Destino: Monte Azul

Esta história contém:

Destino: Monte Azul

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“Eu moro na comunidade do Monte Azul desde que nasci. Ali a gente brincava de tudo, esconde-esconde, pega pega. Era muito livre. Rolava na terra, nós brincávamos mesmo. Tivemos uma infância bem gostosa. Tinha os barracos, eram todos de madeira. Hoje já não é, hoje já tá tudo de alvenaria, o lugar melhorou bastante. Tinha o córrego, muita sujeira, mas era gostoso. A água vinha de uma mina e a luz era vela ou aqueles candeeiros. Como meus pais estavam fora, minha irmã cuidava de toda a casa e dos irmãos menores. E vira e mexe ela levava a gente para a casa da Dona Ute, que é a fundadora da Associação Comunitária Monte Azul, com sistema Waldorf. Ela recebia as crianças da favela na casa dela e era muito bom. Na verdade, a gente não via a hora de ir para a casa dela. Lá a gente fazia desenhos, aquarela, esse tipo de coisas bem gostosas, que em casa a gente não fazia. Ficava bem à vontade. No Natal a gente preparava as coisas para o Natal, presépio, coisa bem gostosa. Um dia eu precisei trabalhar para ajudar nas despesas de casa e arrumei emprego como babá no Morumbi. Aí também saídas, bailinhos, eu conheci meu marido. Engravidei logo em seguida e tive que me afastar do trabalho por causa da gravidez. Eu não tinha muita experiência, minha mãe nunca conversava com a gente sobre essas coisas, então eu engravidei. Aí fui, casei, e tive meu filho. Meu filho nasceu, esperei ele crescer um pouquinho e logo fui procurar emprego. A minha patroa do Morumbi queria que eu voltasse a trabalhar com ela, porque eu sempre fui muito cuidadora, mas aí aconteceu uma coisa boa: surgiu uma oportunidade de trabalho na própria Monte Azul: trabalhar no berçário. Eu não pensei duas vezes. Meu filho estava com seis meses e então eu aproveitava para levar ele no berçário também: cuidava dele e das outras crianças. Eu era novinha, tinha 15 anos, mas sempre fui muito responsável. E então eu continuei na Monte Azul. Trabalhei no berçário, depois...

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Dados de acervo

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P/1 – Selma, boa tarde. Primeiro eu gostaria de agradecer de você ter aceitado nosso convite e ter vindo pra cá pra dar esta entrevista e pra começar, eu queria que você falasse pra gente o seu nome completo, o local e data do seu nascimento.

R – Meu nome é Selma Soares Xavier, nasci em São Paulo, no dia 10 de agosto de 71.

P/1 – Certo, Selma. Selma, e o nome dos seus pais?

R – Meu pai é João Delfino Pereira, e minha mãe Cecília Vilela Pereira.

P/1 – Conta um pouquinho o que eles faziam aqui em São Paulo, qual que era a atividade deles?

R – Meu pai trabalhou muito em indústria metalúrgica, sempre trabalhou em metalúrgica. E a minha mãe era do lar. Trabalhou cuidando de algumas crianças das vizinhas, filhos dos vizinhos, mas era mais do lar.

P/1 – E você sabe um pouquinho da origem da família, dos seus avós, você chegou a conhecê-los?

R – Não, não conheci, mas são de Minas. Não conheci ainda a cidade também que eles nasceram, e meus avós também não cheguei a conhecer. Já são falecidos.

P/1 – E você sabe como é que seus pais vieram pra São Paulo? Como é que eles se conheceram?

R – Não, conheço não.

P/1 – E você tem irmãos?

R – Tenho, tenho cinco irmãos.

P/1 – E onde você está nesta escadinha de irmãos?

R – Eu sou, deixa ver, tem a Sula, tem o meu irmão, eu sou a terceira. Depois tem mais duas mais velhas.

P/1 – Ah, então você está bem no meio?

R – Bem no meio. É, no meio.

P/1 – Então conta pra gente como é que era ser a filha do meio de uma família de cinco irmãos aqui em São Paulo, quando você era pequena.

R – Nossa, era bem legal. A minha infância foi muito boa, brinquei muito mesmo, né, a gente brincava. Eu morei na comunidade no Monte Azul desde que eu nasci, então, a gente brincava de tudo, esconde-esconde, pega-pega. Era muito livre assim.

P/1 – E conta pra gente como é que era Monte Azul, o bairro onde você morava, a sua casa.

R – Então,...

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