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Por: Museu da Pessoa, 13 de abril de 2017

De nordestino sertanejo a engenheiro paulistano

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De nordestino sertanejo a engenheiro paulistano

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Meu nome é Felipe Ormundo. Sou baiano, tenho 84 anos e desde a adolescência moro na capital de São Paulo. Sou filho de Pedro e Joana Ormundo, donos de uma pequena fazenda do sertão nordestino. Nasci no dia 26 de janeiro de 1933, na cidade de Condeúba, no interior da Bahia. Doze meses após o meu nascimento, o pai faleceu. A minha mãe, mulher forte e muito temente a Deus, batalhou sozinha para criar os seis filhos e tocar a fazenda. Dos seis, sou o mais novo. Cresci ajudando na criação dos porcos e galinhas. Nossa vida era bastante humilde: casa de pau-a-pique, telhado de cana, comida caipira e de roça. Logo que meu pai partiu, a febre aftosa afetou a nossa criação de gado e, apesar de termos os medicamentos certos guardados, a minha mãe não sabia como usá-los. Perdemos todos os animais de corte e desde então passamos a trabalhar fora.

A vida no sertão era diferente: não tínhamos transporte, meios de comunicação eficazes e educação. As famílias que desejavam ensinar os filhos tinham que contratar professores particulares para darem aulas dentro das casas. O meu pai, responsável e generoso, chegou a construir uma escola na fazenda e chamou um professor da cidade. Mas, depois que o gado morreu ficamos sem dinheiro para mantê-la e tivemos que desativá-la. Por conta, quando completei seis anos, fui obrigado a morar na fazenda do meu tio que ficava na mesma região que a nossa. Todos os domingo era de lei: após o almoço, caminhava cerca de seis quilômetros até a casa dele. De segunda a sexta-feira, estudava junto aos meus primos na parte da manhã com a professora particular e durante a tarde trabalhava ordenhando as cabras. Tinha tanta cabra naquele curral que no final do dia mal sentia as pontas dos dedos! E sexta-feira, no final da tarde, voltava pra casa.

A vida era assim: a gente trabalhava logo que aprendia a andar. Quando chegava sábado, acompanhava a minha mãe até o centro, íamos de carroça, para vendermos o requeijão de...

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