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Por: Museu da Pessoa, 27 de julho de 2011

Das certezas, só o amor

Esta história contém:

Das certezas, só o amor

Cleide de Moraes Carneiro

Meu nome é Cleide de Moraes Carneiro, nasci em Iguape no dia onze de agosto de 1949. Vou completar 62 anos.

Eu sou descendente de uma escrava africana. Meu avô era neto de uma escrava. Eu cheguei a conhecer a minha bisavó, ela era uma mulher de pequena estatura, muito bonita, autoritária. Quando ela conversava com as pessoas ela impunha uma autoridade, um respeito. Ela tinha uma característica, um tique, de fazer assim com o dedinho. E isto a gente tem carregado na descendência.

Eu nasci aqui em Iguape, mas a minha família é do bairro do Peropava, que é um bairro de produção agrícola. Eu vou me focar mais nos meus avós maternos, que foi com quem eu convivi mais. Eu me espelho, me assemelho muito com meu avô. Repasso os conhecimentos dele, os conselhos dele. Ele foi para mim uma pessoa muito importante na minha vida.

Em nossa família somos sete irmãos. Quando nasci eu fui o patinho feio da casa, e o meu avô me “adotou”. Então era dividido o carinho: da minha avó com minha irmã mais velha e eu fiquei sendo a “menina dos olhos” do meu avô. Ele era um homem simples, ligado ao cultivo da terra; era um artesão, mexia com barro e cestarias.

No sítio tinha tudo. A única coisa que se vinha comprar na cidade era sabonete e querosene. Ali se produzia tudo. Aquilo era fascinante para mim porque já nesta época eu morava em São Paulo.

A gente vinha para cá passar as férias, sempre, e eu conheci toda a família daqui: avós, bisavós, e até tataravós. Eram todos daqui. Eu cheguei a conhecer meus tataravós, mas é da minha bisavó que me lembro bem, eu a descrevo, embora tivesse três, quatro anos de idade, descrevo a figura dela, a roupa que ela usava, seu porte físico, é como se eu a estivesse vendo agora. Minha bisavó era uma mulher de pequeno porte. Uma mulher que falando hoje, era uma mulher que despertava cobiça. O corpo dela era bonito. Eu lembro do corpo dela. O corpo era esguio, fininho, os...

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Projeto: Memórias do Vale do Ribeira - Diálogos

Depoimento de Cleide de Moraes Carneiro

Entrevistado por Danilo Eiji e Iamara Nepomuceno

Iguape, 27 de julho de 2011

Realização Museu da Pessoa e Associação Núcleo Oikos

Entrevista: MVRHV004

Transcrição feita por Ana Lucia Queiroz

Transcrição revisada por Iamara Nepomuceno

Cleide de Moraes Carneiro

P/1 – Primeiro eu queria agradecer por você nos dar este tempo pra conversar um pouquinho com a gente. Para efeito de identificação, por favor, fale seu nome completo, o local e a data de nascimento.

R – Meu nome é Cleide de Moraes Carneiro; Iguape; minha data de nascimento onze de agosto de 1949. Vou completar 62 anos.

P/1 – Maravilha. Cleide, antes de começar a falar sobre você especificamente eu queria conversar um pouco sobre a sua família. Você sabe a trajetória da sua família? Você conheceu os seus avós?

R – Eu sou descendente de uma escrava africana. Meu avô era neto de uma escrava. Eu cheguei a conhecer a minha bisavó. Ela era uma mulher de pequena estatura, muito bonita, autoritária. Quando ela conversava com as pessoas ela impunha uma autoridade, um respeito. Ela tinha uma característica, um tique, de fazer assim com o dedinho. E isto a gente tem carregado na descendência. Conheci os meus avós.

Sou nascida aqui em Iguape mesmo, mas a minha família é do bairro do Peropava, que é um bairro de produção agrícola.

Eu vou me focar mais nos meus avós maternos, que foi com quem a gente conviveu mais.

Eu me espelho; me assemelho muito com ele. Repasso os conhecimentos dele, os conselhos dele. Ele para mim foi uma pessoa muito importante, sabe, muito importante na minha vida. Meu avô.

Em nossa família somos sete irmãos. Quando a minha irmã mais velha nasceu e quando eu nasci – então eu fui o patinho feio – o meu avô me adotou. Então era dividido o carinho: da minha avó com minha irmã mais velha e eu continuei sendo a menina dos olhos...

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