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Personagem: Werá Kunumi
Por: Museu da Pessoa, 6 de maio de 2019

Camisa 10 de Ñanderu faz gol de placa pela luta indígena

Esta história contém:

Camisa 10 de Ñanderu faz gol de placa pela luta indígena

Vídeo

Meu nome é Werá Tupã, fui batizado assim, mas também tenho outro nome, que está na minha certidão de que é Dieguaká Mirim, mas o meu nome artístico, pois sou cantor de rap e tenho um nome artístico, que é Wera Kunumi. E eu tenho 18 anos e nasci na aldeia Krukutu. Meu pai sempre me incentivou a escrever histórias indígenas, minha mãe também sempre conta, até hoje, histórias indígenas guaranis, pois ela conta, tem uma habilidade muito boa pra contar história, ela ouviu desde pequena, quando tinha uns dez anos e ela guarda na cabeça, a minha mãe, as histórias.

E a gente também fuma o cachimbo, em que a gente coloca o tabaco e a gente usa o cachimbo pra os espíritos maus não se aproximarem. Também pra pedir força a Ñanderu. Sempre quando a gente vai pra mata tem que levar seu cachimbo, porque toda a mata também tem um ser que a protege, aos rios, tudo. Então, a gente vai e leva o cachimbo, quando vai pegar um animalzinho pra comer, a gente tem que pedir primeiro. Ou quando vai pescar um peixe, né, tem que pedir a essa entidade. E também a nossa cultura é diferente. Cada um tem a cultura, a língua diferente e, na nossa cultura, a gente também casa cedo. Eu casei quando eu tinha 15 anos. E estou até hoje casado, tenho 18 anos e já tenho um filho que está com dois anos e se chama Werá Mirim.

Em 2014, quando eu estava com 13 anos, fui convidado pra participar na Copa do Mundo. O pessoal da Fifa foi lá na aldeia, estavam querendo levar uns indígenas pra participar, só que na época não sabia que ia ser ao vivo, que ia aparecer na TV . Mas fiquei feliz também. Tinha mais duas pessoas que iriam participar na Copa do Mundo pra remar, assim, no barco e eu era pra estar soltando uma pomba da paz. A gente foi lá, estava o cacique também que estava nos acompanhando, a gente foi no Itaquerão, pra fazer um ensaio e eu soltei a pomba pra fazer o ensaio, a gente foi na aldeia. Voltamos e aí estava uma semana pra acontecer a...

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Dados de acervo

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PSCH_HV759_WERA_KUNUMI

ENTREVISTA DE WERA KUNIMI

ENTREVISTADO POR JONAS SAMAÚMA

GRAVADO POR JADE RAINHO

6 DE MAIO DE 2019

PROJETO [00:18]

HISTÓRIAS INDÍGENAS

PCSH_HV759

TRANSCRITO POR SELMA PAIVA

P/1 – Então, meu amigo, seja muito bem-vindo!

R – Obrigada!

P/1 – Eu ia falar pra você, se você quisesse ficar mais à vontade, chamar uma força, falar uma poesia ou trazer um canto.

R – É, queria cantar uma música que, pra mim, é muito importante e tem uma força, tanto espiritual, mas também na política, né, pra nós, porque fala de terra, de luta, da resistência para os indígenas.

[01:03 a 01:49]

Depois eu vou traduzir.

P/1 – Pode traduzir agora.

R – [01:55 a 2:00] = “Dai-nos de volta as terras que vocês roubaram, pra nós vivermos”

[02:05 a 02:10] = “Em nossas matas a gente tinha muita comida, frutas pra comer”

[02:18 a 02:20] = “Os não indígenas vieram pra cá, roubaram as nossas terras”

[02:29 a 02:32] = “Aquela terra que Deus deixou pra nós, pra nós vivermos. E eles, agora, não querem devolver”.

É isso aí.

P/1 – Nossa, que força, cara! Gratidão!

R – Obrigada!

P/1 – Então eu queria que, depois de trazer esse canto, assim, falasse o seu nome e onde você nasceu.

R – Sim. Falar agora?

P/1 – Sim.

R – Meu nome, minha idade também, né? (risos) Meu nome é Wera Tupã, fui batizado assim, mas também tenho outro nome, que está na minha certidão de Guacamirim, mas o meu nome artístico, pois sou cantor de rap e tenho um nome artístico, que é Wera Kunumi. E eu tenho 18 anos e nasci na aldeia Krukutu. Meu pai sempre me incentivou a escrever histórias indígenas, minha mãe também sempre conta, até hoje, histórias indígenas guaranis. Pois ela conta, tem uma habilidade muito boa pra contar história, pois ela ouviu desde pequena, quando tinha um dez anos e ela guarda na cabeça, a minha mãe, as histórias. E eu sempre gosto quando ela fala as histórias que ela conta, né?

P/1...

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