Identificação
Meu nome é Maria da Graça Marques. Eu nasci no dia 8 de Setembro de 1947, em Vila São José de Umbá, 4º Município de Cambuci, no Estado do Rio de Janeiro. Fica próximo de Itapiruna e Campos.
Origem
Meu pai é Alfredo Vieira Marques e Maria B. Marques. A minha avó paterna ...Continuar leitura
Identificação
Meu nome é
Maria da Graça Marques. Eu nasci no dia 8 de Setembro de 1947, em Vila São José de Umbá, 4º Município de Cambuci, no Estado do Rio de Janeiro. Fica próximo de Itapiruna e Campos.
Origem
Meu pai é Alfredo Vieira Marques e Maria B. Marques.
A minha avó paterna é imigrante italiana e da família da minha mãe eram imigrantes franceses. Vovó veio pequena, com 12 anos, ela não veio nem como imigrante. Veio com a família dela, naquela época. Hoje
nós somos quatro
filhos, três mulheres e um
homem.
A Janete, Maria da Graça que sou eu, Adiléia e Alfredo.
Atividade do pai
Meu pai tinha farmácia, a primeira farmácia dele foi em São José de Ubá . Eu era muito pequena, mas eu me lembro vagamente da casa. Era uma casa bem grande e velha, e só me lembro que a farmácia era na nossa casa, que ficava nos fundos. A gente
passava
dos fundos para a farmácia e como nos éramos muito pequenininhos o papai amarrava a porta da farmácia com barbante. E nós ficávamos empurrando a porta
para abrir.
E era uma época tão boa... Uma vez ele esqueceu a porta da farmácia
aberta, quando ele acordou tinha um bode ( risos ) dormindo dentro da farmácia. Eu me lembro que tinha quatro cadeiras, duas de um lado e duas de outro e tinha um balcão velho, bem antigo.
Chegada ao Rio de Janeiro
Moramos nessa cidade, depois papai veio para o Rio, quando eu tinha uns cinco anos,
onde
ele comprou uma farmácia na Rua Dionísio, 36. Na Penha. O
nome era... Farmácia Raul Pereira Limitada, porque a farmácia era de outro dono. Então nós moramos nessa farmácia mais de 40 anos. Depois a farmácia foi vendida e transformada numa loja
de ...consertar televisão.
Infância
Nós brincávamos na farmácia. A mamãe conta ( risos ) que uma vez a minha irmã conseguiu achar o vidro de sena e começou a comer sena, que
é uma erva para fazer remédio,
que papai fazia remédio de manipulação. Antigamente, todo mundo tomava remédio de manipulação. Então a sena era para
fazer algum remédio, e eu acho que é venenosa essa erva.
Famácia
A farmácia do meu pai era alopata. Mas eles faziam também... tinha um
laboratoriozinho onde fazia as fórmulas, que os médicos naquela época, a maioria dos deles, que eram poucos, também davam
a receita de manipulação. Ele fazia também cápsulas para
gripe, que hoje não existe mais. Engraçado, é uma história muito interessante, porque
a cápsula era pequenininha,
parecia uma hostiazinha e tinha uma tampinha, era como se fosse um estojinho bem pequenininho assim,
mais ou menos. Então ele colocava ali a fórmula do remédio que ele fazia, as pessoas compravam aquilo para
gripe e funcionava. Todo mundo ficava bom da gripe. Eram cápsulas para curar a gripe. As farmácias que meu pai teve eram bem pequenininhas, de um funcionário só. E essa do Rio também era um farmácia bem pequena.
Comércio na Penha
Tinha muitas
lojas,
tinha um botequim, a farmácia, a tinturaria e tinha uma quitanda. E
nos brincávamos na calçada com as nossas colegas. Porque
quando nos viemos para o
Rio de Janeiro, a rua Dionísio, onde nos morávamos e até hoje eu moro lá, não era calçada, não passava nenhum carro e nós podíamos brincar. Mas logo depois ela foi calçada. Aí as brincadeiras já diminuíam,
porque ficava passando ônibus -lotação , lotação era o Grotão, Penha – Grotão, que ia até o Grotão que
é lá em cima , no final da Rua Dionísio. Tinha que ir até a
estação da Penha,
que fazia o itinerário Penha –Grotão
Mercado da Penha.
Peguei o bonde,
andei muito de bonde, que acabou quando eu tinha uns 12 ou 13 anos. Eu andava de bonde também. Na linha
Madureira/ Penha, porque sua mãe fazia compras
no Mercado da Penha.
Educação
Estudei o ginásio na
Venerável Irmandade da Nossa Senhora da Penha ( risos ), na Penha, claro, que era dirigida pelos padres lá.
O primário eu fiz na Escola Nossa Senhora Auxiliadora, lá na Rua do Cajá, que hoje
acabou porque o diretor ( risos ) ficou muito velho e vendeu
a escola. Era escola primária, escola pública, tinha o primário e o ginásio.
Juventude
Ah, legal. Foi bom. Nos tínhamos uma colega, que ganhava convites do Glória.
Do Hotel Glória. E o pai dela era tenente coronel, e ela tinha um irmão que era também do exército. Ele arranjava convites para nós irmos num baile, sabe aonde , na Marinha,
na Avenida Brasil.
Nós íamos a baile ali. Quando Ivan Lins começou a tocar, ele tocava no Hotel Glória. Ah...nós chegamos a pegar o Ivan Lins.
Carreira
Trabalhei na CTB. Eu entrei em
10 de Novembro de 1970, e
me aposentei lá em 1996, quando acabou.
Depois virou a TELERJ.
Trabalhei
a vida inteira
lá.
Moda
Era vestido comprido,
muito bonito assim, de rasgo assim aqui no meio, decotado, com flores. Chapéu não ( risos ), que só usava para não pegar sol.
Carnaval
Brincávamos na rua ou então no Clube, um
clube que tinha lá na Penha
que era ...Social esqueci o nome do clube, Social Ramos Clube, em Ramos. Nesses clubes lá da Penha mesmo que nos brincávamos. Ou então na
Portuguesa, na Ilha do Governador.
Cinema
Em todos os cinemas nos fomos. Na Tijuca, na Cinelândia, quando lá tinha todos aqueles cinemas. Em
Madureira também nos íamos. Lá tinha o
Azteca, que era um cinema lindo muito grande,
que hoje
acho que
nem existe mais. Já acabou. Não tem mais cinema.
Teatro
A primeira vez que eu fui ao teatro,
foi com 16 anos. Fui ver Édipo Rei, com Paulo Autran, ainda bem novinho, devia ter mais ou menos 40 anos.Também vi todas aquelas peças de época, como A Doce Irma com a ..não sei se foi com a Marília Pera. Vi a peça do Millôr Fernandes com a Fernanda Montenegro, vi A Morte do Caixeiro Viajante com o Paulo Autran. Também vi O Amante De Madame
Vidal, com a Fernanda Montenegro, e..., ah, meu Deus do céu, vi quase todas as peças
com o Paulo Autran e Fernanda Montenegro. Tinha um teatro na Praça Tiradentes, Rua Gomes Freire, onde o Paulo Autran fez Édipo Rei. Tinha teatro deixa eu ver...em Copacabana tinha o teatro Copacabana, que era grande e bonito. Deixe eu ver mais... de repente, esqueci. Mas tinha outros teatros, sim.
Perfil de Consumidor
A gente comprava na Penha mesmo. Porque quem comandava os filhos era a mãe. A mamãe é que comprava. Nós até escolhíamos, de vez em quando, , mas ela quem mandava. Toda a nossa roupa, sapato, essas coisas eram compradas na Penha.
Ela mesmo é que fazia. Minha madrinha era costureira. Quando a mamãe não sabia fazer, a minha madrinha dava um jeitinho e fazia a roupa. De loja não me lembro, não sinto falta nenhuma. Mamãe que mandava, então não dava para a gente...
Projeto Memória
Eu achei bom. Gostei também da exposição. A única coisa que eu senti falta foi da farmacinha, que
acho que deveria ter uns remedinhos ali. Só isso.Recolher