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Brincadeira Literária: Hoje de Madrugada pela ótica feminina

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Brincadeira Literária: Hoje de Madrugada pela ótica feminina

O que registro agora aconteceu hoje de madrugada quando passei a mão sobre a cama e vi que meu marido não se encontrava. Levantei aflita, em silêncio, fui vagarosamente onde o encontrava, seu escritório. Abri a porta sem que ele notasse, foi em vão. Ergueu seu olhar como se fosse um cachorro com o rabo no meio das pernas, fingindo corrigir provas, como costumeiramente fazia. Lá estava ele. Cabisbaixo. Olhou-me de cima abaixo como seu eu o tivesse roubado, deixando-o sem beira e nem eira. Estremeceu... A convivência, por muitos anos, nos faz adivinhar até o que o outro pensa. Carrega a culpa de ter me aniquilado com os afazeres domésticos e os cuidados com os filhos para que ele pudesse crescer. Isso se chama abnegação. Fruto de uma educação romântica e fora de moda. Ah. Os homens são todos iguais, roubam-nos a juventude. Agora lá está ele. Nada que eu fale irá acalmá-lo. Fico melhor aqui no canto admirando esse Adonis em seu outono. Não era preciso dizer absolutamente qualquer palavra. Não tirei meus olhos sobre ele, pois sabia que estava ruminando sobre os últimos acontecimentos da noite. Nós mulheres somos práticas. Pisei mais fundo no assoalho de madeira e o seu estalido fez com que ele se agarrasse ao papel que fingia escrever, permanecendo imóvel. Teríamos essa conversa, custe o que custasse. Era preciso. Percebi seu nervosismo. Apanhei o bloco de rascunho que se encontrava entre seus papéis e rapidamente fui curta e grossa na escrita “vim em busca de amor”, este foi o meu grito de alerta. Ele continuava ali assustado, apenas abaixou os olhos perdidos e pregou-os sobre a mesa. Como se passara um tempo grande até ele se manifestar, novamente lhe escrevi “responda”, com uma raiva danada. Percebi que ele não queria enfrentar a realidade, não se mexia, sofria e me suplicava para que ali o deixasse. Tentei olhar para aquele homem (foi um esforço) em sua primavera, iluminado, altivo, e que agora me expunha um...

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lixeiro

Dados da imagem personagem: uma pessoa<br>historia: charge do texto Trabalho Sujo<br>

Período:
Ano 2011

Imagem de:
Ninfa Zamprogna Barreiros

História:
Brincadeira Literária: Hoje de Madrugada pela ótica feminina

Tipo:
Fotografia

personagem: uma pessoa
historia: charge do texto Trabalho Sujo

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