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Por: Museu da Pessoa,

Botando vento na palavra

Esta história contém:

Botando vento na palavra

Vídeo

“Enquanto passava café

Mãe cantava, feliz, de pé

Dizia que assim voava

Antenado eu captava tudo:

Tia ralhando com tio

Uma pipa cortando o céu

Um peão riscando o chão

E os cães latindo gratidão”

Esse poema eu fiz lembrando minha mãe, a primeira palavra que eu me apaixonei na vida foi a palavra mãe pela importância que ela teve na minha vida, eu acordava, desde menininho, ia até a pia, a minha mãe cantava na pia, enquanto passava café. A minha mãe no tanque, lavando roupa, cantava, mesmo que a vida acabasse dando aquelas porradas, a minha mãe sempre estava cantando.

Eu lembro muito da minha mãe contando história pra nós... Imagina: sete filhos. Eu nasci em Osasco, minha mãe e meu pai são do Rio Grande do Norte e eu cresci na Vila Yara, em Osasco. Tanto é que a base da minha poesia eu trago a Vila Yara, o menino, as histórias da minha mãe eram histórias que ela inventava pra gente, ela tinha cada uma! O anãozinho que vivia debaixo de uma bacia pra ver as moças tomando banho! E tinha um horário, sim, pra contar isso, era sempre quando o dia ia terminando, a minha mãe ia e dava banho. A gente tomava banho de bacia, minha mãe botava a gente na bacia, esfregava, tirava o cascão e quando colocava todos os irmãos numa cama, porque eu morava numa casa de três cômodos, para sete filhos, não tinha essa história de ‘o meu quarto, o quarto da minha irmã’. Era a cozinha, o banheiro do lado de fora, o banheiro que não tinha chuveiro elétrico, não tinha nada dessa coisa, era tudo água gelada e, então, pra você tomar um banho quente, você tinha que esquentar água na panela, jogar e misturar com água fria.

Minha mãe, depois que dava o banho na gente, ela ia colocar talco Pom Pom, aí ela brincava, fazia cosquinha na gente e começava a contar essas histórias, não com a pretensão de ser uma contadora de história, mas ela era, né? Ela contava essas histórias. Muitas a gente achava que...

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PCSH_HV748_Paulo_Netho

Entrevista: Paulo Netho

Entrevistador: Jonas Samaúma e Sérgio Sampaio

11 de abril de 2019

Programa: Conte sua História

Entrevista número 748

Entrevista 001 do Afinadores de Ouvido, História de Contadores de Histórias

Revisado por: Jonas Worcman

P/1 – Pinto Pelado.

R – Contam os que contam e dizem os que sabem que Domingos Pinto Colchão é um frango magricelo, despenado, meio amalucado e que adora dar sustos nas donas de casa. Um detalhe: ele é conhecido como Domingos Pinto Colchão só no estado de São Paulo, porque no resto do Brasil ele é conhecido como plic, plic, plic, o Pinto Pelado. E a história que eu vou contar é quando esse rapazinho tomou um chá de ajajá quererê, com boi tatá tererê e foi parar lá no reino dos Trava Línguas e as pessoas saíram procurando: “Ei, você viu o Pinto Pelado por aí? Ei, você viu o Pinto Pelado?” “Vi, sim. Ele pulou da panela pro pinico, de lá ele viu o sapo dentro do saco, o saco com o sapo dentro, o sapo batendo papo e o papo, puf, soltando vento”. Credo, que conversa! O bonitão do Pinto Pelado estava lá lá lá lá lá lá, andando pelo reino dos Trava Línguas quando, de repente, a fiandeira que fiava a farda do filho do feitor Felício viu, lá no Morro Chato, uma moça chata, com um tacho chato, no chato da cabeça e gritou bem assim: “Moça chata, esse tacho é seu?” Olha, a moça disse: “Eu não sou chata, não e esse tacho não é meu, ele é do Diogo” e quando eu digo, digo digo, e não digo Diogo e quando eu digo Diogo, eu digo Diogo e não digo digo”. Gente, o bonitão do Pinto Pelado continuou andando, andando, andando pelo reino dos Trava Línguas quando, de repente, ele ouviu aquela correria, plac, plac, plac, corre o pato, pega o rato, foge o gato, paga o pato, pá pá pá. Gente, ele deu tanta risada, mas tanta risada, que ele riu tão alto, mas tão alto, que ele acabou sendo surpreendido com um sonoro “Ahn ram ram”. Sabe quem era...

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