Hoje, ao folhear um livro na livraria da Academia Maranhense de Letras, vi uma foto que me lembrou uma viagem que fiz em um barco, quando tinha uns 5 anos de idade. A foto mostra várias redes armadas em um desses barcos de madeira que levam vários dias para chegar ao seu destino. Na época eu viajava para rever meus avós no povoado Barra do Carú, onde nasci. Aquela viagem ficou registrada em minha memória.
Talvez tenha sido o resgate de uma viagem de barco a motor por vários dias abaixo no Rio Pindaré, além dos enjôos, que me fazem lembrar ainda hoje desta viagem.
Éramos eu, mamãe e meus dois irmão mais velhos: Ricarte e Rogener. Lembro da paisagem e da comida feita no barco, e lembro também das redes onde dormimos durante a viagem. Na verdade, para mim foi um grande sufoco
Mas lembro também da nossa chegada ao povoado. A casa de taipa onde meus avós (Raimunda e Manoca) moravam, o forno de farinha, as mangueiras e o "brejo" de águas cristalinas e da areia branca no fundo. Tudo isso com certeza compensou qualquer desgaste causado pela viagem.