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Por: Museu da Pessoa, 8 de agosto de 2013

Ascendendo na vida

Esta história contém:

Ascendendo na vida

O meu pai era comerciante, ele tinha uma fábrica de colchões e lojas. A minha mãe era dona de casa. O meu pai conheceu a minha mãe vindo de um casamento do qual teve duas filhas. Do casamento com a minha mãe, nasceram mais cinco filhos. Ficamos com eles, até que eles se separaram, aos meus três anos de idade. Ele levou a gente para a casa de uma mulher que mais tarde veio a ser a minha madrasta. Naquela época, ficava com os filhos quem tinha uma condição de vida melhor, não precisava nem discutir na justiça.

Lá fomos muito judiados, desde o dia que chegamos. Logo no primeiro dia, a minha irmã de 13 anos tomou uma surra porque mexeu nas roupinhas do bebê dessa nova mulher do meu pai. Nunca mais paramos de sofrer com ela. Ela teve sete filhos e judiou de todos. Ela chegou a dar uma surra de rastelo no meu irmão. O rim dele começou a desmanchar em água. Ele precisou ficar um mês comendo muito doce e sem beber água. Tomávamos banho com água de sal, apanhávamos com fio de ferro. Eu tinha um cabelo comprido e ela amarrava na mão e me batia na parede. Assim fomos crescendo.

O meu pai tinha um poder aquisitivo bom e numa determinada época ele tomou chifre dessa mulher e arrumou outra. Foi uma outra madrasta. Assim nós fomos indo. Muitos anos depois o meu pai conheceu outra mulher e se separou novamente. Hoje essa mulher é viúva dele e três filhos com ele. Quer dizer, um ela já tinha. O outro é mesmo filho do meu pai. A outra, que é uma menina, acho que eles adotaram. A gente não sabe contar direito a história dela. Depois de um tempo mataram um dos filhos do meu pai e ele sofreu muito. Não conheci esse irmão meu porque quando ele nasceu eu já estava aqui em São Paulo.

Fiquei até os 16 anos na casa do meu pai. O meu pai tinha um amigo caminhoneiro e eu, que não aguentava mais sofrer com a minha madrasta, peguei uma carona com ele e fui para o Recife, sem dinheiro, sem nada. Eu tinha uma irmã que morava lá, eu sabia o bairro e...

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Dados de acervo

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P/1 – Queria que você começasse com o seu nome completo, data e local de nascimento.

R – O meu nome é Eliete Soares da Cunha Rego Motta, eu nasci no dia três de maio de 1951 em João Pessoa.

P/1 – E o nome dos seus pais, qual era?

R – Gerson da Cunha Rego e Maria das Neves Soares.

P/1 – O que eles faziam?

R – O meu pai era comerciante, ele tinha uma fábrica de colchões e lojas, né. A minha mãe era dona de casa. O meu pai conheceu a minha mãe vindo de um casamento do qual teve duas filhas. Do casamento com a minha mãe, nasceram mais cinco filhos. Ficamos com eles, até que eles se separaram, aos meus três anos de idade. Ele levou a gente para a casa de uma mulher que mais tarde veio a ser a minha madrasta. Naquela época, ficava com os filhos quem tinha uma condição de vida melhor, não precisava nem discutir na justiça. Lá fomos muito judiados, desde o dia que chegamos. Logo no primeiro dia, a minha irmã de 13 anos tomou uma surra porque mexeu nas roupinhas do bebê dessa nova mulher do meu pai. Nunca mais paramos de sofrer com ela. Ela teve sete filhos e judiou de todos. Ela chegou a dar uma surra de rastelo no meu irmão. O rim dele começou a desmanchar em água. Ele precisou ficar um mês comendo muito doce e sem beber água. Tomávamos banho com água de sal, apanhávamos com fio de ferro. Eu tinha um cabelo cumprido e ela amarrava na mão e me batia na parede, sabe. Assim fomos crescendo. O meu pai tinha um poder aquisitivo bom e numa determinada época ele tomou chifre dessa mulher e arrumou outra. Foi uma outra madrasta. Assim nós fomos indo. Muitos anos depois o meu pai conheceu outra mulher e se separou novamente. Hoje essa mulher é viúva dele e três filhos com ele. Quer dizer, um ela já tinha. O outro é mesmo filho do meu pai. A outra, que é uma menina, acho que eles adoraram. A gente não sabe contar direito a história dela. Depois de um tempo mataram um dos filhos do meu pai e ele sofreu muito. Não conheci esse...

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