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Personagem: José Lins Guglielmi
Por: Museu da Pessoa, 26 de abril de 2016

A prosperidade vem de trem

Esta história contém:

A prosperidade vem de trem

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Você imagina que do lado da Santa Rosa, onde hoje é a rua Américo Brasiliense, era o depósito de carvão coque da companhia inglesa, que descarregava o coque que vinha de Santos e do Largo do Pari até a Companhia de Gás na rua do Gasômetro, por isso que chama gasômetro, tinha um trenzinho que eram seis vagões, uma locomotiva pequenininha que saía carregada de carvão e vinha no gasômetro. Ele encostava. Então esse trenzinho tinha locomotiva, que era pequena, a locomotiva e seis vagões. Ele encostava no gasômetro, parava, tinha uns ganchos que pegavam ele aqui e naquela época virava os seis vagões de uma vez numa gremalheira pra produzir o gás de São Paulo. E por incrível que pareça, nas bocas de lobo em volta saía o gás, perigosíssimo, você passava na Santa Rosa, na rua do Gasômetro, na rua da Figueira, saía o gás da produção de gás. E você vai estranhar, as mulheres levavam as crianças pra respirarem esse gás que diziam que fazia bem pros pulmões. É um veneno e levava, era comum levar lá. Essa era a companhia de gás e esse trenzinho da Santa Rosa ficou muitos anos transportando. Quando os caminhões começaram a aumentar de tamanho paravam nos armazéns da Santa Rosa e o trenzinho não podia passar. Aí os trenzinhos pararam e esse transporte começou a ser feito com caminhão, que foi aberta a rua Mendes Caldeira pra pegar por trás a Monsenhor Andrade pra descarregar no Gasômetro. Inclusive foi um problema pro bairro porque os trens dos ingleses sempre foram perfeitos, podem falar o que quiser, quando saíam do gasômetro os trens saíam cobertos e os caminhões não. Então se tornou um problema pro bairro inteiro que se transformou num pó tremendo aquele transporte dos caminhões com o carvão.O motivo do arroz e o feijão ser a base da alimentação brasileira tem uma parte de sabedoria popular. O casamento do arroz e feijão, que o arroz é um cereal e o feijão não é...

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Dados de acervo

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P/1 – Só pra registrar, fala pra mim o seu nome completo, local de nascimento e a data.

R – José Lins Guglielmi. Nasci em Lins, em 18 de outubro de 36, mas fui registrado em São Paulo, dia 19 de dezembro de 36, então, legalmente eu sou do dia 19 de dezembro de 36, nascido em São Paulo, só que eu nasci em Lins. A minha mãe estava lá há uns dois anos e foi pra Lins exatamente porque meu pai precisava de uma zona quente pra tratar de uma pleura que ele teve e que aqui em São Paulo, como o clima era bastante úmido por causa da garoa, do frio de São Paulo, foi recomendado ele se afastar. E aí teve um patrício nosso, que chama Vitor L’Abbate que tinha máquina de café em Lins e convidou meu pai pra ir pra lá cuidar das máquinas de café dele em Lins, foi quando eu nasci. Depois de sete meses meu pai já estava recuperado, veio com a família pra São Paulo e a gente então começou tudo de novo aqui em São Paulo, em 1937.

P/1 – E o que é uma pleura?

R – A pleura é uma doença pulmonar que não é uma doença grave, nem contagiosa, mas é uma doença que precisa ser tratada. E o clima frio prejudicava bastante. É que nem a pessoa ter bronquite e enfrentar um clima frio. Foi por isso que ele foi pra Lins, mais pra se tratar, porque lá é calor direto, é zona norte de São Paulo. Depois a gente veio pra cá e começou tudo de novo. Essa doença fez com que meu pai ficasse afastado em São Paulo uns dois anos ou mais até, impossibilitado até de trabalhar. Depois, por causa de um bom médico que diagnosticou a doença, recomendou um clima quente, foi pra esse clima quente e voltou depois de dois anos e pouco restabelecido. E aí nunca mais ele teve problema. Faleceu depois, 40 anos mais tarde.

P/1 – Agora que você está falando do seu pai, vamos falar deles então. Qual o nome do seu pai e onde ele nasceu?

R – Ele nasceu em Polignano a Mare, na Itália dia 25 de janeiro de 1896 e faleceu dia 16 de novembro de 1975.

P/1 – E qual...

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