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Por: Museu da Pessoa, 13 de novembro de 2018

A menina que gostava de estudar

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A menina que gostava de estudar

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Baiana, de Salvador, nasci em 21 de junho de 1930, um momento particularmente significativo de nossa história republicana e como nação. Meu nome poder supor a junção, por exemplo, dos nomes dos pais, mas não é bem essa a explicação. Minha avó foi parteira das filhas, mas diante de eu não querer nascer, convocaram uma umbandista que fez o trabalho incorporada. E o espírito teria recomendado esse nome: Josildeth.

Meu pai era mestre de obras com uma acentuada inclinação a promover a ascensão social da família. Minha mãe bordava sonhos - aprendeu lá na Ilha de Itaparica - e só acalentava um desejo: ter a casa própria. Meu pai não ligava, preferia morar melhor fugindo das mazelas de bairro pobre. Sua indumentária não era condizente com sua profissão: andava de terno, gravata, chapéu de palhinha. Nunca o vi levar marmita. Será que almoçava? Alimentava-se bem? Morreu de tuberculose.

Criança, morava numa vila que saía de uma avenida que, por sua vez, era continuação da Baixa do Sapateiro.

Era uma casa bem à linha do bonde. A vila chamava-se Avenida Madeira, casa número seis. Ali morei até os dez anos. Tinha armazém, açougue, tipografia. Tinha o Alfredinho com asma, tinha também brincadeira de roda.

Eu era a mais velha, aí vinha o irmão do meio e o caçula. E eu era a que gostava de estudar. Sempre muito boa aluna. Meu pai queria porque queria que eu fosse médica. Teimei e fui ser professora. Fiz o Normal, o Magistério. Ainda bem. Quando meu pai adoeceu, fomos vendendo as coisas para enfrentar; quando ele morreu, fomos passar temporadas em casas de parentes. Não tinha para o aluguel. E o magistério foi a nossa salvação. E o meu desejo de estudar mais e cada vez mais, que me levou adiante.

No projeto de ascensão social de papai, eu era a filha boa de mostrar para o povo, o cartão de visitas. Sempre que podia me levava para conhecer as pessoas: “(...) essa menina gosta tanto de estudar!”.

Essa menina,...

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