Eu me chamo Daiane, sou escritora, o meu nome artístico é \\\"Daiane Macedo. Tenho dois livros publicados \\\"O Divórcio do Defunto\\\" e \\\"O Beijo Assassino\\\", hoje venho contar um pouco da minha história, denominada \\\"Duas Vezes Bullying Nominal e Vocal\\\", esse rascunho nunca foi publicado e escolhi o Museu da Pessoa para divulgar, acredito que esse texto pode ser útil para alguém.
Duas Vezes Bullying Nominal e Vocal
(Daiane Macedo)
Prefácio
Eles riam de mim por eu ser diferente, na época eu fazia tudo pra ser igual e de tanto analisar percebi que eu não tinha porquê ser igual a eles. Hoje sou eu que rio deles por serem iguais, hoje agradeço por não ser igual. As coisas se tornam impossíveis apenas se desistirmos de lutar.
(Daiane Macedo)
Introdução
Se soubéssemos nos colocar no lugar das pessoas evitaríamos falar e fazer tantas tolices, através desse Livro, tenho por intuito mostrar que dá pra virar o jogo e podemos recomeçar. Especificamente narra sobre os anos que sofri bullying, na Igreja, Faculdade, e principalmente entre pares, aquele que é causado no ambiente escolar entre os colegas de escola.
Nesse livro falo um pouco das minhas experiências ruins que começaram no decorrer da minha infância, quando tivemos que nos mudar para um lugar desconhecido. Conforme a história se prolonga tento expressar o que senti e as minhas atitudes que tomei quando notei que não suportava aquela situação.
Há limites para tudo, chega o momento em que você cansa e não liga para as consequências, não importa se serão boas ou ruins, o que você quer apenas mudar a situação. Aprendi que temos que nos “virar”, “atacar com as armas” que temos. Isso faz com que as pessoas parem e pensem “Por que ele(a) está de pé, se fiz tudo para derrubá-la?
Apesar dessas experiências ruins, me trouxeram grandes lições que eu não teria aprendido se não tivesse passado por essas...
Continuar leituraEu me chamo Daiane, sou escritora, o meu nome artístico é \\\"Daiane Macedo. Tenho dois livros publicados \\\"O Divórcio do Defunto\\\" e \\\"O Beijo Assassino\\\", hoje venho contar um pouco da minha história, denominada \\\"Duas Vezes Bullying Nominal e Vocal\\\", esse rascunho nunca foi publicado e escolhi o Museu da Pessoa para divulgar, acredito que esse texto pode ser útil para alguém.
Duas Vezes Bullying Nominal e Vocal
(Daiane Macedo)
Prefácio
Eles riam de mim por eu ser diferente, na época eu fazia tudo pra ser igual e de tanto analisar percebi que eu não tinha porquê ser igual a eles. Hoje sou eu que rio deles por serem iguais, hoje agradeço por não ser igual. As coisas se tornam impossíveis apenas se desistirmos de lutar.
(Daiane Macedo)
Introdução
Se soubéssemos nos colocar no lugar das pessoas evitaríamos falar e fazer tantas tolices, através desse Livro, tenho por intuito mostrar que dá pra virar o jogo e podemos recomeçar. Especificamente narra sobre os anos que sofri bullying, na Igreja, Faculdade, e principalmente entre pares, aquele que é causado no ambiente escolar entre os colegas de escola.
Nesse livro falo um pouco das minhas experiências ruins que começaram no decorrer da minha infância, quando tivemos que nos mudar para um lugar desconhecido. Conforme a história se prolonga tento expressar o que senti e as minhas atitudes que tomei quando notei que não suportava aquela situação.
Há limites para tudo, chega o momento em que você cansa e não liga para as consequências, não importa se serão boas ou ruins, o que você quer apenas mudar a situação. Aprendi que temos que nos “virar”, “atacar com as armas” que temos. Isso faz com que as pessoas parem e pensem “Por que ele(a) está de pé, se fiz tudo para derrubá-la?
Apesar dessas experiências ruins, me trouxeram grandes lições que eu não teria aprendido se não tivesse passado por essas situações. Venho falar sobre esses momentos o nomeando “Duas Vezes Bullying Nominal e Vocal”, acredito que muitas pessoas passaram, estão passando ou conhecem algum caso semelhante, a vocês deixo o recado: “Até as fortalezas tem seu lado frágil. Às vezes precisamos ser fracos para sermos forte. É possível sair dessa, vocês são mais fortes do que imaginam”. Espero que gostem do conteúdo e que de alguma maneira esse livro seja útil na vida de vocês. Boa Leitura!
Capítulo 1
A fé nordestina
É comum que ao fazermos parte de um grupo tudo torna mais fácil, amizades são construídas e não tem coisa melhor do que temos pessoas que tenham os mesmos gostos, e não seria diferente no ramo religioso, onde a devoção fala mais alto do que qualquer obstáculo que possa aparecer.
Quando se fala em fé dificilmente não associamos ao Cristianismo, onde em solo Brasileiro é a maior religião e mesmo com novas ramificações a cada dia conquista mais fiéis por onde chega. Especificamente a região nordeste, tem um diferencial em relação às outras regiões. Por onde olho vejo gestos que demonstram o tanto que essas pessoas têm fé.
Seja nas dificuldades da seca ou na abundância da chuva, principalmente nos pequenos interiores, era comum se deparar com bastantes romeiros indo de cidade em cidade. Havia um grande temor, respeito para com os seus líderes e tudo o que falavam aos fiéis era seguido à risca, mesmo com o descaso, nada eram capazes de abalar a fé deste povo.
Quando surgem desafios, é em Deus que buscam refúgio, por meio de novenas, rezas pedem a intercessão dos Santos, uma fé que é o resultado do reflexo de seus líderes, tanto do passado como do presente, são exemplos nem a morte foi capaz de apagar o legado deixado.
“Padim Ciço”, é um dos grandes nomes que até hoje é conhecido, sendo um dos grandes líderes renomados, especificamente no Ceará, pela sua dedicação ao povo Cearense, é comum haver vários atrativos em seu nome, e foi por ali que comecei a desbravar no Ceará, alguns deles são:
Memorial Padre Cícero
Para aqueles que desejam ver uma boa parte da história de Juazeiro, e de modo gratuito, visitar o Memorial Padre Cícero, é um bom começo. Os horários de funcionamento são de Segunda a Sexta das 07:30 às 13:30 e aos Sábados e Domingos das 08:00 às 17:00.
Fundado em 1988 como intuito de manter a memória do Padim viva, conta com um diversificado acervo de objetos de uso pessoal do sacerdote, biblioteca que contém livros mostram como era sua vida e fotografias do seu cotidiano, resgatando momentos desde o seu nascimento.
Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
A igreja foi construída entre os anos de 1908 e 1909, fica situada no início da Rua Santa Luzia, no Centro de Juazeiro. Conhecida como Capela do Socorro, a mesma está à frente do principal cemitério do município, e, no seu Altar-Mor, foram sepultados os restos mortais do Padre Cícero no dia 21 de julho de 1934.
Nesse local encontram-se os restos mortais do Pe. Cícero. E também foi onde sepultaram a Beata Maria de Araújo, protagonista do Milagre da Hóstia transformada em sangue em sua boca. Além disso, por isso, tornou-se um dos lugares considerados sagrados e de grande visitação em Juazeiro, principalmente durante a Romaria de Finados, de tal forma a ser apontado como um dos túmulos mais visitados do mundo. Trata-se do único templo da cidade a ostentar imagens em vitrais do Padre Cícero e da Beata Maria de Araújo.
Museu Padre Cícero
Tal religiosidade pode ser percebida pelos pequenos gestos dos romeiros que visitam o local, e até os dias atuais demonstram fé, seja ao porem os chapeis sobre a cama do Padre, bonés sobre a cabeça da estátua que se encontram no local, ou nas mais diversas preces e orações que são ouvidas no local, cânticos, quando se falam em fé do povo nordestino pode se esperar atos incomuns que não vemos em outras regiões.
O visitante pode adquirir itens do Museu durante a visita, como livros sobre as datas comemorativas de Juazeiro, história do Padre Cícero e outros objetos. No local funciona o escritório dos Afilhados do Padre Cícero, grupo que cuida da administração do Museu e que recebem doações com a mesma finalidade.
O museu do Padre Cícero Romão Batista, foi no decorrer de sua vida, a sua casa de morada. Encontra-se no centro da cidade de Juazeiro do Norte, no estado do Ceará. Não há como não se fascinar, no museu encontramos peças de uso pessoal do Padre Cícero, como louças, paramentos do seu sacerdócio, usados durante as celebrações religiosas, bem como objetos pessoais, uma cobra histórica que apenas de olhar dá medo, fotos e tantas outras coisas.
Foi nessa casa que o Padim morou nos últimos dias de sua vida e que serviu de local para o seu velório.
Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores
Mais popularmente conhecida como a Igreja Matriz de Mãe das Dores, padroeira de Juazeiro, recebe inúmeras visitas em períodos ou não de romarias, pois sei Altar-Mor conta com uma imagem da Mãe das Deus confeccionada em Paris e que foi trazida pelo Pe. Cícero em sua viagem para a Europa.
O primeiro templo católico da cidade Juazeiro do Norte, criada quando a cidade ainda se chamava “Joazeiro”, em 1827. Pe. Cicero, percebeu que a mesma era muito pequena para a vila e decidiu construir uma igreja maior. A igreja teve sua construção iniciada em 1875 e foi parcialmente concluída em 1884.
Geossítio Colina do Horto
Próximo da cidade de Juazeiro do Norte e compreende a estátua do Padre Cícero, o Museu Vivo do Padre Cícero, a Igreja do Senhor Bom Jesus do Horto e a trilha de acesso ao Santo Sepulcro, um lugar maravilhoso de se visitar.
Trilha do Santo Sepulcro
É um lugar encantador, o tempo passa tão rápido que quando nos damos conta já é hora de ir embora, no seu trajeto é possível conhecer curiosidades sobre a fé cristã, além de vivenciar belas paisagens,
com uma beleza exuberante encontramos devotos, turistas, ou até mesmo aquelas que gostam tanto da trilha que fazem questão em sempre que possível retornar.
Santuário do Sagrado Coração de Jesus
Idealizada pelo Pe. Cícero, teve como inspiração as Igrejas existentes em Roma. Conhecido também como Igreja dos Salesianos, chama atenção pela sua beleza arquitetônica, era uma das igrejas que eu acho linda.
Centro de Cultura Popular Mestre Noza
Um dos lugares que ainda quero conhecer de perto, impossível não se fascinar com tantas criações, no centro se encontra a Associação dos Artesãos do Padre Cícero, onde nos deparamos com obras em madeira e produzidas também com outros materiais.
A fé do povo nordestino são influentes e até hoje remetem o legado deixado pelo Padre Cícero, tanto que em março de 2001, foi escolhido \\\"O Cearense do Século\\\", em votação promovida pela TV Verdes Mares, em parceria com a Rede Globo de Televisão e 2012, ocupou a 32° posição no programa de TV “O Maior Brasileiro de Todos os Tempos”, criado pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). Além de líder religioso, Cícero era proprietário de terras, de gado e de diversos imóveis, Cícero fazia parte da sociedade e da política conservadora do sertão do Cariri. Em toda a sua existência sempre buscava ajudar o povo do sertão.
Em nossa cidade Caririaçu, Padre Cícero Romão Batista foi o 4° Vigário da Paróquia São Pedro, Atualmente Padre Cicero Romão Batista, ainda é considerado uma das maiores personalidades brasileiras de todos os tempos. Padre Cícero deu uma nova cara ao sertão. Com o seu jeito simples, sincero, bondoso, acolhedor, assim era popularmente conhecido, dificilmente não havia casas que não tivesse imagens do Padim, ou algo que demonstrasse devoção ao considerado grande Santo Milagreiro. Hoje muitas coisas mudaram, mas o povo nordestino no quesito fé tem um algo a mais que chama atenção, até mesmo dos não praticantes.
Capítulo 2
Algumas tradições
O nosso Brasil é cheio de lendas e tradições, um povo que segue na inocência de cumprir com os ensinamentos das igrejas. Em específico a região Nordeste, eu particularmente me encanto com as igrejas ilustres, matrizes, sedes de paróquias, as humildes e pequenas casas de orações, me chama a atenção a criatividade o zelo com que são moldadas por mais isoladas e simples, algo que me deixa em fascinação.
A cultura nordestina me chama bastante atenção, adoro o sotaque, artesanato, algumas coisas da culinária, festas juninas, frevo, literatura de cordel, e tantas outras, todas me encantam. Apesar que não cresci no Nordeste sempre que pude assistia algo relacionado, costumava assistir matérias, apresentadas pelo Geraldo Luís, no Programa Domingo Show, as matérias apresentadas pela Renata Alves, com o seu jeito divertido e carisma.
Graças a Renata, com o tempo fui me apaixonando por tudo que tinha haver com o Nordeste querendo conhecer sobre as características, comecei pesquisando sobre a religião, as histórias que foram contadas e em específico sobre o Estado do Ceará. Demorei bastante tempo pra retornar ao meu local de origem, apenas em outubro de 2018 pude conhecer, mas enfim em novembro de 2020 fixei residência, pude olhar de perto a minha natal, Caririaçu – CE, com o ar da curiosidade e vontade de saber mais sobre a minha cidade.
Algo que chama atenção era como o povo respeitavam seus líderes, um deles Padre Cicero Romão Batista, seus ensinamentos serviram de grande vali, quando não falavam sobre Deus, ensinava o povo a passar pelas dificuldades, inclusive causada pela seca. Alguns deles eram:
“Não derrube o mato nem mesmo um pé de pau”: esta expressão refere-se ao desmatamento das áreas de mata nativa e faz ligação com o jargão popular para árvore, “pé de pau”
“Não toque fogo no roçado nem na Caatinga”
“Não cace mais e deixe os bichos viverem”
“Não crie o boi nem o bode solto”; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer”
“Não plante em serra acima nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza”
“Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água da chuva”
“Reprise os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta”
“Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou de outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só”
“Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca”
“Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só”:
Não há como falar em tradições sem citá-lo, Padre Cicero até hoje é um líder no sertão, o sacerdote nasceu na cidade do Crato, em 24 de março de 1844, e faleceu em Juazeiro do Norte, em 20 de julho de 1934. Ele era conhecido como Padre Cícero, ou, mais coloquialmente, “Padim Ciço”. O início da carreira eclesiástica foi em 1865, na cidade de Fortaleza.
Foi ordenado padre em 1870, em 1871, padre Cícero foi convidado para celebrar uma missa em Juazeiro, povoado vizinho a Crato. Lá, ele supostamente teve um sonho, interpretado como uma mensagem divina para que ele ficasse no povoado e cuidasse de suas questões religiosas.
Padre Cícero recebeu um convite para permanecer no povoado em abril de 1872. Nesse mesmo ano foi nomeado vigário de Juazeiro do Norte. No mesmo ano, ele se tornou o capelão da Capela de Nossa Senhora das Dores. A vida de padre Cícero mudou radicalmente quando ele tinha 45 anos. Em março de 1889, durante uma missa, supostamente um milagre aconteceu, quando Maria de Araújo, uma lavadeira, viu sua hóstia tornar-se vermelha como o sangue.
O caso virou notícia na imprensa, sobretudo porque anunciava que o suposto milagre eucarístico se repetia. O acontecido acabou forçando as autoridades da Igreja Católica a investigarem o que acontecia no vale do Cariri. O bispo do Ceará, dom Joaquim José Vieira, por sua vez, recusava-se a aceitar os acontecidos em Juazeiro e anunciou que a transformação da hóstia pelo sangue de Jesus Cristo era falsa.
Padre Cícero insistiu para que a diocese de Fortaleza enviasse uma comissão, a fim de investigar os supostos milagres que aconteciam no Cariri. A comissão foi enviada para a região em 1891 e foi formada por Clycério da Costa, Francisco Ferreira Antero, ambos padres, e também por dois médicos, Marcos Rodrigues Madeira e Ildefonso Correia Lima.
Tanto os médicos quanto os padres concluíram que não havia explicação natural para a transformação da hóstia em sangue, o que fazia do acontecido um milagre. O bispo ordenou que uma segunda comissão investigasse o caso, e foi concluído que o evento era uma farsa. Bispo dom Joaquim optou por favorecer a segunda comissão.
Essa situação deixou padre Cícero sem apoio da Igreja Católica. Ele lutou durante toda a sua vida pelo reconhecimento do milagre, mas a Igreja da época não o reconheceu, pois os supostos milagres eucarísticos não se adequavam à teologia católica do período. Apesar do não reconhecimento da Igreja Católica, os milagres de Juazeiro atraíram uma multidão de fiéis para a cidade, transformando-a em um local de peregrinação.
Padre Cícero, por sua vez, mesmo punido pela Igreja, tornou-se uma personalidade local bastante relevante, transformando-se em figura de veneração popular e conquistando enorme capital político no Cariri. O resultado disso foi que ele se consolidou com uma liderança no povoado de Juazeiro.
A devoção em Juazeiro fortaleceu a peregrinação de pessoas para o Cariri e permitiu o surgimento de quatro irmandades no local. O crescimento das irmandades, sobretudo da Legião da Cruz, fez com que a mensagem do padre Cícero se fortalecesse, garantindo mais fiéis e financiamento para a igreja liderada por ele em Juazeiro.
A decisão da Igreja Católica só reforçou as diferenças que existiam entre a religiosidade popular no interior do Brasil e o que era celebrado pelas autoridades eclesiásticas. Apesar das decisões da Igreja contra o milagre, as peregrinações e padre Cícero, nada mudou na crença popular. As pessoas continuaram peregrinando para o vale do Cariri, tornando a região muito relevante.
A insistência de padre Cícero em defender os milagres fez com que a Igreja Católica o punisse. Em 1892, ele foi proibido de pregar, celebrar missas e de se confessar, e, em 1894, uma ordem vinda de Roma anunciou que os acontecidos em Juazeiro não seriam considerados milagres. A Igreja também anunciou que peregrinações para a cidade estavam proibidas.
Após diversos acontecimentos religiosos na paróquia que dirigia, punições, tendo sido acusado de mistificação que seria a manipulação da crença popular e heresia que seria desrespeito às normas canônicas, Padre Cicero era tido como Santo e tinha o apoio e carinho do povo e mesmo com tantos empecilhos que poderiam o fazer perder o sacerdócio continuou com a sua missão, que era zelar pelo povo Nordestino.
Em meados de 1911, foi eleito prefeito do Juazeiro do Norte, engajando-se em disputas políticas entre os oligarcas cearenses e as tropas federais, enviadas para uma intervenção, que resultou na Revolta do Juazeiro. Padim usou sua popularidade para convencer os fiéis a pegarem em armas, assim obrigou o governo federal a recuar. Posteriormente, foi nomeado vice-governador do Ceará e eleito Deputado Federal, mas, como não queria deixar Juazeiro, jamais exerceu nenhum desses cargos. Até sua morte, aos 90 anos, foi uma das mais expressivas figuras políticas do Estado do Ceará.
Pesava sobre si o título de sacerdote do catolicismo romano e mantinha influência sob a vida de inúmeras camadas populacionais encontradas em sua localidade e época. Figura que é mais conhecida pelos nordestinos como Padre Cícero, que pregava mensagens da sua fé, mas não deixava de lado questões políticas e sociais no Cariri do Ceará, ainda quando quase ninguém falava em Ecologia no mundo, ele já apresentava um discurso simples e entendido por muitos, que consistia na utilização dos recursos naturais.
Quanto mais se via repudiado pela Igreja, mais aumentava o prestígio do Padre pelos fiéis católicos. Enquanto liderança política, padre Cícero se aliou a outros nomes da política local e defendeu a emancipação do povoado de Juazeiro. Em 1911, a emancipação de Juazeiro foi reconhecida politicamente, e a cidade se desligou de Crato. Depois disso, padre Cícero foi eleito primeiro prefeito de Juazeiro. O nome atual da cidade, Juazeiro do Norte, só foi adotado na década de 1940.
Padre Cícero, ainda, articulou um pacto entre os coronéis da região. Esse acordo, assinado em 4 de outubro de 1911 e conhecido como “pacto dos coronéis”, foi um acordo político no qual os coronéis da região do vale do Cariri se comprometiam a pôr fim nas suas desavenças para apoiar o governo do Ceará e o chefe da oligarquia desse estado, Antônio Pinto Nogueira Accioly. Muitos falam também que padre Cícero teria tido laços com membros do cangaço, porém nunca foi comprovado de fato, o que existe são especulações.
Mas para tudo há um começo, meio e fim. O poder político de padre Cícero declinou a partir da década de 1920, assim como a sua saúde. A Revolução de 1930, foi um movimento idealizado como uma revolta armada, que ocorreu em território brasileiro a intenção era tirar o então presidente Washington Luiz do poder, por meio do que foi caracterizado como um golpe de estado liderado principalmente por chefes militares. Dessa forma Getúlio Vargas conseguiria a presidência da república.
No momento que antecedeu a Revolução de 1930, o país era governado por duas oligarquias: de São Paulo e de Minas Gerais. As eleições eram repletas de fraudes e dessa forma alternavam o poder entre as duas oligarquias, sendo que cada uma ficava no poder da república por um período. Os políticos da época, por sua vez, defendiam unicamente os seus interesses próprios relacionados ao estado de atuação em questão.
Esse modelo de política era conhecido como República Velha ou chamada também de “República do Café com Leite”, e a fase era de descontentamento geral principalmente por parte dos militares, que eram os grandes interessados na moralização da política brasileira.
Em 1930, as eleições mais uma vez foram realizadas. Só que nesse ano, São Paulo e Minas entraram em um grande e sério conflito: esse era o momento de Minas Gerais escolher o seu candidato para a presidência do país, porém, a região paulista tomou as rédeas e decidiu apresentar também a sua candidatura, por meio de Júlio Prestes.
O descontentamento por parte dos mineiros foi geral, motivo pelo qual os políticos começaram a apoiar a oposição da Aliança Liberal, que era dominada por Getúlio Vargas, que nessa época era o governador do estado do Rio Grande do Sul.
A revolução de 1930 foi causada quando Júlio Prestes entrou no poder, representando a oligarquia política de São Paulo. Não foram poucos os indícios da existência de uma fraude eleitoral, e isso foi o que instigou tanto Getúlio como políticos dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba à oposição.
No mês de julho desse mesmo ano, o candidato para a vice-presidência de Getúlio, João Pessoa, foi brutalmente assassinado. Isso causou uma grande revolta e comoção popular em todo o território brasileiro. Os conflitos, em sua maioria, ocorriam entre os políticos que defendiam o governo federal e os partidários que atuavam na Aliança Liberal.
Vale ainda destacar algumas medidas que eram solicitadas pela chapa do gaúcho Getúlio. Os liberais tinham como principais objetivos uma legislação voltada para os direitos trabalhistas, o desenvolvimento de uma indústria nacional e a própria instituição (que na realidade já era uma grande necessidade) de voto secreto.
Além disso, outra causa que culminou a Revolução de 1930 foram os impactos causados pela Crise de 1929, que afetou não só a bolsa de valores de Nova Iorque, como também, todos os quatro lados do mundo. A quebra da bolsa fez com que a economia brasileira também fosse prejudicada, já que isso causou muitas dificuldades no bolso da população, que sentiu principalmente os efeitos negativos do desemprego. O fato foi também fundamental para contribuir em um clima de ainda maior insatisfação com o governo de Washington Luiz. Muitos foram os setores militares brasileiros que sentiram a insatisfação geral da população, e o que eles temiam era a possibilidade de uma guerra civil em nosso território.
Com a insatisfação aumentando, a presidência de Washington Luiz se tornou cada vez mais comprometida, mas ele negava a todo custo renunciar o seu cargo. Dessa forma, os chefes militares – com destaque para a Marinha e para o Exército – foram os responsáveis por depor o presidente por meio da instalação de uma junta militar, que logo depois já passou o seu poder para o então presidente Getúlio Vargas.
As classes que por sua vez estavam logo abaixo dos senhores do café, como é o caso da própria classe média, os militares e demais operários, logo são levamos a ponta da pirâmide social do Brasil. Porém, essa mudança não foi tão drástica a ponto de caracterizar o movimento como uma revolução, mas sim, como um golpe de estado.
Assim, após acabar com a resistência que se instaurou nos estados, Getúlio Vargas assumiu o poder e chegou no estado do Rio de Janeiro no final de 1930, especificamente no mês de novembro. E é assim que se inicia a famosa Era Vargas, que ocorreu de 1930 a 1945, sendo estes 15 anos de poder ininterrupto por parte de Getúlio. Em 1951, o presidente mais uma vez volta ao controle do país, sendo eleito por voto popular.
Com a Revolução de 1930 marcava o fim de qualquer influência política do Pe. Cicero em Juazeiro e no Ceará. Sua saúde já não era a mesma, com a idade bastante avançada, restou a ele aceitar os novos tempos. Os últimos anos de padre Cícero foram marcados pela ocorrência de uma catarata que o deixou cego do olho esquerdo e com visão mínima do olho direito. O padre, ainda, passou por uma cirurgia para tentar recuperar sua visão, mas não obteve sucesso nisso. Também teve nefrite e graves problemas intestinais.
Seus últimos meses foram de grande agonia por conta do seu estado de saúde. O seu falecimento aconteceu no dia 20 de julho de 1934. Padre Cícero lutou por toda a vida pelo reconhecimento do milagre em Juazeiro e por sua reabilitação, mas não viveu para ver isso acontecer.
A reabilitação do “Padim Ciço”, como é popularmente conhecido, só aconteceu no dia 13 de dezembro de 2015, depois de nove anos de trabalho de uma comitiva da Igreja Católica criada para estudar a vida do padre brasileiro.
Em minha cidade, Caririaçu, segundo informações o casamento religioso era considerado de extrema importância, no entanto o casamento civil não, era uma segunda opção. Para ser considerado casamento e poder sair de casa só era aceito o casamento religioso se fosse apenas o casamento civil não aceitavam.
Uma região onde tinha muitos festejos, e várias tradições alguns dos festejos mais populares eram: Renovações, São João, São Pedro, Mês Mariano, e dentre outros, no mês de Maria (Mês Mariano) estejam durante o mês de maio 30 dias de novena, em algumas casas se reuniam e rezavam durantes um mês, no último dia 31 de maio arrancavam a bandeira rodeavam a casa e queimavam as flores naturais que ajuntavam durante o mês. Muitas pessoas passam pela fumaça crendo que se passasse iam ser curadas.
De modo geral os fiéis com intuito de agradecimento por algumas graças alcançadas são comuns fazer promessas, andar de joelhos, não cortar o cabelo, fazer com gesso ou madeiras partes que remetem ao corpo humano em agradecimento pela cura, colocar o nome das crianças com nomes dos Santos como prova de fé e lealdade.
Por exemplo, acreditava-se que se a Criança nascesse com o cordão umbilical ao redor do pescoço e não colocasse o nome José, a Criança era considerada Martin, morreria afogada, baleada, enforcada, de todas as formas possíveis, menos por doenças. Tantas como essas crendices levaram a população a criar formas de demonstrar gratidão pelos milagres que presenciaram e colocar os nomes das crianças igual aos nomes dos Santos, uma delas. Não foi diferente comigo, até poderia ser considerado normal, se continuássemos morando no mesmo local, infelizmente tivemos que sair da nossa cidade, Caririaçu, localizada no Ceará.
Naquele tempo os Padres não aceitariam nomes que não fossem referentes a Santos (as) e que fosse nomes de Santos Conhecidos, por exemplo: Francisco, José, Maria, Antônio, Sebastião, Pedro, Cícero, e dentre outros, e se fosse nome Composto, por exemplo: José Sérgio, também não aceitavam. Na época em que me levaram para batizar na Igreja São Pedro, em 01/04/1994 com o Pe. Vicente Alves Feitosa, foi registrado apenas o primeiro nome (Prefiro não mencionar) os dois nomes foram aceitos em cartório sem problemas.
Quando vim a Caririaçu pela primeira vez, pude ler o Livro “Caririaçu Um Pouco de Nossa História”, escrito por Antônio Edmilson Tavares”. Criado com base no relato dos antigos moradores que retrata a história da cidade de Caririaçu. Algumas tradições comuns na cidade eram: As Pastorinhas Folclore Natalino, Renovação, A Semana Santa, maio Mês das Noiva e Maria, Festa de São Pedro, Festa de São João Batista e dentre outros.
As Pastorinhas Folclore Natalino: A Missa do Galo realizada à meia noite de 24 de dezembro, é tradicional em nossa cidade se fazer presente, assim como presépios, e as Pastorinhas.
Pastoril Dramático Familiar, Pastorinhas, Auto das Pastorinhas, é o festivo teatro popular, alegre e cheio de ensinamentos morais e religiosos. Com músicas cheias de ternura as Pastorinhas além de visitar os presépios saiam pedindo donativos. Apresentado nas praças é sucessão de cenas, falas e cantos, representando cenas Bíblicas ou enredos piedosos. Pastoris são danças e cantos originários de Portugal e recriado no Brasil.
Na espera pela Missa da Meia Noite as Pastorinhas encantavam com suas cantigas Natalinas, contagiavam quem estivesse as assistindo, com Maracás, maquiagens, vestidos com estampas e cores alegres e vivas, semelhante as ciganas.
Renovações: Patrocinada pela família em nome do Coração de Jesus e do Coração da Maria, as rezas denominadas de renovação são feitas com a intenção de proteger os lares. Comum em Caririaçu é uma festa comemorada no começo do mês de julho.
Semana Santa: Comparado aos dias atuais, os fiéis eram mais tementes aos mandamentos da Bíblia. Toda criança no início de sua jornada quando já podiam compreender o plano espiritual era induzida a ser doutrinada. Quando iniciava o Domingo Ramos, as pessoas passavam a respeitar aquele período por livre espontânea vontade, a evangelização era mais propagada nesse período. Nas rádios tocavam apenas músicas fúnebres em louvor a Jesus.
Na madrugada havia a malhação de Judas, onde o boneco feito com roupas velhas para ser queimado no fim da festividade. Havia o testamento do traidor onde constavam bens destinados a políticos, familiares e correligionários em uma crítica a sua atuação administrativa. Às 20:00hs da noite de Sábado, era celebrada a missa da Aleluia. Havia encenação teatral da Paixão de Cristo.
Nessa época não se comia carne e nem doces, seria falta de respeito já que Jesus tinha bebido fel. A maioria dos adultos jejuavam durante toda a Semana Santa, os sítios da Região providenciam o abastecimento de peixe para a população. Coisas simples e sem nenhum sentido ofensivo eram consideradas pecaminosas, passando a ser proibidas. Olhar-se ao espelho, usar batom, perfume, eram considerados sinais de vaidade, tomar banho pelo perigo das tentações à vista do corpo, além do que se acreditava que podia ficar entrevado.
Namorar, cantar, dançar, assobiar eram sinais de alegria incompatível com um momento considera triste. Manter relações sexuais, principalmente na Sexta-feira da Paixão, mesmo sendo casado poderia levar sérias consequências, o Homem ficaria impotente para o resto da vida e a mulher ficaria estéril. Embriagar-se seria condena-se a nunca mais recuperar o juízo. Para os fiéis eram dias inesquecíveis que estão guardados em suas memórias.
Mês de Maio, mês Mariano: maio Mês das Noivas: Mês das flores e das noivas e Maria. A origem do seu nome se deve a Maia, a Deusa Grega da fertilidade. A preferência pelo mês de maio em que os Noivos decidem trocar as alianças ainda se mantem tradição dentro da Igreja Católica. Vinham pessoas de todos os cantos da pequena cidade Caririaçu, eram numerosos os cavaleiros e acompanhantes nos casamentos das pessoas que moravam nos sítios, vilas. Apenas quando a noiva na espera dentro da igreja chegava à comitiva do noivo, todos em caracteres formas e montados a cavalo.
Festa de São Pedro: Havia quermesse, leilões onde todas a maioria das famílias se faziam presente. O comércio era bastante movimentado, as bancas de bolos assim como as bodegas tinham muito trabalho a fazer. Havia um momento que os rapazes mandavam mensagem para as Moças, em um carro de som, denominado “Começo de Namoro”. Era comum haver caipira também chamada de Bozó, que eram jogos. E para a animação da Criançada em todas as festas de São Pedro o parque de diversão São Severino fazia presente.
Festa de São João Batista: É comum em todas as casas ter uma fogueira, pendurar bandeirolas, pelas casas, fazer quadrilhas em festa juninas, noivos de faz de conta, grande roda na beira da fogueira entoando forró, eram assim as festas de São João.
Capítulo 3
O começo de tudo
Houveram situações familiares que acarretaram em termos que deixamos nossa cidade natal para desbravar novos horizontes. E foi assim que chegamos em Tucuruí no mês de fevereiro do ano de 1995, localizada no sudeste do Estado do Pará, conhecida por ter uma das maiores Usinas Hidrelétricas em Território nacional, o Rio Tocantins até hoje tem a missão em gerar energia para o Estado inteiro e demais microrregiões, na época apesar de possui um grande tesouro, como a usina, havia castanha do Pará, e diversas riqueza, todavia era um local que precisava evoluir.
Tudo ali era diferente, havia os prós e os contras, na época a cidade era pouco desenvolvida, a violência sempre foi de grande destaque na época o município dominado por gangues passamos 2 anos no Bairro da Cohab. Era um bairro razoável, mas logo tivemos que nos mudar, aliás morávamos de favor e precisávamos do nosso local.
Em nosso novo hábitat, o Bairro Paravoá, para onde olhávamos era mato, árvores tinham alastrado, dois famosos igarapés banhavam a cidade, Santos e Santana, era difícil ver casas. Ao mesmo tempo que respirávamos aliviados a preocupação batia a porta, tudo ali era desconhecido, no começo tudo foi complicado.
Parecia que saiamos de um lugar pra ficar em situação pior do que estavam. Mas logo as coisas fluíram. Alguns anos se passaram, chegou a época de frequentar a Escola, como éramos baixa renda não conseguimos acesso à Escola particular administrada por uma das grandes Igrejas da cidade. Passou mais um tempo, fui matriculada na Escola Professora Zólima Tenório do Santos, em 2000.
E desde o dia em que comecei a frequentar a escola as coisas ficaram estranhas. Em casa dificilmente me chamavam apenas pelo meu primeiro nome, apenas segundo nome, em hipótese alguma falavam o primeiro, a não ser que fosse preciso por exemplo ao dentista, porém eu não prestava atenção, era como se falassem com outra pessoa, eu não sentia que aquela era eu, quando fui perceber que de fato aquele nome me pertencia, foi quando chegou a época da frequentar escola.
Quando os professores faziam a chamada, ou algum colega me chamava parecia mais que dupla personalidade. Em casa eu era uma e na Escola outra, e ali eu vivenciei os primeiros atos de Bullying, muitas vezes chorava para não ter que ir para a Escola.
Quando entrei no jardim de infância a socialização não era fácil, quando escutava chamar o nome que eu não gostava se eu pudesse saia de perto ou ficava sem responder. Um dos poucos momentos que eu gostava era a quando tinha o momento de brincar, nessa época eu ainda brincava sozinha, quando era a hora do recreio eu costumava ir para frente do depósito onde ficava a merenda, lá eu podia ficar sozinha, era uma espécie de esconderijo, com o tempo consegui uma amiga, a Winnie, que morava próximo de casa e ainda frequentávamos a mesma igreja.
Algo que sempre amei, era futebol, na verdade eu não entendia nada, só gostava de estar chutando Bola, na época era aquelas bolas plásticas “pingo de leite”, em casa eu me divertia brincando com as bolas mescla coloridas. Uma vez foi divulgado um evento de brincadeiras que seria realizado ao sábado pela manhã. Passei a semana toda animada para brincar, a minha roupa e os meus sapatos foram separados com antecedência. Ao chegar o grande dia, eu cheguei cedo ao local, fiquei esperando, até que os colegas e professores chegaram, logo começaram o torneio de futebol.
A minha Professora Agatha, perguntou se eu não gostaria de participar, eu queria muito, porém bateu o pânico, em que eu queria brincar, mas algo me prendia, o medo de chegar perto e se ignorada e a respondi que não, fiquei ali como plateia. Outra situação semelhante foi em sala de aula, eu estudava pela manhã, era o meu primeiro ano no jardim de infância, essa professora estava nos contando a histórias das vogais, ela gostava de estimular a participação dos alunos.
Todas as vogais estavam preenchidas, faltava apenas a letra “i”, ela perguntou se tinha alguém que gostaria de interpretá-la, eu pensei “agora eu vou, eu consigo”. Ficou apenas em pensamento. Enquanto eu pensava, outra pessoa já estava vestindo a letra. Assim como essas situações citadas, deixei bastantes chances passar, eu não queria dar mais razões aos colegas implicar, eu achava que a solução era ficar quieta, que assim ninguém me notaria, porém essa estratégia nunca deu certo.
Ainda quando eu frequentava o jardim de infância, de tanto ficar quieta, devido eu ser sempre calada, quieta, evitava qualquer interação com outros, teve uma coleguinha, Isis, que fazia questão de fazer as minhas atividades mesmo sem eu querer, pegava meu lápis de cor, caderno e corria o quanto podia. Uma vez a Professora Agatha chegou bem na hora que pedi para a colega me devolver meu lápis, queria eu que a Professora tivesse a feito devolver, na verdade me gritou comigo indicando que eu voltasse para o meu lugar.
Outro dia, como de rotina, quando Isis pegou meu material pra esconder de mim, um colega pegou da mão dela e me deu. Depois de algum tempo essa colega falou que não implicaria comigo, e anos mais tarde a gente se encontrou no trajeto da escola quando cursamos o ensino médio e viramos amigas.
Quando cheguei na 1º Série, em 2001, nessa época ainda estudava pela tarde, eu pensava que teria um ano de paz, mas infelizmente isso não ocorreu. Um colega, o Valdeci, passou a cortar a alça da minha bolsa, pegar meus lápis e se apossava dele, e quando devolvia era pequeno e o outro Silvan imitava a minha voz. Tantas e outras coisas atrapalhavam o meu desempenho, eu sabia resolver todas as questões no quadro que eram passadas pela Professora Eliete, mas tinha medo de responder, assim eu passava a minha melhor amiga a Rosete.
Mesmo assim consegui avançar de série, todavia esse ano (2002) o problema maior, a professora. Nos anos anteriores eu tinha um pouco de desconcentração, eu havia aprendido a ficar em total silêncio, no começo a minha Professora Mariana, sorria pra mim, era simpática, com o tempo ela viu que eu não conseguia me concentrar, respondia as atividades erradas, mas sempre tentava responder. Com isso ela começou a perder a paciência comigo, várias vezes me mandava voltar a questão, eu obedecia, porém eu não conseguia sucesso.
O tempo passando e as minhas notas eram vermelhas, eu não estava aguentando a pressão. Algumas pessoas se flagelam, e assim eu comecei a chupar o braço para deixar roxo, eu sentia aliviada. Eu pensava que estava tudo bem, que ninguém estava notando, até que a Professora Mariana estava na porta da sala. Esperou eu sair da sala e me puxou com violência, até uma outra professora, Esmeralda, que futuramente seria a minha professora. E como o mundo é pequeno, era aquela mesma colega do jardim de infância, a Isis, que mexia nas minhas coisas. A colega estava com o braço semelhante ao meu, mas constataram que gente não havia brigado.
No ano seguinte foi o ano (2003) em que tive a minha primeira briga, chega uma hora que a gente cansa de sofrer, que chegamos ao ponto de que nada mais importa. Algo que guardo a sete chaves é sobre o dia da minha primeira e única briga física na escola. Ocorreu na época em que reprovei de ano a primeira vez, estava na 2° Série novamente, um dos colegas de classe começou a implicar comigo, outros zoavam pelo meu modo de falar, porém o Artur era o pior. Todos os dias tinha que haver “gracinhas”. Artur, fazia piadinhas com meu nome, e as vezes como meu sobrenome, quando me via imitava som de vaca.
Em o turno da tarde a Professora Esmeralda havia saído e lá estava de novo a mesma coisa de todos os dias, porém eu não aguentei as lágrimas vieram à tona seguida de uma fúria enorme e parti para cima, estava cansada daquilo e sabia que de alguma foram tinha que fazê-lo parar, depois de alguns empurrões trocados a professora chegou antes que tivesse ocorrido coisas mais sérias, porém nada fez. Mas dali em diante nunca mais aquele colega ficou com piadas, percebeu que eu havia chegado no meu limite, aquela foi a solução, até mesmo os que faziam gracinhas menores comigo pararam.
Em 2004, enfim tive um ano de paz. Tive uma das melhores professoras, tanto na disciplina como em geral. Era a Professora Elaine, dava aulas da matéria de língua portuguesa. Ela notava a minhas dificuldades de socialização, que eu era quieta e sempre me chamava para conversar. Era ano eleitoral e sempre falava para eu pedir a minha Mãe para votar em seu marido, que era candidato a vereador.
Uma vez ela resolveu visitar as casas dos alunos, para conversar com os pais, lembro que demorou bastante em minha casa, eu não pude escutar a conservar, e não me recordo qual era o objetivo, mas acredito que queriam ver como era a interação familiar, com objetivo de entender os comportamentos dos alunos, para assim poder fazer algo sobre o Bullying. Acredito que essa foi a estratégia que usou pra me fazer ser falante, outra foi visitar a casa dos alunos, e essas atitudes contribuíram.
Quando criança eu passei um período em acompanhamento psicológico cedido pela instituição de ensino onde eu estudava, a minha ex professora de português, Elaine, quando se tornou diretora me encaminhou ao acompanhamento psicológico.
Eu achava a psicóloga Tamara, alguém que eu podia conversar sem medo, ali eu tinha acolhimento e principalmente podia ser ouvida, porém depois de algumas sessões, a psicóloga foi transferida e eu não soube a razão e depois não tive mais acompanhamento.
Fazia tudo o que podia para ninguém falar meu nome, conforme o tempo passa fui aprendendo a desgostar mais ainda. Primeiro por causa da Pronúncia errada, não era acostumada. Na igreja, com os amigos onde fosse não me chamavam pelo meu primeiro nome e conforme o tempo passa o nome se tornou constrangedor conforme erravam nas pronúncias e as piadas aumentavam.
Quando eu frequentava a 4° Série, em 2005, um fato marcante ocorreu, certa vez teve uma seleção de alguns alunos que iria passear no Balneário Aseel Social, a Diretora Rita, foi na minha turma e chamou alguns alunos, e eu seria uma desses alunos chamados, quando chegou a vez de pronunciar meu nome, chamou de modo Masculino e nessa hora todos começaram a rir, mesmo pedindo desculpas inclusive a Diretora estava a sorrir, nessa hora se eu pudesse teria saído da sala, vontade não me faltou, mas pra evitar problemas preferi ficar quieta.
Ainda em 2005, após esse episódio, Karina, uma colega pelo qual eu me dava bem, começou a fazer pejorativo com meu nome, foi mais uma que tive que cortar da minha pequena lista de ciclo social.
Parece que era pouco implicarem com meu nome, também gostavam de implicar com a minha voz até na igreja, comparada a voz das meninas minha voz é grave, e até mesmo comparado alguns rapazes. No ano de 2003 começou as “gracinhas”, em uma congregação ainda quando eu tinha por volta dos 9 anos, devido a minha voz ser diferente, um dos colegas, Adriano, me chamava de “Macho Fêmea”, os outros dois olhavam e sorriam.
Apesar disso ainda fiquei bastante tempo nessa congregação, foi a primeira em que congreguei desde que havia chegado no Pará, eu fazia parte do conjunto de crianças, onde cantávamos e pensei até em sair do conjunto, mas desde pequena fui ensinada a participar dos grupos da igreja, cheguei ali um bebê, até hoje muitas pessoas não sabiam que eu havia nascido em outro Estado. No fim do ano de 1997-2009, estive congregando, dificilmente eu faltava algum evento da Igreja, mesmo com implicações eu gostava de estar aprendendo, era um dos momentos em que esquecia todo o sofrimento.
Se eu ia para a Escola implicavam com meu nome, e se eu ia para a Igreja implicavam com a minha voz, a cada dia eu falava pouco, em minha mente eu quem tinha problemas pela minha voz e o meu nome. Em minha mente eu quem devia mudar e não os outros, eu quem tinha que aceitar as zoas, e se eu pudesse ficaria até calada porque achava que o problema era eu, e não os outros. A vontade era de se possível pegar cada um e atirar do penhasco, mas uma pessoa contra vários não tinha como, todavia, era apenas em pensamento.
Em 2006 consegui lidar com os colegas, eu estava no 5º ano, era o meu primeiro ano na Escola Governador Telles de Menezes. Eu acreditava que mudando de ambiente as coisas melhorariam, engano meu. O problema começou ao ter que escutar direto aquele nome que eu já odiava e detestava mais ainda após a Professora de Inglês, Florence, pronunciar de modo errado em todas a vezes que ia me chamar. Eu ia para a escola com tamanha raiva, que eu não seria capaz de descrever.
Em 2007, no 6º ano, tinha uma colega, Liz, que não perdia a chance de imitar o grave da minha voz. Era comum eu ficar sonhando acordada nas aulas, e de repente quando voltava a si, Florence estava a me chamar atenção. Nem sei dizer qual foi a pior época, mas essa sem dúvida foi uma das piores, eu só queria sair dali e não voltar mais, cheguei a “matar aula”, tinha perdido a noção do que estava fazendo, para mim aquele ato era bom pra mim devido a não ter que ficar a tempo que era pra ser com as pessoas que me faziam mal, mas na verdade ao estar matando aula, era prejudicial pra mim, e na época não conseguia enxergar.
Eu costumava copiar a matéria errada, um dia a Professora de inglês sugeriu que eu fizesse exame de vista, acabei fazendo, eu estava em modo aéreo que não estava sabendo distinguir, se eu estivesse bem teria dito que a minha vista estava ótima, porém eu tinha tanta dor de cabeça que mesmo sem querer achei melhor ver se não tinha algo relacionado à vista.
Porém os problemas não era apenas na em participar das aulas da disciplina de inglês. Outra matéria importante era matemática, até a 5º série eu conseguia lidar, mesmo com problemas, todavia dali em diante, não conseguia fixar a matéria. Em 2007, eu tive um problema de saúde que até hoje não faço ideia do que foi, o diagnostico foi apenas especulações que seria substância tóxica de algum inseto que havia deixado meu rosto, doendo, coçando e com alguns ferimentos.
Tive que ficar alguns dias sem frequentar a escolar, e se eu já estava mal participando das aulas, quando tive que me ausentar piorou de vez. Mais uma coisa pra me preocupar, quando voltei as aulas o meu rosto tinha cicatrizes, e mais um item na lista para me zoarem, uma vez um dos colegas, Daniel, mencionou que eu havia ficado daquele modo por ter ido roubar na chácara do Sr. João.
Dos anos de 2007-2009 tive que aguentar Liz, Florence, e isso estava me deixando desorientada da realidade. Algumas vezes fiquei até mais tarde forma de “castigo” por não saber resolver as contas. Nessa época eu estudava pela manhã, da 7:15 até 12:15, conforme os horários das aulas, tinha vez que saímos as 9:30 e assim por diante. Às vezes eu me questionava o que eu estava fazendo na escola? Apenas estava indo porque não me deixariam ficar em casa. E tinha que me formar.
Houveram vezes que tentava responder os exercícios, mas era em vão. Em um desses momentos a Professora de Matemática, Leticia, me perguntou, na verdade nem eu sabia que conta era que eu havia feito, eu disse a ela que estava tentando responder à questão. Depois desse dia deixei quieto, tentava passar na marra, e fiquei muitas vezes de recuperação.
Pensei em várias vezes no pior, as minhas notas não eram boas, jamais eu havia conseguido fazer apresentação de trabalhos, não conseguia, ao imaginar as pessoas rindo em outras situações em que tive que falar, o julgamento no olhar das pessoas era demais pra mim ter que lidar com tamanha dor, por vezes preferi zerar do que possivelmente ter mais um motivo de tirarem sarro.
Tinha dias que eu fazia força para me concentrar, mas não conseguia ter uma aprendizagem boa, culminou em me complicar em mais matérias, Português, História, Geografia, Matemática, até mesmo em Educação Física que eu tanto gostava. Reprovei de ano em 2008 e 2009, isso impediu que eu fosse viajar para Marabá – PA, com a equipe feminina de futsal, havíamos conquistado os jogos estudantis na modalidade de futsal, em 2008.
Quando cheguei a escola Telles eu quis muito participar de Futsal e Vôlei, passei um período treinando com o time municipal da cidade, porém eu não gostava da forma que o professor tratava os alunos, era excelente treinador, todavia os palavrões fizeram com que eu optei por abandonar o esporte. E assim foquei no futsal.
Enfim havia tido coragem de participar da seletiva, consegui ser efetuada no time em 2007, e por pouco não conseguimos disputar o 3º lugar, méritos das outras equipes. Na temporada passada tínhamos passado perto, eu mesmo estava entrosada, ao menos na hora do jogo. Eu era um dos destaques, apesar de não ter velocidade, eu costumava dar passes e finalizar quando havia oportunidades.
Depois de tanta dedicação, fora os treinos na escola, eu costumava brincar de futebol com os meninos da vizinhança, a rua era o nosso estádio. Enfim havíamos conquistado o título de campeãs em 1º lugar, foi um dos dias mais felizes que eu tive em muito tempo.
Mas a alegria durou pouco, ao ver as colegas viajando e eu não foi mais uma das piores sensações que tive, o esporte era a minha vida. Fiquei brava, triste, era algo que eu queria era representar a minha escola em outras cidades. A minha decepção foi tamanha que eu não conseguia olhar para a minha medalha, a joguei no lixo, minha mãe viu e a guardou.
Em 2009 tendo em mente que eu estaria fora do time, busquei participar de algum time de futebol, encontrei disponibilidade no Náutico Clube Vieira, era filiado ao convênio com a Associação de Servidores de Tucuruí (Asert), que a minha mãe tinha na época. Não havia time feminino, o jeito encontrado era jogar com o Sub-10 e Sub-14 masculino, eu queria apenas jogar, não importava com quem.
Confesso que achava que seria fácil, mas não foi, ali eu conheci outro tipo de bullying, esse era por jogar futebol. Eu notava como olhavam para mim, era como se ali não fosse o meu lugar. Mas quando começava o jogo, era um dos lugares que eu me sentia bem além de estar dormindo era jogando futebol, em campo eu esquecia da realidade e sonhava em traçar uma brilhante carreira, mas infelizmente naquele time eu havia chegado com 15 anos, algumas vezes meu treinador Jael, havia me avisado que eu não poderia seguir ali no ano seguinte.
No curto meses em que pude treinar, ainda consegui ganhar uma medalha com meu time, denominado “Flamengo”, eu havia detestado o nome do time, porém era melhor do que não participar. Enquanto na escola eu cursava o 8º ano pela manhã, não conseguia focar em nada que não fosse querer sair de perto daquele ambiente. Tive que aturar mais um ano, pensar e desistir? Pensei e muito, mas naquela época a fé foi a minha base.
As minhas notas baixas, essa questão que fez com que o Diretor Roberto, que por sinal era simpático, me chamasse a sala dele acompanhado por um responsável, eu ainda estudava pela manhã, a tarde fomos ao seu encontro. Chegando na sala dele, ele olhou meu histórico e me perguntou quais eram as minhas dificuldades. Na hora eu quis responder “todas. Mas, respondi que seria a matéria de Matemática, ele olhou e viu que minhas notas não estavam ruins na disciplina, e me falou “mas aqui não consta” ele perguntou se eu praticava algum esporte, a pessoa que me acompanhava respondeu que eu praticava futsal, representando a escola. Ele indagou, que seria motivo para melhorar as notas e não fazer cair.
Eu não falei a ele, mas as minhas notas em matemáticas não eram tão baixas porque eu ficava em recuperação, os que os professores pediam não eram tão difícil, eram atividades até já respondidas por eles no quadro, ou até mesmo Bola De árvore De Natal, como uma professora de artes pediu.
Tinha muitas coisas a serem ditas, mas eu preferi me calar e deixar que ele tirasse as suas conclusões, pelo modo dele, notei que ele havia percebido que tinha algo mais, porquanto não me interrogou, acredito que ele percebeu que eu não contaria nada. Mas ainda assim me aconselhou a buscar melhorar porque eu era capaz. Até hoje agradeço por aquelas palavras, mesmo tendo um próximo ano ainda ruim, foi dali que surgiu a forma pra mudar.
Ainda em 2009, foi um dos momentos mais tensos que tive que suportar, um colega Fernando gostava de zoar meu jeito, isso já ocorria desde 2008, porém em 2009 não aguentei em partir pra cima, essa foi a segunda briga em que me envolvi. Porém mais uma vez não havia professor em sala e a briga acabou porque derrubamos o celular de uma colega sem intenção.
Era uma manhã em outro dia, quando recebemos o recado de que era para todos da turma se direcionassem para a quadra que ficava próximo a escola. Quando fomos treinar Handebol, a gente estava no time um contra o outro, quase começamos a brigar ali mesmo, eu estava bloqueando como um defensor de handebol faz, e ele implicando, alegando que eu estava pegando pesado. Porém como havia o professor de educação física por perto, se aquietou.
Se eu já não gostava do nome que a mim foi dado, de tanto implicarem eu já não estava gostando da minha voz, e eu gostava, tanto que em algumas vezes pegava o rádio velho que havia em casa aproveitava que a minha Mãe gostava de ajudar a comunidade e narrava as entregas de mercadorias, e os desfechos das saídas da minha Mãe. Outra época marcante foi em 2005, quando a Chapa da Associação em que minha Mãe era vice presidente foi eleita, eu ficava a entrevistando, naquele tempo não tinha tanta tecnologia ao nosso alcance, e para registrar foi usado o rádio velho.
Agora eram “três barras” pra aguentar: Nome, voz e o meu rosto. Passei a odiar a professora de Inglês, pelo fato de que passou a ser comum errar a pronúncia do meu nome, algo que tive que suporta do 5° ao 8° ano. Minha autoestima já era tão em baixa que nem coragem tinha para corrigi-la.
Conforme o tempo passa, fui ficando mais na minha, mas será que as vítimas mais comuns do bullying são pessoas que não se enquadram no padrão aceito como normal para a sociedade? Será que os problemas são as pessoas diferentes do padrão? Infelizmente há uma regra, em que os mais populares têm alianças com os valentões, e quem não consegue se enquadrar em nenhum grupo importante sofrem as consequências.
Capítulo 4
Um padrão de normalidade que não é normal
É raro encontrar Mulheres com tom de voz grave, e sem ser por uso anabolizantes é mais incomum, todavia é compreensível, muitas estão evitando serem conhecidas por medo do julgamento alheio. No mundo ainda há aquele padrão de pensamento machista “Homens voz grossa e Mulheres voz fina”.
E quem não tem esse padrão de “normalidade”, quais atitudes tomar? Se você é feliz com a sua voz faça que nem eu, ignore, tenha orgulho da sua voz. Porém se você é infeliz há procedimento cirúrgico pode ser a solução para homens com voz fina ou mulheres com voz grossa demais.
Não são raros os casos entre homens de descontentamento com o tom de voz. Recentemente vi uma matéria exibida no Programa Domingo Espetacular, denominada de “Homem com voz aguda faz cirurgia para engrossá-la e vira locutor de rádio”. Assim como Geral, do rapaz que era o protagonista da matéria, esse fato tem aumentado entre homens e mulheres, com vozes que não correspondem a rostos barbados ou traços delicados femininos, e procuram médicos especializados com o objetivo de conquistar essa mudança.
Esse distúrbio entre homens e mulheres, pode dificultar o convívio social. Fazendo com que o indivíduo se torne motivo de piadas e, até mesmo, preconceito pelo simples fato de não ter uma voz masculinizada ou a mulher não ter uma feminina. Tive que aprender a conviver com o julgamento alheio, desde pequena, na 3º eu falava o mínimo possível algumas vezes me questionavam se eu tinha alguma dificuldade na fala, eu apenas balançava a cabeça negando.
A professora de Português foi quem me apoiou, e aquele ano pra mim foi especial. Sentia que podia falar sobre tudo o que eu quisesse porque ela me entenderia. Mas eu não queria abusar da sua gentileza. Com termino do ano letivo, infelizmente ela não foi minha professora no ano seguinte.
Para quem sofre com a sua voz, cabe a você tomar atitudes, se quer melhorias corra atrás. diversas terapias foram desenvolvidas com o passar dos anos para sanar este tipo de problema, desde palestras, reeducação vocal por meio de fonoaudiologia, intervenções cirúrgicas chamadas tireoplastias.
Uma avaliação otorrinolaringológica pode determinar se há a necessidade de uma cirurgia e se poderá ou não ser feita. Toda cirurgia por mais simples que seja tem os seus riscos, porém olhando artigos vi que as complicações graves durante a cirurgia ou após ela são muito raras, e seus sintomas mais sérios podem ser a dispneia, que é falta de ar ou sangramento. Lembrando que qualquer anormalidade após a cirurgia procure o seu médico.
As tireoplastias são procedimentos rápidos, nos quais o paciente retoma a vida normal rapidamente, inclusive poderá se alimentar normalmente após a cirurgia. No pós operatório, o recomendado é que tenha repouso vocal e faça acompanhamento por um fonoaudiólogo.
No meu caso eu sempre gostei da minha voz, até começarem a implicarem, por volta dos meus 9 anos. Eu tive que aprender a gostar novamente, foi um processo fácil? Não! Mas lembrei do quanto eu gostava da minha voz e quem não gostasse o problema são eles.
Capítulo 5
O que é bullying?
O termo em inglês “Bullying”, foi proposto pelo pesquisador sueco Dan Olweus, após o Massacre de Columbine, ocorrido nos Estados Unidos no ano de 1999. A palavra vem do gerúndio do verbo inglês to bully (que tem acepção de “tiranizar, oprimir, ameaçar ou amedrontar”) para definir os “valentões” que procuram intimidar colegas nas escolas.
A sociedade até pouco tempo não via o bullying como um problema, mas como uma fase normal do desenvolvimento infantil. Infelizmente, algumas pessoas ainda mantêm a mentalidade retrógrada de encarar o bullying como uma brincadeira ou um comportamento social normal, em que uns são dominados por serem mais fracos e outros são dominantes por serem mais fortes. Esse comportamento negligente de algumas famílias e, às vezes, até de profissionais da educação pode provocar na vítima a sensação de impotência e a crença de que o erro está nela, que não consegue defender-se sozinha. Esse descaso com as vítimas tem tomado rumos desastrosos.
Bullying é uma palavra que se originou na língua inglesa. “Bully” significa “valentão”, e o sufixo “ing” representa uma ação contínua. A palavra bullying designa um quadro de agressões contínuas, repetitivas, com características de perseguição do agressor contra a vítima, não podendo caracterizar uma agressão isolada, resultante de uma briga. As agressões podem ser verbais, físicas e psicológicas, podendo ser as três ao mesmo tempo, ou não. As vítimas são intimidadas, expostas e ridicularizadas. São chamadas por apelidos vexatórios e sofrem variados quadros de agressão com base em suas características físicas, seus hábitos, sua sexualidade e sua maneira de ser.
As vítimas de bullying podem sofrer agressões de uma pessoa isolada ou de um grupo. Esse grupo pode atuar apenas como “espectadores inertes” da violência, que indiretamente contribuem para a continuidade da agressão. O bullying consiste em agressões e intimidações constantes, normalmente, chamamos de bullying o comportamento agressivo sistemático cometido por crianças e adolescentes. Quando um comportamento parecido acontece entre adultos, geralmente no ambiente de trabalho, classificamos o ato como assédio moral.
As discussões sobre o bullying são relativamente recentes, chamando a profunda atenção dos especialistas em comportamento humano apenas nas últimas duas décadas. Até a década de 1970, não se falava sobre bullying. O comportamento agressivo e a perseguição sistemática de algumas crianças contra outras era visto como um traço comportamental natural, afirma Cleo Fante, especialista no assunto.
Comumente, o bullying é uma prática injusta, visto que os agressores ou agem em grupo (ou com o apoio do grupo) ou agem contra indivíduos que não conseguem se defender das agressões. Apesar de considerarmos o sofrimento da vítima, também devemos tentar entender o comportamento dos agressores. Muitas vezes, são jovens que passam por problemas psicológicos ou que sofrem agressões no ambiente familiar e na própria escola, e tentam transferir os seus traumas por meio da agressividade contra os outros.
O tema que caiu nas “graças” dos internautas, conforme tiveram alguns atentados internacionalmente como nacionalmente. Mas por incrível que pareça ainda existem várias pessoas que não sabe a sua definição, alguns ousam usar de deboche quando se menciona o tema, para eles, não passa de briguinhas, “brincadeiras” e quem não aguenta é dito “Nutella”.
Para os que ainda estão por fora do que é o Bullying, não é frescura, é uma prática que é caracterizada por constantes agressões, que podem ser de ordem física, verbal e psicológica, em que um indivíduo ou um grupo humilha, xinga, expõe e agride um outro indivíduo. Podem ser praticadas juntas ou não, mas é considerado bullying se houver a repetição constantes, geralmente classificamos como bullying um comportamento desenvolvido por crianças e adolescentes, na fase adulta a prática similar a isso é chamada de assédio moral.
De acordo com a Artº 1º § 1º da Lei 13.185/2015 considera-se intimidação sistemática ou bullying todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
Segundo o Artº 3º da mesma Lei, o bullying pode ser classificado em: I - Verbal: insultar, xingar, apelidar pejorativamente; II – Moral: difamar, caluniar, disseminar rumores; III – Sexual: assediar, induzir e/ou abusar; IV – Social: ignorar, isolar, excluir; V – Psicológico: perseguir, amedrontar, aterrorizar, dominar, manipular, chantagear, infernizar; VI – Físico: socar, chutar, bater; VII – Material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem; VIII – Virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com intuito de criar meios de constrangimento psicológico e social.
O bullying acontece de diversas maneiras: pode ser expresso por apelidos vexatórios e sistematicamente utilizados, pela perseguição à vítima, pela humilhação da vítima diante de um público, pela exposição da vítima por suas características físicas ou psicológicas, chegando, em muitos casos, a agressões físicas que podem provocar lesões corporais.
Onde o agressor usa de repetição de atos de violência física e psicológica, tais como intimidação, humilhação, xingamentos a uma pessoa ou grupo contra um indivíduo. Normalmente os agressores tem o apoio do público que o “aplaudem” quando acham graça, ao assistir e nenhuma atitude tomam.
A prática do bullying ocorre em vários lugares, na rua, praça, mas geralmente acontece no ambiente escolar, onde passamos a maior parte do nosso tempo, essa violência pode provocar danos psicológicos sérios em suas vítimas. Demorou, mas consegui superar e se eu consegui vocês que passam por situação semelhantes às que passei ou não, independente do que seja, vocês podem sair dessa situação.
Infelizmente ainda conhecido por muitos como: Bobagem, excesso de sensibilidade. Essas descrições infelizmente são reações comuns a um assunto que está se mostrando cada vez mais grave. O bullying, longe de ser uma frescura, pode deixar marcas severas na saúde mental.
O Bullying é visto como um conjunto de atitudes que podem ser de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, exercido por um agressor contra uma ou mais vítimas que não conseguem se defender. Para os agressores é um jogo, em que por meio das agressões tentam provar aos seus seguidores que são o “rei do pedaço”.
O Bullying não é apenas um problema relacionado ao âmbito escolar, sua extensão se tornou um problema de saúde pública, expandindo-se aos estudos de psicologia e a área médica. Suas ações são provocações de formas que tentam deixar a autoestima da pessoa baixa. Ocorrendo de maneira intencional, envolvendo: humilhação, agressão, palavrões, ameaças, isolamento, exclusão, chantagem, entre outras situações.
Geralmente ocorre por meio de “brincadeiras”, usam isso como desculpa, pois na verdade o verdadeiro propósito é de maltratar e intimidar o outro. Para que o bullying ocorra algumas pessoas tem que estar envolvidas. O agressor, a pessoa que provoca o bullying, responsável pelas atitudes agressivas é chamado de bully; o coletivo desses agressores, que é o grupo de pessoas que provocam esse fenômeno, são chamadas de bullies e por fim, tem a vítima, aquela pessoa que está sofrendo com isso.
O perfil das vítimas pode ser dividido em três categorias: a primeira categoria são as vítimas típicas, normalmente são crianças retraídas, tímidas, introvertidas e com repertório de habilidades sociais fracas, as características físicas também complementam esse perfil, como altura, peso, uso de óculos, aparelhos, espinhas deficiência física e qualquer outro aspecto que possa fugir “do padrão de beleza, além disso apresentam pouca habilidade social.
A segunda são as vítimas provadoras, aquelas capazes de provocar em seus colegas reações agressivas contra si mesmas, mas não conseguem responder aos revides de forma aceitável, ou seja, até conseguem se defender e brigar quando se sentem ameaçadas ou são atacadas, mas suas respostas são insuficientes para afastar o agressor.
A terceira e última é a vítima agressora, são crianças ou adolescentes que em algum momento sofreram com esse fenômeno e tornam-se agressores de outras crianças que lhes aparentam ser mais fracas. Ela sofreu constantemente sendo agredida, ameaçada e isolada por um agressor mais fortes ou mais populares que ela, e para ela a forma de compensar seu sofrimento, é buscando fazer com outras crianças aquilo que já lhe aconteceu.
E não podia faltar os espectadores, que são as pessoas que testemunham o bullying, mas não costumam denunciar o que acontece nas escolas e acaba não contando para os pais, professores a questão da agressão ocorrida, pois não querem ser considerados dedos-duros, X9. E os agressores geralmente são líderes de uma turma que sentem um prazer de colocar apelidos nos colegas de sala, geralmente os que são considerados frágeis, com isso, acaba por exclui-los, intimida-los, na sala, escola são os donos. Os tipos de Bullying são:
Bullying Verbal: É o mais comum do fenômeno, ele é um tipo de ação que costuma envolver difamações, fofocas, gozações, críticas e apelidos pejorativos. É a forma mais constante e persistente de bullying, pois pode ser feito escondido do professor, por meio de sussurros, bilhetinhos e apelidos pejorativos considerados normais.
Bullying Psicológico: Ocorre através do isolamento e exclusão escolar, quando uma criança é humilhada na frente de outras. Nele não ocorrem necessariamente agressões físicas e justamente por isso pode ser muito perigoso, visto que se pode ridicularizar uma pessoa sem ofendê-la de forma direta, apenas excluindo, isolando, marginalizando, ignorando e virando as costas. É muito prejudicial à autoestima e às habilidades sociais e interpessoais da vítima.
Bullying Físico: É o mais visível e por isso o mais percebido entre professores e pais de alunos, aqui, todas as agressões físicas são possíveis de ocorrer entre as crianças, envolvem não apenas chutes e murros como também objetos perfurantes, como estiletes e até armas de fogo.
Cyberbullying: Também denominado como bullying virtual, ocorre quando um agressor se utiliza dos recursos tecnológicos para constranger, humilhar, maltratar e ofender suas vítimas. Neste caso as vítimas muitas vezes não sabem quem são seus agressores pois estão em anônimo.
É muito importante que identifique se esse fenômeno vem ocorrendo com a criança, pois isso pode levar ao bullycídio, isto é, ao ato de tentar tirar a própria vida motivada pelo sofrimento causado por atitudes violentas que são cometidas por outras pessoas contra si mesmo; o suicídio provocado pelo Cyberbullying.
Capítulo 6
Bullying no Brasil
Até pouco tempo, o que hoje é chamado de Bullying, era visto com outro olhar, outra perspectiva, “briguinhas de criança”, e normalmente família e escola não tomavam atitude nenhuma a respeito desse fator. Desse modo, no Brasil, o tema tem despertado uma atenção crescente, mas os governos ainda não foram sensibilizados para a necessidade do desenvolvimento de políticas públicas específicas, além disso, há discussões sobre a prática do bullying nas escolas brasileiras.
Atualmente o Bullying é reconhecido como problema crônico nas escolas, com consequências sérias, tanto para vítimas, quanto para os agressores. Aproximadamente um em cada dez estudantes no Brasil é vítima frequente de bullying nas escolas. Normalmente são adolescentes que sofrem agressões físicas ou mesmo psicológicas, que são alvo de piadas e boatos maldosos e muitas vezes excluídos propositalmente pelos colegas, não sendo chamados para festas ou qualquer coisa que seja.
\\\"O bullying tem sérias consequências tanto para o agressor quanto para a vítima. Tanto aqueles que praticam o bullying quanto as vítimas são mais propensas a faltar às aulas, abandonar os estudos e ter piores desempenhos acadêmicos que aqueles que não têm relações conflituosas com os colegas\\\", diz o estudo, que acrescenta que nesses adolescentes estão também mais presentes sintomas de depressão, ansiedade, baixa autoestima e perda de interesse por qualquer atividade.
Esse dado faz parte do terceiro volume do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015, dedicado ao bem-estar dos estudantes. Com base nos relatos dos estudantes, 9% foram classificados no estudo como vítimas frequentes de bullying, ou seja, estão no topo do indicador de agressões e mais expostos a essa situação.
Além do Pisa, outras pesquisas foram feitas para identificar o fator Bullying nas escolas brasileiras, como por exemplo, uma pesquisa do IBGE realizada também em 2015 com estudantes do nono ano do Ensino Fundamental de escolas públicas ou privadas das capitais dos estados e do Distrito Federal, onde acendeu a luz de alerta para o problema do bullying nas escolas brasileiras.
O número de casos de jovens submetidos a situações de humilhação vem crescendo, de acordo com essa pesquisa sobre a saúde escolar do estudante brasileiro. Revela ainda que dois em cada dez adolescentes assumem já ter praticado bullying contra colegas e as agressões são quase sempre focadas na aparência do corpo ou do rosto da vítima, o que acaba atingindo inúmeros distúrbios psicológicos, em uma fase de auto reconhecimento e amadurecimento do aluno.
Segundo o estudo, 35,6% dos estudantes entrevistados disseram serem vítimas constantes da agressão. O maior número de casos ocorreu nas escolas particulares com 35,9%. Enquanto que nas escolas públicas o índice foi de 26,2% dos estudantes. A pesquisa constatou ainda que o bullying é mais frequente entre os estudantes do sexo masculino.
Embora feito essas pesquisas, o Brasil ainda não tem um diagrama sobre a dimensão desse tipo de violência dentro das escolas. Não há estudos intensos sobre essa questão e isso acaba dificultando uma intervenção adequada para o problema.
Muitas vezes essa temática acaba gerando um problema ainda maior, como por exemplo, uma publicação feita pela Folha de São Paulo onde relata que um estudante de 14 anos do 8º ano atirou contra colegas de sala em uma escola particular de Goiânia. Ele deu 11 tiros mais uma pessoa especifica era seu alvo.
Dois morreram e quatro ficaram feridos. Isso ocorreu em 20 de outubro de 2017. O menino disse à polícia que era vítima de bullying e relatou ter planejado o ataque por três meses. Os colegas de sala relataram que o estudante com personalidade calma, tímido, retraído, era vítima de gozações constantes e era xingado de \\\"fedorento\\\". Já o pai disse que o filho havia passado por tratamento psicológico.
Outro exemplo disso é a série \\\"13 Reasons Why\\\" que ficou muito popular entre os jovens, eu assisti algumas temporadas na a série conta sobre a história de alguns jovens que era vítimas de Bullying e eram incentivados a continuar a pratica do Bullying. Porém a série se inicia em destaque a uma jovem, Hannah Baker, uma pessoa que aparentemente era feliz, mas se suicidou por vários motivos, e no decorrer da série são desvendados os motivos e um dos principais motivos foi o bullying que sofria na escola com bastante frequência.
Como o tema está sendo debatido cada vez mais, foram criadas medidas para atuar de maneira efetiva contra esse mal que se difunde nas escolas de Salvador, como por exemplo, em 2007, a coordenadora Marilena Ristum, professora do Instituto de Psicologia da UFBA iniciou uma pesquisa nas escolas de Salvador sobre “Bullying Escolar: práticas e significações de alunos e professores de escolas públicas e particulares”. Por meio dessa pesquisa pôde-se perceber que nas escolas públicas e privadas de Salvador a violência física foi à forma de bullying mais apontada.
Nas escolas públicas as principais causas indicadas pelos professores foram à falta de limites e problemas na estrutura familiar. Já nas escolas privadas o tipo de bullying avaliada como menos grave foi à violência verbal, entretanto tendo também como violência física a mais comum. Foi possível verificar também, por meio desse estudo, que a maior parte dos entrevistados não conhecia o termo bullying, nem o seu significado.
Em 2009, O Ministério Público da Bahia iniciou campanhas sobre esse tema que tem como objetivo promover um esforço para erradicar ou minimizar a violência escolar produzida pelo bullying, sensibilizando e conscientizando o profissional da educação bem como os professores, diretores e funcionários como também os próprios alunos e pais.
Além disso, em 2015, A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa da Bahia aprovou o projeto de lei nº 21.259/2015, de autoria do ilustre deputado Sidelvan Nóbrega, que “dispõe sobre a inclusão de medidas de conscientização, prevenção e combate ao assédio escolar “bullying”, no projeto pedagógico elaborado pelas escolas públicas de educação básica do estado da Bahia e dá outras providências”. Ainda nesse ano, essa comissão permitiu o parecer que inclui a rede privada de ensino no Projeto dessa Lei.
Já no ano de 2016, segundo o artigo 5º, da lei nº 13.185, “é dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e a intimidação sistemática (bullying)”.
Essa lei é conhecida como “lei antibullying”. Foi sancionada pela ex-presidente Dilma Roussef em novembro de 2015 e entrou em vigor a partir do dia 06 de fevereiro de 2016. A mesma, determina que seja feita a capacitação de docentes e equipes pedagógicas para implementar ações de prevenção e solução do problema, assim como a orientação de pais e familiares, para identificar vítimas e agressores. Também estabelece que sejam realizadas campanhas educativas e fornecida assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores.
Além dessa lei, foi realizada em 2016, uma pesquisa Pelo Ministério Da Educação em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e Organização dos Estados Interamericanos (OEI). Essa pesquisa apontou Salvador como sendo a 3ª capital brasileira com maior índice de violência em escolas públicas. Esses Dados afirmam que 40% dos alunos já sofreram algum tipo de violação, como discriminação social, racial, por orientação sexual, cyberbullying e ainda roubo/furto.
Para mais, ainda neste ano, foi instituído no calendário oficial de eventos do município de Salvador o \\\"março laranja\\\", mês de prevenção e combate ao bullying escolar. O prefeito de Salvador sancionou a lei nº 8996/2016 que deixa claro no artigo 1º que o \\\"Mês de Prevenção e Combate ao Bullying Escolar\\\" deve ser celebrado anualmente no mês de março. E no artigo 2º traz o objetivo dessa lei, que “visa promover, no âmbito escolar e na sociedade, o debate sobre o bullying nas escolas, estimulando campanhas educativas e informativas, bem como a sensibilização, o diagnóstico e a prevenção desse tipo de violência, envolvendo a comunidade, os pais, professores e outros profissionais que atuam nas áreas de educação e de proteção à criança e ao adolescente”.
Em junho de 2013, um aluno de 13 anos de uma escola particular de Salvador sofreu Bullying de um professor. Este professor foi acionado pela Defensoria Pública do Estado. De acordo com a responsável pelo caso, o professor tinha envergonhado esse aluno várias vezes e por causa dos constrangimentos acabou deixando de frequentar as aulas e perdeu de ano.
Em 2018, em uma escola também particular de Salvador, foi encontrada na mochila de uma aluna uma faca do tipo peixeira. A garota afirmou que sofre bullying dos colegas e teve a ideia de ir armada para o colégio a fim de \\\"se defender\\\" das brincadeiras de mau gosto.
Já no ano de 2016 uma aluna de 10 de idade, da 5ª série do ensino fundamental, de uma escola localizada no Costa Azul foi agredida por um aluno da mesma idade. Segundo a mãe da criança agredida a menina sofreu ‘bullying’ após trocar de short para participar da aula de educação física.
Algumas escolas de Salvador já adotaram medidas para combater o bullying, entretanto esses projetos ainda não contemplam todas as escolas. No Colégio da Polícia Militar, foi proposto pela professora de ciências que seus alunos do 6º ano do ensino fundamental pesquisassem sobre o bullying. Através disso, uma aluna relatou já ter sido vítima de bullying e sentiu na pele que se a brincadeira não diverte a todos, não deve ser feita por ninguém.
No Colégio Adventista um aluno do 8º ano do ensino fundamental II, disse que o tema bullying é debatido constantemente entre os alunos. O Colégio faz questão de alertar as turmas sobre as complicações que o bullying pode causar. O estudante disse ainda, que periodicamente a instituição reúne alunos de diversas series no auditório da escola e promove encontro com especialistas e pessoas que já foram vítimas do bullying. Além disso, cartazes com histórias de quem já sofreu o problema fica exposto nas paredes para que os alunos tenham acesso.
Já a RSB-Escolas foi criada uma cartilha que tem o intuito de ajudar as escolas na prevenção e no combate ao bullying. Essa cartilha procura responder as questões mais oportunas sobre o tema e ajudar na construção e na preservação de um ambiente escolar permeado pela cultura do respeito, da alegria e da paz.
Uma lei avançada para combater o Bullying é o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069/90, que dispõe de medidas eficazes para enfrentar o bullying e trata a criança e adolescente como sujeito de direitos, e não somente como um ser em situação irregular perante a sociedade. Além disso, “pela proteção integral, criança e adolescente devem receber atenção prioritária da família, sociedade e do Estado, sendo tratados com absoluta prioridade, a fim de se desenvolverem adequadamente, livres de qualquer tipo de agressão (art. 227 da CF, art. 3º e 4º do ECA).
Esse fenômeno escolar demorou a ser estudada no Brasil e apenas na década de 1990 pesquisas sobre o assunto passaram a ter algum tipo de destaque. Em 2001 a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia) começou a estudar e pesquisar sobre o assunto.
A prática do bullying tornou-se algo comum nos espaços educacionais, provocando cada vez mais atitudes violentas, tantos dos agressores, como das vítimas. Por isso, discutir as questões ligadas ao bullying com a escola é importante, pois, proporciona a reflexão e evita que novos casos de bullying ocorram nas escolas.
Além disso, a principal justificativa para se criar um projeto com esse tema, é que a escola tem por missão preparar seus alunos para Cidadania, e para isso, é preciso buscar alternativas que desenvolvam o conhecimento a respeito desse fator. Esse é o papel da escola, e segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN\\\'s) “cabe à escola empenhar-se na formação moral de seus alunos...”.
É importante, também, o estímulo à pesquisa, ao diálogo e à troca de ideias, a fim de desenvolver a capacidade de reflexão das pessoas e principalmente orientação e atenção a respeito do problema.
Bullying é crime?
O advogado Cristiano Rodrigues, professor de Direito Penal da LFG, avalia o bullying como um conceito de cunho social e não jurídico, que acontece em diversas esferas. Porém, com mais frequência, no ambiente escolar, desde o ensino básico até o superior.
“Há o bullying moral, sexual, físico e até o patrimonial”, explica o advogado. E, dependendo da situação, pode se configurar uma a conduta agressiva, ofensiva ou constrangedora.
Diversos crimes podem ser praticados por meio do bullying, principalmente nas escolas. Entretanto, o professor lembra que menores de idade não cometem crimes, mas sim infração penal.
Nesse caso, a punição aplicada para autores de bullying com menos de 18 anos são medidas socioeducativas previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabelece sanções específicas para menores de 18 anos.
“Mas isso não deixa de ser um crime definido pelo Código Penal. Embora o menor não responda criminalmente nem seja preso, ele pode ser internado em instituições adequadas, conforme determina o ECA”, informa o advogado.
Capítulo 7
Tipos de bullying e consequências
O bullying pode ser praticado de diversas formas, seja por xingamentos, agressões ou isolamento e, assim, pode ser classificado em alguns tipos principais:
Bullying físico: Caracterizado por violência física, ou seja, nesse tipo de bullying a vítima leva chutes, socos, pontapés ou tem a passagem bloqueada pelo simples fato de usar óculos, aparelho ou estar um pouco acima do peso, por exemplo. Esse tipo de bullying é comum, mas passa muitas vezes despercebido pois é pode ser interpretado como brincadeira de amigos, por exemplo;
Bullying psicológico: A vítima sofre constantemente intimidações ou chantagens, além de ser frequentemente vítima de calúnias e boatos, além de perseguições no que diz respeito à orientação sexual, religião ou peso. O bullying psicológico pode levar à depressão e fobia social, por exemplo;
Bullying verbal: É o tipo mais comum de bullying praticado nas escolas e que começa com um apelido maldoso, normalmente relacionado com alguma característica da pessoa. Além dos apelidos, esse tipo de bullying é caracterizado por xingamentos e humilhações constantes, o que pode fazer com que aquela criança que sofreu bullying verbal cresça sem acreditar nas suas competências e tenham medo de se relacionar com outras pessoas;
Bullying virtual: também conhecido como cyberbullying, é caracterizado por ataques verbais e psicológicos pelas redes sociais. Nesse tipo de bullying a internet é a maior aliada, sendo a principal ferramenta de disseminação de fotos, vídeos ou comentários maldosos sobre a pessoa, deixando-a constrangida.
Bullying social: A pessoa é constantemente isolada das atividades e do convívio diário, ignorar alguém de forma intencional e constante, compartilhamento de rumores, mentiras e acusações difamatórias. Com a reputação afetada por essas ofensas, a pessoa tende a ter baixa aceitação social, isolando-se. É comum ocorrer nas escolas, onde a formação de “panelinhas”, grupos em que há alianças, são comuns. Esses grupos, não são todos que participam, há regras para poder participar e caso não as sigam você é excluído.
É difícil que apenas um tipo de bullying seja praticado, normalmente nas escolas podem ser percebidos bullying físico, psicológico, verbal e social. Apesar de ser algo relativamente comum nas escolas, o bullying pode acontecer em qualquer idade e em qualquer ambiente, quando há comentário difamatório, feito sobre outra pessoa e que possa interferir na sua vida é considerado bullying.
Ao contrário do que muitos pensam, Bullying não é frescura e apenas quem sabe o quanto é lidar. As pessoas não tem noção do quanto mal fazem em ficar com apelidos, humilhando seu semelhante.
As consequências são as mais variadas possíveis e dependem muito de cada indivíduo, da sua estrutura, de vivências, de predisposição genética, da forma e da intensidade das agressões. No entanto, todas as vítimas, sem exceção, sofrem com os ataques de bullying, uns conseguirão se recuperar após um prazo longe de seus agressores, outros infelizmente sempre viverão com o fantasma do medo, muitas levarão marcas profundas provenientes das agressões para a vida adulta, e necessitarão de apoio psiquiátrico ou psicológico para a superação do problema.
Os problemas mais comuns são: Desinteresse pela escola, onde por exemplo, a criança não se interessa nas atividades escolares por mais divertidas que sejam, as notas declinam; os problemas psicossomáticos, também conhecido por distúrbios psicossomáticos, são problemas comportamentais e psíquicos como transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade generalizada, entre outros.
Um dos problemas que tive entre eles eram a fobia social, também como conhecida como transtorno da ansiedade Social. Onde eu não conseguia conversar com as pessoas, pelo medo do julgamento das pessoas.
esse problema de comportamento interfere negativamente em todos os âmbitos da sua vida.
O bullying também pode agravar problemas preexistentes, devido ao tempo prolongado de estresse a que a vítima é submetida. Em casos mais graves, podem-se observar quadros de esquizofrenia, homicídio e suicídio.
A agressividade, intolerância contra o que é considerado diferente vêm transformando crianças e adolescentes em alvos e vítimas em massa. Refiro a pessoas que são torturadas fisicamente e psicologicamente, pessoas que são xingadas e apanham sem entender o motivo, enquanto outros acham graça da situação.
Em muitos casos, professores e funcionários das escolas não sabem como agir e assistem a tudo isso passivamente. O bullying mostra toda a brutalidade que pode ser cometida em uma fase em que as pessoas ainda estão formando sua personalidade e seu caráter. São inúmeros os malefícios que o Bullying ocasiona: Medo, baixa autoestima, insônia, isolar, chorar, agressividade e inúmeros males. E quando não veem saída buscam o suicídio como escape.
Os aspectos físicos como a altura, o peso, a cor da pele ou o tipo de cabelo viram armas psicológicas para quem usa o bullying para atormentar a vida dos colegas, lidar com críticas constantes ao seu corpo ou as suas atitudes, não é fácil. Ataques preconceituosos transformam crianças alegres em seres tímidos e isolados. A falta de diálogo sobre o tema prejudica ainda mais a questão Muitas vezes os pais não percebem o problema logo de cara ou não identificam a causa.
Para combater os efeitos da violência psicológica intencional, é preciso ser atento, ter empatia, falar sobre ela buscando soluções. Para quem não sabe, o bullying é doloroso e cruel e com uma sociedade em que a maioria ainda são mente fechada e veem o bullying como brincadeira, nem sempre é fácil compartilhar o problema.
Sofrer agressões físicas, ser excluído de algum grupo, ser alvo de fofocas ou se submeter a algum tipo de dominação. Passar por esses ataques deixa estragos visíveis, que podem ser facilmente percebidos na vida pessoal e escolar. Além de causar baixa autoestima e dificuldade de relacionamento, o bullying afeta a saúde e leva ao desenvolvimento de doenças como a bulimia e a anorexia, além de ser um fator muitas vezes determinante na decisão de cometer suicídio.
Conversar e saber o que está acontecendo no dia a dia, o que os colegas dizem, identificar mudanças de comportamento, tudo isso é essencial. Caso contrário, a descoberta pode se dar tarde demais. As marcas podem ficar para sempre. Crianças muito infantilizadas ou protegidas, que ouvem com frequência frases desestimulantes da família do tipo “você só me traz problemas” e que não conseguem se impor ou serem ouvidas em um grupo podem ser vítimas em potencial. Já os agressores têm dificuldade em ouvir “não”. Os dois, tanto vítima quanto agressor, precisam de ajuda psicológica.
Superar o bullying tem a ver com perceber que os valores pesam mais do que qualquer diferença. A partir do momento em que a pessoa percebe que merece respeito e que deve tratar o outro como quer ser tratado, o problema deixa de existir. E para isso, as crianças e adolescente precisam de ajuda e apoio.
O único jeito de passar por cima das perseguições é aprender a fazer das acusações de “baixinho”, “gordinho”, “sardento”, e por aí vai, armas de aceitação para fortalecer ainda mais sua personalidade. Quando se percebe que o que o outro acha não determina quem você é ou qual será seu futuro é que a gente se torna protagonista da própria vida.
Fazer terapia pode ajudar a melhorar a autoestima da vítima e ensiná-la a lidar melhor com suas emoções, mas em alguns casos, pode ser recomendada até mesmo a mudança de escola para que a criança não adquira uma aversão ao ambiente escolar. Já quem pratica bullying pode ter um transtorno de conduta que impede a terapia individual de ter resultados tão bons, por isso pode ser necessário que toda a família se submeta ao processo. É importante saber até onde vai o bullying que a criança pratica para poder identificar esses possíveis transtornos.
A principal maneira de combater e prevenir o bullying é debatendo o assunto. Filmes educativos, palestras que mostrem as consequências negativas dessa prática, tudo isso ajuda. Além, é claro, de incentivarmos e apoiarmos que as vítimas denunciem seus agressores e que quem comete esse tipo de violência seja punido.
É importante reforçar sempre que a vítima não deve se envergonhar ou se calar. Incentivar a busca por apoio na escola e com a família é essencial e, até mesmo, levar o caso à polícia quando for o caso. Só com essa postura podemos prevenir que mais jovens percam a vida ou continuem sofrendo por causa desse tipo de violência.
Bullying é uma palavra de origem inglesa que designa atos de agressão e intimidação repetitivos contra um indivíduo que não é aceito por um grupo, geralmente na escola. A prática do bullying consiste em um conjunto de violências que se repetem por algum período. Geralmente são agressões verbais, físicas e psicológicas que humilham, intimidam e traumatizam a vítima. Os danos causados pelo bullying podem ser profundos, como a depressão, distúrbios comportamentais e até o suicídio.
O bullying pode trazer diversas consequências em suas vítimas. Normalmente, as agressões e a exclusão do grupo levam o indivíduo que sofre a um quadro de isolamento social. Devido aos maus tratos e ao sentimento de não pertencimento ao grupo, a vítima vê-se como alguém estranho, diferente e que não pertence àquele local. A partir daí, inicia-se um quadro de isolamento que a faz querer sair daquele lugar para escapar de seus problemas.
Ao não conseguir escapar e não encontrar apoio entre os amigos (muitas vezes as vítimas não conseguem desenvolver laços afetivos no seu ambiente social por conta das agressões) e os familiares (normalmente elas não comentam o que se passa com a família por medo), o quadro de isolamento começa a causar danos psicológicos que podem levar à depressão, ao transtorno de ansiedade, à síndrome do pânico e a outros distúrbios psiquiátricos, além de gerar traumas que acompanharão a vítima por toda a sua vida se não tratados adequadamente.
Algumas vítimas do bullying que desenvolvem distúrbios psiquiátricos ou que se encontram momentaneamente abaladas psicologicamente podem procurar válvulas de escape, como as drogas e o álcool, na fase em que as agressões estão ocorrendo ou na fase adulta para lidar com os traumas deixados. Também pode acontecer de o indivíduo desenvolver um comportamento violento e repetir as agressões que sofreu com outras pessoas. Nos casos extremos, a vítima encontra no suicídio a única saída momentânea para lidar com o seu sofrimento.
A criança ou adolescente que sofre de bullying chora constantemente por raiva e tristeza, sendo que no seu dia-a-dia, manifesta sentimentos de medo, insegurança e angústia, desvalorizando suas qualidades. O bullying nas escolas pode levar a consequências imediatas, como por exemplo desinteresse pela escola, havendo diminuição do desempenho escolar, além de isolamento, autoflagelava, ataques de pânico e ansiedade, comportamentos violentos e alterações físicas, como dificuldades para dormir, distúrbios alimentares e até mesmo consumo de álcool e drogas ilícitas.
Além das consequências imediatas, o bullying pode resultar em problemas à longo prazo, como dificuldade em relacionar-se com pessoas, provocando estresse no trabalho, pouca capacidade para manter um relacionamento amoroso, dificuldade na tomada de decisões, tendência à depressão, baixa autoestima e pouca rentabilidade no trabalho devido à falta de confiança.
No entanto, nem toda a criança ou adolescente que sofre de bullying na infância ou adolescência desenvolve estas consequências na vida adulta, depende do seu estado emocional ou suporte da escola ou família que teve durante o período em que foi vítima de bullying.
Capítulo 8
Perigos do bullying e alguns casos
No dia a dia e principalmente na comunidade escolar em que grupos dominantes, que são os que possuem os padrões de aceitação, os grupos que não se enquadram nesses padrões acabam excluídos e podem conter vítimas de bullying. Normalmente, os padrões estabelecidos nas relações sociais escolares, sobretudo entre adolescentes, são formados com base nas características físicas e no grau de popularidade e aceitação que os indivíduos têm dentro do grupo.
Aquelas pessoas consideradas mais populares ou “descoladas” tornam-se a referência para o comportamento social, e aqueles que não se enquadram nesse padrão são considerados “estranhos” ao grupo. Daí surge o comportamento humilhante e vexatório por parte dos que se consideram normais ou populares contra os que eles mesmos consideram estranhos por não se enquadrarem nos parâmetros estabelecidos.
Além da violência psicológica, o bullying pode chegar ao suicídio à violência física, em que alguns indivíduos agridem suas vítimas, normalmente crianças ou adolescentes menores e mais indefesos. Em todos os casos, cabe aos profissionais da educação coibir qualquer prática violenta que ocorra dentro do ambiente escolar.
Alguns casos emblemáticos e extremos fazem-nos refletir sobre o papel da escola em relação à prática do bullying. Mencionaremos aqui ao menos três casos em que essa prática pode entrar como um elemento causador de atos extremos de violência em ambientes escolares.
Monitora de ônibus é assediada por alunos
Karen Klein tinha 68 anos, quando foi agredida por estudantes. A senhora trabalhava como monitora do ônibus, quando foi cercada pelos adolescentes. Eles a xingaram e a ofenderam de todas as formas possíveis, e fizeram isso até que ela começasse a chorar. Ainda assim, isso não foi o suficiente para fazê-los parar.
Todas essas ações foram filmadas pelos próprios agressores e posteriormente foram publicadas na rede social. A atitude repulsiva repercutiu por toda a internet e Karen ganhou férias para ela e toda sua família na Disney, além de um montante significativo em dinheiro, para ajudá-la financeiramente.
Site Criado Para Ofender Garoto
A escola é um dos ambientes onde os casos de bullying são mais frequentes, mas a internet tornou as coisas ainda piores. David Knight já tinha que lidar com a perseguição dentro da escola, mas ele descobriu que as ofensas iam além daquele espaço. Seus agressores criaram um site voltado para ofendê-lo. Eram dezenas e mais dezenas de comentários que ofendiam a ele e sua família, além disso, o site também tinha acusações infundadas, como a de que David Knight era pedófilo. A situação foi tão extrema que David decidiu sair da escola e terminar os estudos em casa.
Adolescente Comente Suicídio Após Sofrer Abuso Sexual E Ser Exposta Na Internet
Audrie Pott foi abusada sexualmente por três colegas de escola, que filmaram e fotografaram toda a ação e expuseram a garota. A situação foi insuportável para a garota que cometeu suicídio oito dias depois da agressão. Todos os três jovens que participaram a agressão foram acusados de homicídio culposo.
Massacre de Realengo
Em 07 de abril de 2011, um homem de 23 anos invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. O homem era Wellington Menezes de Oliveira, que entrou na escola armado com dois revólveres e conseguiu matar 12 adolescentes e ferir 22. Ele chegou a ser interceptado por policiais, mas cometeu suicídio.
Wellington deixou uma anotação contendo pistas sobre o motivo do ataque que, em conjunto com o depoimento de sua irmã adotiva e de um amigo próximo, revelam que ele sofreu bullying na adolescência enquanto estudava na Escola Municipal Tasso da Silveira e em outras instituições pelas quais passou, além de ter sido obcecado por atentados terroristas.
Cade Poulos
Em setembro de 2012, um estudante de 13 anos de idade, chamado Cade Poulos, vestido de Duas Caras, o vilão do Batman, se matou com uma arma em uma escola de Oklahoma (EUA). No dia da morte, muitos estudantes foram vestidos de super heróis para a escola, e ficaram horrorizados quando ouviram um tiro antes das 08:00, alguns minutos depois acabaram encontrando o colega de escola morto em um dos corredores. Segundo uma investigação feita no colégio, o motivo da morte foi pelo fato do garoto ter sofrido bullying na escola. Depois disso é obvio que todos os seus colegas de classe ficaram chocados e arrependidos com tudo o que fizeram com ele. Em sua página do Facebook os seus amigos mais próximos postaram mensagens como “Espero que agora vocês tenham entendido que o bullying não é aceitável”.
Bulliyng do Professor
Um menino de 13 anos de idade, estudante de uma escola do ensino médio em Gig Harbor, Whashington, teria sido intimidado por seu professor de ginástica e por um colega. Alguns alunos pegaram o menino pelos braços e pernas, o balançaram, o amordaçou com uma meia e ficaram zombando. Os pais dos garotos tomaram conhecimento no acontecido depois que seu filho estava se recusando a ir para escola. O professor, John Rosi, foi suspenso por 10 dias sem remuneração.
Angelina Green
Em março de 2013, Angelina Green tinha apenas 14 anos. Há algum tempo, ela relatava à mãe que tinha problemas com outros alunos da escola onde estudava. Angel, inclusive, chegou a tentar se suicidar duas vezes por conta disso.
A menina saía para pegar o ônibus escolar todos os dias por volta das 6 da manhã. Era comum que a mãe fosse um pouco mais tarde até o ponto, ver se estava tudo bem e se a filha já estava a caminho da escola. Naquele dia, ao chegar no ponto de ônibus, ela viu o que não queria.
Angelina Green havia se enforcado em uma árvore próxima ao ponto de ônibus. Assim, as outras adolescentes que faziam bullying com ela poderiam ver o que causaram. A menina inclusive chegou a escrever um bilhete, que a mãe achou mais tarde no quarto, que dizia “foi o bullying que me matou”.
Massacre do Colégio Goyases
No dia 20 de outubro de 2017, um aluno de 14 anos do Colégio Goyases, um colégio particular situado em Goiânia, Goiás, levou uma pistola de calibre 40 para a sala de aula e efetuou disparos. Apesar do pânico que se instalou, uma das professoras conseguiu acalmar o estudante que não pode ter sua identidade revelada por ser menor de idade.
Ao todo foram dois mortos e quatro feridos. Depois de preso, o autor do massacre revelou que sofria bullying por parte de um dos colegas. A arma usada no atentado pertencia ao pai do adolescente, que seria policial militar. O autor do atentado foi preso e condenado a cumprir três anos de medida socioeducativa em instituições voltadas para o tratamento de jovens infratores.
Líder de Torcida Com Síndrome Down é intimidada por Torcida Adversaria
Desiree Andrews é uma adolescente de 14 anos, portadora da Síndrome de Down. No entanto, isso não foi empecilho para a garota que decidiu se tornar líder de torcida. No entanto, como todos nós sabemos, a escola pode ser também um lugar cruel. Ou melhor, não a escola, mas as pessoas que estão nela. Desiree estava assistindo a um dos jogos de basquete de sua escola, quando algumas pessoas da arquibancada começaram a tirar sarro da garota.
O que os agressores não sabiam é que os jogadores da escola da garota perceberam a situação. Não apenas perceberam, como tomaram uma atitude imediatamente para parar com aquilo. O jogo foi paralisado e eles conversaram com o diretor de esporte, que imediatamente advertiu aqueles que a importunaram.
Professor Agressor
Sempre que vemos casos de bullying, geralmente, eles ocorrem entre alunos. Crianças e adolescentes que não parecem ter muita consciência sobre as possíveis consequências de seus atos. No entanto, este caso é diferente. Um aluno de 13 anos foi agredido não apenas por seus “colegas” de escola, mas também por seu professor de ginástica.
Os valentões realizaram quase que uma sessão de tortura com o adolescente, tudo isso com a participação do professor. Eles pegaram o garoto pelas mãos e pelos pés, o balançaram e chutaram, o imobilizando com cadeiras e o amordaçando com uma meia. O professor chegou a ser suspenso da escola onde tudo aconteceu, mas após um treinamento, foi transferido para outra escola.
Amanda Todd
O caso de Amanda Todd é, talvez, um dos mais conhecidos. A menina canadense de apenas 15 anos sofreu bullying e cyberbullying, durante alguns anos.
O caso ganhou bastante notoriedade porque um pouco mais de um mês antes de cometer suicídio, Amanda Todd publicou um vídeo no seu canal do youtube que se tornou viral. Nele, através de alguns cartões escritos a menina relatou como tudo aquilo fazia com que ela se sentisse triste e insegura.
Um dos motivos para que Amanda Todd chegasse a esse ponto foram as chantagens que sofria online. Na época, o caso repercutiu tanto que até o famoso grupo de hackers Anonymous se interessou e partiu em busca dos agressores de Amanda.
Aydin Coban, um homem holandês muito mais velho que a menina, foi preso pouco tempo depois. A suspeita é de que ele fosse a pessoa que a chantageava – e, além dela, mais diversas pessoas da Europa e América do Norte. Mesmo que a polícia tenha juntado algumas provas irrefutáveis, ele ainda alega inocência.
Mãe dá Arma de Choque ao Filho que Sofria Bulliyng
O filho de 17 anos de Chelisa Grimes estava sendo perseguido por colegas da escola por ser gay. Como a escola não tomou nenhuma atitude para proteger seu filho, ela se viu no direito de fazê-lo. Chelisa então deu uma arma de choque para que o filho levasse para a escola.
Quando o garoto foi importunado novamente, cercado por 6 adolescentes, ele então pegou a arma de choque para se defender. Os agressores que antes estavam o insultando e ameaçando agredi-lo, saíram correndo. Apesar de não ter ferido ninguém, o garoto que sofria bullying foi expulso da escola por ter levado a arma de choque. Além disso, o jovem chegou a ser preso e algemado pela polícia. Os agressores foram suspensos da escola.
Grota Incentiva Seu Namorado a Cometer Suicídio
Michelle Carter era a namorada de Conrad Roy III. O menino falava sobre tirar a própria vida há algum tempo e sua namorada que, no início tentou fazê-lo mudar de ideia, passou a incentivar a atitude. Sim, centenas de mensagens trocadas entre o casal, mostravam que ela o incentivava a cumprir o que tanto planejava fazer.
Até que um dia, Conrad realmente tentou concretizar o ato. O jovem se fechou em seu carro com uma mangueira que expelia o gás do motor dentro do carro. Quando começou a passar mal, ele saiu do carro e começou a conversar com a namorada, dizendo que não tinha tanta certeza se queria aquilo. E ela simplesmente ordenou que ele retornasse para dentro do carro e ele obedeceu. Conrad morreu de intoxicação por monóxido de carbono dentro do veículo. Sua namorada foi condenada por homicídio culposo, por ter incentivado a morte do namorado.
Massacre de Suzano
No dia 13 de março de 2019, um adolescente de 17 anos, Guilherme Taucci Monteiro, e um homem de 25 anos, Luiz Henrique de Castro, invadiram a Escola estadual Professor Raul Brasil, situada no município de Suzano, Região Metropolitana de São Paulo. Eles portavam um revólver calibre 38, uma besta, um arco e flecha e uma machadinha.
Além do armamento, eles deixaram artefatos na escola que pareciam ser bombas e bombas incendiárias (coquetéis molotovs). Os jovens eram ex-alunos da escola e conseguiram matar 10 pessoas e deixar 11 feridos. Antes de entrarem na escola no horário de aula, os jovens mataram o tio de Guilherme Taucci, há poucos quilômetros da instituição de ensino. O motivo para o assassinato do tio eram desavenças familiares.
O massacre foi planejado por cerca de um ano antes do ocorrido, e quem planejou tudo foi o rapaz mais novo, Guilherme Taucci. Quando estavam acuados, Guilherme matou Luiz Henrique e matou-se em seguida. A mãe de Guilherme aponta que o filho sofria bullying na escola. O estopim para que ele executasse o plano foi a sua expulsão da instituição de ensino.
As notícias sobre o crime mostraram que, além de um possível bullying e do destempero emocional de Guilherme Taucci, havia uma completa desestruturação familiar. Em todos os casos apresentados, não podemos simplesmente evidenciar o bullying como o único fator causador dos episódios violentos. É certo que, muitas vezes, ele é o primeiro gatilho, mas fatores posteriores podem colaborar para as ações extremadas.
Em geral, há algum tipo de desordem ou desestrutura familiar, as famílias não prestam a atenção no comportamento de seus jovens, além de haver, muitas vezes, algum tipo de negligência da escola em relação às vítimas de bullying.
Massacre de Columbine
De acordo com o site “super interessante”, em 20 de abril de 1999, os adolescentes Dylan Klebold e Eric Harris concretizaram um plano macabro planejado há meses. “Hoje é o dia em que o mundo acaba”, Eric disse a Dylan.
A dupla invadiu a escol em que estudavam, na cidade de Littleton, Colorado, e abriu fogo contra outros estudantes, professores e funcionários. O pânico se instalou e a ação chamou atenção da mídia. O mundo inteiro acompanhou, estarrecido, imagens de jovens saindo aos prantos ou ensanguentados do colégio, enquanto pais desesperados, agentes da lei e ambulâncias os aguardavam do lado de fora.
O ataque durou cerca de uma hora, envolvendo armas de fogo e bombas caseiras. Terminou com 13 mortos, além do suicídio de Dylan e Eric. Mesmo após a morte dos carrascos, ainda havia estudantes escondidos nos armários da escola. Eles estavam paralisados de pavor.
Os números ordenam o avanço dos assassinos e correspondem às legendas abaixo:
1) 11h14
A dupla coloca bombas na cafeteria e vai para o estacionamento. O plano é esperar a explosão e, na sequência, atirar nos estudantes e funcionários que fugissem correndo pela porta.
2) 11h19
Previstas para serem detonadas às 11h17, as bombas falharam. Os dois decidem voltar para a cafeteria. No caminho, atiram aleatoriamente em pessoas que estavam do lado de fora.
3) 11h24
Com Eric no comando, os atiradores entram na escola e ficam zanzando pelos corredores. Um professor é atingido e se arrasta para uma sala de ciências, onde morre.
4) 11h29
Os assassinos chegam à biblioteca. Enquanto os alunos tentam se esconder embaixo das mesas, eles atiram várias vezes em cada vítima. Dez das 13 mortes acontecem aqui.
5) 11h36
Eric e Dylan voltam à cafeteria e tentam, desta vez com sucesso, detonar uma das bombas. Enquanto isso, tomam água, apoiam as armas em uma mesa e conversam calmamente.
6) 12h08
Enquanto a polícia começa a cercar o edifício, os atiradores voltam para dentro da biblioteca. A partir da janela, lançam uma descarga de balas na direção de agentes e paramédicos que estavam do lado de fora. Por fim, acuados, Eric e Dylan colocam a arma dentro da boca e atiram. A escola só é declarada totalmente segura às 16h30.
Os Assassinos
Dylan Bennet Klebold (1981-1999): Educado por uma família luterana de Lakewood, Colorado, era um estudante tímido, mas participativo, que ajudava a fazer manutenção no servidor dos computadores da escola.
Eric David Harris (1981-1999): Diagnosticado depois do incidente como um típico psicopata, nasceu em Wichita, Kansas, filho de um piloto da Força Aérea americana. Sociável, cuidava do visual e não perdia uma festa.
Capítulo 9
Como reconhecer os sinais
Para identificar e combater casos de bullying primeiro é preciso não enxergar as perseguições como brincadeira e saber que as consequências podem ser sérias. As vítimas podem desenvolver sérios problemas de autoestima e grandes dificuldades para confiar nas pessoas e se relacionar. Diminuir a incidência desse tipo de comportamento envolve ações conjuntas e mudanças de postura por parte da escola, família e até das autoridades policiais, em alguns casos.
Características físicas, sociais e comportamentais são levadas em conta para produzir as agressões, que podem dar-se por conta da etnia, do peso, da altura, da condição socioeconômica, da orientação sexual, de problemas de fala e dicção, pela dificuldade de aprendizagem, são tantas as “brechas”, que fica quase impossível, não ser vítima de bullying.
As pessoas que assistem às agressões e não fazem nada contribuem indiretamente com a sua prática. É necessário que as famílias e os profissionais da educação estejam atentos ao comportamento das crianças e dos adolescentes para que identifiquem as possíveis vítimas de bullying. Se a criança ou adolescente começar a apresentar um quadro de isolamento, agressividade, é aconselhável que os familiares investigarem para saber a causa. Se os profissionais da educação perceberem as agressões, devem agir de maneira a encerrar a prática do bullying sem expor a vítima e oferecer a ela apoio emocional. Infelizmente é difícil identificar e mais difícil ainda é solucionar, mas com paciência tem jeito.
Os agressores costumam ser populares na escola e ter uma postura agressiva para com os professores, os colegas e a família. Já as vítimas costumam se isolar e ter poucos amigos. Elas podem ter sinais de depressão e baixo rendimento escolar. Para identificarmos se a criança vem sofrendo algum desses tipos de bullying é necessário ficar atento a algumas questões, como o perfil comportamental da criança, se ela tinha um rendimento legal e passou a ter baixo rendimento escolar. Justificativas para não comparecer às aulas, chegar mais tarde ou inventar que está doente e por fim, observar se ela não tem muitos amigos e como anda seu ciclo social.
Os professores também devem estar atentos a esses tipos de práticas existentes na escola entre os alunos, infelizmente não tive o suporte que precisava na época. Como líderes devem estar atentos para não acabarem entrando nesse jogo e serem adeptos ao ato.
Eles assumem um papel importante na prevenção e combate desse fenômeno, já que suas ações podem ou não gerar situações propícias a essa prática, visto que a maioria dos casos ocorrem até mesmo na presença do professor. Suas atitudes serviram de exemplo para os outros alunos, já que ele é a referência presente ali na sala, exemplo esse que pode ser positivo ou negativo.
Ao surgir uma situação em sala de aula o professor imediatamente deve intervir e tomar as medidas necessárias, pois se ele se omite perante isso, dá uma risada com a situação, ou até mesmo faz um comentário desnecessário, ele traça um caminho errado, pois direta ou indiretamente está incentivando o ato.
Um professor que inventa apelidos, não trata os alunos com igualdade, respeito acaba criando um ambiente propício para a prática do bullying. O bullying praticado por professores é definido como um padrão de conduta, com um diferencial de poder que ameaça, fere, humilha, induz medo ou provoca um nível alto de stress emocional nos alunos.
Se é terrível sofrer Bullying por colegas, sofrer com os sues tutores e pior ainda. Esses “professores”, que pra mim não deviam denominados como educadores, muitas vezes justificam seus atos alegando provocação por seus alvos, disfarçando seu ato como alguma forma de motivação ou que faz parte do ensino. Dizem também que é uma forma apropriada de resposta disciplinar a um comportamento que é inaceitável que o aluno tenha realizado, quando na verdade esta forma de “intervenção” não auxilia em nada na educação do aluno, muito pelo contrário, só prejudica.
Este tipo de ameaça, realizadas pelos professores não tende a ser física, porém é invasivo e muito poderoso, afinal ele é a figura de poder, autoridade presente na sala, o adulto a quem o aluno “deve respeitar”, e já que o adulto está falando tal coisa, ou fazendo algo com ele é porque “ele merece”, pensamento esse que muitas crianças que passam por situações como essas acabam acreditando serem culpadas e merecedoras de tais ataques.
Atos como imitar a voz do aluno em tom alto, rebaixando-o perante a classe e ofendendo sua autoestima, manipular a classe contra um único aluno, o expondo a humilhação, questionar alguns assuntos somente com ele, principalmente quando percebe que o mesmo não tem domínio sobre o assunto, rigidez na correção das provas e atividades são alguns exemplos de bullying realizados do professor contra o aluno.
O professor deve ser o primeiro a mostrar respeito e com isso dar o exemplo, ele pode ser a autoridade da sala, mas essa autoridade só é realmente reconhecida entre os alunos de uma boa forma quando há uma relação de respeito mútuo entre eles, não minimizando a importância dos acontecimentos e dando atenção a criança quando ela chega com alguma queixa, ou até mesmo prestando atenção na dinâmica da sala.
É necessário trabalhar com os alunos os conceitos e a prática do respeito mútuo, diálogo, solidariedade, empatia, ou seja, que a criança aprenda a se colocar no lugar do outro, conquistando um ambiente seguro, favorável ao aprendizado e convívio social. Como a realidade do bullying está muito presente nas escolas, surgiu em nós uma grande preocupação, e por isso a criação deste projeto como meio de estratégia para lidar com esse fenômeno.
Geralmente, as crianças com maior chance de sofrer bullying são as mais tímidas, as que sofrem de alguma doença, como obesidade, por exemplo, devendo os pais estar particularmente atentos a estas características. No entanto, todas as crianças podem sofrer bullying e, por isso, os pais devem desde cedo ensinar a criança a defender-se.
Existem vários sinais que podem ajudar os pais a identificar que a criança ou adolescente pode estar sofrendo bullying, como falta de vontade em ir para a escola, choro constante ou ataques de fúria, por exemplo.
Quando a criança está sofrendo bullying na escola, normalmente demonstra alguns sinais físicos e psicológicos, e dentre eles estão: Falta de interesse pela escola (podendo fazer birra por não querer ir com medo de agressão física ou verbal), Isolamento (evitando estar próximo dos amigos e família, fechando-se no quarto e não desejando sair com colegas), tem notas mais baixas na escola (devido à falta de atenção nas aulas)
Não se valoriza, apresenta ataques de fúria e impulsividade, querendo bater em si e nos outros ou atirando objetos, chora constantemente e aparentemente sem motivo, mantem-se cabisbaixo, sentindo cansado, tem problemas para dormir, apresentando pesadelos frequentemente, em alguns casos apresenta feridas no corpo e a criança diz não saber como surgiu, chega à casa com roupa rasgada ou suja ou não traz seus pertences, tem falta de apetite, até mesmo quando se oferece a sua comida favorita. Diz que sente dores de cabeça e barriga várias vezes ao dia, que é normalmente uma desculpa para não ir à escola. O índice de evasão escolar e ausências é alarmante, e todos os dias milhões de crianças e adolescentes do mundo todo faltam às aulas por medo de sofrer bullying.
Tudo isso contribui para o silêncio a respeito do problema, que somente permite que ele se estenda. E quanto mais cedo resolvido, menos estragos na formação da autoimagem da criança. Sem mencionar que o simples fato de o aluno se sentir amparado por um adulto já pode exercer, por si só, uma grande influência positiva. Esses sinais indicam tristeza, insegurança e falta de autoestima e o estresse constante também provoca sinais físicos na criança.
É comum, também, que a criança ou o adolescente que sofre bullying na escola evite contato com o agressor, para não sofrer, e se mantenha em isolamento. Além disso, alguns adolescentes vítimas de bullying passam a consumir álcool e drogas na tentativa de fuga da realidade, no entanto, acabam por prejudicar a sua saúde.
Capítulo 10
Como fazer para superar
As pessoas preparadas conseguem com desenvoltura superar com mais facilidade. Os impactos são menores em pessoas que foram preparadas para situações de Bullying, por isso a importância de palestras. Os pais ou responsáveis devem falar do assunto, devem estimular os filhos a desenvolver a habilidade de lidar com adversidades.
Talvez se na época em que sofri Bullying fosse comum a discursão do tema, eu tivesse sido preparada, conhecido as formas de se proteger eu não teria ficado tanto tempo aguentando. Talvez... Agora passou, porém as lembranças são as que nunca desaparecem, mesmo após tanto tempo e o desejo de vingança prevalece.
Eu nunca havia mencionado com nenhuma pessoa, sempre fiz questão de deixar quieto, imaginando que as mudanças que tive de vida não precisaria abordar o assunto. Quando retornei ao Pará em julho de 2019, estávamos precisando de transporte. Mal descemos do ônibus, havia uma das pessoas a quem eu menos esperaria e queria ver. Adriano estava em nossa frente, porém o seu primo Leno, e foi ele quem falou conosco.
Nos tempos em que Adriano frequentava a mesma igreja em que eu congregava, juntamente com o seu irmão, e seu primo parecia um cão de guarda. Eles seriam o público, que assiste e acha graça. Como eu nunca havia mencionado o caso, ainda fomos no táxi do Leno.
Na hora meus acompanhantes falaram para eu ir com Adriano, falei que não, insistiram mais umas três vezes e permaneci com a minha resposta. Mas se vocês me perguntassem do porque eu não entrei no carro em que Adriano dirigia? Não era medo, essa época havia passado. A Verdade era que se eu tivesse entrado em seu carro, estrategicamente eu sentaria atrás do banco em que ele estaria e daria um golpe em sua cabeça, nem que ocorresse um acidente que pudesse trazer consequências graves, quando a raiva aparece a gente perde a noção da realidade e tudo o que queremos é justiça, mesmo que para isso tivermos que nos vingar.
Estava tudo planejado, caso insistissem mais uma vez para eu fosse transportada em seu carro, a raiva aflorava em mim, todavia estava tendo o cuidado para não transparecer. Na época em que ocorriam O bullying não tive coragem, de falar, mas eu quis, todavia não conseguia me expressar.
Não é fácil abordar o assunto, por mais que se fale ainda há grande preconceito quando se fala em Bullying, e eu sinceramente não desejo que os entes queridos dessas pessoas que me causaram tantos problemas e aquelas que levam o assunto como brincadeira de criança passem por isso.
A resiliência, é o modo em que a pessoa lidar com o Bullying é uma característica individual natural, mas que precisa ser fortalecida pelo incentivo das pessoas próximas por meio de gincanas, projetos, palestras que abordem sobre o tema e a fiscalização. Seria de grande valia veríamos reforçarmos a confiança e desde a infância.
No fim de 2009 cansei de guardar tudo pra mim e tive coragem de falar sobre uma das coisas que me incomodava, o meu primeiro nome, e de imediato minha Mãe encaminhou para que a minha documentação fosse alterada. Fomos na secretária da Escola que eu frequentava, Gov. Telles de Menezes, que por sinal a Secretária nos tratou muito bem desde quando pedi a minha documentação para dar entrada no pedido de alteração do meu nome, não teve como não abordar o assunto e ali lembrei de tudo o que havia ocorrido, não tive como segurar as lágrimas.
Tudo ocorreu de modo rápido, procuramos o Conselho Tutelar umas das assistentes sociais conversou bastante comigo no intuito de saber se realmente era aquilo que eu queria, e quando decido algo dificilmente volto atrás. E assim seguiu o processo. Logo tivemos no Fórum, teve a sessão perante o juiz e ali fora o que narrei a ele, o desconforto que demonstrava, ele pôde constatar em que o meu nome estava entre os 100 nomes mais ridículos.
Após todo o processo de nome, o que tinha a fazer era esperar a documentação chegar. Tudo foi muito rápido, no começo do ano de 2010 chegou minha documentação, posso dizer que nasci de novo. Eu olhava para a certidão sem acreditar que havia retirado aquele nome constrangedor. Uma mudança importante foi mudar o horário em que eu estudaria, normalmente no ensino fundamental estudava pela manhã, mas em 2010 me colocaram para estudar a noite, eu gostei da mudança, mas a minha Mãe não gostou tentei estudar a tarde, porém só fui uma vez pela tarde, e quando entro na sala quem estava lá, o agressor e eu não ficaria mais um ano sofrendo, passei a estudar a noite.
Nesse mesmo ano, um dos momentos legais quando cheguei em sala de aula foi que uma Professora de Geografia, que me conhecia a alguns anos, desde 2008. Ela sempre me cobrava as minhas atividades atrasadas, e já estava sabendo da alteração do meu nome, ela ficou tão feliz que me abraçou, esse foi um dos momentos inesquecíveis pra mim.
Aos poucos eu fui me tornando um novo eu, um nome novo merecia estilo de vida nova, aliás do que adiantava ter retirado o nome e continuar na mesma? Minha mudança maior foi em sala de aula, comecei a me empenhar, naquele ano consegui ter as maiores notas da turma, fui uma das selecionadas para fazer pré-vestibular, no colégio Sophos, essa foi uma das melhores fases na escola. De 2010 em diante, aprendi a ser uma nova pessoa, aprendi que não importa o quanto você se esforce sempre terá quem não goste, aprendi que ou você ataca ou deixa passar, nunca jamais abaixar a cabeça.
A música foi uma boa terapia pra mim, desde pequena tenho a música como minha aliada, em 2011 comecei a praticar Violão, era tudo novo e empolgante, e quanto mais aprendia mais eu queria ter conhecimento, eu sabia que desde que eu havia colocada a música em minha vida eu precisava prosseguir, em 2013 mudei de instrumento. 2010 á 2016 foi um divisor de águas e a cada dia tenho me empenhado a usar a lições que tive por meio das adversidades.
Em 2014 iniciei o Curso Técnico de Enfermagem, certamente me ajudou a evoluir, mas bem antes de concluir, houve um momento em que não havia professor na sala uma das colegas do Curso de Enfermagem mencionou sobre a minha voz ser mais grossa do que a das meninas, mas antes que ela continuasse apenas dei uma olhada séria em sua direção, depois dessa minha atitude não ousou referir algo semelhante.
A gente pensa que está tudo bem, mas quando você acha que está tudo bem não está. Em 2014 eu participava da Orquestra, era mais um dos vários ensaios que tínhamos, especificamente, um Domingo, estávamos no final do ensaio, quando foi passado pra gente que teríamos um momento de oração logo em seguida cantaríamos em agradecimento a Deus pelos feitos que desde setembro de 2013 até agosto de 2014, a gente tinha conquistado.
Quando acabou o período da oração, cantamos e no fim tivemos um período de “Grito de Guerra”, eu estava empolgada, e realizada por estar realizando um sonho que fazia três anos que eu almejava estar ali. Em todas as vezes em que eu via mesmo que de longe algum membro da orquestra eu falava para a minha mãe: “Um dia eu quero e vou estar lá”.
Em setembro de 2013 era o começo da realização de um sonho. Foi primeira vez em que eu participava de algo relacionado a Orquestra. Era difícil conter a emoção e a alegria de estar naquele lugar, naquele tempo eu acreditava que tudo aquilo era pra Deus, e eu queria dar o meu melhor. Porém nem todos pensavam assim, em 2014 decidi deixar a Orquestra.
Quando começamos o grito de guerra teve um colega de Violino, que começou dizer pra eu maneirar, porque minha voz estava muito grossa. Porém mesmo ele falando continuei, mas por dentro estava eu triste porque era a minha voz e não tinha razão para mudar. Ainda fiquei alguns dias do mês de agosto fazendo parte dessa orquestra, mas eu não estava mais no clima de ficar ali. Minha última participação foi no dia 15/08/2014.
Era estranho chegar os horários dos ensaios e saber que eu não iria mais, as horas dos cultos, pra mim qualquer evento que tivesse era maravilhoso, apenas porque estaria fazendo algo que gosto. Porém o meu tempo ali já tinha acabado, comecei a evitar as pessoas que tivesse ligação com a orquestra. Comecei a repensar o que faria dali em diante. Enquanto isso focava no Curso de Enfermagem.
Fiquei algum tempo sem nem pegar no violino, apenas estudando e planejando o futuro, até que em um momento sozinha comecei a querer baixar Karaokê offline, mas algo me chamou atenção, um Karaokê online, e não tive como não baixar. Eu nunca havia visto um daqueles e foi ali que comecei os meus primeiros posts.
Não havia muitas pessoas, era novidade, a maioria eram estrangeiros, ao começar a mexer no aplicativo e com o passar dos dias fui achando brasileiros, fui criando amizades virtuais, comecei a divulgar minhas performances, e aos poucos fui me moldando.
Às vezes fiz algumas apresentações ao vivo, usei da zoeira como minha aliada e enfim consegui “reaceitar” a minha voz do jeito que ela é, pensei comigo, pra que vou me sentir mal por algo que eu não tenho que ter vergonha? E aprendi a variar minha voz, dependendo do estilo musical, a deixo mais grave, aguda, vi que o que importa é eu estando bem.
Baixei aplicativos de dublagens, foi um entretenimento agradável que me faz variar, rir, me faz sentir bem. Fazer cursos me ajudou bastante na interação social, e um deles, além do curso técnico em enfermagem foi o curso de idiomas em inglês básico. Tenho alguns hobbies: Tocar violão, gravar músicas, escrever e dentre outros, as experiências fizeram com que eu fosse uma nova pessoa em todos os aspectos.
Capítulo 11
Insatisfeito com o seu nome? como mudar?
De acordo com o site Jus, o artigo 16 do Código Civil dispõe que toda pessoa tem direito ao nome. O nome é a designação indispensável pela qual se conhece, se identifica e se distinguem as pessoas naturais, fazendo com que a mente humana reúna diversos atributos para uma melhor e mais rápida caracterização da pessoa nas relações concernentes a vida civil.
O nome é composto por elementos fundamentais, como o prenome e o sobrenome. Há, ainda, os elementos substitutivos: nome vocatório ou social (que é aquele como o indivíduo é realmente chamado); o nome epíteto (apelido ou alcunha ou pseudônimo).
A Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, dispõe que todo nascimento que ocorrer no território nacional deverá ser levado a registro no lugar em que tiver ocorrido o parto ou no lugar da residência dos pais, oportunidade em que o indivíduo ganha legalmente o nome.
Pode ocorrer, e por incrível que pareça não é tão incomum assim, que os pais externem no Cartório a vontade de registrar a criança com nome estranho, que certamente exporá seu portador ao ridículo, a zombaria, ao menosprezo e palavras ofensivas, no entanto, a Lei determina que o cartorário se negue em praticar o ato, e na eventual insistência do solicitante, remeta o caso ao Juiz Corregedor competente para decisão.
Isso porque, no Brasil, a Constituição Federal elenca implicitamente o direito ao nome no rol dos direitos fundamentais da personalidade, ou seja, uma proteção tanto do ponto de vista público, de que o Estado tem interesse em que os indivíduos sejam perfeitamente individualizados no corpo social, motivo pelo qual criou o registro público; quanto pelo aspecto do interesse privado, inerente a dignidade do portador como pessoa humana.
No site cartório online, vemos algumas informações. O art. 56 da Lei nº 6.015/73 — Lei de Registros Públicos — prevê que, no primeiro ano em que o indivíduo atinge a maioridade civil, ele poderá requerer a alteração do seu nome, pessoalmente ou por meio de procurador, se tal mudança não prejudicar os apelidos oriundos de família.
Após o primeiro ano, a alteração somente será possível por meio do ajuizamento da ação citada anteriormente, devendo o interessado demonstrar um motivo satisfatório que justifique a mudança desejada.
Acha seu Nome Ridículo? E se perguntou Como Mudar o Nome? Antes de falar sobre as mudanças caso o seu nome seja ridículo e queira mudar existem outras situações em que é possível fazer a troca, segundo o site Jus Brasil, são essas:
Erro Gráfico Evidente: Há um fato conhecido do escritor Millôr Fernandes que dizia a todos que seu nome deveria ser Milton, entretanto, quem fez o registro de seu nome errou e não colocou o traço na letra “t”, ficando Millor, e não Milton.
Esse caso retrata bem erros gráficos que podem ocorrer por culpa do oficial do cartório, que, por descuido ou desconhecimento, ou até mesmo pela má informação dos pais o fazem assim.
É o caso, por exemplo, de grafar “GERARDO” ao invés de GERALDO, considerado erro grave, necessário que se faça o reparo.
Já diz o ditado que para quem sabe ler um pingo é uma letra, entretanto na hora de escrever é necessária muita atenção aos menores detalhes, que fazem grande diferença.
Um fato que deve ser apontado é que, na hora que os pais vão ao cartório, eles falam ao oficial e sabe-se que a pronúncia é bem diferente da escrita. O ideal é que escrevam, mostrem a uma pessoa bem instruída para ter certeza que a grafia é daquela forma, e, ao sair o documento, confiram cada letra. Todo cuidado é pouco, ainda mais se o nome for complexo.
Adoção: Tanto pelo Código Civil como pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, temos que a adoção é motivo de mudança de nome, nesse caso a alteração pode se dar até do prenome.
Em se tratando de menor de 12 anos será ouvida a criança sobre a alteração do nome por equipe multidisciplinar. Em caso de maior de 12 anos será leva em consideração a sua opinião, conquanto não vincule a decisão judicial.
O STJ já autorizou a supressão do sobrenome do pai e o acréscimo do sobrenome da avó materna ao nome de um rapaz que, abandonado pelo pai desde a infância, foi criado pela mãe e pela avó.
Apelidos Públicos notórios: A Lei 9.708/98, que modificou a Lei de Registros Públicos, prevê essa possibilidade. É possível substituir o primeiro nome pelo apelido, acrescentar o apelido antes do primeiro nome ou inseri-lo entre o nome e o sobrenome. Exemplos famosos são os do presidente da República, que acrescentou Lula ao seu nome original (Luiz Inácio Lula da Silva), e da apresentadora de televisão Xuxa, que se tornou Maria da Graça Xuxa Meneghel.
Mas a nova legislação ressalva que não é admitida a adoção de apelidos proibidos por lei. Segundo Tribunal de Justiça de SP, esses apelidos proibidos são os que têm alguma conotação ilegal ou imoral e o bom senso recomenda que eles não sejam integrados ao nome. E também não são aceitos apelidos adquiridos na prática criminosa, como no caso do criminoso Escadinha, bandido famoso pelo tráfico de drogas, cujo apelido a família não pode inserir no nome por estar ligado a um elemento ilícito.
A própria Lei de Registros públicos já trouxe essa possibilidade, por isso não há mais discussão com relação a esse tema. Assim, pessoas, famosas ou não, muito conhecidas pelo apelido podem incluir no nome ou alterar o já existente para o apelido.
Da mesma forma no uso prolongada de nome diverso pode ser incluído pois marca a vida daquela pessoa. Não é permitida a adoção de palavras imorais ou de conotação ilegal. Além disso, não são autorizados apelidos adquiridos na prática criminosa, como exemplo Tião matador, ou Zé mão leve etc.
Vítima ou testemunha de apuração de crime: O conhecido programa de proteção à testemunha permite a alteração do nome completo da pessoa para que sua identidade seja protegida contra aqueles que serão atingidos por seu testemunho.
Essa alteração pode ser temporária ou definitiva a depender do caso concreto e do crivo judicial que analisará a necessidade da aplicação temporal. A troca pode, inclusive, ser estendida ao cônjuge, aos filhos, aos pais ou a dependente que tenha convivência habitual com a vítima ou testemunha.
Em preferência, essa alteração deve ser temporária, haja vista que a pessoa que tem o nome alterado nessas circunstâncias não quis esse resultado, e, alterando-se a situação, pode voltar a utilizar o nome antigo. O que é mais adequado.
Alteração imotivada do nome aos 18 anos: É a forma que dispensa motivação ou justificativa, bastando a mera vontade do solicitante para alteração do seu nome. Fato esse desconhecido, pois há muitas pessoas que têm o desejo de mudar de nome, mas não sabem dessa possibilidade.
Qualquer pessoa, capaz e com 18 anos de idade pode, sem nenhuma justificativa, alterar o prenome quando bem entender, pois o nome é um direito da personalidade, e, se o titular desse direito quer fazer tal alteração, é livre; é o que diz o art. 56 da Lei de Registros públicos.
Aqui acertou a Lei, pois respeita a autonomia da vontade, pois, se alguém nasceu como o nome de Fábio, mas sempre gostou de Rafael, é perfeitamente possível fazer essa alteração.
Sem dúvida que essa é uma das escolhas mais importantes da vida e o direito civil, que é o ramo do Direito que engloba o conjunto de normas jurídicas responsáveis por regular os direitos e obrigações de ordem privada em relação as pessoas, seus bens e suas relações. É o principal ramo do Direito Privado.
a concedeu ao ser humano de forma acertada, podendo a própria pessoa escolher seu nome, não sendo o seu nome uma prisão existencial que ela deva conviver para o resto da sua vida.
Naturalização de estrangeiros: Estrangeiro naturalizado brasileiro pode, se quiser, alterar o seu nome só por esse fato. Essa é uma hipótese de adaptabilidade, para que alguém que venha de outros países possa se sentir mais nacionalizado.
A Lei 6.815/80, em seu artigo 43, III, autoriza a alteração do nome do estrangeiro se for de pronunciação e compreensão difíceis e puder ser traduzido ou adaptado à prosódia da língua portuguesa.
Cirurgias de redesignação sexual: Na mudança de sexo existe uma mudança total na característica da pessoa. Imagine uma pessoa em um corpo de mulher com o nome de João, ou Sebastião! Por óbvio, não combina.
Assim, o registro civil deve acompanhar a característica existencial da pessoa, e uma transformação profunda alcança principalmente o nome que é marca característica.
Hoje já se admite a mudança de nome para pessoas que resolveram aderir a outro sexo, ainda que não tenham realizado a cirurgia de redesignação sexual, aquele chamado nome social pode ser registrado.
Imperioso ressaltar que, na mudança de nome, admite-se também a mudança de Gênero, como exemplo, de homem para mulher no registro, não somente o nome.
Portanto, é possível a alteração do nome por alteração, por cirurgia de redesignação sexual, ou ainda que não tenha feito tal cirurgia, como já tem sido aceito nos tribunais.
Alteração do nome em virtude do casamento ou união estável: Em virtude do casamento, qualquer dos conjugues e não só a mulher pode mudar o sobrenome inserindo o nome do outro. Poderá tanto acrescer quanto retirar algum sobrenome que portava.
O mesmo tratamento se dá à união estável e ao homoafetivo. Fato esse que pode se repetir pela separação judicial, dissolução do casamento ou da união estável, podendo o cônjuge voltar a usar o nome que tinha antes de se casar.
Neste caso, deve o interessado pleitear ao juiz da ação que, ao proferir sentença, faça constar a retificação do nome desejado. Ou ainda, no caso de divórcio feito em cartório, conforme autoriza a Lei nº 11.441/07, deve-se requerer ao Tabelião de Notas que faça constar o nome de solteiro(a) pelo qual volta a assinar.
Para quem gostaria apenas de retirar o sobrenome de casado, o procedimento é bem simples: basta levar o documento do divórcio com sentença do juiz e a certidão de casamento original ao cartório onde foi realizada a união e pedir uma retificação do registro.
Homonímia: Trata-se de nome idêntico e que pode trazer prejuízos a alguém, ainda mais na esfera criminal, pois sabido é que muitos já foram presos somente por possuírem o mesmo nome. Incrível como pode ocorrer tal erro crasso, pois se deveria obrigatoriamente conferir o CPF e também o nome da mãe.
Como exemplo, tomemos o nome Luiz Fernando da Costa, mais conhecido como Fernandinho Beira-Mar. Imagine que uma mãe bastante sem noção ache bonito e coloque no filho esse nome e o chame pelo apelido acima citado! Quantos prejuízos pode sofrer essa pessoa? A alteração é medida que se impõe.
Outras possibilidades de alteração de nome: Importante dizer que essas formas de alterações de nome que estão sendo citadas não fazem parte de um “rol taxativo”, o que quer dizer “obrigatório” (que caso você não se encaixe então não há possibilidade).
Pode-se dizer que o rol de possibilidades é meramente exemplificativo, pois pode haver outras maneiras de uma pessoa requerer a alteração do nome, vez que o Direito não é estático. Assim como a sociedade muda os costumes, o Direito a acompanha.
Seria o caso, por exemplo, de alteração de nome por anulação ou declaração de nulidade de casamento; de enteado requerer autorização judicial para usar o sobrenome do padrasto ou madrasta, se estes concordarem; e, inclusive, de inclusão de nome de ascendentes, como avós.
Portanto, se é o caso de haver alguma necessidade interior de mudança do nome, consulte um advogado que lhe dará a orientação correta sobre o que e como fazer para que isso ocorra.
Prenomes ridículos: A Lei de registros públicos no art. 55 proíbe que oficiais registrem prenomes ridículos. E pode-se dizer ainda que, caso um oficial faça esse registro, poderá ser acionado para reparação em danos morais por aquele que recebeu tal nome.
Neste caso, a alteração do nome poderá ser requerida a qualquer tempo. A petição deve ser apresentada à Vara de Registros Públicos com justificações bem fundamentadas sobre as razões pelas quais o nome e/ou sobrenome causa constrangimento.
Alguns exemplos são a combinação de prenomes e sobrenomes, como a que acontece em Caio Pinto; nomes regionais ou com características socioculturais, caso de Raimunda; tradução de nomes estrangeiros, como Aides e Sergey; e nomes de família que expõem ao ridículo, como família Bobo e família Brega. Há ainda nomes resultantes da junção de dois nomes (dos pais ou avós) que podem apresentar resultado esdrúxulo, como Daslange (junção de Dário e Solange) ou Dinair (Dina e Jair).
A seguir demonstra-se alguns nomes ridículos e risíveis existentes para que se possa ter uma ideia de como é prejudicial tal ação;
Aricléia Café Chá, Adolph Hitler Souza Lima, Adolfo Hitler Modesto Costa, Amim Amou Amado, Anais Bezerra de Gusmão, América do Sul Brasil de Santana, Espere em Deus Matheus, Elvis Presley da Silva, Esparadrapo Clemente de Sá, Felicidade do Lar Brasileiro, Faraó do Egito Souza, Fraternidade Nova York Rocha, Frankstein Júnior, Flávio Cavalcante Rei da Televisão, Jaspion Brasileiro Dantas Garcia, Jimmi Hendrix Ferreira, John Lennon dos Reis Friedrich, João Sem Sobrenome, Joaquim Contente, Maria da Segunda Distração, Marcogekson Martins da Silva, Maria da Boa Morte, Manoel Sola de Sapato, Maria Passa Cantando, Um Dois Três de Oliveira Quatro, Ursino Tanajura, Tranquilino Viana, Última Delícia do Casal Carvalho.
Essas pessoas têm o direito de acionar inclusive os pais pelos danos causados por registrá-los com esses nomes, que, no mínimo, são ridículos. Se algum desses sobreviver à fase escolar é claro.
É evidente a negligência do oficial nesses casos, por isso deve responder solidariamente por esses danos. Nesses casos, pode-se requerer ao juiz a alteração desses nomes, mesmo sendo menores, por meio de seus pais, arrependidos, ou através de curador que, nesses casos, pode ser até a defensoria pública. Procure um advogado caso seja esse o seu problema.
A estranheza maior em relação ao meu nome foi devido a ter mudado de cidade/estado. Em minha região é comum o que era me antigo nome. No Pará era incomum tal nome, e até em 2020, não vi nenhuma outra pessoa com o nome que retirei.
Por ser incomum, e a desatenção faz com que as pessoas tendem a errar o nome, no decorrer do livro cito que chegou o momento em que eu não suportava mais, ou eu fazia algo para trocar ou teria um destino que seria acabar com a vida ali.
Após comunicar a minha vontade de mudar de nome, fomos atras dos meios legais. Eu tinha 16 anos, quanto mais rápido se altera melhor, nessa época eu ainda não havia Cpf, Rg, Título Eleitoral. Caso eu tivesse algum desses documentos, eu teria que alterá-lo, ao chegar minha nova certidão eu fui atrás dos outros documentos.
Sendo de menor eu precisava do conselho tutelar para me encaminhar ao cartório, além que precisei de duas testemunhas, fora a minha mãe permitir. Após a audiência com o juiz, meu requerimento foi enviando ao cartório da minha cidade natural, totalmente gratuito. Quando foi para enviar do Cartório de volta a Tucuruí que tivemos que pagar uma taxa, mas valeu ter pago.
Transgêneros: Indivíduos transexuais e transgêneros têm a possibilidade de alterar seu nome e seu gênero na carteira de identidade e demais documentos em cartório, independentemente de terem se submetido à cirurgia de redesignação sexual.
Correção ou transliteração de nomes para fins de dupla cidadania: O estatuto do imigrante e a jurisprudência do STJ (sintetizada no item 5 da edição 80 do informativo Jurisprudência em Teses) facilitam a correção de dados do registro civil visando a aquisição da dupla cidadania, prevista na Constituição Federal. Portanto, é possível corrigir nomes, prenomes, sobrenomes para perfeita identificação e correspondência com os registros de nascimento do ascendente nascido no exterior e que aqui teve seu nome \\\"abrasileirado\\\", além de outros erros em relação ao registro de nascimento original.
Hipóteses mais comuns de alteração de nome:
Substituição de Prenome Constrangedor
Substituição de Sobrenome Constrangedor
Alteração da Ordem de Nome e Sobrenome
Alteração de Nomes com Homônimos
Alteração de Nome Sobrenome de Criança
Alteração de Prenome Ambíguo ou Unissex
Alteração de Prenome Diminutivo ou Infantil
Alteração de Prenome de Transgênero
Inclusão ou Exclusão do Sobrenome Cônjuge
Inclusão de Sobrenome de Convivente
Inclusão de Sobrenomes de Avós e Bisavós
Inclusão de Sobrenome de Padrasto
Inclusão de Apelido Público ao Nome
Inclusão de Apelido Artístico ao Nome
Correção de Sobrenome de Imigrante
Qual o Procedimento e documentos necessário para trocar de nome?
Você pode contratar um advogado, ele sozinho não consegue fazer a mudança do nome do cliente, e o valor dos honorários podem variar muito de profissional para profissional. O ideal é consultar diretamente com o profissional e analisar o seu caso.
Caso você não possa pagar um advogado, poderá recorrer a Defensoria Pública. A solicitação quando feita em cartório, exige a apresentação dos seguintes documentos: RG, CPF, CNH; Certidão de nascimento, Certidão de casamento, Certidão negativa de Cartórios Civis e Criminais das esferas Estaduais e Federais, certidão negativa do Cartório de Protesto, Certidão negativa dos Juizados Especiais, Certidão negativa do cartório e da distribuição processual.
Se for de menor além da certidão de nascimento, para mudar o nome no registro de nascimento, é preciso ingressar na Justiça com uma ação de retificação de registro civil. Contudo para alterar o nome de um filho no registro de nascimento é preciso que ambos os pais concordem em mudar o nome da criança.
Capítulo 12
Como Combater o Bullying
Os melhores meios de combate ao bullying são o diálogo aberto. Conversas dos pais e das mães com seus filhos e filhas, campanhas de conscientização nas escolas e diálogo dos profissionais da educação com os estudantes são as melhores formas para acabar com essa prática.
Quando identificado o bullying, é necessário que se converse com as vítimas para oferecê-las apoio emocional, e também com os agressores, a fim de descobrir o motivo das agressões e conscientizá-los dos danos que eles podem causar ao outro.
A família dos agressores também deve agir para que o quadro de agressão não se repita e, em hipótese alguma, deve-se utilizar da violência para coibir a prática do bullying, pois o efeito pode ser oposto ao desejado. Os pais devem estar atentos aos jovens e sempre manter o diálogo e a comunicação com eles para evitar que ocorra qualquer tipo de situação de agressão sistemática.
Porém as pessoas devem prestar atenção que a maioria das crianças, adolescentes e jovens que sofrem Bullying serão como um cadeado fortemente trancado, em que os adultos terão que saber como abrir esse cadeado sem os levarem a mais estresse.
Algumas medidas de combate ao Bullying são:
- Cumprir a Lei nº 13.185 de 06 de novembro de 2015 (institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). O Artº 5º descreve que é dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática (bullying). Além da referida Lei, podemos contar com ainda uma legislação específica para as crianças e os adolescentes, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, conhecida como ECA – o Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê de forma clara, medidas de proteção e sócio educativas a jovens que cometam atos infracionais, com a Lei maior do país, a Constituição Federal, de 1988 e nas legislações educacionais existentes, tais como, a LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394 de 20 de dezembro 1996, que estabelece as diretrizes da educação no país. A Lei tem por objetivo:
- Identificar precocemente casos de bullying;
- Criar espaços nas escolas para escuta e discussão sobre o tema;
- Mobilizar os discentes a reflexão sobre bullying por meio das artes, literatura e concursos;
- Orientar os pais sobre a temática;
- Estimular a empatia, respeito às diferenças, solidariedade, visando uma cultura de paz;
- Mobilizar professores a trabalhar o tema em sala de aula;
- Esclarecer aos alunos o que é bullying e as consequências na vida dos outros;
- Desestimular a prática do bullying no ambiente escolar;
O papel da família no combate ao bullying é amplo, assim como a relação entre a violência na escola e o ambiente familiar. É preciso ter em mente que escola e família devem trabalhar sempre conjuntamente, e não empurrando o problema uma para a outra, delegando e acusando.
Temos que ter cuidado com o que fazemos na frente das crianças. Elas tendem a repetir, mesmo que de forma secreto, o comportamento que aprendem em casa. Não é na escola que se deve aprender sobre valores. É obrigação da família, é no ambiente familiar que a criança começa a aprender relações de confiança em si e no outro, formas de socializar, de dialogar e negociar em casos de conflitos, tolerar frustrações, lidar com hierarquias e diferenças. A escola seria o lugar em que ela colocaria em prática o que aprendeu em casa.
Sejam meio termos, não sejam pais muito autoritários ou muito permissivos. De modo indireto ou direto podem estar ensinando formas distorcidas de relações interpessoais. Mas o que fazer se seu filho estiver sendo alvo de bullying? Os pais devem, antes de mais nada, acolhê-los, tranquilizá-los e, em seguida, acionar a escola. Essa sensação de compreensão e amparo no núcleo familiar é fundamental para a criança, se ela acreditar que está amparada, vai ter mais coragem para reagir ou recorrer novamente aos familiares, caso o problema persista, e se tornará menos propensa a acreditar nos apontamentos degradantes dos outros a seu respeito.
E se por acaso os pais que perceberem que seu filho está praticando bullying? Nunca passe a mão na cabeça dele, intervenha imediatamente, não só para interromper o ciclo tão prejudicial à vítima, mas para educar a criança para o convívio social saudável, respeitoso e solidário. Em vez de julgar e punir arbitrariamente, reforce o significado de empatia.
Os próprios pais acabam sendo tolerantes com o bullying, que se arvoram em defesa dos filhos incondicionalmente, estando errados ou não, qualquer que seja a situação, ainda que às vezes não tomem consciência disso. Alguns chegam a bradar: “Quem se meter com meu filho está se metendo comigo também, quem com o ferro fere com o ferro será ferido”. É um instinto irracional imediato de proteção cego. Mesmo alertados por pessoas próximas, escola e por outros pais, eles se recusam a ver e a ouvir o óbvio. Com essa atitude estão se negando dar uma boa educação aos filhos.
Capítulo 13
Lei Sobre o Bullying Escolar
Como mencionado anteriormente o Bullying significa agredir alguém verbal ou fisicamente, repetidas vezes, causando medo e constrangimento de forma intencional. O que à primeira vista parece um simples apelido ou uma brincadeira inofensiva pode gerar grandes consequências na vida de uma pessoa, como queda no rendimento escolar, doenças psicossomáticas, mudanças em traços da personalidade, isolamento e tragédias em casos extremos. É necessário ler, se informar, manter-se atento para poder evitar e saber como agir em possíveis casos como esses.
A fim de coibir a prática do bullying, que se tornou um problema do cotidiano escolar, a Lei 13.185, de 6 de novembro de 2015, foi sancionada pela então presidente Dilma Roussef e entrou em vigor em fevereiro de 2016. E ainda em 2016, estabeleceu o dia 07 de abril como o Dia Nacional de Combate ao Bullying.
Essa lei institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (bullying), que preza pela conscientização e pelo diálogo para acabar com a prática do bullying, criando campanhas, oferecendo apoio às famílias e evitando punições aos agressores, pois a lei entende que a conscientização é o meio mais efetivo para acabar com as agressões.
A lei estabelece o que é bullying (práticas recorrentes de perseguição, intimidação, ridicularização e agressões físicas ou verbais em ambientes físicos ou virtuais) e impõe uma série de medidas, que, além das campanhas de conscientização, visam criar uma complexa rede de apoio que envolve o poder público, por meio do Ministério da Educação e das secretarias estaduais e municipais de educação, a classe docente, os gestores escolares e as famílias.
Essa rede visa capacitar os agentes da educação e os pais para lidarem com o assunto, além de oferecer apoio psicológico, educativo e judicial aos jovens que praticam e sofrem bullying, em conjunto com as suas famílias. Foram sancionadas três leis sobre o assunto: 13.185/15, 13.277/16 e 13.663/18.
A primeira, especifica o que é bullying e cyberbullying no Brasil. Ela instituiu o programa de combate à intimidação sistemática, mas não prevê punições, que são as cíveis ou criminais, pela sua prática e nem metas e prazos para ser implantada.
A lei de 2018 altera a LDB (Lei de Diretrizes de Bases e Educação) para acrescentar em seu artigo 12, que os estabelecimentos de ensino terão a incumbência de promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática, no âmbito das escolas e estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nesses ambientes.
Todavia, a Constituição Federal (proteção da dignidade da pessoa humana), o Código Civil (artigo 159) e o Código de Defesa do Consumidor (artigo 14) conjugados com as três leis acima, elevam o patamar da responsabilidade dos pais e das escolas, em especial, para um nível maior. Não havendo prazo para adotar as medidas das leis de 2015 e 2018, e, conjugando-as com as normas de proteção da Constituição, Código Civil e Código de Defesa do Consumidor, fica patente que a aplicação das mesmas é imediata.
E o que se vê na prática? Quase nada, a grande maioria das escolas ainda não adotou nenhuma medida concreta ou, as que o fizeram, implantaram \\\"medidas cosméticas\\\" ou até \\\"planos antibullying\\\" frágeis, que não passa de teorias, que não resistiriam a uma análise preliminar em caso de ajuizamento de uma ação de indenização por danos morais por uma vítima.
Segundo a lei do bullying de 2018 as escolas que não a adotarem poderão ser responsabilizadas financeiramente com maior intensidade. Se não forem adotadas medidas efetivas para prevenir e acabar com casos concretos em seu estabelecimento, as penalidades serão mais efetivas.
Envolver os alunos, professores, funcionários administrativos, as famílias e a comunidade local é de suma importância para que resultados consistentes ao longo do tempo possam ser alcançados e mantidos.
Capítulo 14
Projeto de combate ao bullying
Para o projeto acontecer é necessário o apoio da diretora da escola, adesão dos alunos, dos professores e dos pais. Além disso, é fundamental que os profissionais da escola bem como os alunos reconheçam a existência do bullying e a dimensão do problema e não subestime o cyberbullying, pois muitos acreditam que não passa de uma brincadeira de crianças e adolescentes e que isso não pode acarretar em nada na vida da vítima.
Para a efetividade do projeto também é importante e necessário funcionários que auxilie na organização dos espaços da realização do projeto, isto é, o auditório onde serão realizadas palestras entre outros espaços. Requer também que estes estejam capacitados para a manutenção e preparação dos equipamentos que serão utilizados, tais como Datashow, microfone, caixa de som, computador etc.
A escola deve ser responsável por uma educação pautada em valores, portanto, não pode se mostrar ausente no cumprimento de suas responsabilidades e do cumprimento da legislação vigente bem como do seu próprio regulamento.
A família que é a principal responsável pela formação moral dos filhos, pela transmissão de valores, tais como, honestidade, solidariedade, respeito, tolerância, tem se mostrado negligente nessa tarefa ou a tem delegado à escola, esta por sua vez tem demonstrado não estar preparada para esta função. Por este motivo, se faz necessário um maior envolvimento entre família e escola para buscar soluções aos problemas vivenciados no ambiente escolar.
Diante de tal constatação faz necessário que a escola disponha de ações voltadas para a conscientização, prevenção e enfrentamento ao bullying e ciberbullying junto aos estudantes de maneira formal e sistemática durante todo o ano letivo, capaz de orientá-los acerca da cidadania, do respeito, fomentando relacionamentos saudáveis e uma cultura de paz, cumprindo assim com nossa missão de educar os jovens para serem cidadãos éticos, responsáveis e capazes de conviver em sociedade.
A partir dos fatos dolorosos e marcantes que aconteceram na cidade em 13 de março de 2019, Suzano/SP – e que lamentavelmente acontecem na sociedade – durante a aula de Sociologia com a Professora Carina Ricci, que houve em sala de aula a discussão deste tema: o Bullying – prática de atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, cometidos por um ou mais agressores contra uma determinada vítima que geram sofrimentos marcantes e profundos.
No instituto Canção Nova, foram momentos ricos e de muita aprendizagem, em que os alunos promoveram uma interação e uma reflexão intensa sobre o tema, além de uma exposição de Murais de Impactos e Murais de Incentivo e Autoestima em vários espaços da escola.
Outra ideia louvável, também de iniciativa dos alunos das 3ª séries, foi a criação da Caixa do Desabafo, em que os alunos que assim quisessem, poderiam de forma anônima (ou não) escrever sua realidade frente a uma experiência de Bullying, para que assim, pudesse haver uma ação conjunta personalizada de combate a esta prática que deve ser erradicada de nosso meio escolar principalmente.
As turmas das 3ª séries do Ensino Médio, mobilizados a fazerem a diferença em seu meio formativo, junto às disciplinas de Sociologia e Psicologia, apresentaram à comunidade escolar do Ensino Fundamental II e Médio do Instituto Canção Nova, no período de 10 e 11 de abril deste ano, o Projeto Humanizar – Bullying não tem graça!, com o objetivo de conscientizar e combater o bullying no ambiente escolar e ainda, através deste saber propagado, poder levar este aprendizado aos demais espaços da vida.
Nesta determinação, os alunos, buscaram parceria com outras disciplinas como Psicologia e Matemática – Jôsy Braga, Amanda Borges e Rodrigo Barroso. Estes, uniram forças com os alunos e promoveram palestras: “Bullying não é brincadeira e não tem graça”.
Depois deste projeto desenvolvido, percebeu-se um engajamento maior e a compreensão de que não tem graça rir e promover a dor do outro!
Parabeniza-se a todos os envolvidos, em especial, os alunos e alunas da 3ª série, que tão lindamente abraçaram e fizeram história com este projeto de suma importância para este sonho maior plantado e acreditado por quem primeiro sonhou este espaço – Monsenhor Jonas Abib – de Formar Homens Novos para o Mundo Novo.
IFCE Campus Iguatu, trazem como tema: “E se fosse com você?”
Durante o período de 2017/2018, o projeto será realizado com todas as turmas entre os meses de novembro de 2017 a novembro de 2018, iniciando se pelas turmas de primeira série, seguidas da segunda série e da terceira. A razão para iniciarmos com os alunos de 1ª série se dá pelo fato de a pesquisa ter mostrado que esta é a série em que os alunos mais são vítimas de bullying.
Os encontros com as turmas serão agendados com a coordenação pedagógica das Unidades Areias e Cajazeiras e com os professores, essa comunicação prévia se faz necessária para que não haja prejuízo ao andamento das aulas. As atividades serão mensais, sendo cada mês com uma turma.
As temáticas serão abordadas de maneira dinâmica e interativa, envolvendo atividades em grupo, gincanas com perguntas e respostas, concursos, apresentações teatrais, exposições de trabalhos, rodas de conversa, produção textual, atividades diversas em sala de aula. Serão realizadas ainda exposições dialogadas sobre o tema, com os pais, familiares ou responsáveis, e com o corpo docente do IFCE campus Iguatu, com vistas a informa-los sobre o que é bullying, tipos de violência mais frequentes na escola, como identificar às vítimas, quais as consequências e como podemos ajudar na prevenção e no combate.
Ao final de cada encontro será feito uma avaliação com os estudantes com objetivo de conhecer se a proposta atendeu as necessidades dos mesmos e investigar a necessidade de readequações no projeto. Espera-se com este projeto de prevenção e combate ao bullying na escola, ocorra uma mudança no comportamento dos estudantes, uma maior informação e conscientização sobre o tema, e a formação de vínculos mais saudáveis entre os alunos e entre estes e os profissionais do campus envolvidos no projeto.
Capítulo 15
Conclusão
O bullying é a forma de violência que está mais presente em nosso dia a dia e principalmente na vida estudantil. Com destaque para o ensino fundamental. Esse fator é visto como um mal aparentemente invisível, pois é difícil lidar ter um diagnostico correto. Em geral só é identificado quando se está atento aos seus sinais. Trata-se de um tema crescente, porém ainda pouco explorado.
As escolas identificam apenas algumas possíveis características do bullying e dos personagens nele envolvidos, pelo fato do mesmo ser muito mais complexo do que se possa imaginar, tendo características diversas, pois se trata de uma violência repetitiva e intencional, que às vezes aparece escondida em pequenos atos, comprometendo o desenvolvimento do aluno, queda de rendimento escolar e um possível isolamento.
Além disso, crianças e adolescentes que passam por humilhações podem apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio.
A dificuldade em reconhecer o bullying pode ocorrer, também, porque as vítimas normalmente sofrem caladas, com medo de se expor à situação de repreensão e acabam ficando presas a tal violência. Essa atitude ocorre porque muitos professores são diretos ou indiretamente participantes do bullying, ou não conseguem identificar as manifestações do bullying, por não saberem reagir às situações referentes ao mesmo, então as vitimas do bullying acabam guardando pra si por entenderem que os professores nada podem fazer para ajudá-los.
Entretanto, não adianta pensar que o bullying só é problema dos educadores quando ocorre do portão para dentro. É papel de a escola construir uma comunidade na qual todas as relações são respeitosas. É necessário destacar também a importância da participação da família já que esta acompanha seu filho por muito mais tempo, o papel da sociedade em geral para alcançar a solução desse problema que atinge a cada dia proporções maiores e a importância da participação de psicólogos, Concelho Tutelares, profissionais da justiça e outros, a fim de atuar com essa problemática. No caso da escola, algumas atitudes simples como a inserção e discussão de temas transversais de forma continuada podem ajudar a solucionar o problema, como por exemplo, o projeto proposto.
É importante o papel do psicólogo, ele tem a missão de transmitir a visão aos pais e a escola que é importante que ensinem aos seus filhos, alunos a lidarem com suas emoções, dar espaço nas aulas para a expressão de afeto, para que não se envolvam em comportamentos violentos, transformando-os em pessoas de uma cultura de paz que se estenda aos seus demais contextos de vida.
Não há dúvidas de que o tema deva ser expandido, discutido, uma vez que toda criança e adolescente tem direito a transitar por ambientes seguros e propícios a um desenvolvimento físico, mental e emocional saudável, proporcionado por adultos que os cercam.
Conhecer e debater o assunto juntamente com os alunos, pais, educadores e sociedade ainda é a melhor via para encontrar a prevenção e possíveis soluções para o problema. A Violência não é o caminho, este debate deve ultrapassar a simples discussão sobre evitar conflitos, a criança tem direito a um ambiente equilibrado para um desenvolvimento social, acadêmico e emocional adequado, educa-las para lidar com as adversidades de modo que encontrem apoio caso necessite, fará com que tenham amadurecimento.
O combate ao Bullying começa com o ensinamento e exemplo em casa de que as diferenças fazem parte da vida, as diferenças fazem bem, um exemplo disso é a população brasileira, que é uma miscigenação de culturas. Não somos melhores ou piores pela cor da nossa pele ou cor dos olhos, somos iguais mesmo com nossas diferenças, somos pessoas que buscam o melhor para quem amamos e devemos ser aquilo para com o outro aquilo que ele gostaria que fosse dando o devido respeito.
O recado que deixo é, não fechem os olhos perante o Bullying, mesmo com a crescente divulgação, ainda existem muitos casos que devem ser combatidos, alguns deles como: Assassinatos, violência em geral pode ser amenizados se as pessoas que sofrem Bullying tiver amparo.
Se você não souber como ajudar e não tiver interesse em buscar conhecimento para saber lidar com a situação, o melhor a fazer é: Em hipótese alguma participe dessa violência chamada Bullying, ou de maneira alguma deixe transparecer que é bobagem, porque Bullying não é bobagem, ao invés de julgar tenha empatia, se coloque no lugar do outro, e pense: E de fosse comigo? Com alguém que eu gosto? Certamente você não gostaria de vivenciar esse pesadelo, não queira aos outros o que você não quer pra você.
Temos que saber diferenciar o que é uma brincadeira e o que não é, quando chega o momento em que a brincadeira constrange ela não é brincadeira, ela é o Bullying, e não tem graça. Sonhamos com uma sociedade que possa abordar sobre o tema sem rodeios, e que a partir dali muitas pessoas sejam alcançadas e que tenham consciência, daquilo que você não gosta não faça para o outro.
Sinopse
No livro Bullying Nominal e Vocal eu conto como foi minha infância e adolescência. Narro alguns casos reais que foram destaques, quais são os perigos envolvendo essa violência e o que fazer para detectar os sinais e quais são a atitudes que você pode optar. Bullying não tem graça, se você sofreu essa violência, a praticou, conhece alguém que estar passando por esse momento doloroso, esse livro é para você.
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