IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Heitor Aleixo da Silva, popular Heitor dos Prazeres. Nasci no dia 17 de setembro de 57. FAMÍLIA Origem da família O nome dos pais: José Aleixo da Silva e Sebastiana Aleixo da Silva. Eles vieram do Estado do Rio de Janeiro. Mamãe doméstica, dona do lar. Papai, aquele pedreiro de primeira mão. Meus avós maternos e paternos: Severo da Silva e Juventina da Silva. Joselina da Silva e Antonio Leite da Silva. São do interior do Rio de Janeiro, Barra do Piraí, pra ser bem claro. Sinceramente tenho oito irmãos, sendo que os que restaram fomos eu e mais duas irmãs. Infelizmente Deus levou. Minha família é católica. Sou casado maravilhosamente bem, há 23 anos. Não tenho nada a questionar nesse sentido. Atividades dos pais Meu pai era pedreiro, minha mãe dona do lar. Até porque pedreiro naquela época tinha um salário decente que dava pra pessoas ter, pelo menos na parte alimentícia, a gente tinha condições de viver bem. Mas, até acrescentando algo mais, dentro da sua pergunta sobre recursos, a dificuldade era muito grande. Até porque, nem uma televisão a gente tinha pra assistir. A gente assistia... Nós, meus irmãos, assistiam na casa de terceiros.Mas, tinha uma vida decente. Casa Eu sou de origem, nascido e criado, conhecido popularmente dentro da comunidade como Barreira. Logo após a Associação dos Moradores do Morro dos Prazeres. Minha casa era simples, modesta, dentro daquele contexto que o cidadão merece. Quarto, sala...Dois quartos, sala, cozinha, banheiro, uma suitezinha para que eu pusesse ter minhas coisas lá.Um terraço. Fui nascido e criado em Morro dos Prazeres. Haja vista que minha mãe foi uma das primeiras moradoras. Foram dos primeiros moradores do Morro dos Prazeres. Por sinal, pra quem não conhece, não era Morro dos Prazeres, era Travessa dos Prazeres. Eu fui nascido e criado em Morro dos Prazeres. INFÂNCIA Lazer As brincadeiras de infância? Futebol. Minha...
Continuar leituraIDENTIFICAÇÃO Meu nome é Heitor Aleixo da Silva, popular Heitor dos Prazeres. Nasci no dia 17 de setembro de 57. FAMÍLIA Origem da família O nome dos pais: José Aleixo da Silva e Sebastiana Aleixo da Silva. Eles vieram do Estado do Rio de Janeiro. Mamãe doméstica, dona do lar. Papai, aquele pedreiro de primeira mão. Meus avós maternos e paternos: Severo da Silva e Juventina da Silva. Joselina da Silva e Antonio Leite da Silva. São do interior do Rio de Janeiro, Barra do Piraí, pra ser bem claro. Sinceramente tenho oito irmãos, sendo que os que restaram fomos eu e mais duas irmãs. Infelizmente Deus levou. Minha família é católica. Sou casado maravilhosamente bem, há 23 anos. Não tenho nada a questionar nesse sentido. Atividades dos pais Meu pai era pedreiro, minha mãe dona do lar. Até porque pedreiro naquela época tinha um salário decente que dava pra pessoas ter, pelo menos na parte alimentícia, a gente tinha condições de viver bem. Mas, até acrescentando algo mais, dentro da sua pergunta sobre recursos, a dificuldade era muito grande. Até porque, nem uma televisão a gente tinha pra assistir. A gente assistia... Nós, meus irmãos, assistiam na casa de terceiros.Mas, tinha uma vida decente. Casa Eu sou de origem, nascido e criado, conhecido popularmente dentro da comunidade como Barreira. Logo após a Associação dos Moradores do Morro dos Prazeres. Minha casa era simples, modesta, dentro daquele contexto que o cidadão merece. Quarto, sala...Dois quartos, sala, cozinha, banheiro, uma suitezinha para que eu pusesse ter minhas coisas lá.Um terraço. Fui nascido e criado em Morro dos Prazeres. Haja vista que minha mãe foi uma das primeiras moradoras. Foram dos primeiros moradores do Morro dos Prazeres. Por sinal, pra quem não conhece, não era Morro dos Prazeres, era Travessa dos Prazeres. Eu fui nascido e criado em Morro dos Prazeres. INFÂNCIA Lazer As brincadeiras de infância? Futebol. Minha grande paixão. Cotidiano? É esse. Torcer pelo Flamengo, samba, até porque papai e mamãe sempre gostaram. Mamãe foi uma das primeiras baianas dos Acadêmicos dos Prazeres e papai, torcedor fanático do Flamengo. Essa era a nossa grande alegria. TRABALHO Primeiro emprego Com 13 anos arrumei o meu primeiro emprego, até porque meu irmão me conduziu como office boy na firma Angefilme. Hoje existe até, por sinal. Ele me conduziu para que eu pudesse fazer o meu primeiro trabalho. Fazer carreto Eu comecei a trabalhar, eu comecei o dia a dia de minha infância com 13 anos, antes de eu ter aquela profissão que eu já mencionei anteriormente, eu fazia carreto em feira, pra poder sobreviver, porque a gente não tinha grandes condições. A gente fazia carreto na feira. Operador de máquina offset Como eu cheguei a fazer o que eu faço hoje? No caso, a minha profissão e minha experiência? Eu entrei como mensageiro, e a pouca experiência que eu tinha fui adquirindo nas máquinas. Até hoje guardo na lembrança, o encarregado na época se chamava Waldir, no Morro do Salgueiro. Ele é que me deu força para que eu me tornasse um operador de máquinas. E com três meses, dentro daquilo que eu fazia, que eu era mensageiro, passei a ser operador de máquina set e futuramente passei a ser operador de máquina offset. INFRA-ESTRUTURA DO MORRO Água Era uma grande dificuldade mesmo. Nós tínhamos problema de bomba, de bombeamento. O morro é muito alto. Às vezes acontecia de queimar algumas peças. Era a grande dificuldade o problema da água. Luz A luz, vou te contar uma fase. Minha mãe, como era uma das moradoras mais antigas da comunidade, ia à Light sempre com aqueles problemas: colocavam o relógio para aquelas mais que tinham uma grande influência, conhecimento. E minha mãe, como tinha grande contato com um dos moradores na época também que era um dos baluartes da comunidade e chamava-se Severino Tatu, e que nos cedia a luz, mas sendo que – isso é ponto fundamental na história do morro - sendo que depois das 16 horas, vamos dizer, 18 horas, você teria que desligar - ou você desligava a televisão, ou você desligava a geladeira ou não ligava o ferro de passar. Senão, sua luz caía pra zero. Até porque, era um relógio que era pra ser distribuído por mais de 500 ou mais famílias. PROFISSÕES DA COMUNIDADE Rezadeiras Tivemos muitas. Boas rezadeira. Agora a memória, é aquele negócio. Tinha várias. Por exemplo, a dona Zuleide, a dona Isaura. A própria minha mãe também rezava menino. Por sinal que, não é porque era minha mãe, mas rezava. Dona Zuleide, dona Isaura. Deixa ver mais quem? A memória me falha. Mas essas eram as três mais conhecidas na comunidade. LAZER Futebol Campo de futebol. Tinha a Barreira, tinha a Madame, que hoje é uma das quadras mais belas da comunidade.Tinha o Pombal. Até porque, eu quando cheguei a presidente, fui um dos maiores mentores, eu fiz o maior campeonato da comunidade. O maior campeonato da comunidade de futebol soçaite, foi Heitor dos Prazeres que montou a comissão. Não tirando o mérito dos meus amigos. CASARÃO DOS PRAZERES O primeiro contato eu, Heitor – outras pessoas estiveram lá – é uma historinha: tinha uma igreja lá... Depois passou a ter excursões periódicas aqui. Tive algumas aulas de religião lá, no caso que é a católica.Tínhamos lá catecismo. Inclusive, já participei daquele seriado Shazam –Sherife, do Paulo José, do Flavio Migliácio, aquela da bicicleta. Como é que é o nome daquele filme? Do Paulo José? Esse eu participei também, no qual eu fazia a parte da segurança. Mas participei, junto com os amigos. ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES Presidência Na verdade, eu vou ser franco pra você, até porque eu era o presidente mais novo da história da comunidade Morro dos Prazeres. Baseado naquilo da pergunta anterior que você tinha me feito, eu digo pra você: agora, você está refazendo o caso dos fundadores. Eu era, até então, um dos presidentes mais novos na história da comunidade Morro dos Prazeres. Mas em se tratando de fundadores, teve o Zé Bernardo, seu Almir, seu Lauriano... Tem muita gente. O próprio pai do Flavio, seu Laerte Pereira Lima. Tem muita gente que me falha a memória agora de lembrar. Mas essas pessoas foram importantes para que a comunidade se encontre hoje nessa situação. Fui presidente da Associação do Morro dos Prazeres e, se não me falha a memória – tenho que pegar um documento até pra provar - na década de 80. Um dos presidentes mais novos da comunidade. E, tive uma pequena participação – hoje eu considero até muito boa passagem para a comunidade.Até porque a creche foi mantida, a Associação, nós tínhamos um trabalho de carteiro comunitário. O serviço de alto falantes. Implantamos também o gari comunitário. Não é minha essa obra. No caso seria do Zé Bernardo, até porque ele lutou bastante. Isso veio de complemento dentro da minha gestão. Projetos na comunidade Na verdade, o pouco que eu deixei, isso tudo é questão de sucessão.Cada governo tem as suas idéias. Isso não podemos questionar. E eu pensava que poderia manter um trabalho. Infelizmente meu trabalho foi interrompido, até porque não tinha terminou o meu mandato, e não pude dar seqüência àquilo que eu pensava que seria um bem pra comunidade. Mas que a Prefeitura insiste no projeto, projeto maravilhoso, haja visto a favela – bairro estava em vista. Uma luta da comunidade por urbanização, vias de acesso mais freqüentes pra gente poder transitar. Mas esse projeto em si, na verdade, na minha concepção, pelo pouco que eu estou vivendo hoje, que eu vejo, que eu ouço as pessoas que vivem lá falar, não foi aquele esperado. Haja visto a creche que deveria existir lá em cima, até então não saiu do papel. Está lá o esqueleto e a gente está aguardando.Eu fico triste, porque eu acharia que ia ter que crescer. A Prefeitura em si, que era na época do Conde, que nos prometeu – inclusive eu tenho documentos que provam – tem os projetos. Tem aí que eu vou te dar. Vou te dar alguns documentos que comprovam esses projetos.Todo aquele projeto do Morro dos Prazeres. No qual eu fui à Prefeitura, a favela-bairro estava lá existindo. Estudos sobre a Comunidade Veja bem, ele chegou no Estado do Rio de Janeiro..Ele mora em Tókio, no Japão, é engenheiro. E chegou no Rio de Janeiro, queria conhecer Santa Teresa. Ele falou: “Eu queria saber como é que era a vida de um morador que vive numa comunidade carente.” Falaram: “Poxa, vai lá, na Associação dos Moradores do Morro dos Prazeres e procura o Heitor.” Na época, não sei se era o Trajano Ribeiro que era o Secretário da Cultura, não sei se era ou não era. Não estou lembrando, não sei porque me foge a memória, e ele foi, fez um trabalho, um estudo de como era a vida do morador em uma comunidade carente. Este cara viveu na minha casa. Conviveu comigo durante duas semanas. Ele foi lá na minha casa. Essa foi uma experiência que eu tive. Continuou mantendo contato comigo. Aliás, disso eu tenho correspondência comigo aqui. Infelizmente eu não posso responder, porque eu não convivo mais na comunidade do Morro dos Prazeres. Ligo pra ele, me relaciono com ele. Tem gente que tem uma vivência... Passou algum tempo lá, explicando como era nossa vida aqui. Principalmente o Consulado da Áustria, que nos ajudou bastante. Se não e engano, o cônsul na época, seu Peter, da Áustria, fez grandes obras no Morro dos Prazeres. Contribuiu bastante. Inclusive casas tiveram problemas com chuva. Ele viu, chegou a construir. A creche, ele foi que construiu. Deu muita ajuda. Teve uma participação tremenda, inclusive ganhou até o título de cidadão honorário da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Mutirões Os mutirões. Isso peguei uma parte. Não foi dentro daquele período no qual eu era presidente, mas cheguei a pegar. Era um trabalho muito bom.Chegou a acrescentar bastante para a comunidade. ACADÊMICOS DOS PRAZERES Família Teve um carnaval que eu vesti o meu filho de diretor. Tenho até fotos para comprovar. Até porque isso fazia parte do meu dia a dia. Era uma coisa que estava dentro do samba. E meu filho representava, vestido de diretor. A família faz parte... Por exemplo, a primeira dama, até porque passou a ser a primeira dama. Ela participava dos meus trabalhos culturais, fazia algumas alegorias pra bloco. Eu era o responsável por essa parte. Essa parte artesanal. E tinha como carnavalesco meu sobrinho, a quem cabia essa responsabilidade de fazer as alegorias do bloco Acadêmicos dos Prazeres. General manda no Carnaval Teve um general que atrapalhou bastante. Até porque no regime militar, o militar sempre teve maior força no sentido não só bairrista mas em termos nacionais. Eles que mandavam. A gente tinha que bater um samba durante um período. Começava a bater oito horas e aí quando chegava meia noite, onze horas, o general mandava recolher. Ia lá, mandava a polícia, brigava conosco. E a gente, naquela luta incansável dentro da comunidade. Não só eu como os meus demais amigos. E era a aquela briga do General com a comunidade. Acontecia que a gente parava o samba. Ele ia lá, mandava. Mandava. Ele não ia. Mandava. Até porque a influência dele era muito grande. Como general, os militares fazem parte da comunidade. Santa Teresa, como é um bairro cultural, mas muito hospitaleiro, quieto, não tinha muita atividade. E como nosso morro fazia, perturbava o silêncio, não só dele, mas de toda a vizinhança, prevalecia sempre o lado do mais forte. No caso, general é general. Chegou um período que ele veio a falecer e acabou aquela perturbação. É lógico que a gente lutou para que isso viesse a acontecer. Mas, Deus achou por bem leva-lo, e aí a paz reinou e o samba passou a participar, ter uma participação ativa e surgiu uma nova equipe. Fundadores Ednaldo da Silva Teles, Anselmo, Davi Lopes Monteiro. Temos seu Getúlio, temos seu Carlos Henrique, temos seu João. Nós fomos os fundadores. Eu na época era Diretor Social – os eventos sociais da comunidade, no caso festividades. Tratando-se de evento social, isso cabia à minha pessoa. Uma coisa fundada pela gente, com nosso esforço. A Barreira, que hoje você vê essa quadra maravilhosa aí, isso aí foi feito pela gente. A gente estava armando isso. Botamos isso aí. Dançamos em cima de barro. Hoje essa quadra...Sei lá, era uma coisa que a gente lutava bastante para ter. Infelizmente, no nosso tempo, não conseguimos fazer isso. Mas, vejo com tristeza que não é aquilo que a gente sempre pensou, até porque as pessoas que fundara o bloco não se encontram na comunidade. Uns se foram, outros partiram pro outro lado e outros se com vida mas em outros locais. Fim do bloco Olha, vou ser franco pra você. Veja bem. Eu sei porque o bloco terminou. O poder aquisitivo da comunidade era bem baixo, a subvenção não dava suporte para a gente manter a nossa agremiação, e, você sabe, às vezes numa comunidade carente, aqueles que tem uma postura, não só a postura mas tem um sobrevivência um pouquinho melhor, não é porque é gente humilde. Quem vive em Copacabana, que a gente de elite. Às vezes você reside em um lugar e se situa melhor que outras pessoas. Então passou uma ciumada de pessoas que achavam aqui, que na gente, a diretoria fundadora no caso, estava ganhando dinheiro em cima do bloco. E na verdade não era isso. Acharam por bem de fazer uma fusão, e essa fusão não deu certo, se tornou a Aliança da Liberdade, o que veio a acabar com Acadêmicos dos Prazeres. Esse foi o grande pecado no qual aconteceu no Morro dos Prazeres. “O Negro e o Brasil” Olha, eu lembro do tema do Carnaval “O Negro e o Brasil” Vamos lá. (Cantando) Oh, Brasil Dê graças aos braços negros em seus progressos Hoje o acadêmico se senta Pra contar essa história em verso. Foram três séculos de sofrimento Como padecia na Central Mas Kangazumba e Zumbi Da fazenda Conseguiram fugir. Oh. Mas Kangazumba e Zumbi Da fazenda Conseguiram fugir. O baluarte de proteção Vou dividir até a morte. Já não suportava a solidão Chica da Silva Com capricho extravagante Com mais outras Lá na loucura Fizeram Dos seus senhores amantes Mas José do Patrocínio Com seu amor secreto Com a princesa Isabel E assinando a lei Áurea Livrando os negros Do cativeiro cruel. Trabalhava noite e dia. Felicidade não existia. E procurava a alegria. Era a liberdade que surgia. Oh. Oh. Oh. Oh. O candomblé da Bahia No Brasil inteiro Essa era uma das obras mais lindas que o Morro dos Prazeres teve pra contar. Até porque em se tratando dos Prazeres, não tinha nada melhor para dizer que sobre o negro no Brasil. Teve outros também.Vai ficar pra próxima oportunidade e com mais tempo a gente vamos lembrar. COMUNIDADE Raízes Se você faz a entrevista dentro da comunidade, você há de convir que você não vai encontrar raízes. São poucas. Você vai contar a dedo. Até porque, a verdadeira raiz da comunidade hoje não se encontra dentro da própria comunidade. Apesar de que hoje não estar convivendo com essa comunidade, da qual eu não tenho nada a reclamar, até porque convivi com ela 40 anos. E 40 anos não são 40 dias. E pra mim foi uma das coisas mais gostosas da vida, até porque me deixou viver o tempo todo. São 40 anos. Então, eu não posso questionar nada.Eu saí por uma necessidade na qual eu achei melhor. A gente quis um lugar melhor pra gente ficar. Mudei. Mas, sinceramente,eu acho que, pelo pouco que eu a conheço agora, pelo que eu ouço o pessoal dizendo, pelo que os meus amigos, os poucos que estão lá, eu vejo que não tem muito a ver com aquela comunidade do Morro dos Prazeres. Era muito, muito boa. Convivência O dia a dia me trouxe a conviver com a necessidade da comunidade, até porque sempre tive uma vivência do termo: “O que é viver numa comunidade carente.” Comecei a ver o lado, não só meu, mas de toda a comunidade. Politicamente. Por outro lado, como você me perguntou... Politicamente já respondi. Luta A luta era constante, era constante. Daí, a gente sempre a lutar por aquilo que era nosso. Até porque, era uma das nossas diversões. Quadra de baile. Era uma das nossas diversões de fim de semana. A gente tinha que lutar pelo nosso objetivo. SAÍDA DO MORRO Mudança para Bangu Sinceramente, até porque eu comecei a gostar de Bangu. Minha irmã tinha um terreno, me fez uma proposta, e eu vim a construir aqui. Na verdade, eu hoje estou há três anos em Bangu. Minha família é grande. Queira ou não queira, eu tenho algum vínculo em Morro dos Prazeres. Com certeza sim. O último a sair recentemente agora, foi meu sobrinho. Queira ou não queira eu tenho um vinculozinho sim. Tudo é bom enquanto dura.Essa é a grande resposta. SONHO Meu grande sonho na vida era me formar em Direito, que eu acho que é a coisa mais linda que existe na face da terra. Mas infelizmente, pela necessidade que a vida me ofereceu, meu pai e minha mãe carentes, poucos recursos financeiros, não pude seguir a carreira. Mas essa era a minha grande paixão. Infelizmente, não fui contemplado. AVALIAÇÃO Eu só quero fazer uma colocação. Sendo que isso é uma matéria que vocês vão apresentar, consta que eu deixei passar alguma coisa em branco. Mas eu peço perdão porque o tempo se passou e a gente não tem a memória - mesmo você querendo, você não consegue guardar tudo aquilo que se passou em que eu convivi, no qual eu fui fundador, como outros irmãozinhos, mas eu peço desculpa se eu deixei passar alguma coisa em branco, peço desculpas. Não foi por maldade. Pelo contrário. Nem tampouco querer aparecer em cima desse grupo. Mas sim, falta mesmo de memória, até porque a vida não dá tempo para que a gente possa resgatar os bons e os maus momentos que a vida nos proporcionou. Muito obrigado e eu quero até agradecer você.
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