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Por: Museu da Pessoa, 27 de julho de 2013

"O meu esporte era mulher"

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"O meu esporte era mulher"

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Eu nasci em Almeirim, no dia 23 de novembro de 1935. Os nomes dos meus pais eram João Fonseca Brazão e Maria Soares Brazão. A minha avó era Joana Brazão de Aragão e o avô era Benedito José de Aragão. A minha avó era parteira. Vi muito parto que ela ainda fez. Minha mãe, quando meu pai morreu, nós éramos cinco e ficamos tudo pequenos. Esse José Júlio era compadre da minha mãe, viu a dificuldade dela, porque ela lavava para fora, engomava, para nos criar. Ele disse: “Olha, Maria, tu vai me dar ao menos dois meninos desses, que vamos criar para ti”. Ela disse: “Não. Só vou arranjar a sua afilhada”. Que o nome dela é Raimunda Fonseca Brazão, uma irmã nossa. Meu avô era seringueiro.

Naquela época era isso, cortar seringa para sobreviver, vender para o José Júlio. Tirar lenha no machado, partir, carregar, botar na beira, o barco chegar, embarcar. Cortar juta, a água mergulhando, cortando pelo fundo, para botar de molho, tirar a fibra, para vender tudo para esse José Júlio, que era o dono da área. Meu pai fazia mesma coisa também. Era só uma atividade naquela época, era cortar seringa. As casas eram até boas, porque o José Júlio mandava fazer aquelas vilas do tamanho quase aqui dessa comunidade, a gente não pagava aluguel, não pagava nada. Tinham quatro, cinco quartos. Conforme a quantidade de gente, tudo tinha os quartos divididos, cozinha, sala, tudo, tinha varanda.

A brincadeira era bater bola, jogar pião, ioiô, papagaio. E canoinha também, o transporte naquele tempo era canoa à vela, no remo. De Almeirim para cá dá 12 horas de viagem. Eram dois, três, quatro, cinco dias para chegar aqui, de Almeirim para cá. A gente vinha às vezes fazer trabalho para ele, terminava a safra, a gente descia. É que nem aqui hoje, a gente tem uma colocação para cá, a gente traz gente de muito longe para trabalhar. Quando termina a safra, são dois meses, três meses, todo mundo vai procurar seu rumo. A...

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