EMEIEF “Mª DELFHINA DE CARVALHO NEVES”
AUTORES E ILUSTRADORES DO LIVRO:
Alunos da professora Marinalva – 2º ano do II Ciclo – EF (manhã)
Alessandra AP. da Silva França
Anna Karoline Mendes Cruz
Daniel de Oliveira Fernandez
Davi Lima da Silva
Dayane de Barros Moura
Denise Barbosa Serap...Continuar leitura
EMEIEF “Mª DELFHINA DE CARVALHO NEVES”
AUTORES E ILUSTRADORES DO LIVRO:
Alunos da professora Marinalva – 2º ano do II Ciclo – EF (manhã)
Alessandra AP. da Silva França
Anna Karoline Mendes Cruz
Daniel de Oliveira Fernandez
Davi Lima da Silva
Dayane de Barros Moura
Denise Barbosa Serapião
Eduardo Lima Dias Ferreira
Emanuele Cuntiero de Oliveira
Guilherme de Oliveira Tavana
João Vitor Moreira da Silva
Joyce de Mattos Silva
Lizandra Fontes da Silva
Mariana Silveira
Mikaele Aparecida da Silva
Monique Bezerra de Souza
Silas Siqueira Ferreira
Wanderson Marcelo dos S. Silva
William Gabriel de Souza Silva
Yuri Ferreira Santos
Projeto “Memória Local/2009”
Índice:
Raízes
O Bairro Sacadura Cabral
Amigos e travessuras
Tempos de escola
Trabalho e profissão
Momentos marcantes
Paixão
Família
Sonhos
Raízes
Sou Antonio Edson, conhecido como Toni ou Cenourinha, filho de Antonio Dias Ferreira e Teresinha Bento de Lima. Nasci em São Caetano do Sul no dia 07 / 02 / 1980 e me criei nesta cidade de Santo André, mais precisamente neste bairro Sacadura Cabral. Neste lugar começa a minha história.
Foi aqui mesmo que cresci, brinquei, fiz amigos, tive alegrias e tristezas, lutei e obtive vitórias e constitui a minha família. Sou de uma família de seis irmãos, duas mulheres, Eliane e Elaine, hoje casadas e quatro homens, eu, Eduardo(in-memória)
Erick e Aidan, destes um falecido aos 13 anos de idade, uma fatalidade, vez ou outra ouvimos falar de meninos que morrem por correr atrás de pipas.
O bairro Sacadura Cabral
Antes da urbanização do bairro, existiam aqui muitos barracos, barro, esgoto a céu aberto e muita lama além de ser muito frio. Na época das enchentes descia pelo Rio dos Meninos muitas bolinhas e danones que pescávamos, mas não comíamos com medo de estarem contaminados, era só as
travessuras de criança.
Aqui era tudo favela, a natureza era precária, não tinha árvores nem parques. No lugar onde hoje é a Fundação Santo André é que tinha muitas árvores.
Hoje o bairro está mais bonito e mais limpo, muita coisa mudou, fizeram um piscinão perto da Fundação Santo André para controlar as enchentes. Fizeram um estacionamento onde
era um campinho de futebol, no qual jogamos muitas partidas. A Escola Estadual José do Prado foi desativada, uma pena, pois poderia ser um espaço de lazer e cultura para esta comunidade. Removeram os barracos e,
a construção de casas com tijolos deram melhores condições de vida para os moradores deste bairro, apesar da urbanização ainda estar em processo de transformação.
Amigos e Travessuras
A minha infância foi marcada por muitas brincadeiras e travessuras. Neste lugar que hoje é a escola, já foi um campo de futebol, onde eu, meus amigos e irmãos vínhamos jogar, sempre supervisionados pela minha mãe que sempre estava de olho nos filhos e controlando o horário de entrar. Brincávamos também na rua de futebol, corrida, siriri, corrida com rodinha de carrinho de feira...
Em casa os meus programas preferidos eram TV Colosso, Pica-pau, Tom e Jerry, Toni Strada.
Naquela época também aprontávamos muito, uma vez o meu irmão queria ser um super-herói e tentando voar da beliche, caiu num móvel e quase quebrou o queixo, eu também tenho das minhas, cortei a própria língua numa brincadeira, queria passar cuspe na tesoura e apertei-a sem querer, minha mãe teve que sair às pressas comigo para o hospital, pois a minha boca sangrava tanto...
Infelizmente alguns dos meus amigos de infância não tiveram a mesma sorte que eu e se envolveram com coisas erradas e acabaram morrendo. Mas com os que seguiram o caminho do bem ou os que escaparam por sorte, cultivamos a nossa amizade até hoje. Quando adolescente não gostava muito de sair, a não ser quando a gente ia jogar futebol ou nadar lá no clube do Gicela, que fica em São Caetano do Sul ou então ficávamos na rua mesmo, perto de casa.
Tempos de escola
Sempre tive a consciência de que só conseguiria alguma coisa através dos estudos.
Na minha época de estudante sempre fui comportado e comprometido com os estudos, a escola era neste bairro,
Sacadura Cabral. Ao lado da EMEIEF Maria Delphina de Carvalho Neves, funcionava a
E.E. “José do Prado”, onde estudei. Gostava muito de uma professora chamada Jucilen, era rigorosa, mas afetiva, e era daquelas que valorizava mesmo o aluno, por isso marcou tanto. Uma vez fui parar na diretoria, mas foi tudo um engano, acredite se quiser, mas, fui confundido com um menino que estava bagunçando e levei uma chamada daquelas, até me explicar...
Outra coisa que marcou o meu tempo de escola foi uma senhora,
mãe de um amigo meu, que sempre me mandava um lanche,
desde que
ficou sabendo que eu não tinha condição de levar. Aqueles tempos eram bem difíceis... e,
um dia até troquei uma bolinha por um lanche.
Nesta época não gostava muito de ler não, apesar de saber da importância que tinha na vida da pessoa, mas estudei, conclui o ensino médio e fiz seis meses de faculdade em Administração de Sistema, infelizmente tive que trancar a matricula.
Trabalho e profissão
Aos onze anos comecei um curso na Guardinha, então, passei a estudar a noite, lá também aprendi coisas importantes para a vida e tento pô-las em pratica até hoje. De doze para treze anos trabalhei na ALCAN e aos quatorze fui trabalhar na Telefônica. Depois as coisas foram mudando, nesta época não tinha computador, mas tinha o telex bem parecido com o MSN só que sem imagem, fui aprendendo a trabalhar com a informática e hoje sou técnico de informática.
Momentos marcantes
Quando adolescente, eu e o meu pai montamos um carro, um corcel I - era neste carro que ainda sem portas meu
pai nos levava
para o clube, o trânsito não era tão intenso como hoje e,
os perigos que este carro nos oferecia,
não eram vistos como risco de vida pela lei, então vivemos grandes aventuras até
conseguirmos montar totalmente o veículo.
Paixão
A paixão pelo futebol começou quando eu tinha sete anos de idade, fui atrás, passei por vários times. O esporte além de me afastar da violência também me ensinou a ter disciplina, proporcionou contato com outras culturas e pude conviver com pessoas que hoje fazem
parte da vida dos brasileiros pelas conquistas que tiveram; participei de campeonatos e joguei contra o famoso Ronaldinho Gaúcho que inclusive me deixou marcas, como um corte na minha perna. Fui técnico de futebol também. Torço pelo Timão, o Corinthians.
Família
Sou uma pessoa feliz, por tudo que vivi, colhi muitos frutos bons e,
o que posso dizer é que tenho uma bela família. Conheci a minha esposa nos tempos de criança, a Tatiane. Éramos colegas de rua, e eu aos 17 anos e ela aos 15 fizemos a nossa aliança e, pelas poucas condições financeiras não tivemos festa e só casamos no civil, em 1999. Tivemos dois filhos aos quais demos os nomes de Eduardo e Harryson hoje com 10 e 6 anos, que estudam na E.M.E.I.E.F. Maria Delphina de Carvalho Neves.
Sonhos
Muitos projetos não deram certo ainda, mas estão na cabeça, consegui realizar alguns destes sonhos. Contar um pouco da minha história é uma realização, pois é um privilegio passar um pouco daquilo que vivemos e fazer parte desta história.
O que eu posso deixar como aprendizado de vida para as crianças é que tudo que fizer, deverá usar sempre as “palavras mágicas”, fazer o bem, ajudar as pessoas, dividir e compartilhar. Quanto mais passamos para os outros, o que sabemos, mais aprendemos.Recolher