Fotografia em carne viva
Por Angelo Brás Fernandes Callou
Muitos povos indígenas não se deixam fotografar, porque a foto roubaria a alma da pessoa fotografada. Ao reunir as fotografias para comemorar meus 70 anos, a seguir, em zigue-zague de temporalidades, pois assim funciona a vida de cada um de nós, cheguei à conclusão, de que nossos ancestrais estão cobertos de razão.
Sou capaz de revelar, em cada uma das fotografias apresentadas - exceto aquelas realizadas na tenra idade -, onde eu estava, o que pensava, o que sentia, e o que sentia das pessoas, igualmente fotografadas ao meu lado. Nossa alma, de fato, fica fixada na imagem. É carne viva. Talvez, por isso, o cinema nos impacte tanto, mesmo sabendo que é uma simulação da realidade.
Aqui fecho minhas comemorações de aniversário. Agora é viver os setentinhas, comme il faut!