Maria Anita Davies Costa

  • Feminino
  • Brasil / São Paulo / Cananéia
  • Brasil / Cananéia
  • Ensino Fundamental Incompleto
  • Agricultora

sobre

Maria Anita Davies Costa nasceu em 1º de janeiro de 1975, no sítio de sua família, no bairro Retiro da Ex-Colônia Velha, comunidade de remanescentes de quilombos, em Cananéia, São Paulo. Foi criada pelos avós, que sempre lhe contaram muitas histórias, inclusive as que narravam como seus antepassados chegaram à região do Retiro da Ex-Colônia Velha: seu bisavô era escravo e fugiu de canoa, indo parar “lá nas colônias” (na época, o lugar era habitado por estrangeiros ingleses que vieram colonizar a região do Vale do Ribeira). Nesse local ele se estabeleceu, levantou uma casa na cabeceira do rio e constituiu sua família. Depois, comprou um sítio numa região mais acima, onde Anita nasceu e foi criada. Sua família sempre trabalhou com agricultura, suas origens e heranças estão ligadas ao cultivo da terra, por isso Anita também desenvolveu um gosto especial por plantar. Durante um bom tempo de sua vida, Anita se dedicou à venda de produtos agrícolas produzidos por ela em uma feirinha que acontecia todos os sábados, e muitos vizinhos do bairro faziam o mesmo: acordavam às quatro da manhã, preparavam suas coisas e ficavam à espera do caminhão passar para levá-los... Recentemente, Anita e os demais moradores da comunidade descobriram, por meio da intervenção do MOAB (Movimento de Atingidos por Barragem), da EAACONE (Equipe de Articulação e Assessoria das Comunidades Negras) e do Padre João (de Cananeia), que pertenciam a uma comunidade remanescente de quilombo e que poderiam e deveriam lutar para garantir seus direitos. Assim, Anita, acreditando e buscando conhecer melhor suas raízes, passou, junto com outros membros da comunidade, a lutar pelo reconhecimento de seu território enquanto remanescente de quilombo. Nesse processo, tornou-se uma liderança na comunidade. Enquanto afrodescendente, percebe a importância da autoestima para o combate ao racismo e quão importante é a percepção de que sua negritude é, sim, motivo de orgulho.

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