Uma escola, eu carrego uma mochila. Pequena. A que eu carrego para a praia. Mas há outra mochila, que insiste em escorregar. Onde ela está? Na mochila que vai nas minhas costas há comida. E só. A escola é branca. As paredes de alvenaria, as portas, brancas. Sou surpreendida pela quantidade de azulejos brancos que a revestem e que me incomodam. Caminho por um corredor aberto mas não tão largo. Subo uma escada branca e acesso as arquibancadas do que parece ser um estádio. Há outras pessoas ali, talvez um colega ou uma colega de trabalho. Falamos algo a respeito do que está acontecendo. O que está acontecendo? Haverá uma palestra? Uma reunião? As pessoas estão esparsas pelas arquibancadas, em pequenos grupos ou sozinhas. Muitos espaços estão vazios. Lá embaixo, na arena, há outras pessoas. O que elas dizem? Elas dizem alguma coisa? Levanto e volto a descer as escadas brancas. Ao meu redor, paredes de azulejos brancos. Eu estou ali a trabalho. Saio em busca da mochila que está nas minhas costas. Preciso comer. Preciso? Encontro os banheiros, masculino e feminino, e me confundo. Em qual deles devo entrar? Qual é o feminino? Entro no banheiro e encontro a comida na mochila. Eu como? Eu falo com alguém. Alguém me encontra. Estou trabalhando? Sigo para outro ponto da escola, aberto. Ao meu redor as paredes são brancas e tudo é quase branco. A claridade me entristece. Outro corredor aberto, mais vivo. Cores. Um corrimão de ferro verde, linhas retas, disposto quase no meio do passeio. Pessoas caminham na direção oposta mas sei que há alguém atrás de mim. A via está disposta num ângulo diferente do que até então vinha se apresentando. Caminho apressada por ela. Estou na universidade e preciso chegar no dormitório. Eu moro lá? O quarto não está arrumado, há coisas sobre a cama. Um item vermelho, um pedaço de pano que eu reconheço. Saio e ando novamente por ali. Desço uma escada. Branca, mas só ela. Os azulejos brancos desapareceram....
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Uma escola, eu carrego uma mochila. Pequena. A que eu carrego para a praia. Mas há outra mochila, que insiste em escorregar. Onde ela está? Na mochila que vai nas minhas costas há comida. E só. A escola é branca. As paredes de alvenaria, as portas, brancas. Sou surpreendida pela quantidade de azulejos brancos que a revestem e que me incomodam. Caminho por um corredor aberto mas não tão largo. Subo uma escada branca e acesso as arquibancadas do que parece ser um estádio. Há outras pessoas ali, talvez um colega ou uma colega de trabalho. Falamos algo a respeito do que está acontecendo. O que está acontecendo? Haverá uma palestra? Uma reunião? As pessoas estão esparsas pelas arquibancadas, em pequenos grupos ou sozinhas. Muitos espaços estão vazios. Lá embaixo, na arena, há outras pessoas. O que elas dizem? Elas dizem alguma coisa? Levanto e volto a descer as escadas brancas. Ao meu redor, paredes de azulejos brancos. Eu estou ali a trabalho. Saio em busca da mochila que está nas minhas costas. Preciso comer. Preciso? Encontro os banheiros, masculino e feminino, e me confundo. Em qual deles devo entrar? Qual é o feminino? Entro no banheiro e encontro a comida na mochila. Eu como? Eu falo com alguém. Alguém me encontra. Estou trabalhando? Sigo para outro ponto da escola, aberto. Ao meu redor as paredes são brancas e tudo é quase branco. A claridade me entristece. Outro corredor aberto, mais vivo. Cores. Um corrimão de ferro verde, linhas retas, disposto quase no meio do passeio. Pessoas caminham na direção oposta mas sei que há alguém atrás de mim. A via está disposta num ângulo diferente do que até então vinha se apresentando. Caminho apressada por ela. Estou na universidade e preciso chegar no dormitório. Eu moro lá? O quarto não está arrumado, há coisas sobre a cama. Um item vermelho, um pedaço de pano que eu reconheço. Saio e ando novamente por ali. Desço uma escada. Branca, mas só ela. Os azulejos brancos desapareceram. Estou à procura de alguém? Uma amiga que de repente se calou. Ela está lá. Frequentamos as mesmas universidades. Onde ela está? Ela fala comigo? Ouço que é necessário voltar. O vírus. Volto para o quarto. Bagunça. A cama, as coisas. Mas vou ter que ficar lá. As pessoas transitam apressadas, confusas, pelos espaços da universidade. No quarto, começo a arrumar a mochila e falo, pelo telefone, com a minha mãe. Ela anuncia que terei que ir embora. A universidade será fechada.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
Associo o sonho ao desamparo, ao isolamento, ao desespero e à confusão. No sonho estou perdida, confusa, isolada, separada e desamparada. O cenário é o de uma escola que, pela descrição, mais se assemelha a um hospital. O estádio pode ser uma associação com os hospitais de campanha que estão sendo instalados em estádios e cujas imagens vejo na mídia. Na universidade, confusão, pessoas apressadas, como que em fuga. A universidade, representante do conhecimento que para mim sempre foi um amparo, sendo fechada.
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