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Por: Museu da Pessoa, 11 de setembro de 2019

Amigos, irmãos, camaradas

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Amigos, irmãos, camaradas

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O encontro com Vlado

Foi o seguinte: quando eu terminei o ginásio, eu já estava no Conservatório Dramático Musical de São Paulo fazendo piano, que eu comecei lá com as freiras e depois fui para o conservatório. Então, eu resolvi que ia ser pianista e parei, parei de estudar. Queria só ficar com o piano. Meus pais concordaram, porque na minha casa não era obrigatório estudar. Apesar do meu pai ter toda essa ligação com as coisas, estudava se quisesse. Acabou o ginásio, ficava a critério da pessoa e, como ele achava que o piano também era uma coisa bacana, ele concordou, não teve problema. No conservatório eu me formei em 1954. Aí eu senti uma falta enorme, um arrependimento muito grande, enquanto eu estava indo no conservatório, de ter saído da escola. Eu sentia falta da escola, sentia muita falta da escola. Uma amiga minha que estudava no Colégio Estadual Presidente Roosevelt, na Liberdade, na Rua São Joaquim, falou para mim o seguinte: “Nilce, presta o vestibulinho, o vestibular, volta, vai lá”. Eu falei: ‘Mas eu estou parada agora, me formei no ginásio acho que foi em 1950. Como é que eu vou agora, em 1953, voltar?” “Se inscreva, se inscreva.” Eu fui lá me inscrever e, por uma sorte incrível – você vê que tem coisas de sorte que mudam a sua vida – nesse ano não teve vestibulinho. Porque eu não teria passado, estava muito afastada. Abriram dois primeiros anos de clássico e eu me engajei lá. Aí fiquei, fiz o clássico no Colégio Roosevelt, que era absolutamente maravilhoso. É incrível a escola pública, mas aquele colégio era fantástico. Eu devo a minha formação mais básica àquele colégio e lá conheci um professor chamado Villa-Lobos, de Filosofia. A minha ideia era fazer Ciências Sociais. Esse professor Villa-Lobos chegou para mim e falou: “Não, você tem vocação para Filosofia. Você vai fazer Filosofia. Eu tenho uma aluna no Bandeirantes que também tem...

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Depoimento de Nilce Tranjan

Entrevistada por Luiz Egypto e Luis Ludmer

São Paulo, 11 de setembro de 2019

Projeto Instituto Vladimir Herzog

Entrevista número PSCH_HV806

Transcrita por Selma Paiva

Revisado por Luiz Egypto

P/1 – Boa tarde, Nilce. Muito obrigado por ter aceitado o nosso convite. A gente queria começar com um registro básico: seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Meu nome é Nilce Therezinha Cervone Tranjan e, no decorrer disso daqui, eu quero dizer porque eu sou Tranjan, porque é um fato muito, historicamente, estranho. Eu nasci no dia 8 de junho de 1936. O que mais que você perguntou?

P/1 – Local.

R – Eu morava, meus pais moravam na Mooca, onde eu passei os primeiros quatro anos da minha vida, mas nasci em uma maternidade, que foi a Pro Matre, em São Paulo.

P/1 – O nome dos seus pais.

R – Minha mãe era Deolinda de Lourdes Teixeira Cervone e meu pai era Hugo Cervone.

P/1 – O que seus pais faziam?

R – Meu pai era contador e minha mãe era dona de casa, muito entristecida por não ter podido estudar. Ela gostaria muito, mas ela veio como imigrante, os pais dela são imigrantes açorianos e eles vieram muito pobres e ela mal terminou o primário. Mas era uma mulher muito forte, muito bacana.

P/1 – Você conheceu seus avós?

R – Conheci minha avó Maria e meu avô João, por parte de [mãe] e uma avó, Rafaela, por parte do pai, e o avô paterno não conheci.

P/1 – Havia, na família, a história sobre a vinda deles dos Açores?

R – Havia. Tem mais histórias da vinda dos Cervone. Na vinda dos açorianos nunca eles contaram nada, não tinha nenhum dado a respeito. Agora, a parte do Cervone, sim. Tem uma, até, muito engraçada. Quer que conte?

P/1 – Por favor.

R – Eles eram do sul da Itália e diz a crônica familiar que eles brigaram com o vigário da cidade em que eles moravam. Começou uma briga – que a religião era muito importante – entre eles e, lá pelas tantas, um dia,...

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