Projeto Ópera Urbana
Entrevista de Francine Brandão
Entrevistado por Danilo Eiji Lopes
São Paulo, 5 de agosto de 2009
Realização Museu da Pessoa
Entrevista OPSESCSP_CB032
Transcrito por Jennifer Serra
P/1 – Antes de começar, gostaria que você falasse o seu nome completo, a data e o local de nascimento.
R – Meu nome é Francine Machado de Mendonça. Eu nasci em 6 de dezembro, em São Caetano do Sul.
P/1 – 6 de dezembro de?
R – 1977.
P/1 – Francine, queria te perguntar primeiro você lembra qual foi a primeira vez que você viu a Avenida Paulista?
R – Eu não lembro a primeira vez, mas, a gente sempre quer trazer quem não é de São Paulo pra cá. Lembro de uma prima que brincava que o metrô é consolo de virgem, porque ela tinha frio na barriga. De um funcionário de meu ex, que não conhecia, era de fora. E falava, toda vez que passava uma avenida grande, ele perguntava: "Essa é a Paulista? Essa é a Paulista?" (risos). Que ele queria conhecer e a gente fez a maior campanha, tem que trazer na Paulista. Sempre que eu tô com alguém que não é daqui, eu quero trazer. Apesar de não ter um monte de árvores, que as pessoas, às vezes, acham que beleza é só natureza, rio, cachoeira. Eu acho que beleza é arquitetônica também, vale a pena conhecer.
P/1 – Francine, conta pra gente aqui, qual é a sua relação com a Avenida Paulista?
R – Eu tô sempre passando por aqui, não só porque eu moro perto, estudo perto, mas, às vezes, eu tô com pressa, preciso ver um e-mail, paro no Sesc, dou uma olhadinha. Quero conversar com uma amiga, marca um café no Itaú Cultural. É uma região fácil de todo mundo se localizar, né? "Ah, na frente da Gazeta", a pessoa já sabe. Tem um cinema ali, gosto desses cinemas de rua, que tem uma programação mais alternativa. Então, é uma região que a gente tá sempre marcando com colegas, com parceiros de trabalho, que dá certo, ninguém se perde.
P/1 – Nessas todas experiências......
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Projeto Ópera Urbana
Entrevista de Francine Brandão
Entrevistado por Danilo Eiji Lopes
São Paulo, 5 de agosto de 2009
Realização Museu da Pessoa
Entrevista OPSESCSP_CB032
Transcrito por Jennifer Serra
P/1 – Antes de começar, gostaria que você falasse o seu nome completo, a data e o local de nascimento.
R – Meu nome é Francine Machado de Mendonça. Eu nasci em 6 de dezembro, em São Caetano do Sul.
P/1 – 6 de dezembro de?
R – 1977.
P/1 – Francine, queria te perguntar primeiro você lembra qual foi a primeira vez que você viu a Avenida Paulista?
R – Eu não lembro a primeira vez, mas, a gente sempre quer trazer quem não é de São Paulo pra cá. Lembro de uma prima que brincava que o metrô é consolo de virgem, porque ela tinha frio na barriga. De um funcionário de meu ex, que não conhecia, era de fora. E falava, toda vez que passava uma avenida grande, ele perguntava: "Essa é a Paulista? Essa é a Paulista?" (risos). Que ele queria conhecer e a gente fez a maior campanha, tem que trazer na Paulista. Sempre que eu tô com alguém que não é daqui, eu quero trazer. Apesar de não ter um monte de árvores, que as pessoas, às vezes, acham que beleza é só natureza, rio, cachoeira. Eu acho que beleza é arquitetônica também, vale a pena conhecer.
P/1 – Francine, conta pra gente aqui, qual é a sua relação com a Avenida Paulista?
R – Eu tô sempre passando por aqui, não só porque eu moro perto, estudo perto, mas, às vezes, eu tô com pressa, preciso ver um e-mail, paro no Sesc, dou uma olhadinha. Quero conversar com uma amiga, marca um café no Itaú Cultural. É uma região fácil de todo mundo se localizar, né? "Ah, na frente da Gazeta", a pessoa já sabe. Tem um cinema ali, gosto desses cinemas de rua, que tem uma programação mais alternativa. Então, é uma região que a gente tá sempre marcando com colegas, com parceiros de trabalho, que dá certo, ninguém se perde.
P/1 – Nessas todas experiências... Pelo jeito você tem bastante, “usa” a Avenida Paulista de mil maneiras. Dessas histórias, quais foram as histórias que marcaram você aqui? De você com a Avenida Paulista?
R – Eu lembro... A gente vai lembrando por estação, né? Teve um metrô que eu tava no auge de uma dor de amor, de um ex me ligando e eu tava antes conversando com um Hare Krishna. Aí eu comecei a chorar, desliguei o celular. Eu não lembro nem direito o que é que o Hare Krishna me falou, mas, me deu, assim, uma paz. Ele tava com (um on?), eu estava estudando Yoga. Falei: "Você tem razão. Deixa essa história pra lá". Fui para a casa de uma amiga, já desencanei, fiquei mais leve. Um outro metrô que eu tava conversando com um amigo fotógrafo. Aí eu ia embora, ele foi me levar pra embarcar, aí ele já não deixou eu embarcar, já me beijou. Daí a gente não saía da porta do metrô (risos). E o pessoal ia entrar e ficava: "Ai, o amor é lindo. Esses dois estão empatando a entrada do metrô" (risos). Mas, também lembro de umas coisas mais trash, tipo, eu sempre quis estudar. Como eu sou lá de São Caetano, né? Coisa de interior mesmo. Eu achava o máximo a Paulista, que eu queria estudar aqui. E eu prestei, muitos anos atrás, vestibular na Cásper Líbero. Vim uma vez com minha amiga ver o resultado. Aí, não deu certo, eu não passei. Na época era mais em conta do que estudar no ABC. E fiquei chateada. Ela pegou e falou: "Não, desencana. Vamos num cinema, que tem muita coisa pra gente fazer e esquecer. Daí, o ano que vem você passa". Depois, eu acabei vindo muito pra cá dar aula de inglês, trabalhar como jornalista, encontrar amigos e tudo bem. Não fiquei tão chateada de não estudar aqui (risos).
P/1 – Se você pudesse, assim, sei que é difícil, mas, eleger... Assim, qual seria o lugar da Paulista que você mais gosta, que você mais se identifica?
R – Eu gosto ali, perto do parque do Trianon, porque eu acho que dá essa mistura de urbano com natureza. Quando você passa ali você sente um cheiro de mato, aí você lembra de onde a gente se sente mais em casa, onde você se reenergiza. Mas, o prédio tá do lado, a antena da Paulista tá ali. É tudo muito misturado, assim. Eu concordo com um amigo meu, diretor de teatro, que ele fala que em São Paulo a gente tem umas coisas, assim, você tem um (satore?) duma iluminação de parar e falar "Nossa, que árvore maravilhosa. Tá saindo uma flor ali nela". E, de repente, já passa o carro e te buzina pra você sair do meio da rua (risos). Você tem tudo junto, né? A natureza, o urbano. Eu gosto muito.
P/1 – Legal. Você gostaria de contar mais alguma coisa pra gente? Da sua relação, sua vida com a Avenida Paulista?
R – Ah, só lembrei que eu tenho um problema que eu tenho sempre que controlar, do olho, de passar sempre no oculista e ele atendia uma época aqui pertinho, numa travessinha. E acho chato ficar fazendo aquele monte de exame, mas, tem que controlar pra deixar tudo em dia, assim, com a pressão do olho. Mas, ao mesmo tempo, eu gostava de vir aqui, porque "Ah, eu vou pra Avenida Paulista. É chato passar na máquina do oftalmologista, mas, a Paulista é bonita, eu vou lá" (risos).
P/1 – Tá certo. Francine, muito obrigado.
R – obrigada.
FIM DE ENTREVISTA
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