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Por: Museu da Pessoa, 11 de abril de 2016

Uma enciclopédia da música brasileira

Esta história contém:

Uma enciclopédia da música brasileira

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Eu vou contar pra você, eu sou chamado de uma enciclopédia da música antiga brasileira. O que eu conheço de música antiga. Samba de breque, samba, canção, Nelson Goncalves, Francisco Alves, Orlando Silva, Gilberto Alves, Sílvio Caldas, isso aí eu sou bom. “Boemia, aqui me tens de regresso e suplicante te peço a minha nova inscrição. Voltei, pra rever os amigos que um dia eu deixei a chorar de alegria, me acompanha o meu violão. Boemia, sabendo que andei distante sei que essa gente falante vai agora ironizar. Ele voltou, o boêmio voltou novamente, partiu daqui tão contente, por que razão quer voltar? Acontece, que a mulher que floriu meu caminho de ternura, meiguice e carinho, sendo a vida do meu coração. Compreendeu e abraçou-me dizendo a sorrir: ‘Meu amor você pode partir, não esqueça o seu violão. Vá rever, os seus rios, seus montes, cascatas, vá sonhar em novas serenatas e abraçar seus amigos leais. Vá embora, pois me resta o consolo e a alegria de saber que depois da boemia é de mim que você gosta mais’”. É feia? A música brasileira só perdia para as italianas. E olha, tinha música brasileira melhor que as italianas. As músicas de hoje pra mim não quer dizer nada, o que deu alguma coisa quando saiu foi o Roberto Carlos. O Agnaldo Rayol, Roberto Carlos, Agnaldo Timóteo. Eu acho que na outra encarnação, eu devia ser cantor, porque falavam que eu cantava bem,mas tinha muita gente que gostava de cantar aqui, músicas antigas eram bonitas. A gente ia na avenida Rangel Pestana, ficava tirando linha, e as meninas passando, a gente ficava parado na porta do cine Piratininga, ficava dos dois lados, tinha a sapataria, tinha a Lojas Americanas na Rangel Pestana, perto da linha do trem, a gente ficava por lá. Só isso, mas também nunca namorei ninguém lá, não. Nunca namorei ninguém, não. Eu namorei pouco, nunca fui de namorar, fui muito gandaieiro.

Dados de acervo

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Memórias do Comércio da Zona Cerealista

Depoimento de Vitor Angelo Luchetti

Entrevistado por Lucas Torigoe e Felipe Rocha

São Paulo, 11/04/2016

Realização Museu da Pessoa

MCZC_HV08_ Vitor Angelo Luchetti

Transcrito por Mariana Wolff

MW Transcrições

P/1 – Seu Vitor, fala pra mim o seu nome completo, o local e data de nascimento.

R – Vitor Angelo Luchetti, nasci na rua Benjamim de Oliveira, 270, Brás.

P/1 – Você nasceu em casa?

R – Os nove irmãos nasceram em casa, quando eu nasci, a parteira falou para o meu pai: “É homem”.

P/1 – Qual que é o nome do seu pai?

R – Carlos Luchetti.

P/1 – Ele nasceu quando e onde?

R – Meu pai nasceu no dia 13 de… dia de Santo Antônio é 13 de julho, né? Treze de julho de 1897 em São Joaquim da Barra, aliás em Pirassununga.

P/1 – Interior?

R – É. Foi criado em São Joaquim da Barra.

P/1 – Entendi. E a sua mãe, qual que é o nome dela?

R – Minha mãe é Olímpia Mortolussi Luchetti, nasceu em Veneza, na Itália.

P/1 – E como é que eles se conheceram?

R – Se conheceram que meu avô veio pra cá, né, veio para São Joaquim da Barra e se conheceram lá e casaram, acho que até fugiram, não sei…

P/1 – Por quê que você acha que fugiu?

R – Porque meu pai na época era considerado boêmio, né? Meu pai e o pai do Rolando Boldrin eram carne e unha, os maiores bailarinos de São Joaquim da Barra. Minha avó não gostava do meu pai.

P/1 – E a família do seu pai é de origem italiana, né?

R – Meu pai, é. Você quer saber outra que eu vou te falar?

P/1 – Conta.

R – O Papa Montini era primo do meu pai, primo irmão.

P/1 – Papa Montini? Quem que é ele?

R – Eu não me lembro o nome que deram, ele tinha outro nome, mas não lembro o nome. Era primo irmão do meu pai, saiu a reportagem até no jornal de São José do Rio Preto. Mas falaram da minha tia, irmã do meu pai.

P/1 – Entendi. E o quê que ele fazia?

R – Quem?

P/1 – Esse Papa?

R...

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