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Por: Museu da Pessoa, 11 de julho de 2016

Samba nas ruas e no palco

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Samba nas ruas e no palco

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Meu nome completo é Benedito Augusto dos Santos, eu nasci em 30 de julho de 1966, na cidade de Ilhabela. Dizem que todo Benedito nasce Ditinho, depois vira Dito e depois, Seu Dito e depois Nhô Dito quando é velhinho. Então, eu sou Ditinho, ainda. Ditinho é como todo mundo me conhece aqui, na Ilhabela, e nas regiões onde eu passei com os projetos musicais e eu me apresento dessa forma para qualquer pessoa.

Na realidade, eu sou filho adotivo, os meus pais são caiçaras: meu pai é pescador e a minha mãe também é caiçara, só que, por fatores da vida, eu cresci com outra família, então quando eu falo minha mãe é a minha mãe adotiva.

Eu sempre gostei de estudar, nunca repeti no colégio, jamais. Era um caderno, um lápis, sempre ponta de lápis, porque eu nunca tinha um lápis inteiro, era sempre doado por alguém, nunca era inteiro. Se fosse de tabuada, só tinha do seis para cima, né? (risos) E aí, era o meu caderno dentro de um saco de arroz de cinco quilos, eu ia e aí, no intervalo, jogava bola e comia manga, goiaba, jabuticaba, carambola, tinha tudo com fartura dentro do Colégio Gabriel [Escola Estadual Gabriel Ribeiro dos Santos] que é a história de muita gente que estudou na Ilhabela, né? E quando eu voltava da escola… Bom, eu ia com o estilingue no pescoço, as pedrinhas mais selecionadas da cachoeira, porque essas pedras eram fatais no estilingue para matar passarinho, né? Ou as bolas de gude que não eram redondas, que vinham com defeito, porque elas não tinham o efeito da gente ganhar jogando bolinha de gude. Eu saía quase 15 para às seis da manhã para estudar às sete em ponto, estudava até meio-dia e eu chegava em casa sete horas da noite, mas naquela época, sete horas da noite parecia dez já, porque era aquele silêncio, menos pessoas, não havia carros. Carro era uma raridade. Carro, talvez, os poucos que tinham, uns, eram da fazenda Engenho D’água. As cachoeiras eram limpas pra caramba, a gente jamais...

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P/1 – Primeiro, eu gostaria de agradecer de você ter aceitado o convite para essa entrevista. E agora, pra gente começar, eu queria que você falasse o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Meu nome completo é Benedito Augusto dos Santos, eu nasci em 30 de julho de 1966, na cidade de Ilhabela.

P/1 – E aí, você falou pra gente que você é conhecido como Ditinho, é verdade?

R – É. É um apelido, de mamãe, de criança. Dizem que todo Benedito nasce Ditinho, depois vira Dito e depois, Seu Dito e depois Nhô Dito quando é velhinho. Então, eu sou Ditinho, ainda. Ditinho é como todo mundo me conhece, aqui na Ilhabela, na região onde eu passei com os projetos musicais e eu me apresento dessa forma para qualquer pessoa.

P/1 – Vamos continuar, Ditinho. Fala pra gente o nome dos seus pais.

R – Augusto dos Santos e Laurici Moreira dos Santos.

P/1 – Conta um pouquinho da história deles, se eles são de Ilhabela, de onde que eles vêm…

R – Na realidade, eu sou filho adotivo, então, os meus pais são caiçaras: meu pai é pescador, a minha mãe também é caiçara, só que quando eu nasci, fatores da vida, eu cresci com outra família, então quando eu falo minha mãe é a minha mãe adotiva. E o meu pai, ele era um baiano que veio trabalhar em São Paulo na construção civil, migrou para a Ilhabela, conheceu a minha mãe e eles, juntos, me adotaram. Meu pai apenas me deu o nome na certidão, depois ele participou da minha vida até os seis anos e aí, eu continuei com a minha mãe, só eu e a minha mãe. Ele voltou… Esse meu pai voltou quando eu já tinha 21 anos, já era pai também e a gente até fez uma amizade, mas efetivamente, eu me criei mesmo com a minha mãe. Minha mãe adotiva.

P/1 – E você chegou a conhecer os pais dela?

R – Conheci. Conheci os pais das minhas duas mães, né? Mas a minha mãe adotiva, a Laurici é o Seu Tolentino de Jesus, pescador e a minha avó é a Dona… aí meu Deus! Me...

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