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Por: Museu da Pessoa,

Uma referência gorda dentro do carnaval

Esta história contém:

Minha mãe sempre gostou de carnaval e de desfilar, ela sempre me levou. Foi um bom tempo eu só indo de arquibancada, sem me envolver diretamente com o carnaval. Quando minha tia entrou para a diretoria da Vai-Vai, conheceu as pessoas que faziam carnaval na época. Aí eu participei do departamento social, fui apoio da ala e fui conhecendo como funciona o carnaval, acabei ficando mais perto daquilo.

Quando a gente está lado a lado, trabalhando junto com a escola para que esse projeto seja feito, é uma energia indescritível. Entrar na avenida, ainda mais com a Vai-Vai, é algo diferente. Você vê a arquibancada toda, vindo com a escola, vibrando; é indescritível a sensação.

A ideia do bloco de rua surgiu pesando nas mulheres gordas quererem estar lá participando da escola de samba, mas não tendo coragem. Como no bloco de rua não tem regra, você pode se vestir do jeito que quiser e curtir o carnaval, eu acho que é uma forma dali ela sentir encorajada para se jogar na escola de samba, porque ali ninguém está te julgando; você vai para curtir um samba. Desperta ali a sua vontade de estar no carnaval.

Ia perguntar para meus amigos nos ensaios técnicos: "Será que é legal colocar uma ala só de gorda?” Aí as escolas iam passando e ficava olhando: "Será que é bom? Será que não é?” E fiquei perguntando, fazendo uma pesquisa de campo. Até que um amigo meu falou: “Para de ficar perguntando ou vão roubar sua ideia”. Eu falei: “Tá bom”. Aí acabou o carnaval e falei com um amigo meu e falei: "Tenho que colocar esse negócio em prática, agora como eu não sei”. E aí foi quando fui me interessar, é um pouco mais a questão do plus, aí pedi para ele: “Coloca objetivo, metas, não sei o que” e aí rascunhei, peguei alguns depoimentos que elas não tinham muita autoestima, ou que as pessoas ficavam falando: “Você é bonita de rosto”. Porque ela é gorda, ela é só bonita de rosto?...

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P/1- Aldria, para a gente começar, eu quero agradecer mais uma vez - a gente vai agradecer muitas vezes - mas quero agradecer agora a sua disponibilidade para vir ao Museu, para fazer essa entrevista em um formato um pouco diferente...

R - Sim.

P/1 - Mas para começarmos, queria que você se apresentasse, falando seu nome completo, a data e o local do seu nascimento.

R - Tá. Meu nome é Aldria, tenho 35 anos, nasci dia 25 do doze de 94. Nasci em São Paulo, em Ferraz de Vasconcelos.

P/1 - Certo. E Aldria, só para termos isso no registro, você pode falar seu nome completo?

R - Nome completo? É Aldria Angélica Adiola Oliveira.

P/1 - Certo. E os nomes dos seus pais?

R - Sidnei Machado de Oliveira e Cristina Machado de Oliveira.

P/1 - E você sabe a história, ou te contaram a história da origem da sua família, de como eles se conheceram?

R - Minha mãe… Meu pai já falecido, ele faleceu quando eu tinha cinco anos. E eles se conheceram porque a gente sempre foi para o carnaval. Minha mãe sempre gostou do carnaval, então foi aquele amor de carnaval que durou (risos).

P/1 - Você falou da sua ligação da sua família… Das suas famílias com o carnaval. Me conta um pouco mais dessa ligação, da família paterna e materna com o carnaval; quais escolas de samba, ou cordões, blocos...

R - Minha mãe sempre gostou de carnaval, então eu tenho duas irmãs mais velhas, nossa diferença de idade é de onze anos para uma e de nove para outra, então eu sou a caçula. Minha mãe sempre gostou de desfilar, sempre. Hoje fala passista, mas antigamente era cabrocha, ela desfilava no Cabeções da Vila Alpina e no Príncipe Negro. Ela sempre viveu, minha tia, minha avó, sempre, mais minha mãe do que o meu pai e a família dele que gostava de carnaval; então desde pequena que minha mãe me acompanhava. Até porque como ele faleceu [quando] eu tinha cinco anos e as meninas eram mais velha, então ela me carregava para tudo. Então ia desfilar nas escolas e...

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